24 de novembro de 2007

A EMI vai à luta na carona no samba da novela

Na carona da justa escolha do samba E Vamos à Luta como música de abertura da novela Duas Caras, a EMI Music põe nas lojas (mais uma) coletânea de Gonzaguinha (1945 - 1991), com um título (Eu Acredito É na Rapaziada) que repete verso da letra do belo samba, gravado pelo compositor em 1980, no mesmo ano em que Alcione lançou E Vamos à Luta no seu álbum homônimo. A favela exposta na capa da compilação explicita a intenção de aproveitar a exposição nacional do samba na trama exibida pela Rede Globo.

Irmã de Renato Russo prepara seu primeiro CD

Irmã de Renato Russo (1960 - 1996), Carmen Manfredini vai fazer sua estréia no mercado fonográfico em 2008. Carmen - que ensaia uma carreira solo desde 2005, após anos como integrante do grupo Spirituals de Porco - já começa de fato a preparar, no Rio de Janeiro, seu primeiro CD. Em fase de seleção de repertório, o CD deverá começar a ser gravado ainda em 2007.

CD 'Erasmo convida II' ganha edição com DVD

Lançado no primeiro semestre de 2007 pela Indie Records, com elogios de toda a crítica e alguma popularidade por conta da inclusão da faixa Olha na trilha sonora nacional da novela Paraíso Tropical, o CD Erasmo Carlos Convida Volume II vai ser relançado neste fim de ano. A reedição é dupla e agrega ao CD um DVD com o making of do álbum. O vídeo traz as imagens dos encontros do Tremendão com artistas como Chico Buarque, Skank, Simone, Lulu Santos, Marisa Monte, Kid Abelha e Zeca Pagodinho.

Jovem pianista entra na Deck e já grava ao vivo

Jovem revelação do piano brasileiro, já motivo de polêmica por tocar partituras eruditas de forma pouco ortodoxa, Vitor Araújo - pernambucano de 18 anos - acaba de ser contratado pela Deckdisc e vai estrear em disco com gravação ao vivo agendada para 20 de dezembro no Teatro Santa Isabel, em Recife (PE). CD e DVD já têm lançamento previsto para abril de 2008. No repertório, músicas próprias de Araújo (A Última Sessão e Valsa pra Lua) e sucessos da música brasileira - como Asa Branca e o Trenzinho do Caipira.

23 de novembro de 2007

Biografia de Tim não faz pouco caso do cantor

Resenha de livro
Título: Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia
Autor: Nelson Motta
Editora: Objetiva (392 páginas, R$ 49,90)
Cotação: * * * * 1/2

Tim Maia (1942 - 1998) adorava criar caso. Por seu temperamento louco e explosivo, foi personagem principal de vários causos. Casos e causos do Síndico são o motor da narrativa da gorda biografia Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia, escrita por Nelson Motta, o jornalista e produtor musical que teve seu caminho cruzado com o de Tim já em 1969, quando arquitetou o dueto do cantor com Elis Regina (1945 - 1982) em These Are the Songs. Motta é dono de um texto saboroso. E é com leveza que ele conta a vida e obra do peso-pesado do soul brasileiro. O livro não altera a visão recorrente que se tem de Tim Maia - artista doidão, genial e genioso, que conseguiu traduzir a música negra americana para o idioma nacional - só que é interessante da primeira à última de suas 392 páginas. Como já ratificara em seu ótimo livro Noites Tropicais, Motta tem o dom da palavra escrita e sabe contar uma história. E histórias, deliciosas, são tudo o que Tim Maia do Brasil protagonizou ao longo de sua turbulenta existência de excessos.

Diferentemente de Noites Tropicais, um livro de tom bem mais descompromissado, há em Vale Tudo maior rigor com datas e informações, já que se trata de biografia. Um ou outro equívoco - como afirmar na página 70 que Roberto Carlos vendia um milhão de discos nos anos 60 (o Rei somente atingiria esta marca com seu álbum de 1977) - em nada tira a credibilidade da narrativa escrita em ordem cronológica. Nelson Motta nunca faz pouco caso de Tim Maia. Relata sem meias palavras as peripécias do cantor com leis, álcool, drogas e mulheres sem nunca pôr em segundo plano a obra musical do artista. Cada disco é analisado com (aguçado) espírito crítico. Se não há o menor moralismo na exposição de excessos do biografado, há a vigilância do biógrafo em relação à abordagem da música de um artista que, afinal, foi seu amigo. Justo, Motta nunca esbarra na complacência. Daí o grande valor desta biografia que, mesmo sem alterar o perfil de Tim Maia construído no imaginário popular, refaz os passos de um artista absolutamente original que nunca perdeu de vista sua pegada inicial, mesmo quando aderiu à modismos como a disco music - em álbum de 1978 que lhe rendeu clássicos como Acenda o Farol - ou quando sucumbiu ao excesso de açúcar da música brega (a partir dos anos 80). Mesmo calcada no funk e no soul norte-americano, a música de Tim Maia foi tão grande que nunca coube num rótulo. Tim já foi um rótulo em si...

Casos e 'causos' de Tim Maia
* Briga com Roberto Carlos
Então colegas no conjunto The Sputniks, formado por Tim Maia em 1957, ele e Roberto Carlos quase saíram no tapa na porta do estúdios da TV Tupi. Depois da primeira e única apresentação do grupo na televisão, Tim partiu para cima de Roberto ao saber que este convencera Carlos Imperial a deixá-lo se apresentar sozinho.

* Solidão nos Estados Unidos
Entre 1959 e 1964, Tim tentou fazer a América. Nos EUA, travou contato com o soul. Mas tudo o que conseguiu foi uma temporada na cadeia por furto e subempregos. Em 28 de setembro de 1961, Tim trabalhava como baby-sitter quando se deu conta, pela TV, da data. Era seu aniversário. Ele fazia 19 anos, triste e deprimido.

* O fracasso do primeiro disco
Por recomendação de Roberto Carlos, Tim conseguiu no início de 1968 a chance de gravar o seu primeiro disco na CBS. Contudo, o compacto - com a balada Sentimentos e o samba-soul Meu País - passaria despercebido. O sucesso viria somente em 1969, com a gravação de Não Vou Ficar por Roberto Carlos, o dueto com Elis Regina em These Are the Songs e o compacto de Primavera, que abriu caminho para a gravação do (genial) primeiro LP em 1970.

* O encanto pelo Universo
Em julho de 1974, rompido com a Polydor, Tim preparava álbum duplo para a RCA quando, em visitar a Tibério Gaspar no Recreio dos Bandeirantes (RJ), folheou um livro sobre a seita Universo em Desencanto, que pregava a existência de um planeta superior, o Racional. Mistificado pela leitura, Tim rompeu com a gravadora RCA e lançou o álbum duplo de forma independente, em benefício da seita, com a qual se desiludiria somente em setembro de 1975.

* 'Nuvens' foi para o espaço
Em 1981, brigado com todas as gravadoras, Tim se viu obrigado a partir para a produção independente. Gravou o LP Nuvens por sua própria companhia, a Seroma, mas o álbum foi para o espaço por conta da distribuição caseira. O fiasco deixou Tim desiludido.

* O 'vestido' que não ficou pronto
Tim Maia aceitou gravar um clipe com Gal Costa para o programa Fantástico por conta do dueto feito com a cantora na balada Um Dia de Domingo. No dia da gravação, a RCA avisou o cantor que a filmagem seria adiada para dali a dois dias porque o vestido de Gal não ficara pronto. Dois dias depois, quando a gravadora ligou para Tim para avisar que o carro ia buscá-lo para a gravação, ele disse que não iria e mandou um recado sucinto para Gal: "o meu vestido não ficou pronto". Não houve clipe. Mas a balada liderou a parada.

Show dos Paralamas no 'Rock in Rio' sai em CD

Além do DVD já programado desde o começo do projeto, a gravação ao vivo do show do trio Paralamas do Sucesso na 1ª edição do festival Rock in Rio, em 16 de janeiro de 1985, também está sendo editada no formato de CD. Quem distribui o CD e o DVD nas lojas é a EMI Music - gravadora por onde o grupo carioca sempre lançou seus álbuns. Rock in Rio ao Vivo - Os Paralamas do Sucesso 1985 chega às lojas ainda em novembro. O repertório inclui Inútil, hit do grupo Ultraje a Rigor inédito com os Paralamas do Sucesso.

Pedro Luís e a Parede gravam álbum de inéditas

Dez anos depois de sua estréia no mercado fonográfico com o CD Astronauta Tupy (Warner Music, 1997), Pedro Luís e a Parede (em foto de Guito Moreto) estão entrando em estúdio - no Rio de Janeiro - para gravar disco de inéditas agendado para o primeiro semestre de 2008. Descontado o projeto com Ney Matogrosso (Vagabundo, 2004), trata-se do primeiro CD do grupo carioca desde Zona e Progresso, editado em 2001 pelo selo indie MP,B.

Anna grava parceria com Krieger no terceiro CD

A cantora Anna Luisa pretende entrar em estúdio ainda neste mês de novembro para começar a gravar o terceiro CD. No repertório, novas parcerias da artista com Edu Krieger (Seu Moço) e Emerson Mardhine (Folguedo). A produção será feita por Rodrigo Vidal, que pilotou o álbum anterior da cantora, Do Zero - a rigor, o segundo disco de Anna, embora seja considerado o primeiro por ela. É que a cantora estreou no mercado fonográfico em 2003 com um projeto de covers, Novelas Acústico, editado pela Deckdisc.

22 de novembro de 2007

Em CD, Mart'nália pede prudência no trânsito

Mart'nália (foto), Beth Carvalho, Cláudia Leitte, Buchecha, Luiza Possi, Xanddy, Serjão Loroza, Max Viana, Dudu Nobre, Thalma de Freitas, Celso Fonseca e George Israel integram o eclético time de intérpretes do CD Mudança de Atitude, produzido pelo Detran-RJ dentro da campanha Imprudência, Não!, idealizada para tentar educar os motoristas no trânsito caótico das metrópoles. As onze músicas inéditas foram compostas em sua grande maioria por Edu Casanova, produtor do tal disco. A tiragem é de cinco mil cópias.

Luiza completa transição para o universo adulto

Resenha de CD / DVD
Título: A Vida É Mesmo Agora
- Ao Vivo
Artista: Luiza Possi
Gravadora: LGK Music
/ EMI Music
Cotação: * * *

Luiza Possi vem evoluindo a cada disco. A Vida É Mesmo Agora já é o quarto título de sua discografia. Neste registro de show, gravado ao vivo no Teatro Municipal de Niterói (RJ) em agosto, a cantora completa a transição para o universo da MPB e do pop adulto - iniciada em seu CD anterior, Escuta. Já distante do pop idiotizante de seu primeiro disco (Eu Sou Assim, 2002), a filha de Zizi Possi começa a trilhar caminho mais consistente. Se ainda lhe falta real maturidade para encarar uma música como o Tango de Nancy (Chico Buarque e Edu Lobo, 1985), apesar de sua interpretação ser correta, Luiza se revela afinada e já pronta para cantar temas das lavras de autores como Ana Carolina (Escuta e a mediana inédita Verão e Inferno) e Jorge Drexler. Do compositor uruguaio, há a melódica Me Haces Bien - Me Faz Bem na (literal) tradução em português assinada por Moska - e uma parceria com Kevin Johansen (o americano-argentino que Paula Toller lançou no Brasil), No Voy a Ser Yo, intitulada Eu, Não na versão assinada pelo recorrente Moska, autor ainda de outras duas boas canções do repertório, Não Diga que Eu Não te Dei Nada e Último Adeus.

Se sobra afinação, falta ainda a Luiza Possi tarimba para imprimir sua personalidade nas músicas. Suas leituras de Oração ao Tempo (Caetano Veloso, 1979) e Miss Celie's Blues (tema do filme A Cor Púrpura, 1984) soam tão corretas quanto triviais. Falta o toque pessoal que deu um charme a Coração de Papel, pueril balada da Jovem Guarda que Luiza canta entre dois violões. Com o mesmo charme, ela ainda entra na seara complexa de Itamar Assumpção (Mulher Segundo meu Pai) e recebe Herbert Vianna em Quase um Segundo, linda canção unida a Calling You, obra-prima da trilha do filme Bagdad Café. Enfim, Luiza Possi cresceu e apareceu. Já longe do pop jovem, sua vida profissional começa (mesmo) agora.

Coletânea 'Mestiça' evita as obviedades de Clara

Pegando carona na edição da (boa) biografia de Clara Nunes, Guerreira da Utopia, a EMI Music lança nova coletânea da cantora, Mestiça, com a capa idêntica à do livro escrito pelo jornalista Vagner Fernandes. A seleção de repertório evita os hits mais óbvios e prioriza gravações pouco conhecidas da artista, várias extraídas da discografia oficial de Clara Nunes. Eis as 14 faixas da compilação:

1. Espuma Congelada (1969) - com OO4
2. Gente Boa (1969)
3. Você Passa Eu Acho Graça (1968)
4. Em Qualquer Rua de Ipanema (1970)
5. Sindorerê (1974)
6. Banho de Manjericão (1979)
7. Coroa de Areia (1981)
8. Sempre Mangueira (1972)
9. Alvorecer (1974)
10. Jardim da Solidão (1979)
11. Macunaíma - com Silvinho do Pandeiro e Conjunto Nosso Samba (1975)
12. Portela na Avenida (1981)
13. Minha Gente do Morro (1979)
14. Dia a Dia (1980)

Distribuição do CD de Fabiana Cozza é irregular

Um dos melhores lançamentos de 2007, o segundo álbum de Fabiana Cozza - Quando o Céu Clarear - tem garantido merecida visibilidade à artista na mídia. Além de ter colhido elogios unânimes da crítica, o disco motivou a ida da cantora ao programa de entrevistas de Marília Gabriela no canal GNT (concedida ao lado de Roberta Sá, a entrevista de Cozza foi exibida no domingo, 18 de novembro de 2007). A nota destoante é que a gravadora Eldorado não está distribuindo o álbum de Cozza com eficiência. O CD é encontrado em poucas lojas e - pior - ainda não foi posto à venda em tradicionais lojas da internet como a página da livraria Saraiva e o site Submarino. Assim fica (muito) difícil...

21 de novembro de 2007

Com a mesma maestria da sanfona à sinfônica

Resenha de CD
Título da caixa: Da Sanfona à Sinfônica
40 Anos de Arranjos
Artista: Wagner Tiso
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * *

Em geral, o êxito popular de uma gravação é creditado ao cantor e à música em si. Quase nunca, o valor do arranjo é levado em conta na equação do sucesso. Fabricada com patrocínio da Petrobrás e distribuída nas lojas pela Universal Music, a caixa Da Sanfona à Sinfônica embala - em quatro CDs temáticos - 59 gravações que foram arranjadas por Wagner Tiso. A simples listagem de alguns intérpretes ouvidos neste discos - Joanna, Simone, Beto Guedes, Adriana Calcanhotto e Gal Costa, entre muitos outros - basta para atestar a pluralidade do trabalho de Tiso como arranjador. Como maestro, o quieto mineiro conservou a mesma maestria da inicial sanfona (o instrumento da infância musical) às sinfônicas que ele costuma reger. Gravações marcantes - como Escrito nas Estrelas (único sucesso de Tetê Espíndola) e Meu Bem Querer (canção que consolidou a carreira de Djavan) - tiveram arranjos definitivos de Tiso. Isso sem falar na importância do arranjador para a expansão e popularização da obra de Milton Nascimentos na década de 70. Enfim, a caixa historia esses 40 anos de arranjos - tomando como ponto de partida a primeira incursão de Tiso no ofício, em 1967, na criação dos arranjos do show apresentado por Maysa naquele ano no Canecão (RJ) - e realça o legado (essencial) de Wagner Tiso.

CD 1 - O Manto das Estrelas
O primeiro disco da caixa reúne 16 gravações orquestradas com sinfônicas. Entre elas, há Vieste - fonograma inédito de 2004 que junta Ivan Lins e a Orquestra Petrobrás Sinfônica. Outra gravação inédita, de 2005, é Corsário, música cantada por João Bosco com mesma sinfônica da Petrobrás. Traz Amor Amor com Sueli Costa.

CD 2 - Na Batuta do Sucesso
O segundo CD da caixa reúne as gravações mais populares da obra de Wagner Tiso como arranjador. Na boa seleção, Caçador de mim (Milton Nascimento), Descaminhos (de Joanna), Sol de Primavera (Beto Guedes), Dentro de mim Mora um Anjo (com Fafá de Belém), Tudo que Você Podia Ser (Lô Borges) e Meu Bem Querer (Djavan).

CD 3 - Futuro do Pretérito
No terceiro CD, o foco são canções arranjadas por Wagner Tiso em releituras que se dissociam dos registros originais. Entre as quais, Para Lennon & McCartney (no arranjo póstumo para gravação de Elis Regina, de 1976) e Sonífera Ilha (na regravação de Adriana Calcanhotto para seu primeiro fraco álbum, Enguiço, de 1990).

CD 4 - Veredas
O quarto disco da caixa procura mostrar a eficaz versatilidade de Tiso como maestro em projetos especiais e álbuns-tributos. Entre as faixas, há Folha Morta (bem regravada por Luiz Melodia para o Songbook Ary Barroso) e Vivo Sonhando (no registro original de Garoto, feito em 1950 e rearranjado, postumamente, por Tiso).

Fábio Jr. grava 'suas canções' em DVD com Zoli

Fábio Jr. vai gravar sua turnê Minhas Canções em DVD, em 28 de novembro, em show na casa Tom Brasil. A gravação contará com as intervenções de Cláudio Zoli, Danni Carlos e da Banda Hori, cujo vocalista vem a ser Fiuk, filho de Fábio. Com a pegada roqueira da Hori, o cantor vai reviver Só Você, música lançada por Vinicius Cantuária na década de 80 que virou hit de Fábio em 1997. No eclético repertório do DVD, que será dirigido por Santiago Ferraz, sucessos próprios (Pai, Senta Aqui, Alma Gêmea e Quando Gira o Mundo) e alheios (Anjo, Quem de Nós Dois, Se Eu Não te Amasse Tanto Assim, Epitáfio e Sangrando). Sai em 2008.

Leo Maia já se escora na obra de seu pai, Tim

Depois de um primeiro álbum totalmente dissociado de Tim Maia (1942 - 1998), Leo Maia já começa a se escorar na obra de seu pai. Balada de Cassiano e Silvio Roachel, gravada por Tim em 1970 para seu genial primeiro LP, Eu Amo Você foi eleita a música de trabalho do segundo CD de Leo, Cidadão do Bem, já nas lojas com uma regravação de Baby, de Caetano Veloso. E mais: o cantor montou com sua banda, Cavalo de Jorge, show paralelo intitulado Tributo a Tim Maia, com roteiro centrado nos hits do Síndico. Pegou mal!!

Lasciva Lula sai de cena com certa visibilidade

Justamente quando ganhava alguma visibilidade fora do circuito underground, por conta do lançamento no início de 2007 do CD Sublime Mundo Crânio, recebido com elogios unânimes pela crítica, a banda Lasciva Lula anuncia seu fim após quase dez anos de militância na cena indie. Formado em 1998, em Cabo Frio (RJ), o grupo vai gravar e disponibilizar em seu site as últimas músicas criadas pelos integrantes do quarteto - além das sobras de estúdio.

20 de novembro de 2007

Filme documenta o legado do 'chefão' da disco

Em exibição na 15ª edição do festival GLS Mix Brasil, que apresenta filmes sobre a diversidade sexual, The Godfather of Disco - O Poderoso Chefão da Discoteca, no título em português que conserva a alusão ao mafioso vivido por Marlon Brando no cinema - joga luzes sobre o legado de Mel Cheren. Inspirado na biografia de Cheren, My Life and the Paradise Garage: Keep on Dancin', o bom documentário recorda a vida e a obra do cérebro criativo da West End Records, uma gravadora de disco music (ou r & b dançante - como preferem numerosos entrevistados) que, embora não tenha exportado sucessos em escala mundial, teve (razoável) influência na cena nova-iorquina dos anos 70. Cheren nada tinha de mafioso, só que suas conexões com os DJs ajudaram a dar o tom festivo dos clubes da Big Apple - em especial, o Paradise Garage. A propósito, o documentário de Gene Graham mostra como os DJs passaram a ter peso na construção do sucesso de uma música - até então nas mãos dos radialistas. Partindo de boas entrevistas com o próprio Cheren e com nomes da cena dance (Junior Vasquez, Louis Vega, Tony Humphries e Jellybean Benítez, entre vários outros), o filme reconstitui a trajetória de altos e baixos da West End Records e, no embalo, mostra o pioneiro engajamento de Cheren na luta contra a Aids. Dentro da programação do Mix Brasil, o filme vai ter mais uma exibição em São Paulo (na quarta-feira, 21 de novembro, às 20h, no Cinesesc) e outra no Rio de Janeiro (na quarta-feira, 4 de dezembro, às 21h, no cinema Palácio). Vale muito a pena conferir.

Daft Punk lança CD ao vivo captado em Paris

Em evidência no universo do hip hop norte-americano por conta da conexão com Kanye West em Stronger, um dos bons singles do terceiro álbum do rapper, a dupla de música eletrônica Daft Punk teve lançado no Brasil seu álbum Alive (capa acima), gravado ao vivo numa arena de Paris em 14 de junho de 2007. A edição dupla vem com libreto de 55 páginas - com cerca de 50 fotos tiradas na atual turnê da dupla - e um CD adicional com cinco músicas-bônus extraídas da mesma gravação de Paris. Eis o repertório de Alive, disco que vai sair nos Estados Unidos somente em 4 de dezembro:

1. Robot Rock / Oh Yeah
2. Touch It / Technologic
3. Television Rules the Nation / Crescendolls
4. Too Long / Steam Machine
5. Around the World / Harder Better Faster Stronger
6. Burnin' / Too Long
7. Face to Face / Short Circuit
8. One More Time / Aerodynamic
9. Aerodynamic Beats / Forget about the World
10. Primer Time of your Life / Brainwasher / Rollin' and Scratchin' / Alive
11. Da Funk / Daftendirekt
12. Superheroes / Human After All / Rock'n'Roll

Acústico do Nirvana ganha hoje edição em DVD

Com duas músicas adicionais, Something in the Way e Oh, me, o acústico do Nirvana está sendo reeditado em DVD nesta terça-feira, 20 de novembro. Gravado em 1994, Nirvana Unplugged in New York chega ao DVD com áudio 5.1 e traz, nos extras, 14 minutos de entrevistas com espectadores do programa - que recordam a experiência de ver o show - e depoimentos dos músicos do grupo, colhidos no dia da gravação. O vídeo oferece também a opção de ver o show na edição original de 44 minutos, sem as faixas extras.

Com seu segundo solo, Siba dá mais um passo

Projetado como músico do Mestre Ambrósio, um dos grupos mais interessantes surgidos nos anos 90 no rastro da explosão nacional do Mangue Beat, Siba Veloso dá (mais um) importante passo para sedimentar sua carreira individual. O segundo CD solo do cantor, compositor e rabequista pernambucano, Toda Vez que Eu Dou um Passo o Mundo Sai do Lugar, põe o artista num lugar de destaque na produção fonográfica de 2007 por conta de seu mix poético de ritmos como ciranda, coco, frevo e maracatu. Só que Siba divide os créditos do disco com a Fuloresta - banda formada por músicos da interiorana cidade de Nazaré da Mata, no Norte de Pernambuco (trata-se da popular Zona da Mata pernambucana - pólo rural de cirandas e maracatus). O grupo já tocou no primeiro disco solo do artista, Fuloresta do Samba, editado em 2002.

Lançado pelo selo indie Ambulante Discos, com a distribuição da Brazilmúsica!, Toda Vez que Eu Dou um Passo o Mundo Sai do Lugar traz a voz da cantora Céu na faixa Cantar Ciranda. Os guitarristas Fernando Catatau e Lúcio Maia - dos grupos Cidadão Instigado e Nação Zumbi, respectivamente - tocam no disco, que inclui músicas como Alados, A Velha da Capa Preta e Pisando em Praça de Guerra. A dupla de grafiteiros Osgemeos assina a luxuosa arte gráfica do encarte. É a tradição com toques de modernidade.

19 de novembro de 2007

Moby apresenta o álbum 'Last Night' em março

"É mais dançante e eletrônico do que meus últimos álbuns, provavelmente por conta de tantas noites como DJ que tenho feito recentemente. E conta com uns vocalistas interessantes".
A declaração de Moby é sobre Last Night, o seu sexto álbum de estúdio. Previsto inicialmente para fevereiro, o disco será editado em março de 2008 via EMI Music. O álbum totaliza 15 faixas e foi gravado no estúdio particular do DJ em Manhattan, em Nova York (EUA). A mixagem ficou a cargo de Dan Grech-Margerat, que tem no seu currículo mixagem de disco do grupo Radiohead. Entre os vocalistas interessantes de que fala Moby, estão o britânico MC Aynzli, os cantores nigerianos do grupo 419 Crew e o rapper MC Grandmaster Caz (o convidado da faixa I Love to Move in Here).

Agarradinhos, Leila e Menescal saúdam Jobim

Parceria inédita de Leila Pinheiro com Roberto Menescal, Luz da Natureza é um tributo a Tom Jobim (1927 - 1994). A música integra o repertório intimista de Agarradinhos, o projeto gravado pela cantora em duo com Menescal em 2006. Ainda inédito no Japão e Europa, Agarradinhos chega ao Brasil ainda em novembro nos formatos de CD e de DVD (capa à direita), com distribuição da EMI Music. Entre as músicas, Minha Mangueira - o samba composto por Leila em tributo à tradicional escola de samba carioca- e a faixa-título, já gravada por Menescal. O DVD foi filmado por Roberto de Oliveira. Eis a lista de músicas:

1. Agarradinhos
2. Ah, Se Eu Pudesse /O Barquinho / Você / Nós e o Mar
3. O Céu nos Protege
4. Luz da Natureza
5. A Morte de um Deus de Sal
6. A Volta
7. Contemplação
8. Ninguém
9. Encontro das Águas
10. Minha Mangueira
11. Revendo Amigos /E Era Copacabana
12. Tanto que Aprendi de Amor
13. You've Changed
14. O Que É Amar
15. Eterno Feitiço
16. Eu Preciso de Você

Três inéditas turbinam a coletânea de Kelly Key

A Som Livre põe este mês nas lojas uma compilação de Kelly Key na série 100% - destinada a artistas populares. Você É o Cara, uma das três gravações inéditas da coletânea, foi eleita a música de trabalho do disco. Outra novidade do repertório é Super Poderosa. O CD chega às lojas (simultaneamente) em embalagem convencional e em edição em formato digipack. Eis o repertório da compilação, que - entre suas 15 faixas - também inclui a inédita Quando a Noite Cai:

1. Super Poderosa - Música inédita
2. Sou a Barbie Girl (Barbie Girl)
3. Cachorrinho
4. Chic, Chic...
5. Baba
6. Pegue e Puxe
7. Anjo
8. Você É o Cara - Música inédita
9. Adoleta
10. É ou Não É pra Chorar? (Por Causa de Você)
11. Como Eu Quero
12. Quando a Noite Cai - Música inédita
13. Analista
14. Escondido
15. Papinho

Sony põe fé nas mensagens natalinas de Rossi

Campeão de vendas de CDs em 2006, por conta das 860 mil cópias do álbum Minha Benção, padre Marcelo Rossi é o artista em que a Sony BMG põe fé inabalável neste fim de ano. A gravadora lança (em CD e DVD) compilação natalina da coleção Momento de Fé para uma Vida Melhor - série já vendida em bancas de jornais ao longo de 2007. A Edição de Natal apresenta, em nove faixas, músicas e mensagens de fim de ano. Eis o repertório da coletânea:

1. Feliz Natal (mensagem)
2. Reflexões (mensagem)
3. Feliz Ano Novo (mensagem)
4. Agradecimentos (mensagem)
5. Vem Espírito de Deus
6. Nossa Senhora do Brasil - com Bruno & Marrone
7. Noites Traiçoeiras
8. Então É Natal
9. Noite Feliz

18 de novembro de 2007

Nas lojas, o CD com os sambas-enredos do Rio

Com uma respeitável tiragem inicial de 150 mil cópias, a Universal Music vai pôr nas lojas a partir desta terça-feira, 20 de novembro, o CD Sambas de Enredo 2008. O lançamento dá continuidade à recente parceria da companhia fonográfica com a Liesa (Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), que produziu o disco através de sua própria gravadora. Gravado em apenas três semanas, com arranjos de Alceu Maia e Jorge Cardoso, o álbum agrega mais de 100 ritmistas e reúne os sambas-enredos das 12 escolas do Grupo Especial do Carnaval carioca. A capa apresenta imagem do desfile campeão da Beija-Flor em 2007. O preço médio do disco é R$ 24.

Mombaça reapresenta CD com 'Pretinhosidade'

Parceiro de Mart'nália, Mombaça está relançando seu CD Afro Memória - editado em 2002 - com faixa-bônus. Trata se Pretinhosidade, lindo samba composto pelo artista com a filha de Martinho da Vila e já gravado por ela no álbum Menino do Rio, de 2006. O relançamento do trabalho está sendo feito através do selo Lua Negra Discos, do qual Mombaça é sócio. O selo, aliás, inaugura com a nova edição do álbum.

Suave, Plant incursiona bem por sons caipiras

Resenha de CD
Título: Raising Sand
Artista: Robert Plant &
Alison Krauss
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * *

Enquanto o mundo aguarda a já histórica reunião do grupo Led Zeppelin, o vocalista da banda, Robert Plant, surpreende seus fãs com o lançamento de um álbum calcado no bluegrass, o blues mais rural. Para acompanhá-lo nessa boa incursão pela música caipira norte-americana, Plant convocou segura cantora do gênero, Alison Krauss, com quem já havia feito um dueto há sete anos em tributo a Leadbelly, pioneiro do estilo. Ainda que inusitado, o reencontro dessas duas vozes tão díspares resulta harmonioso. No álbum, gravado entre Nashville e Los Angeles, com bela produção de T Bone Burnett, Plant e Krauss rebobinam repertório que transita pelo bluegrass com investidas no folk e no country. Trampled Rose, tema de Tom Waits, é ótimo exemplo de como a dupla soube lapidar tal repertório, que inclui somente uma canção de Plant e Jimmy Page (o guitarrista do Led Zeppelin), Please Read the Letter, já gravada no álbum Walking into Clarksdale (1998). E, para quem se surpreende com o vocal delicado de Plant em músicas como Killing the Blues, vale lembrar que álbuns recentes do cantor - como Dreamland (de 2002) - já tinham dado a pista desta trilha mais suave seguida pelo vocalista.

Harvey arrisca piano em álbum suave e sombrio

Resenha de CD
Título: White Chalk
Artista: PJ Harvey
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *

Projetado na Inglaterra bem no início dos anos 90, o som de PJ Harvey sempre esteve associado a uma guitarra. Pois em seu oitavo álbum de estúdio - White Chalk, cuja capa evoca o quadro The White Girl, do pintor James Abbott McNeill Whistler - a compositora se arrisca no piano, instrumento que aprendeu a tocar por conta do bom CD. E o que se ouve em onze músicas que totalizam pouco mais de 30 minutos é um som delicado. Mas, em se tratando de artista pautada por estranhezas, tal suavidade logo adquire tom sombrio. Escorada no piano, Harvey apresenta temas como Dear Darkness (destaque do repertório) e The Departure. É trabalho íntimo, pessoal e emocional que destoa da discografia da compositora. Nem melhor nem pior. Apenas diferente. E válido...