29 de agosto de 2009

Letras e músicas de Wonder com Zizi, Ivan e Gil

Resenha de CD
Título: Letra & Música
Stevie Wonder
Artista: vários
Gravadora: Discobertas
/ Coqueiro Verde
Cotação: * * *

Compositor de assinatura bem original, Stevie Wonder tem sido rotineiramente gravado por artistas brasileiros. No original em inglês ou em versões (nem sempre felizes) para o português. A coletânea dedicada a Wonder na série Letra & Música - produzida por Marcelo Fróes para seu selo Discobertas - reúne 19 abordagens nacionais de temas do autor de My Cherie Amour, canção romântica ouvida na seleção em duas versões, estrategicamente posicionadas na abertura (Só pra Ganhar Você, na versão bossa-novista feita por Ivan Lins em 2002 para seu álbum A Quem me Faz Feliz) e no fim (Eu Queria Amor, na versão mais pop e menos inspirada feita por Guilherme Arantes em 1994 para o álbum de covers Clássicos). Entre uma e outra, há a voz de Zizi Possi em I Never Dreamed You'd Leave me in Summer (num momento bem classudo do álbum Um Minuto Além, de 1981), a delicadeza do piano de César Camargo Mariano em Send One your Love (faixa do álbum Mitos, de 1988) e o suingue black de Erlon Chaves & Banda Veneno em You Are the Sunshine of my Life (fonograma de raro LP de 1973). Entre as versões, há Pé na Tábua (a visão de Antonio Cícero e Sérgio de Souza para Ordinary Pain, perpetuada por Marina Lima em 1984 no álbum Fullgás) e Nada Mais (visão de Ronaldo Bastos para Lately que rendeu hit radiofônico para Gal Costa em 1984). E, nessa seara, vale registrar a habilidade de Gilberto Gil para trazer a letra da balada I Just Called to Say I Love You para o universo brasileiro em versão, Só Chamei Porque te Amo, que preserva a poesia simples e certeira dos versos. Feita no estilo voz-e-violão, o registro ao vivo de 1987 realça a poesia da versão de Gil. Já entre as gravações inéditas - há seis produzidas especialmente para a coletânea por nomes como Márcio Biaso (Superstition) e The Originals (Sir Duke) - o destaque fica com a pegada de Mila Bartilotti em What's That You're Doing, com a segurança vocal exibida por Twiggy em Ribbon in the Sky e com o dueto de Martha V & Mariana Davies em Blame It on Sun. No todo, a compilação merece atenção, pois, como de hábito, a seleção feita por Marcelo Fróes, mesmo às vezes irregular, foge da obviedade das coletâneas rotineiramente fabricadas pelas grandes gravadoras em séries que economizam até na informação sobre as origens das faixas eleitas.

Detonautas lançam acústico com duas inéditas

Sem o carimbo da MTV, o grupo Detonautas Roque Clube lança projeto acústico nos formatos de CD e DVD. O registro ao vivo foi gravado em 28 de abril de 2009 em show no Pólo de Cine e Vídeo, no Rio de Janeiro (RJ). O repertório de Acústico Detonautas Roque Clube inclui duas músicas inéditas, Só Nós 2 e O Inferno São os Outros, esta eleita para ser o primeiro single do trabalho, produzido por Marcelo Sussekind e editado pela gravadora Sony Music. Detalhe: a gravação é a primeira feita pela banda com seu novo integrante, Philippe (violão), que veio se juntar a Fábio Brasil (bateria), Tchello (baixo), DJ Cleston (percussão e pickups), Renato Rocha (violão e piano) e Tico Santa Cruz (voz e violão). Trata-se do segundo registro ao vivo do sexteto, que, quando era da Warner Music, gravou seu primeiro DVD em 6 de novembro de 2004 em show na Usina Royal, em Campinas (SP). Já está à venda.

Elba, Lenine e Margareth em tributo a Gonzaga

A indústria fonográfica fez silêncio em torno dos 20 anos da morte de Luiz Gonzaga (1912 - 1989), completados em 2 de agosto de 2009. Não fosse pela coletânea em que Zé Ramalho canta músicas do Rei do Baião, aliás produzida por iniciativa de Ramalho, a efeméride teria passado em branco. Contudo, tal silêncio vai ser quebrado em tempo porque dois compositores - Gereba Barreto e Jota Velloso - produzem de forma independente curioso disco em tributo ao compositor de Asa Branca e Baião. Provisoriamente intitulado Luas do Gonzaga, o CD já conta com adesões de Elba Ramalho, Lenine, Jorge Vercillo, Margareth Menezes, Mariene de Castro e Targino Gondim, entre outros nomes. O álbum vai jogar luz sobre temas obscuros compostos por Gonzagão nos anos 40 antes do estouro nacional de seu baião.

'MPB Especial', de 1972, traz Caymmi para DVD

Até demorou, mas Dorival Caymmi (1914 - 2008) chega postumamente à era do DVD. A gravadora Biscoito Fino já está pondo nas lojas o registro da entrevista concedida pelo compositor em 1972 - quando Caymmi contabilizava 58 anos - ao programa MPB Especial, dirigido por Fernando Faro para a TV Cultura. Entre lembranças da infância e juventude vividas na Bahia, Caymmi pega seu violão para entoar 23 músicas de seu repertório, passando por canções praieiras (É Doce Morrer no Mar), sambas (Acontece que Eu Sou Baiano, A Vizinha do Lado) e sambas-canções (Só Louco, Marina, Não Tem Solução, Sábado em Copacabana). Alocados no bloco final do programa, os sambas-canções são entoados ao lado de um trio de piano-baixo-e-bateria.

28 de agosto de 2009

Noel deixa Oasis por não suportar o irmão Liam

Entre tapas e beijos, os irmãos Liam e Noel Gallagher vinham se suportando no comando do quarteto Oasis - um dos grupos mais importantes do BritPop - desde a primeira metade dos anos 90. Mas tudo indica que a banda chegou ao fim. Nesta sexta-feira, 28 de agosto de 2009, Noel anunciou em comunicado no site oficial do Oasis que está deixando o grupo por incompatibilidade com Liam. "É com alguma tristeza e grande alívio que eu digo a vocês que eu deixei o Oasis esta noite. As pessoas vão escrever e dizer o que quiserem, mas eu simplesmente não posso continuar trabalhando com Liam por mais um dia sequer", argumentou Noel.

Filho de Gismonti, Alexandre faz baião ao violão

Filho de Egberto Gismonti, o violonista Alexandre Gismonti (em foto de Júlio Cezar Audisio) se prepara para lançar, em setembro de 2009, seu primeiro CD, Baião de Domingo. Produzido por Ruy Quaresma, o disco vai ser editado pela gravadora Fina Flor. Alexandre lidera trio formado com o percussionista Felipe Cotta e o baixista Mayo Pamplona. O repertório concilia seis temas da lavra própria de Alexandre (a faixa-título, Arrasta Pé, Saudades, Forrozinho, Rítmico e Lento e Chora, Antônio!) com standards dos repertórios de Luiz Gonzaga (Asa Branca), Dorival Caymmi (O Bem do Mar e Saudade da Bahia), Sivuca (Feira de Mangaio) e Pixinguinha (Ainda me Recordo). Já masterizado, CD está pronto.

Alta, Cañas reitera no palco seus altos e baixos

Resenha de Show
Título: Hein?
Artista: Ana Cañas (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 27 de agosto de 2009
Cotação: * * 1/2
Ana Cañas perdeu o equilíbrio e caiu no palco do Canecão, quando cantava Coçando, segunda e última música do bis do show que marcou a estreia nacional da turnê Hein?, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de quinta-feira, 27 de agosto de 2009. A queda não foi gratuita. Na ocasião, Cañas já estava devidamente alta por conta das doses de bebida saboreadas ao longo da apresentação. O estado etílico da artista – nitidamente perceptível ao fim do show, a ponto de embaçar o brilho da interpretação etérea de Coração Vagabundo feita no bis – comprometeu o resultado final de um show que estava indo bem, mas terminou esquisito. Inclusive pelo papo recheado de palavrões e meio sem nexo que Cañas passou a travar com a platéia e os (afiados) músicos de sua banda. Ainda assim, o número final (antes do bis constrangedor), o endiabrado rock Gira, ganhou peso extra no roteiro por exaltar a loucura e a liberdade em versos que condiziam com o estado de espírito de Ana naquele momento. Tudo a ver. Mas apenas naquele momento.
Mesmo antes de ficar alta (e Cañas admitiu em cena que tinha sido aconselhada a não beber e a não falar palavrões – provavelmente pelos diretores da Day 1, a empresa que gerencia sua carreira), a artista paulista reiterou no palco os altos e baixos de sua discografia. Se a cantora é segura, a compositora é mediana. Mas o show, justiça seja feita, tem pegada. A pegada roqueira que norteia Hein? - o segundo disco de Cañas, produzido por Liminha, que entrou em cena ao fim do show para tocar guitarra e encorpar a banda a partir de Chuck Berry Fields Forever, o esperto cover do rock de Gilberto Gil (lançado pelo grupo Os Doces Bárbaros) que se destaca no recém-lançado álbum. Na seqüência, o pop reggae Problema Tudo Bem ratificou a real irregularidade do repertório autoral da artista. Que disfarça essa deficiência com a energia com que canta e se apresenta em cena, alternando-se no violão e na guitarra (a propósito, seu gestual em O Amor É Mesmo Estranho valoriza a música e evidencia a grande presença cênica da artista).
Cañas deveria investir mais em repertório alheio. Super Mulher – o tema de Jorge Mautner gravado pela cantora em seu primeiro pretensioso CD, Amor e Caos (2007) – cresce muito no show por conta da performance explosiva e frenética da intérprete. Mas Cañas pouco extrapolou o repertório de seus dois discos. Prestou tributo a Raul Seixas (1945 – 1989) com Metamorfose Ambulante e reviveu balada de Elvis Presley (1935 – 1977), Love me Tender, sem ternura, mas com pegada. Das músicas de Hein?, a balada Esconderijo se confirmou envolvente, com direito à iluminação linda e suave como a música. Já o bom rock Na Multidão perdeu força no palco, talvez pelo fato de ter sido posto na abertura do roteiro, quando o show ainda não tinha esquentado. Mas Ana Cañas é cantora quente – e sua marcante abordagem do blues Rainy Day Women #12&35, de Bob Dylan, não deixa a menor dúvida quanto a isso. O que ela precisa é se equilibrar com maior precisão entre altos e baixos para justificar a aposta em seu nome.

Roteiro de 'Hein?' embaralha Raul, Elvis e Dylan

Love me Tender - balada gravada em 1956 por Elvis Presley (1935 - 1977) para o filme homônimo (Ama-me com Ternura, na tradução para o português) - foi uma das poucas surpresas do roteiro do novo show de Ana Cañas, Hein?, que estreou na noite de ontem, 27 de agosto de 2009, no Canecão, no Rio de Janeiro (RJ). O repertório oscilou essencialmente entre as músicas dos dois álbuns de Cañas, Amor e Caos (2007) e Hein? (2009). Outra novidade foi Metamorfose Ambulante, a parceria de Raul Seixas (1945 - 1989) com Paulo Coelho, gravada por Raulzito em 1974. Eis o roteiro de Hein?, show que seguirá em turnê nacional:
1. Na Multidão
2. A Menina e o Cachorro
3. A Ana
4. Na Medida do Impossível
5. Metamorfose Ambulante
6. Devolve, Moço
7. Aquário
8. Rainy Day #12&35
9. Sempre com Você - com participação de Dadi no baixo
10. Mandinga Não
11. Love me Tender
12. Esconderijo
13. O Amor É Mesmo Estranho
14. Não Quero Mais
15. Chuck Berry Fields Forever
16. Problema Tudo Bem
17. Super Mulher
18. Gira
Bis:
19. Coração Vagabundo
20. Coçando

Remixes desnudam registros iniciais de Michael

Resenha de CD
Título: The Stripped
Mixes
Artista: Michael Jackson
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * *

A voracidade com que o vasto público órfão de Michael Jackson (1958 - 2009) tem comprado seus discos desde a morte do Rei do Pop, em 25 de junho, motiva a indústria fonográfica a exumar a obra do cantor com idêntica voracidade. The Stripped Mixes - o disco que a Universal Music põe nas lojas neste mês de agosto de 2009 - tem um conceito interessante na teoria: apresentar remixes de onze gravações do período infanto-juvenil de Michael - sendo seis feitas com o conjunto Jackson 5 - com ênfase na voz do artista, prodígio como cantor desde menino. Os produtores Tom Rowland e Neil Citron mexeram nos arranjos para desnudar a instrumentação original e realçar a voz de Michael. Em algumas faixas, foram adicionados elementos acústicos e, no caso de Got to Be There, entraram vocais suprimidos na edição original. Aliás, o remix de Never Can Say Goodbye também realça os backing-vocals sem propiciar real ganho para a música. Há gravações, como a de We've Got a Good Thing Going, que resultam bem diferentes da versão original e que não necessariamente soam mais sedutoras. O problema é que os registros feitos por Michael Jackson para a gravadora Motown, entre 1969 e 1975, já tinham sido embalados em arranjos ideais que já evidenciavam a maestria do canto do artista. Nesse sentido, The Stripped Mixes parece CD fora de propósito, produzido apenas para faturar com o culto pós-morte alimentado em torno de Michael Jackson. De qualquer forma, é justo destacar que os três primeiros remixes - I'll Be There, Ben (com ênfase delicada nas cordas) e Who's Loving You - foram bem produzidos. Ainda assim, prefira os originais. Eles já eram ótimos!!

27 de agosto de 2009

A capa de 'Iê Iê Iê', o álbum de Arnaldo Antunes

Esta é a capa de Iê Iê Iê, álbum de inéditas que Arnaldo Antunes lançará em setembro de 2009. Produzido por Fernando Catatau, guitarrista do grupo Cidadão Instigado, o CD traz músicas como A Casa É sua, Longe, Invejoso, Envelhecer e Luz Acesa. A faixa-título e Vem Cá são assinadas por Arnaldo com Carlinhos Brown e Marisa Monte, seus colegas no trio Tribalistas. Já Sua Menina é da lavra de Arnaldo com Liminha e Paulo Miklos. A inspiração do CD é o iê-iê-iê que ajudou a formatar o universo pop na década de 60.

Kings of Leon prepara álbum de remixes e DVD

Enquanto burila o repertório de seu próximo álbum de inéditas, previsto para 2010, 0 quarteto Kings of Leon se prepara para lançar CD de remixes e DVD. O CD vai trazer remixes de músicas da banda assinados por nomes como Justin Timberlake, Linkin Park e Pharrel Williams. Já o DVD perpetua shows gravados pelo grupo em julho de 2009 na 02 Arena - em Londres - na Inglaterra.

Sony revive experiência de Woodstock em série

Ainda dentro das celebrações dos 40 anos do mítico festival de Woodstock, realizado em agosto de 1969, a Sony Music põe no mercado uma série de cinco CDs duplos de artistas (Santana, Janis Joplin, Johnny Winter, Jefferson Airplane e Sly and the Family Stone) que se apresentaram no lendário evento, ápice da contracultura da década de 60. A série The Woodstock Experience traz no CD 1 o álbum de estúdio gravado pelo artista naquele ano de 1969 enquanto, no CD 2, apresenta o registro ao vivo e integral do show desse artista no festival. O disco dedicado a Janis Joplin (1943 - 1970) na coleção - veja capa acima à direita - traz, por exemplo, o álbum I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! e a gravação do ótimo show feito por Joplin em 17 de agosto de 1969.

Rio de Montarroyos deságua em disco póstumo

Uns anos antes de sair de cena, Márcio Montarroyos (1948 - 2007) vinha pesquisando sons eletrônicos e trabalhando num disco que chega ao mercado de forma póstuma, dois anos após a morte do trompetista, um dos mais gabaritados da cena instrumental brasileira. Finalizado pelo saxofonista (e amigo) Leo Gandelman, que esteve com o colega quase diariamente em seu último mês de vida, O Rio e o Mar foi idealizado por Montarroyos em tributo à cidade do Rio de Janeiro (RJ). "O Rio é a minha cidade, minha casa e a minha fonte de inspiração", situa o músico em texto escrito para o repertório do disco. O repertório inclui temas autorais - como North Sea e Saco do Céu (Via Gávea) - entre standards da Bossa Nova (Rio e O Barquinho) e músicas do maestro e tecladista Gilles Cardoni, que assina a produção do álbum ao lado de Márcio.

26 de agosto de 2009

Warner lista os 47 vídeos do DVD 'Celebration'

Além de ter confirmado (com lista similar à que já havia vazado na internet) as 36 músicas das edições dupla e simples da coletânea Celebration, que encerra seu vínculo com Madonna e que vai estar nas lojas a partir de 21 de setembro de 2009, a gravadora Warner Music divulgou nesta quarta-feira, 26 de agosto, a relação oficial dos 47 clipes que vão estar no DVD homônimo. À venda a partir de 28 de setembro, o DVD duplo Celebration - The Video Collection vai exibir cenas inéditas do vídeo de Justify my Love e o recente clipe de Celebration, uma das duas músicas inéditas gravadas por Madonna para a coletânea. Detalhe: nada menos do que 27 vídeos nunca tinham sido incluídos em compilações anteriores da artista. Eis os 47 clipes do DVD duplo Celebration:
1) Burning Up
2) Lucky Star
3) Borderline
4) Like a Virgin
5) Material Girl
6) Crazy for You

7) Into the Groove
8) Live To Tell
9) Papa Don’t Preach
10) True Blue
11) Open your Heart
12) La Isla Bonita
13) Who’s That Girl?
14) Like a Prayer
15) Express Yourself
16) Cherish
17) Vogue
18) Justify my Love
19) Erotica
20) Deeper and Deeper
21) Rain
22) I’ll Remember
23) Secret
24) Take a Bow
25) Bedtime Story
26) Human Nature
27) I Want You
28) You’ll See
29) Frozen
30) Ray of Light
31) The Power of Good Bye
32) Beautiful Stranger
33) American Pie
34) Music
35) Don’t Tell me
36) What It Feels Like for a Girl
37) Die Another Day
38) Hollywood
39) Love Profusion
40) Hung up
41) Sorry
42) Get Together
43) Jump
44) 4 Minutes
45) Give It 2 Me
46) Miles Away
47) Celebration

Álbum natalino de Dylan tem cunho beneficente

Christmas in the Heart é o título do álbum natalino que Bob Dylan preparou para o segundo semestre de 2009. Com repertório que inclui I'll Be Home for Christmas, Here Comes Santa Claus e Must Be Santa, o CD vai chegar às lojas em 13 de outubro, com selo da Columbia e a distribuição da Sony Music. A boa novidade é que Dylan vai doar seus direitos referentes à venda do disco - nos Estados Unidos - para entidade beneficente, Feeding America, que vai se encarregar de alimentar famílias carentes dos EUA no Natal.

'Correnteza' leva o piano de Donato para Krieger

Com lançamento agendado para setembro de 2009 pela gravadora Biscoito Fino, o segundo CD do compositor Edu Krieger, Correnteza, ostenta o toque luxuoso do piano de João Donato (na foto de Edu Martins, com Krieger no estúdio Tenda da Raposa) na faixa Sobre as Mãos, bolero assinado por Krieger com o violonista Zé Paulo Becker. A faixa-título, Correnteza, é o samba já gravado pelo grupo Sururu na Roda. O repertório é formado por doze temas autorais da lavra de Krieger com parceiros como Marcelo Caldi (Serpentina, outro samba) e Raphael Gemal (Feira Livre). Com o toque da gaita de Rildo Hora, Krieger regrava A Mais Bonita de Copacabana - música lançada pelo autor no projeto coletivo Samba Novo (2007) - e dá sua visão para Uma Só Voz, tema gravado por Aline Calixto. Assim como seu bom antecessor, Edu Krieger (lançado em 2006 e reeditado em 2007 pela gravadora Biscoito Fino), o CD Correnteza foi produzido por Lucas Marcier.

Show de King no Montreux de 1993 sai em DVD

O guitarrista B. B. King é - provavelmente - a atração mais assídua do Montreux Jazz Festival. Desde a criação do festival, em 1967, King já subiu cerca de 20 vezes aos palcos de Montreux com a sua fiel guitarra Lucille. Lançado no Brasil neste mês de agosto de 2009, via ST2, o DVD B. B. King Live at Montreux 1993 traz o registro do show feito pelo cantor e guitarrista - um dos reis do blues - no festival suíço há 16 anos. Entre os 17 números do roteiro, há Chains of Love, Why I Sing the Blues, Rock me Baby e The Thrill Is Gone. O DVD não inclui extras.

DVD duplo estende festa dos 75 anos de Quincy

Em 2008, o grande show - até pelas três horas de duração... - do Montreux Jazz Festival foi a festa dos 75 anos do maestro e produtor Quincy Jones. O estelar show-tributo foi gravado e já está sendo editado em DVD (duplo) neste ano de 2009. Já disponível no mercado brasileiro, pela ST2, o DVD Quincy Jones - The 75th Birthday Celebration - Live at Montreux 2008 revive a majestosa festa para a qual foram convidados cantores como Al Jarreau, Chaka Kan, Angélique Kidjo, Mick Hucknall e Petula Clark. E músicos como o pianista Herbie Hancock e o gaitista Toots Thielemans. O time irregular de convidados traça painel dos 50 anos de carreira de Quincy como compositor, maestro e produtor de discos como Thriller (1982) - a obra-prima de Michael Jackson (1958 - 2009).

25 de agosto de 2009

Filme dos Titãs chega ao DVD com (seis) clipes

De 2008, o documentário que (re)contou a história do grupo Titãs somente através de imagens de arquivo, Titãs - A Vida até Parece uma Festa, chega ao DVD neste mês de agosto de 2009 com bons extras. Além de dez minutos de novas cenas, não incluídas no filme, os extras reapresentam seis clipes de hits do grupo remixados em áudio 5.1 e partituras das 42 músicas ouvidas no (ótimo) filme. Flores, Saia de mim, Isso, Epitáfio, A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana e Será que é Isso que Eu Necessito? são os seis vídeos exibidos no DVD. As partituras foram extraídas do songbook oficial da banda e estão disponíveis para download em computador. O DVD sai pela Warner Music - gravadora que abrigou os Titãs entre 1984 e 1998.

Djavan faz disco de intérprete no Rio de Janeiro

Djavan (em foto de Marcelo Faustini) grava no Rio de Janeiro (RJ) o 19º título de discografia iniciada em 1976. É disco de intérprete. O sucessor do CD Matizes (2007) vai ser lançado ainda em 2009.

Emílio feito para ouvir na intimidade da noite

Resenha de CD
Título: Feito para Ouvir
Artista: Emílio Santiago
Gravadora: Dubas Música
/ Universal Music
Cotação: * * * * 1/2

Terceiro belo álbum de Emílio Santiago, gravado em 1977 e ora reeditado pelo selo Dubas Música, Feito para Ouvir é dos títulos mais classudos da discografia do excelente cantor. A (boa) ideia foi de Roberto Menescal, na época diretor artístico da gravadora Philips. Menescal sabia que o intérprete começara sua carreira cantando na noite carioca - como crooner de boates como a Flag, na qual se apresentava na companhia de trio liderado pelo pianista Laércio de Freitas - e quis que Emílio fizesse um disco que captasse essa atmosfera íntima da noite. Feito para Ouvir - como conta o próprio Emílio em texto escrito para a oportuna reedição do álbum - foi gravado praticamente ao vivo, em dois ou três dias de estúdio. O fino repertório mesclou temas já entoados pelo intérprete na noite - casos do samba-canção Rua Deserta (Dorival Caymmi, Hugo Lima e Carlos Guinle) e de Olha Maria (Tom Jobim, Chico Buarque e Vinicius de Moraes) - com músicas selecionadas sem obviedade ou preguiça por Menescal e pelo produtor do disco, Roberto Santanna. E o fato é que, ouvido hoje, 32 anos depois de seu lançamento, Feito para Ouvir logo se impõe como um dos melhores títulos da discografia de Emílio Santiago, cantor de técnica ímpar que nem sempre contou em sua obra fonográfica com a excelência de arranjos como os feitos por Laércio de Freitas e J. T. Meirelles (1940 - 2008). É disco feito para ser ouvido (ou degustado) na intimidade da noite. Emílio - então já com a primorosa forma vocal que o credencia ao posto de um dos melhores cantores brasileiros de todos os tempos - passeia com ternura e sutileza por músicas como Beijo Partido (Toninho Horta), O Que É Amar (Johnny Alf) e Tristeza de Nós Dois (Durval Ferreira, Bebeto e Maurício Einhorn). Como maior curiosidade do repertório, há Maria (Me Perdoe, Maria), música feita nos anos 60 por Gilberto Gil para louvar Maria Bethânia, musa inspiradora de versos como "Você não sorri como a flor / Mas nem sei se na flor / Há o amor / Que existe em você". Enfim, é um grande disco que precisa ser (re)ouvido. Pena que a reedição da Dubas Música não preserve a capa original, ainda que, verdade seja dita, a atual tenha mais a ver com o clima noturno desse lindo álbum de 1977.

'Covers' com sotaque cubano a serviço da Terra

Em benefício de instituição que põe a Arte a serviço das causas ambientais, a Artists Project Earth, alguns astros do pop gravaram covers de hits mundiais com azeitado grupo de músicos de Cuba. Outros, como Amy Winehouse e Cat Power, autorizaram o sample de sua voz, retirada de covers já pré-existentes (Cupid, de Sam Cooke, no caso de Winehouse, e Satisfaction, dos Rolling Stones, no que diz respeito a Power). O resultado pode ser ouvido na coletânea Rhythms del Mundo - Classics, recém-lançada no mercado brasileiro pela Universal Music. Entre os registros originais, há Imagine (com o surfista-cantor Jack Johnson) e Hotel California (com o grupo The Killers revisitando o sucesso dos Eagles com o molho metaleiro típico da música de Cuba). A esperta seleção inclui I Heard It Through the Grapevine (com sample do registro do Kaiser Chiefs) e Beat It (com sample da gravação feita pelo Fall Out Boy com John Mayer), entre outros covers mais ou menos inspirados. Boa causa.

24 de agosto de 2009

Alcione se ilumina na segunda parte de 'Acesa'

Resenha de CD
Título: Acesa
Artista: Alcione
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *

Acesa, 34º álbum de Alcione, fecha um pouco o amplo leque estético aberto no anterior De Tudo que Eu Gosto (2007). Porém, entre sambas de nível até bom e baladas de cepa ruim, o álbum não deixa de pecar pela irregularidade que vem diluindo a discografia da Marrom ao longo dos últimos 20 anos. Apesar de Acesa ser um CD mais alegre, é rala a inspiração do repertório alinhado na primeira metade das 14 faixas. Salvam-se O Samba me Chamou - parceria do certeiro Sombrinha com Marquinho PQD - e Acesa, o samba que dá título ao disco e é assinado por Roque Ferreira com Telma Tavares. Já na infeliz balada que abre o álbum, Eu Não Domino Essa Paixão (Neneo e Paulinho Rezende), Alcione desfia sua habitual ladainha amorosa envolta nos toques de tango que pontuam o arranjo brega. Dama da Paixão (Jefferson Junior e Umberto Tavares) também se situa em nível rasteiro. Já em Eternas Madrugadas (Fred Camacho e Cassiano Andrade) a Marrom chora as mágoas de amor em tom mais desencanado e no compasso feliz do samba. Na seara do romantismo despudorado, o repertório destaca Quem Dera, parceria de Reinaldo Árias e Paulo Sérgio Valle que revela - já no fim do disco - melodia e letra acima da média das baladas gravadas ultimamente pela intérprete. Aliás, verdade seja dita, Acesa se ilumina de maneira mais uniforme na segunda metade. A começar pela oitava faixa, Nair Grande, em que Telma Tavares e Paulo César Feital homenageiam a personagem-título, lendária integrante do Bloco dos Arengueiros, que viria a dar origem à Estação Primeira de Mangueira. A levada de Nair Grande é tão contagiante quanto o suingue de Chutando o Balde, tema de Nei Lopes que Alcione canta com Wilson Simoninha, autor do arranjo calcado no naipe de metais. O nível se mantém alto no partido A Casa da Mãe Gente (Junior Rodrigues e Gilson Nogueira) e na bonita toada Imperador Tocantins (Carlinhos Veloz). Produzido por Jorge Cardoso, Acesa não roça o brilho dos álbuns gravados por Alcione nos anos 70 e 80 - apesar dos eventuais acertos no repertório - mas sinaliza, sim, sutil upgrade em relação a títulos pobres como Uma Nova Paixão (2005). Há alguma luz no fim...

Baile de Leo Maia evoca Tim, Bebeto e anos 70

Resenha de CD
Título: Sopro do Dragão
Artista: Leo Maia
Gravadora: LGK Music
/ Som Livre
Cotação: * * * 1/2

Diz Leo Maia no release de seu (bom) terceiro CD, Sopro do Dragão, que o disco está impregnado de lembranças de sua infância. É óbvio que na memória afetiva do filho de Tim Maia (1942 - 1998) o som do Síndico nos anos 70 ocupa lugar de honra. Daí a batida funkeada de Amor à Moda Antiga (parceria de Leo com Seu Jorge) e de Funk na Laje, temas que integram o terceiro álbum de Leo, impregnado de fato pelo som dos bailes blacks que agitavam as periferias do Rio de Janeiro (RJ) na década de 70, propagando soul e funk importados dos Estados Unidos. O curioso é que o baile retrô do cantor está impregnado também do suingue de Bebeto, rei de outros bailes da época, diluidor da batida de Jorge Ben Jor. Sintomaticamente, Sopro do Dragão abre com azeitada regravação de Homem do Espaço, tema de Ben Jor. É possível identificar o suingue de Bebeto em faixas como I Go, I Go - outro destaque do repertório autoral (I Go, I Go é parceria de Leo com Cássio Calazans). Da mesma forma que Eu Gosto Mesmo É de Namorar lembra Cláudio Zoli. Enfim, Leo é legítimo discípulo da linhagem do balanço brazuca. Seu CD tem setentista samba-soul (Bendita Gafieira) e uma bela balada de Hyldon (Revanche, em parceria com Jorge Aílton). No campo das baladas, vale ouvir ainda Relva Verde e Amor em Movimento (embalada em violão e clima zen), ambas bem mais inspiradas do que a enjoada Sorriso Falso. Com mais altos do que baixos, Sopro do Dragão supera Cidadão do Bem (2008) e reedita o êxito de Cavalo de Jorge (2005). O baile de Leo Maia pode não soar original, mas é bacana.

'UHUUU!' tem mais conceito do que boa música

Resenha de CD
Título: UHUUU!
Artista: Cidadão
Instigado
Gravadora: Edição
independente
Cotação: * * 1/2

Cidadão Instigado é um grupo criado em 1996 por Fernando Catatau, guitarrista que se impôs ao longo dos anos 2000 como um dos melhores da cena pop nacional (os toques distorcidos de sua guitarra valorizaram os arranjos do show Sim, de Vanessa da Mata - para citar somente um exemplo). Cearense radicado em São Paulo (SP), Catatau também é produtor - acabou de pilotar o novo álbum solo de Arnaldo Antunes - mas é seu brilho como guitarrista que salta mais uma vez aos ouvidos no terceiro CD do Cidadão Instigado. UHUUU! busca conciliar as experimentações e a psicodelia do primeiro obscuro álbum da banda, O Ciclo da De.Cadência (2002), com a simplicidade pop perseguida no segundo O Método Túfo de Experiências (2005). Referências de pop, rock dos 70 e brega são triturados em coquetel lisérgico que não atenua o sabor indigesto de boa parte das onze músicas de UHUUU! - cuja receita inclui doses homeopáticas dos vocais de Arnaldo Antunes (em Doido e O Cabeção) e Edgard Scandurra (em Dói). As letras até traduzem bem o espírito da viagem lisérgica, mas, a rigor, há muito mais conceito do que boa música no álbum. Vale destacar a sedutora faixa que abre o disco, O Nada, exemplo mais feliz da busca do Cidadão por um som orgânico que, não, não consegue instigar ouvintes que já embarcaram em outras viagens feitas desde os anos 60. Apesar do brilho da guitarra de Catatau...

Revelação sobe Morro da Urca para gravar DVD

O Grupo Revelação grava seu segundo DVD pela Deckdisc em show programado para o próximo sábado, 29 de agosto de 2009, no Morro da Urca (RJ). Dois sambas inéditos - Coração Blindado (de Ronaldo Barcellos e Leandro FAB) e Trilha do Amor (de André Renato, Xande de Pilares e Gilson Bernini) - foram incluídos no roteiro do show. O produtor Bira Hawaí pilota a gravação ao vivo.

23 de agosto de 2009

Show de Roberto com bandas de rock é adiado

Previsto inicialmente para este mês de agosto de 2009 e depois transferido para 24 de setembro, o espetáculo que vai reunir grupos de rock em torno da obra de Roberto Carlos foi transferido para 2010. A nova data ainda não foi marcada. Roberto Carlos Rock Symphony é o terceiro dos cinco eventos especiais do ciclo Itaú Brasil, idealizado para celebrar os 50 anos de carreira do Rei. A intenção é gravar a sinfonia roqueira para edição em CD e em DVD - tal como foi feito em 26 de maio com o show Elas Cantam Roberto (que vai originar DVD e CD duplo) e em 11 de julho com a apresentação do cantor no estádio carioca Maracanã.

Bossas de Rosenblit ganham belas vozes da MPB

Mais em evidência por conta de sua atuação como produtor musical da Rede Globo, para a qual cria as trilhas incidentais de minisséries e novelas como A Favorita (2008), Alberto Rosenblit sai por um tempo do universo ficcional da TV para lançar seu segundo álbum, De Bem com a Vida, editado pela gravadora Dabliú Discos num kit que inclui CD e DVD. O vídeo exibe o making of da gravação do disco. De tonalidades cariocas, o repertório autoral gravita em torno da Bossa Nova - opção perceptível já na primeira das 11 faixas, Leblon, canção de 1986 que ganhou letra do paulista J. C. Costa Netto e a voz de Ivan Lins. Aliás, cada faixa ganha o reforço vocal de um convidado diferente. Ney Matogrosso entoa o choro-canção Pixinguinha Morreu de Rir. Joyce interpreta a faixa-título e é parceira de Rosenblit em Esperei, música cantada por Celso Fonseca. Já Zé Renato valoriza Na Rua Sol Maior, canção de clima camerístico em que Rosenblit, lírico, reverencia Vilma Graça, professora de música pela qual foi apaixonado. Por sua vez, Zélia Duncan solta a voz no Beco das Garrafas, tema que revive um dos berços da Bossa Nova no Rio de Janeiro dos anos 60. O estelar time de convidados do álbum inclui também Leila Pinheiro (Corações Riscados), Arranco de Varsóvia (no samba Quero Ver Você Feliz) e Lenine, que faz os vocalises de Pororoca - tema grandiloquente que fecha De Bem com a Vida.

Temas incidentais de 'Hilda' e 'Senhora' em CD

Recentemente, a Som Livre - a gravadora associada a Rede Globo - passou a lançar CDs com os temas incidentais das novelas da emissora. A bem-sucedida reprise vespertina de Senhora do Destino (2004) motivou a gravadora a editar um disco que reunisse alguns temas incidentais da trama de Aguinaldo Silva com a trilha incidental da minissérie Hilda Furacão, exibida em 1998. Ambas são assinadas por Edom Oliveira, guitarrista e compositor que atua como produtor musical da Rede Globo há cerca de 15 anos. A marcante trilha instrumental da série predomina no CD e vale o investimento no disco. Temas como Malthus são belos e resistem (bem!) fora do contexto dramatúrgico que os inspiraram.

Banda www canta trilha de 'Ger@l.com' em CD

Seriado juvenil idealizado pela TV Globo para incrementar a interação do público teen com a internet, Ger@l.com tem sua trilha sonora editada em CD pela Som Livre. Quem toca no disco é a banda www, formada por cinco surfistas e roqueiros adolescentes, cuja faixa etária fica entre 13 e 17 anos. O w que intitula o grupo em dose tripla remete tanto à web como a Wernek, sobrenome dos irmãos Xande (voz) e Luke (percussão), que formaram a banda com seus três primos João (guitarra), Mateus (baixo) e Pedro (bateria). O repertório é quase todo autoral. Exceção é I Can't Say, parceria de Armandinho - autor do sucesso Desenho de Deus - com Régis Leal.