3 de abril de 2010

Sertanejos capturam emoções populares do 'Rei'

Enquanto a Sony Music se prepara para lançar (em CD e DVD) o registro ao vivo do show Emoções Sertanejas, gravado em 17 de março de 2010 no Ginásio Ibirapuera (SP), o público teve a oportunidade de assistir à transmissão (editada) veiculada pela TV Globo na noite de quinta-feira, 1º de abril. No geral, os sertanejos captaram as emoções populares da música de Roberto Carlos, anfitrião do espetáculo. As emoções ora foram ralas, ora intensas (sobretudo na justa homenagem a Tinoco, pioneiro do gênero ao formar dupla com o irmão Tonico, falecido em agosto de 1994). Eis as avaliações da performance de cada artista - feitas a partir da transmissão da Globo (que - deselegante - condensou os números de Martinha, de Nalva Aguiar e da dupla Milionário & José Rico!!):

* Almir Sater - O violeiro não pareceu totalmente à vontade ao cantar O Quintal do Vizinho, música de 1975, esquecida pelo Rei.
* Bruno & Marrone - A dupla teve um dos piores desempenhos do elenco. Bruno parecia sorrir ao cantar os versos magoados de Desabafo, o tema de 1979 que ganhou interpretação irretocável de Fafá de Belém no show Elas Cantam Roberto (2009). Esqueça!!
* Cesar Menotti & Fabiano - Com vozes volumosas, os cantores reviveram sem sensualidade a (bela) canção Proposta, de 1973.
* Chitãozinho & Xororó - O tom lacrimoso da dupla se ajustou à balada Eu Preciso de Você, de 1981. Com Leonardo, Chitãozinho & Xororó soaram burocráticos em É Preciso Saber Viver (1974).
* Daniel - Ao cantar a balada Do Fundo do meu Coração (1986), com certa empostação, Daniel reafirmou o poder de sua voz, das mais fortes do gênero. Mas não acertou o exato tom roqueiro de Quando (1967), o tema dividido com Zezé Di Camargo & Luciano.
* Dominguinhos & Paula Fernandes - A inusitada dupla fez o melhor número do show, transitando com segurança e beleza pela letra quilométrica de Caminhoneiro (1984), primeira incursão de Roberto Carlos pelo universo sertanejo. Munido de sanfona, Dominguinhos sublinhou o tom interiorano do tema e cantou com a autoridade de quem conhece todas as rotas do Brasil. Já Paula se revelou intérprete segura, de belo timbre, pronta para seguir firme pela estrada sertaneja. Tem futuro!!!
* Elba Ramalho - Estranha no ninho sertanejo, provavelmente escalada por ter sido esquecida no show anterior Elas Cantam Roberto, a intérprete valorizou Esqueça com seu canto torto. Uma sanfona aproximou a canção, de 1966, do mundo ruralista.
* Gian & Giovani - A dupla se escorou na força de Eu te Amo, te Amo, te Amo (1968), obra-prima do Rei, de refrão bem sedutor.
* Leonardo - O tom choroso do cantor se adequou à melancolia de Por Amor, (boa) canção de 1972 esquecida por Roberto Carlos, mas Leonardo estava muito inseguro com a letra, lida em cena.
* Martinha - Cantora da turma da Jovem Guarda que migrou para o universo sertanejo a partir da década de 70, Martinha defendeu com sua voz rouca um das últimas belas canções da obra romântica de Roberto, Alô, lançada em 1994. Boa sacada!...
* Milionário & José Rico - A dupla reviveu A Distância, grande balada de 1972, regravada (recentemente) por Ney Matogrosso.
* Nalva Aguiar - A cantora de Beijinho Doce foi prejudicada pela escolha infeliz de repertório. As Curvas da Estrada de Santos (1969) é uma das obras-primas do cancioneiro da dupla Roberto Carlos & Erasmo Carlos, mas, a julgar pelo pouco que foi exibido pela TV Globo, Nalva derrapou ao cantar o tema de pegada soul.
* Rionegro & Solimões - A dupla pôs emoções ralas em Sentado à Beira do Caminho, belo clássico do repertório de Erasmo Carlos.
* Roberta Miranda - Fiel ao seu estilo, a cantora defendeu bem a tristonha Eu Disse Adeus, música lançada por Roberto em compacto de 1969. Porém, sua intepretação não teve densidade.
* Sérgio Reis - Com dignidade e a autoridade de quem transita por caminhos sertanejos desde a década de 70, o cantor entoou Todas as Manhãs (1991), boa incursão do Rei no mundo caipira.
* Victor & Leo - A dupla da vez canta bem, mas não conseguiu convencer nenhum cristão com a interpretação de Jesus Cristo, hino gospel lançado por Roberto em 1970. Faltou fé na música!?
* Zezé Di Camargo & Luciano - A dupla se mostrou em forma (apesar de a voz de Zezé não ser mais a mesma) ao reabrir O Portão, balada de 1974. As emoções do Rei ficaram sertanejas...

'Here Lies Love', de Byrne e Slim, chega às lojas

Nas lojas dos Estados Unidos a partir da próxima terça-feira, 6 de abril de 2010, o álbum duplo Here Lies Love - capa acima - é o inusitado projeto fonográfico sobre Imelda Marcos (ex-primeira dama das Filipinas) que junta David Byrne com o DJ Fat Boy Slim. A dupla apresenta 22 músicas inéditas e autorais, gravadas por um time de cantoras convidadas que inclui Tori Amos (You'll Be Taken Care of e Why Don't You Love me?), Cyndi Lauper (Eleven Days e Why Don't You Love me?), Natalie Merchant (Order 1081) e Martha Wainwright (The Rose of Tacloban), entre outros nomes.

Exaltasamba grava ao vivo (de novo) em junho

Grupo que permanece com força no mercado de discos e shows, mesmo tendo passado a febre do pagode, Exaltasamba se prepara para fazer novo registro ao vivo. O quinteto paulista vai gravar CD e DVD em show agendado para 5 de junho de 2010 no Estádio Palestra Itália, em São Paulo (SP). Com lançamento previsto para outubro, o sucessor de Ao Vivo na Ilha da Magia (2008) terá oito músicas inéditas no repertório que já totaliza 14 regravações.

Sai no Brasil 'Aocaná', álbum do Ojos de Brujo

Lançado na Europa em abril de 2009, o quarto álbum do octeto espanhol Ojos de Brujo, Aocaná, ganhou (oportuna) edição brasileira, já posta nas lojas pela Warner Music no primeiro trimestre de 2010. Para quem nunca ouviu falar do Ojos de Brujo, o octeto de Barcelona recicla o flamenco e a rumba catalã com elementos do universo pop. Inclusive o rap, recorrente em faixas como Una Verdad Incómoda e Dónde te Has Metio. Um destaque do repertório é Todos Mortales, tema em que fica evidente a força da voz da cantora do grupo, Marina La Canillas. Já a boa guitarra flamenca que pontua as 12 músicas de Aocaná - sobretudo em temas como Correveidile - fica a cargo de Ramón Giménez. Dica: vale ouvir o álbum para conhecer faixas como a Rumba del Adiós.

2 de abril de 2010

Concert for Americas, de Sinatra, volta em DVD

Em 20 de agosto de 1982, Frank Sinatra (1915 - 1998) subiu ao palco do anfiteatro Altos de Chavón, situado na República Dominicana, e fez show intitulado Concert for the Americas. Tal show foi gravado para a TV e teve seu registro editado em VHS, inclusive no Brasil. É este registro que volta ao catálogo - com a imagem e o áudio remasterizados - no formato de DVD. Na ótima apresentação, um simpático Sinatra passa em revista - na companhia da orquestra do baterista Buddy Rich - standards de seu repertório como I Get a Kick Out of You, The Lady Is a Tramp, I've Got You Under my Skin, Strangers in the Night e Theme From New York, New York. Na companhia do violão tocado por Tony Mottola, Sinatra canta Send in the Clowns e a versão em inglês de Corcovado, Quiet Night of Quiet Stars, pretexto para a Voz saudar Antonio Carlos Jobim, autor da canção. O DVD Concert for the Americas está sendo editado no Brasil pela gravadora Universal Music. Nas lojas.

Sem CD de remixes, Mariah pode cantar Natal

Com o definitivo cancelamento de seu disco de remixes Angels Advocate, arquivado pela gravadora Island Def Jam às vésperas do lançamento (agendado para 30 de março de 2010, após alguns adiamentos), Mariah Carey planeja gravar outro álbum de estúdio. Uma das possibilidades é que este novo disco seja um projeto com canções de Natal. Certo é que alguns remixes do abortado Angels Advocate - CD em que Mariah recria as músicas de seu álbum anterior, Memoirs of an Imperfect Angel (2009), em duetos com nomes como Mary J. Blige e Ludacris - serão lançados futuramente de forma avulsa. Mas o empresário da cantora, Chris Lighty, tem criticado publicamente a "desordem" da gravadora.

Solo, Nick vai um pouco além de seus 'brothers'

Resenha de CD
Título: Who I Am
Artista: Nick Jonas
& The Administration
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2

É sintomático que a Universal Music tenha escolhido a faixa-título deste segundo disco solo de Nick Jonas, Who I Am, para ser o primeiro single do álbum. Who I Am, a música, é um pop rock que não distancia Nick do som teen feito por ele com seus irmãos no grupo intitulado Jonas Brothers. Assim como a faixa de abertura, Rose Garden. Não, nem sempre Nick vai além do universo musical habitado por ele e seus irmãos - fato reiterado pela regravação de Tonight, música do trio. Mas Who I Am, o disco, tem alguns bons momentos no repertório autoral que confirmam Nick como o mais talentoso e musical dos Jonas Brothers (tanto que, antes de ficar famoso com os irmãos, ele já havia gravado em 2003 um disco solo, Nicholas Jonas). O baladão Olive & an Arrow - cheio de sentimento - é um deles. Já os rocks Conspiracy Theory e Last Time Around atestam o entrosamento da banda The Administration, formada por Nick para tocar neste álbum promissor que não descarta baladas meio convencionais como In the End. Se Nick tiver coragem para se distanciar totalmente do som dos irmãos, discos melhores ainda poderão vir, pois Who I Am mostra que já há um futuro para ele.

Kent aborda a 'chanson' francesa com elegância

Resenha de CD
Título: Raconte-Moi...
Artista: Stacey Kent
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

Stacey Kent é uma das mais incensadas cantoras de jazz dos Estados Unidos. Com voz que conjuga delicadeza e sutil emoção, Kent tem conseguido conectar o universo do jazz ao mundo pop - como faz neste álbum Raconte-Moi..., inteiramente cantado em francês. Escorada nos elegantes arranjos do saxofonista Jim Tomlinson, integrante da banda virtuosa que toca no disco, a intérprete irmana temas de compositores da velha guarda francesa - como Paul Mirasky (L'Étang, em clima bossa-novista) e Benjamin Biolay & Keren Ann Zeidel (parceiros em Jardin d'Hiver) - com músicas de autores mais recentes, caso de Claire Denamur (Mi Amor). Em alguns momentos, Kent fica mais próxima da chanson francesa do que do jazz, em especial na bela Les Vacances au Bord de la Mer (Pierre Grosz e Michel Jonasz). Raconte-moi... abre com versão em francês de Águas de Março (Tom Jobim, com versos do veterano Georges Moustaki), anunciando, de certa forma, leves conexões com a bossa brasileira, notadas na já citanda L'Étang e em C'est le Printemps, que vem a ser a versão em francês de It Might as Well Be Spring, standard de Oscar II Hammerstein e Richard Rodgers, traduzido e adaptado por Jean Sablon com Jean Geiringer para o idioma francês que Kent já parece dominar bem neste refinado CD.

D2 faz CD disco com repertório afim de Bezerra

O próximo disco de Marcelo D2 vai ser um projeto de intérprete. Com produção de Leandro Sapucahy, o rapper prepara CD com regravações do repertório de Bezerra da Silva (1927 - 2005), com o qual sempre teve afinidades temáticas. Disco sai ainda em 2010.

1 de abril de 2010

Alcione grava DVD com Simoninha e Revelação

A gravação do próximo DVD de Alcione - que tem como base o show Acesa - vai ser feita em 7 de abril de 2010 em apresentação da cantora no Memorial Maria Aragão, no Centro Histórico de São Luís, na capital do Maranhão. O registro vai ser feito com adesões de Wilson Simoninha (em Chutando o Balde, tema de Nei Lopes), Grupo Revelação (em O Samba me Chamou, recente parceria de Marquinhos PQD com Sombrinha), Boi Barrica e Coral São João. Os dois últimos nomes são da cena musical do Estado. Além do show, o DVD vai exibir nos extras um tour de Alcione por points maranhenses que fizeram parte da vida (e da história) da Marrom.

Lab 344 edita 'Songs of Love', do Simply Red

Lançada em 28 de fevereiro de 2010 no mercado britânico, a nova compilação do grupo inglês Simply Red, Songs of Love, ganha edição brasileira neste mês de abril pelo selo Lab 344 (cujo catálogo passa a ser distribuído pela empresa Microservice, e não mais pela Som Livre). Coletânea de tom romântico, Songs of Love apresenta duas músicas inéditas - Beside You e I Have the Love (eleita para promover o CD) - entre baladas como For your Babies, Holding Back the Years, Stars e If You Don't Know me by Now. O cover de Ev'ry Time We Say Goodbye - de Cole Porter - fecha o CD.

Sai no Brasil disco com show de Peterson e Ella

Disco integrante de uma série de jazz criada pelo produtor suíço Jacques Muyal, JATP Lausanne 1953 ganha uma edição brasileira viabilizada pelo oportuno selo Biscoito Internacional, da gravadora Biscoito Fino. Título do acervo da gravadora suíça TCB, o álbum ao vivo registra show feito por Ella Fitzgerald (1918 - 1996) com quarteto liderado pelo pianista Oscar Peterson (1925-2007). O show foi apresentado em clima de jam session - na série Jazz at the Philarmonic, de Norman Granz - em 14 de março de 1953, no Theatre de Beaulieu, na cidade de Lausanne, na Suíça. Ao lado de Ella e Peterson, estavam o baixista Ray Brown (1926 - 2002), o guitarrista Barney Kessel (1923 - 2004) e, a partir de Lester Leaps in, o saxofonista Lester Young (1909 -1959). Então com 36 anos, no auge da forma, Ella entoa temas como It's Only a Papermoon, Someone to Watch over me, Lady Be Good, You Belong to me e St. Louis Blues. É fino!

Cure anuncia Deluxe Edition de 'Disintegration'

Título cultuado na discografia do The Cure, Disintegration (1989) vai ganhar uma Deluxe Edition, na série produzida pela Universal Music com reedições especiais de álbuns emblemáticos. Nas lojas da Inglaterra e EUA a partir de 24 de maio de 2010, a Deluxe Edition de Disintegration é tripla e tem produção assinada por Robert Smith, líder do grupo. O CD 1 traz a versão remasterizada do álbum original. O CD 2 compila demos, takes de ensaios e quatro músicas inéditas em disco (Delirious Night, Esten, Noheart e um cover de Pirate Ships, de Judy Collins). Já o terceiro CD toca uma versão ampliada de Entreat, álbum ao vivo que registra show feito pelo Cure em 1989 na Wembley Arena, em Londres, Inglaterra. Entreat Plus apresenta registros inéditos de Plainsong, Lovesong e Lullaby.

31 de março de 2010

Vaza o primeiro 'single' do álbum solo de Sandy

Vazou na internet nesta quarta-feira, 31 de março de 2010, uma das 13 músicas inéditas e autorais do primeiro álbum de Sandy, Manuscrito, nas lojas em 7 de maio. Pés Cansados é o título da música. Sandy - em foto de Paschoal Rodriguez - ficou chateada com o vazamento imprevisto. "Poxa! A música circulando na net com um áudio de péééssima qualidade e com a introdução cortada! Não vale!...", queixou-se a cantora via twitter. Eleita o primeiro single do álbum, a música é parceria de Sandy com Lucas Lima. Por conta do vazamento, a gravação original do CD foi posta no site oficial da cantora já no começo da noite desta quarta-feira.

Após CD de rock, Brown anuncia disco sertanejo

Embora ainda nem tenha posto efetivamente no mercado o CD de rock que gravou com Mar Revolto, o grupo com o qual iniciou sua carreira em 1979, Carlinhos Brown anunciou esta semana a intenção de fazer um disco de música sertaneja. Brown - visto acima em foto de João Meirelles - já apresentou, inclusive, uma música do álbum, Pestaneja. O fértil artista enfatizou que sua ideia é compor melodias que evoquem os verdadeiros sons do sertão, sem o toque pop da música atualmente rotulada como sertaneja.

LCD Soundsystem revela capa do terceiro álbum

O grupo norte-americano LCD Soundsystem revelou a capa de seu terceiro álbum, This Is Happening, nas lojas a partir de 17 de maio de 2010. Na capa, o vocalista da banda, James Murphy, dança à sua maneira em imagem clicada em preto e branco. O sucessor de Sound of Silver (2007) já teve uma faixa, Drunk Girls, liberada para audição. Eis as nove faixas de This Is Happening:

1. Dance Yourself Clean
2. Drunk Girls
3. One Touch
4. All I Want
5. Change
6. Hit
7. Pow Pow
8. Somebody’s Calling me
9. What You Need

Maquinado prioriza guitarra no segundo álbum

Resenha de CD
Título: Mundialmente Anônimo
O Magnético Sangramento da Existência
Artista: Maquinado
Gravadora: Opium Records
Cotação: * * * 1/2

Projeto solo de Lúcio Maia, guitarrista da banda Nação Zumbi, Maquinado debutou em disco em 2007 com álbum, Homem Binário, que já evidenciou no título seu tom cibernético e eletrônico. Foi um disco de produtor, repleto de experiências e convidados. Segundo título da discografia de Maquinado, lançado neste mês de março de 2010, Mundialmente Anônimo desvia Maia da inicial rota individual. As guitarras assumem lugar de destaque e os sons orgânicos - também presentes em Homem Binário - se tornam prioritários, ainda que as bases ostentem molde eletrônico. Faixas como o rap Tropeços Tropicais - cujas versos são ouvidos na voz de Lourdes da Luz (do Mamelo Sound System) - e Pode Dormir quase roçam o convencional formato pop. Mesmo assim, pairam no álbum as distorções, a psicodelia e a influência de Jorge Ben Jor - cuja Zumbi é recriada em grande estilo na abertura do disco - que não deixam o ouvinte esquecer de que se trata de um álbum de Maquinado. Embora haja dois temas instrumentais no disco (a roqueira SP e Recado ao Pio, Extensivo ao Lucas), Mundialmente Anônimo é também o trabalho em que Lúcio Maia se assume cantor, entoando sete das oito faixas interpretadas sem virtuosismos vocais (uma dessas sete faixas é Super Homem Plus, extraída do repertório do grupo Mundo Livre S/A). Contudo, é o guitarrista Lúcio Maia - este, sim, um virtuoso - que brilha no CD. E o fim arrebatador com SP, tema supra-citado que traduz em sons de guitarra os desvarios urbanos da paulicéia, não deixa dúvidas de que o homem nem tão binário sabe o que toca - firme na posição de grande guitarrista da Nação.

Ralf renova a bossa de Paula com arranjos leves

Resenha de CD
Título: BossaRenova
Artista: Paula Morelenbaum
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Poucas vezes, ou talvez mesmo nunca, uma big-band pulsou com tanta leveza como neste álbum gravado em estúdio por Paula Morelenbaum entre Stuttgart (na Alemanha) e Rio de Janeiro (RJ) de dezembro de 2008 a abril de 2009. O mérito é do arranjador alemão Ralf Schmid, que conduz a SWR Big Band pelas trilhas suaves da bossa com um olhar diferenciado, verdadeiramente original, sem prejuízo da leveza essencial do gênero. "Bossa nova é mais um olhar do que um beijo... É mais um recado do que uma mensagem", conceitua Paula na abertura de Águas de Março, se valendo de um texto em prosa de Vinicius de Moraes (1913 - 1980) intitulado O Que É Bossa Nova?. A propósito, o Poetinha se faz presente no repertório através de belas releituras de Tempo de Amor (uma de suas parcerias com Baden Powell) e Tarde em Itapoã. A leveza com que este clássico da obra de Vinicius & Toquinho é reembalado exemplifica a maestria de Ralf Schmid na criação dos arranjos de BossaRenova, CD que descarta qualquer conceito ortodoxo de Bossa Nova ao agregar no repertório temas de universos tão díspares quanto Blackbird (John Lennon e Paul McCartney), Setembro (Ivan Lins e Gilson Peranzzetta) e Mas que Nada (standard da obra inicial de Jorge Ben Jor, objeto de abordagem mais convencional). Paula - solista segura, de voz incrivelmente afinada e sedutora - canta até versão de lindíssima balada alemã, Ich Grolle Nicht (de Robert Schumann e Heirich Heine). Intitulada Pra que Chorar? na versão em português assinada por Arthur Nestrovski, a faixa beira o sublime pela beleza da melodia, pela apropriada citação de Carinhoso (Pixinguinha e Braguinha) e pelo solo do trombone de Ernst Hutter. A SWR Big Band, a propósito, é orquestra que prioriza os sopros na sua formação (sopros que interagem bem com a percussão em O Morro Não Tem Vez, o samba de Tom & Vinicius). Músicos como o trompetista alemão Joe Kraus (conceituado no mundo do jazz) e o violoncelista Jaques Morelenbaum valorizam o disco com suas participações. Kraus toca em Tempo de Amor e em Setembro. Morelenbaum é convidado de Modinha (Seresta nº 6), tema de Heitor Villa-Lobos (1887 - 1959). Lançado no exterior em 2009 e editado no Brasil pela gravadora Biscoito Fino neste mês de março de 2010, BossaRenova é disco leve, moderno (mas nunca modernoso, como ressalta Roberto Menescal num dos elogios reproduzidos no encarte) e arejado que põe Paula Morelenbaum em lugar de destaque na música brasileira. A discografia da cantora - que vem de outro excelente álbum, Telecoteco - Um Sambinha Cheio de Bossa... (2008) - tem valor e já ganha progressiva importância dentro e fora do universo bossa-novista.

U2 lança em junho registro ao vivo da 360 Tour

O grupo U2 vai lançar em junho de 2010, nos formatos de DVD e blu-ray (o primeiro da banda), o registro ao vivo da U2 360º Tour. O show perpetuado é o feito em 25 de outubro de 2009 no estádio Rose Bowl, da Califórnia (EUA). Trata-se da apresentação transmitida ao vivo pelo YouTube. U2 360° at the Rose Bowl tem lançamento programado para 7 de junho. Além do show em si, a edição dupla do DVD e a edição em blu-ray vão trazer um documentário - Squaring the Circle: Creating U2360° - sobre a gênese da turnê que impressionou pela estrutura técnica do palco. U2 360° at the Rose Bowl inclui também vídeos das músicas Get on your Boot, Magnificent e I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight (este em versão animada e em take captado ao vivo em show feito pelo quarteto em Barcelona). Eis o roteiro do show:
1. Get on your boots
2. Magnificent
3. Mysterious Ways
4. Beautiful Day
5. I Still Haven't Found What I'm Looking for
6. Stand by me
7. Stuck in a Moment You Can't Get Out of
8. No Line on the Horizon
9. Elevation
10. In a Little While
11. Unknown Caller
12. Until the End of the World
13. The Unforgettable Fire
14. City of Blinding Lights
15. Vertigo
16. I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight
17. Sunday Bloody Sunday
18. MLK
19. Walk on
20.One
21. Where the Streets Have No Name
22. Ultra Violet (Light my Way)
23. With or Without You
24. Moment of Surrender

30 de março de 2010

Sony manda música de Vercillo para as rádios

Chegou às rádios nesta terça-feira, 30 de março de 2010, Me Transformo em Luar, a música que puxa D.N.A. - o primeiro álbum de Jorge Vercillo na gravadora Sony Music. Já cantada em shows pelo compositor, a música é uma das (dez) inéditas autorais do disco, gravado no estúdio montado pelo artista em sua casa, no Rio de Janeiro (RJ). Nas lojas no início de maio, D.N.A. aborda o envolvimento do cantor com a ciência e a ufologia. E, de acordo com declaração de Vercillo, o CD tem lado pop inexistente em seu último álbum de estúdio, Todos Nós Somos Um (2007).

Chemical Brothers vai lançar 'Further' em junho

Further é o título do sétimo álbum do duo Chemical Brothers. O nome do disco foi revelado pela dupla de música eletrônica - formada pelos DJs Ed Simons e Tow Rolands - nesta terça-feira, 30 de março de 2010. O lançamento do CD está agendado para 7 de junho. Cada uma das oito músicas gerou um filme, feito por Adam Smith e Marcus Lyall, habituais colaboradores da dupla. Os filmes vão ser lançados na edição dupla de Further que agrega um DVD.

Freire toca 20 noturnos de Chopin em CD duplo

Já habituado a regravar temas de Frédéric Chopin (1810 - 1849), o pianista brasileiro Nelson Freire lança um outro álbum em torno da obra do compositor polonês, ícone da era romântica. Chopin - The Nocturnes vem se juntar aos tributos pelo bicentenário de nascimento deste gênio da música erudita mundial. Como já explicita o título do CD duplo editado pela Decca neste mês de março de 2010 e já lançado pela Universal Music no mercado brasileiro, Freire toca apenas Noturnos de Chopin. No caso, 20 Noturnos que - como ressalta Jeremy Siepmann em bom texto reproduzido no encarte do disco - representam a parcela mais introspectiva da obra de Chopin. Iguarias para o piano de Freire...

'Doces Palavras', de Fafá, tem reedição confusa

Um dos títulos mais populistas de toda a irregular discografia de Fafá de Belém, lançado originalmente pela gravadora BMG-Ariola em 1991, Doces Palavras ganhou reedição confusa na série Caçadores de Música, recém-editada pela Sony Music. O pesquisador Rodrigo Faour preserva as 15 faixas da edição original em CD. Mas reproduz a arte gráfica da capa e do encarte do LP, que trazia apenas 12 músicas. Com isso, a reedição omite foto - por exemplo - que aparecia somente no encarte do CD original e que mostrava Fafá com Amanda e com Lia Monteiro, convidadas de duas das três faixas-bônus do CD, A Luz É Minha Voz e Dê uma Chance ao Coração (a terceira faixa-bônus era Eu Daria Minha Vida, regravação do sucesso de Martinha na época da Jovem Guarda). Confusões à parte, Doces Palavras foi disco ruim em que Fafá de Belém usou em altas doses os ingredientes da receita populista de seu álbum anterior, Fafá (1989), que vendeu muito (supostas 500 mil cópias) e tocou bastante nas rádios por conta da balada Amor Cigano (da fértil dupla de hitmakers Michael Sullivan e Paulo Massadas) e da guarânia Nuvem de Lágrimas (de Paulo Debétio e Paulinho Rezende, outra dupla de hitmakers). Aliás, com Nuvem de Lágrimas, guarânia gravada pela cantora com a dupla Chitãozinho & Xororó (então com cotação alta no mercado fonográfico), Fafá abriu as portas das FMs cariocas para a música sertaneja. Por isso, Doces Palavras seguiu de forma explícita a fórmula de Fafá, incluindo outra balada de Sullivan & Massadas (Amor da Minha Vida) e outra guarânia de Debétio e Rezende (Águas Passadas, gravada com os então estreantes Zezé Di Camargo & Luciano). Só que não havia em Doces Palavras uma música tão bonita quanto Coração do Agreste (Moacyr Luz e Aldir Blanc), faixa de Fafá que tinha sido gravada originalmente para a trilha sonora da novela Tieta (1989). O hit televisivo de Doces Palavras foi Um Homem que Eu Amei, boa versão de Someone That I Used to Love (sucesso de Barbra Streisand) que, em 1992, entrou na trilha sonora da novela Pedra sobre Pedra.

Evanescence grava terceiro disco em Nova York

Sob a produção de Steve Lillywhite e a liderança da vocalista Amy Lee (foto), o grupo norte-americano Evanescence grava - desde o começo deste mês de março de 2010 - seu terceiro álbum de inéditas num estúdio de Nova York (EUA). O sucessor de Fallen (2003) e The Open Door (2006) é o primeiro disco da banda com sua nova formação. Que inclui o guitarrista Terry Balsamo, o baixista Tim McCord, o baterista Will Hunt e o percussionista Will Science Hunt (sim, o Evanescente tem dois músicos homônimos). Balsamo, McCord e Hunt (o Science) são parceiros de Lee nas 16 músicas compostas para o álbum, cujo lançamento está previsto para o segundo semestre. Outras músicas ainda estão sendo feitas.

29 de março de 2010

Hole revela capa e faixas de 'Nobody's Daughter'

Liderada pela controvertida Courtney Love, única remanescente da formação original, a banda Hole revelou a capa e o repertório de Nobody's Daughter, seu primeiro álbum em 12 anos. O CD - sucessor de Celebrity Skin (1998) - foi produzido por Michael Beinhorn e Micko Larkin. Com 11 faixas, Nobody's Daughter vai chegar às lojas em 11 de abril de 2010. Eis as músicas do disco:
1. Nobody's Daughter
2. Skinny Little Bitch
3. Honey
4. Pacific Coast Highway
5. Samantha
6. Someone Else's Bed
7. For Once in Your Life
8. Letter to God
9. Loser Dust
10. How Dirty Girls Get Clean
11. Never Go Hungry

Nelly oscila em show confuso que roça o brega

Resenha de Show
Título: Mi Plan Tour
Artista: Nelly Furtado
Local: HSBC Arena (RJ)
Data: 28 de março de 2010
Fotos: Divulgação / Ricardo Amaral
Cotação: * * 1/2
A julgar pelo - irregular - show carioca da turnê Mi Plan, feito por Nelly Furtado na HSBC Arena na noite de 28 de março de 2010, a cantora canadense (descendente de portugueses) não consegue conciliar no palco suas múltiplas personalidades musicais. Nelly oscilou bastante em show confuso que roçou o brega em vários momentos. Com produção aquém de seu sucesso mundial, a artista cantou em inglês, em espanhol e até em português, mas decepcionou grande parte do público que encheu (sem lotar) a pista da arena carioca (as arquibancadas estavam quase vazias). O vibrante número inicial - Maneater, música do álbum (Loose, 2006) em que Nelly recorreu às batidas de Timbaland e Cia. - até fez supor um grande show. Na sequência, Força (tema do segundo álbum, Folklore, editado em 2003) tentou manter o pique, mas a apresentação foi se tornando cada vez mais oscilante - apesar de hits como I'm Like a Bird (cantado em coro desde o primeiro verso), Turn off the Lights e All Good Things (Come to an End) terem garantido momentos de animação na plateia. Em Bajo Outra Luz, uma das vocalistas ficou com parte do rap que, no álbum Mi Plan (2009), é bem cantada por La Mala Rodriguez. Mais tarde, Sozinha - a balada pop de Peninha, entoada por Nelly com um desenvolto português de sotaque lusitano - se tornou um destaque curioso do roteiro irregular. Entretanto, no todo, apesar do longo e vigoroso bis (com sucessos como Manos al Aire e Say It Right) e da boa forma vocal da cantora (perceptível na introspectiva Try), a apresentação não conseguiu manter um padrão minimamente elegante. Ao contrário. As imagens primárias projetadas no telão já ultrapassado, o público desengoçado chamado para dançar no palco em I Will Make u Cry, os dois equivocados figurinos e os recursos cênicos (como a vocalista fazendo número circense na beira do palco) situaram o show próximo do universo brega. Algo incondizente com o status mundial de Nelly Furtado. Esquecível...

Álbum de Simone, 'Amor e Paixão' é relançado

No embalo das reedições de Amar (1981), Corpo e Alma (1982) e Cristal (1985), todas incluídas na série Caçadores de Música, a gravadora Sony Music repôs em catálogo um quarto álbum gravado por Simone nos anos 80. Amor e Paixão, lançado em 1986, já voltou às lojas neste mês de março de 2010. Bastante fiel à fórmula de sucesso seguida pela cantora naquela década, o CD emplacou hits radiofônicos como Em Flor (versão em português de Too Young, bela canção propagada na voz de Nat King Cole) e Amor Explícito (balada de Nico Rezende com Paulinho Lima e Antonio Cícero, gravada com os vocais do grupo Roupa Nova). A reedição traz no encarte texto assinado pelo jornalista Rodrigo Faour em que o produtor Mazzola lembra a aventura de juntar Simone com dezenas de ritmistas e puxadores de escolas de samba do Rio de Janeiro para gravar o samba-enredo Rei por um Dia, que fechou este álbum que destacou as regravações de Esquinas (Djavan) e Mania de Você (Rita Lee e Roberto Carvalho) - esta feita num clima meio etéreo pontuado pelo sax de Paul Lieberman e a guitarra de Natan Marques. Ainda de acordo com o texto de Faour, Amor e Paixão teria vendido 900 mil cópias na época.

Maranhão mostra seu segundo solo, 'Passageiro'

Exatos três anos depois de lançar seu primeiro disco solo, o inspiradíssimo Bordado (2007), Rodrigo Maranhão se prepara para apresentar, em maio de 2010, o segundo álbum individual. Passageiro é o título do CD que sai pelo selo MP,B com distribuição da Universal Music. Tal como Bordado, Passageiro enfileira no repertório temas autorais como Sonho, Samba Quadrado, Camaleão e a faixa-título.

Gil faz 'Fé na Festa' e inicia parceria com Mata

Fé na Festa é o título do álbum que Gilberto Gil vai gravar em abril de 2010. Disco dirigido ao mercado junino, Fé na Festa vai trazer no repertório inéditas da lavra de Gil com clássicos da música nordestina que anima os arraiais e forrós. Um universo que o artista já abordou em CD de 2001, São João Vivo. Paralelamente, o compositor abre parceria com Vanessa da Mata. As músicas iniciais da promissora parceria vão estar no quarto álbum de inéditas da cantora - já programado para 2010 pela Sony Music - e em Fé na Festa, cujo lançamento vai ser feito antes de junho.

28 de março de 2010

Ramil derrama fina poesia em disco de milonga

Resenha de CD
Título: Délibáb
Artista: Vitor Ramil
Gravadora: Satolep
Cotação: * * * 1/2

Fiel à estética do frio que tempera boa parte da música produzida no Sul do Brasil, o gaúcho Vítor Ramil derrama fina poesia em disco de milongas compostas a partir de versos do argentino Jorge Luis Borges (1899 - 1986) e do também gaúcho João da Cunha Vargas (1900 - 1980). A despeito de uma certa linearidade, inevitável pelo fato de os arranjos das 12 milongas terem sido moldados para dois violões (o de Ramil e o do argentino Carlos Moscardini, músico convidado de 11 faixas), Délibáb se impõe como mais um belo disco de Ramil, que assumiu a produção deste projeto gravado em Buenos Aires, na Argentina, em junho de 2009. Délibáb é vocábulo húngaro que designa miragem - como explica Ramil em textos reproduzidos na capa interna da edição dupla que junta CD e DVD (com documentário sobre a gravação e clipe de Querência, milonga adicional do repertório). A inspiração do compositor, contudo, parece bem real porque parece ser bem verdadeira a intimidade do artista com o universo dos poetas. Os versos de João da Cunha Vargas - um gaúcho natural de Alegrete (RS) - já trazem em si uma síntese das modas e costumes do Sul. Universo já mítico que permeia toda a obra fonográfica e literária de Ramil. E, talvez por isso, ele se mostre especialmente inspirado na composição de milongas para os poemas Chimarrão, Deixando o Pago e Pé de Espora. Inclusive porque, como ressalta o próprio Ramil no texto em que conceitua Délibáb, os versos de Vargas estão impregnados de doçura e melancolia que são mais rarefeitas nos poemas valentes de Borges, muitos escritos sobre o universo viril de lutas, sangue e mortes. Poemas que foram publicados pela primeira vez em 1965 em um livro sintomaticamente intitulado Para las Seis Cuerdas. Sim, Borges já pensava seus poemas como milongas. E, não por acaso, um deles se intitula Milonga de los Morenos e se impõe como um grande momento do disco (o maior dentre as seis faixas com versos de Borges). Ramil entoa a sedutora Milonga de los Morenos em dueto com Caetano Veloso, cantor íntimo desse universo hispânico de fina estampa. Enfim, Délibáb tem lá seus encantos. Embora seja disco de assimilação menos rápida para ouvidos educados longe demais das capitais...

Gal prepara show, ganha caixa e espera Caetano

Inéditas gravações ao vivo de três antológicos shows apresentados por Gal Costa na década de 70 - Índia (de 1973), Cantar (1974) e Gal Canta Caymmi (1976) - foram encontradas nos vastos arquivos da gravadora Universal Music pelo pesquisador musical Rodrigo Faour e serão editadas em CD em 2011. Antes, no fim deste ano de 2010, chega às lojas caixa com os álbuns gravados pela cantora para extinta Philips entre 1967 e 1983. Produzida por Marcelo Fróes, a caixa também vai embalar CD com fonogramas já bem raros, dispersos na discografia da cantora. Paralelamente, Gal aguarda o sinal verde de Caetano Veloso para gravar álbum que vai ser produzido pelo cantor, por sugestão do próprio Caetano. É provável que o disco saia - em tese, pela Universal Music - somente em 2011, pois Gal planeja montar e estrear em 2010 um show com roteiro de caráter retrospectivo. No caso dos registros inéditos dos shows da década de 70, o Gal Canta Caymmi foi captado em apresentação no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo (SP), com a participação histórica do próprio Dorival Caymmi (1914-2008), o compositor cuja obra gerou o álbum homônimo de 1976, um dos primeiros songbooks da MPB. Já Cantar teve duos de Gal com João Donato.

Sai no Brasil CD com a bela trilha de 'Educação'

Sucesso recente nos cinemas brasileiros, o filme Educação (2009) tem trama - roteirizada por Nick Hornby - pontuada por bela trilha sonora. Pois o CD com tal trilha está sendo editado no Brasil neste mês de março de 2010 pela Universal Music. Entre as 20 gravações, existem registros de Juliette Greco (Sous le Ciel de Paris e Sur les Quais du Vieux Paris), Mel Tormé (Comin' Home Baby), Ray Charles (Tell the Truth) e Brenda Lee (Sweet Nothin's), entre outros nomes. Há também na trilha alguns temas originais - Waltz in the Street, The Letter's e Jenny's Theme, entre eles - assinados pelo compositor Paul Englishby. 10!!

Biscoito reedita 'Tum Tum Tum', disco de Déa

Lançado em 2006, o primeiro disco solo de Déa Trancoso, Tum Tum Tum, até ganhou alguma visibilidade na mídia em 2007 ao conquistar quatro justas indicações à 5ª edição do Prêmio Tim de Música. No entanto, a edição original do CD não teve alcance nacional no mercado fonográfico. Algo que deverá acontecer somente neste ano de 2010 com o oportuno relançamento de Tum Tum Tum pela gravadora Biscoito Fino. O álbum é o resultado de 12 anos de pesquisa da artista sobre a cultura musical do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Com antigos catimbós (Filho da Folha, Rainha, Tupinambá), acalanto (Benzim Veloso), congo (Beija-flor), coco (Grande Poder) e lundu (Passarinho Pintadinho), Déa Trancoso monta mosaico folclórico - a maioria dos 12 temas recolhidos e adaptados para o disco é de domínio público - que mostra a riqueza rítmica da região mineira.