24 de julho de 2010

'Amor Imperfeito' põe Alcione no DVD de Diogo

Parceria de Leandro Fregonesi com Ciraninho, o samba romântico Amor Imperfeito - gravado por Diogo Nogueira em seu primeiro CD de estúdio, Tô Fazendo a Minha Parte (2009) - ganhou registro ao vivo feito pelo cantor em dueto com Alcione em show na casa Vivo Rio (RJ) na noite de 23 de julho de 2010. O samba se ajustou perfeitamente ao estilo da Marrom, uma das convidadas da gravação do segundo DVD de Diogo, Sou Eu. Mas o número teve que ser repetido porque, ao entrar em cena pela primeira vez, já no meio do samba, a cantora errou o caminho do palco e se perdeu entre os painéis do cenário - assinado por Hélio Eichbauer.

Diogo canta com Chico na gravação de 'Sou Eu'

O cenário de Hélio Eichbauer não poderia reproduzir ambiente mais adequado - a Lapa, o boêmio bairro do Centro do Rio de Janeiro (RJ) - para Diogo Nogueira fazer dueto com Chico Buarque no samba Homenagem ao Malandro (1977), um dos números mais aguardados na gravação de seu CD e DVD Sou Eu. Por mais que a produção tenha tentado manter sigilo total em torno da participação do compositor na gravação, a presença de Chico no show de Diogo - feito na casa Vivo Rio (RJ) na noite de sexta-feira, 23 de julho de 2010 - já estava sendo comentada nos bastidores jornalísticos e musicais. Para o (imenso) público que foi ao show sem saber da participação de Chico, a surpresa e a euforia foram grandes quando o compositor apareceu no palco do Vivo Rio logo na introdução do samba Homenagem ao Malandro. Mas Chico - visto no post com Diogo em foto de Mauro Ferreira - tinha se antecipado. A rigor, ele deveria entrar somente no meio do samba - o que obrigou a repetição do número. Na sequência imediata, com Chico ainda no palco, Diogo recebeu em cena Ivan Lins e o bandolinista Hamilton de Holanda para fazer o registro ao vivo do samba Sou Eu, segunda música da parceria de Chico com Ivan. Mesmo sem render tudo o que poderia render, o único take de Sou Eu acabou sendo validado. Chico foi embora antes do fim do show.

Diogo grava 'Lembra de mim' em duo com Ivan

Uma das mais bonitas canções de amor originadas da parceria de Ivan Lins com Vítor Martins, Lembra de mim - lançada por Ivan em 1995 no álbum Anjo de mim - foi a maior surpresa do roteiro do show feito por Diogo Nogueira na casa Vivo Rio (RJ), na noite de 23 de julho de 2010, para gravar ao vivo o CD e DVD Sou Eu. Ivan - visto com Diogo nas fotos de Mauro Ferreira - assumiu o piano e fez terno dueto com o filho de João Nogueira (1941 - 2000) na canção. A gravação ficou tão boa no primeiro take que nem precisou ser repetida. Mais tarde, Ivan voltou ao palco para se unir a Diogo, ao bandolinista Hamilton de Holanda e ao ilustre parceiro Chico Buarque na interpretação do belo samba Sou Eu. Segundo título da parceria de Ivan com Chico, Sou Eu foi dado por Chico a Diogo, que até atrasou a edição de seu CD Tô Fazendo a Minha Parte (2009) para incluir na última hora o samba que, de início, tinha ido parar nas mãos de Simone - por iniciativa de Ivan.

Diogo grava ao vivo sucesso de Emílio em 1982

Samba dos hitmakers Paulo Debétio e Paulinho Rezende, lançado por Emílio Santiago em 1982, Pelo Amor de Deus foi regravado ao vivo por Diogo Nogueira no show apresentado na noite de 23 de julho de 2010, na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ). O roteiro incluiu as inéditas Contando Estrelas, Jangadeiro, Vestibular pra Solidão e A Vitória Demora, mas Vem. Eis o roteiro seguido por Diogo - visto na foto de Guto Costa com o bandolinista Hamilton de Holanda no registro de Lama das Ruas (Almir Guineto e Zeca Pagodinho) - na gravação que vai originar o DVD (e o CD) Sou Eu:
1. Deus É Mais (Xande de Pilares, Leandro Fab e Ronaldo Barcellos)
2. Força Maior (Ciraninho, Leandro Fregonesi e Diogo Nogueira)
3. Deixa Eu te Amar (Agepê)
4. Contando Estrelas (Ciraninho e Rafael do Santos) - inédita
5. Lembra de mim (Ivan Lins e Vítor Martins) - com Ivan Lins
6. Jangadeiro (Diogo Nogueira, Ignácio Rios e Rafael Richaid) - inédita
7. Pelo Amor de Deus (Paulo Debétio e Paulinho Rezende)
8. Tô te Querendo (Xande de Pilares, Adalto Magalha e Almir Guineto)
9. Tô Fazendo a Minha Parte (Flavinho Silva e Gilson Bernini)
10. Malandro É Malandro, Mané É Mané (Neguinho da Beija-Flor)
11. Homenagem ao Malandro (Chico Buarque) - com Chico Buarque
12. Sou Eu (Chico Buarque e Ivan Lins) - com Chico Buarque, Ivan Lins
e Hamilton de Holanda
13. Lama das Ruas (Almir Guineto e Zeca Pagodinho) - com Hamilton
de Holanda
14. Amor Imperfeito (Leandro Fregonesi e Ciraninho) - com Alcione
15. Vestibular pra Solidão (Alexandre Pires) - inédita
16. Me Leva (Tuninho Geraes e Serginho BH)
17. Da Melhor Qualili (Serginho Meriti e Claudinho Guimarães)
18. A Vitória Demora mas Vem (Juninho Thybau, Luís Caffé e Baiaco)
- inédita
19. Contos de Areia / Aquarela Brasileira / É Hoje
Bis:
20. Além do Espelho (João Nogueira e Paulo César Pinheiro)
21. Pedras que Cantam (Dominguinhos e Fausto Nilo)

Emerge um bom cantor no curso de 'Correnteza'

Resenha de Show
Título: Correnteza
Artista: Edu Krieger (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Sala Funarte Sidney Miller
(RJ)

Data: 23 de julho de 2009
Cotação: * * * *

Edu Krieger é um músico que iniciou carreira como baixista, se revelou excelente compositor e, nos últimos cinco anos, foi se exercitando na arte de cantar. Em Correnteza, o show inspirado no segundo homônimo álbum do artista (um dos melhores discos de 2009), emerge um bom cantor, já seguro e até desenvolto em cena. A ponto de se permitir interpretar um tema alheio, A Flor e o Espinho, da melancólica lavra poética de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. Ao abrir o roteiro com o samba-título, Krieger até entrou mal em cena na apresentação que fez na Sala Funarte Sidney Miller (RJ), na noite de 23 de julho de 2010. Correnteza, o samba, não veio à tona com toda a beleza do registro do disco. Só que já a partir do segundo número, Clareia, a voz foi entrando no tom, esquentando e acentuando a inspiração de obra autoral que vem despertando a atenção de cantoras como Aline Calixto (que fez participação graciosa no show), Maria Rita e Roberta Sá. Como compositor, Krieger transita pelo samba - em todos seus afluentes - e pela música nordestina. Mas já em Clareia, originalmente um samba de vertente baiana, os acordes minimalistas da guitarra de Fabiano Krieger - irmão de Edu - destroem qualquer ranço ou ideia de nacionalismo purista. Fabiano, a propósito, se revela hábil também no manejo da viola caipira que se insere em Feira Livre (parceria de Krieger com Raphael Gemal) e em outros números do show. E o fato é que o cantor - em nítida evolução, se confrontadas as interpretações do show com as de seu disco de estreia (Edu Krieger, 2006) - vai expondo ao público, em cena, a maestria da obra do compositor. Escorado no seu atípico violão de oito cordas e no virtuosismo de PC Castilho, mestre das flautas e da percussão, Krieger enfileira no roteiro temas redondos como Galileu, Graziela e A Lua É Testemunha. É certo que lhe falta certa ginga na voz para explorar ao máximo as possibilidades de Maria do Socorro, número em que Fabiano Krieger simula bem sons de cavaquinho na guitarra. Mas eventuais limitações como intérprete não atenuam a beleza de um show cujo roteiro agrega joias como A Mais Bonita de Copacabana, Temporais (bissexta parceria de Krieger com Geraldo Azevedo, autor da melodia letrada com poesia), Novo Amor (em clima de samba-choro), Ciranda do Mundo (primeiro hit do cantor em vozes alheias) e Desafio. Tudo embalado em arranjos fluentes pelo trio afinado formado por Edu, Fabiano e PC Castilho. Apenas Ela Entrava - um dos números do set da convidada Aline Calixto - se ressente da comparação com o registro de estúdio porque o naipe de cuícas do arranjo do disco é imbatível. Enfim, o show Correnteza reitera o talento de Edu Krieger como compositor. E, no bis, quando o artista começa a capella o repente Deus Conserve pra Sempre meu Bom Senso Temperado com Pitadas de Loucura, número que culmina com citação instrumental do afro-samba Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinicius de Moraes), fica a certeza de que o cantador tem lá seus encantos no palco e evolui muito no curso de Correnteza.

Edu Krieger anuncia parceria com Aline Calixto

Edu Krieger e Aline Calixto estão iniciando parceria que já deve render música para o segundo CD da cantora, que gravou sambas do compositor - Saber Ganhar e Uma Só Voz - em seu primeiro álbum, Aline Calixto (2009). A parceria foi anunciada pelos artistas - vistos no post em fotos de Mauro Ferreira - no palco da Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro (RJ), durante a entrada de Calixto no show Correnteza, apresentado por Krieger na noite de sexta-feira, 23 de julho de 2010. Em ascensão na cena musical, a cantora interpretou duas músicas de seu disco - a citada Saber Ganhar e Oxossi (Roque Ferreira) - e duas do segundo álbum de Krieger (Correnteza, 2009): o samba Ela Entrava e o melodioso xote Rosa de Açucena. Com exceção de Oxossi, tema solado pela cantora, os números foram feitos em duo com Krieger.

23 de julho de 2010

Vercillo no DVD da Velha Guarda da Mangueira

Jorge Vercillo e Lenine estão entre os convidados do segundo DVD da Velha Guarda da Mangueira (foto). A gravação ao vivo está agendada para a próxima terça-feira, 27 de julho de 2010, em show no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro (RJ). Vercillo vai gravar Primavera - samba de Nelson Sargento e Alfredo Português - em número que junta o próprio Sargento ao grupo de bambas. Já Lenine vai reviver antigo samba-enredo, O Mundo Encantado de Monteiro Lobato. Estão previstas também as participações das cantoras Alcione (em outro samba-enredo, Lendas do Abaeté), Elba Ramalho (em Ensaboa - Lamento de Lavadeira) e Sandra de Sá (em Os Meninos da Mangueira - de Rildo Hora e Sérgio Cabral).

Diogo faz 'Homenagem ao Malandro' em DVD

Diogo Nogueira revive Homenagem ao Malandro - samba feito por Chico Buarque em 1977 para a trilha sonora do musical Ópera do Malandro (1978) - no CD e DVD que grava ao vivo nesta sexta-feira, 23 de julho de 2010, em show na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ). Nas lojas neste segundo semestre de 2010, via EMI Music, CD e DVD vão se chamar Sou Eu, título do samba de Chico e Ivan Lins que Diogo lançou em seu segundo álbum, Tô Fazendo a Minha Parte (2009). Aliás, cogita-se que Chico - visto com Diogo na imagem da Cia. da Foto em pose feita durante o registro de estúdio de Sou Eu - estaria entre os convidados (mantidos em sigilo pela produção de Diogo) da gravação ao vivo.

Nenhum de Nós grava 14º CD em Porto Alegre

Em fase inicial de gravação desde 28 de junho de 2010 no estúdio Submarino Amarelo, em Porto Alegre (RS), o 14º álbum do grupo gaúcho Nenhum de Nós ainda não tem título. Sob a co-produção de Ray Z, o disco está sendo feito pelo quinteto com a adesão do baixista Estevão - o Fabuloso. O grupo registra repertório inédito.

Duo folk de Pitty, Agridoce lança outra gravação

Duo de folk formado por Pitty com Martin Mendezz, guitarrista de sua banda, Agridoce já contabiliza três músicas em sua página no portal MySpace. Depois de Dançando e de Epílogos e Finais, a dupla disponibilizou esta semana uma terceira gravação, Romeu.

Beck, Smith e Patrol prestam tributo a Martyn

Por conta de sua morte, ocorrida em 29 de janeiro de 2009, o cantor, compositor e guitarrista inglês John Martyn (1948 - 2009) ganha tributo em álbum que alinha nomes como Beck (Stormbringer), Beth Orton (Go Down Easy), Devendra Banhart (Sweet Little Mystery), Robert Smith (Small Hours), Snow Patrol (May You Never) e The Blind Boys of Alabama (Glorious Fool), entre outros nomes menos conhecidos. Ainda sem título, o disco ainda está em fase de produção. Outros artistas ainda poderão aderir ao tributo.

22 de julho de 2010

'Prague Sessions' é tributo à memória de Mary

Em 16 de setembro de 2009, a morte de Mary Travers (1936 - 2009) encerrou a carreira de quase 50 anos do trio norte-americano de folk Peter, Paul and Mary - formado em 1960 pela cantora, Peter Yarrow e Noel Paul Stookey. Espécie de requiém para Mary, o CD The Prague Sessions - lançado nos Estados Unidos em março e editado no Brasil neste mês de julho de 2010 pela Warner Music - apresenta 14 gravações do trio em embalagem sinfônica, com orquestra regida pelo maestro Robert DeComier. Os registros ao vivo foram captados ao longo dos anos 80 e 90. O repertório inclui as músicas mais conhecidas do trio, casos de Leaving on a Jet Plane e Puff, The Magic Dragon. Ao fim, como tributo a Mary, o disco traz gravação de tema que emocionava a cantora, Adagio por Strings - executado pela Czech National Symphony Orchestra.

Perry exibe pintura da capa de 'Teenage Dream'

Katy Perry aparece nua - deitada sobre nuvem rosa de algodão doce - na capa de seu segundo CD de estúdio, Teenage Dream, nas lojas a partir de 24 de agosto de 2010, com distribuição da gravadora EMI Music. A capa exibe pintura do artista plástico Will Cotton, inspirada em imagem do clipe de California Gurls, single do álbum (que, a rigor, é o terceiro de Perry, que debutou com CD de gospel, em 2001, e estourou com One of the Boys, em 2008).

Fresno põe peso no chororô emo de 'Revanche'

Resenha de CD
Título: Revanche
Artista: Fresno
Gravadora:
Arsenal

Music / Universal Music
Cotação: * * 1/2

Se comparado com o fracote Redenção (2008), álbum em que o Fresno diminuiu bem o volume das guitarras em favor dos teclados, Revanche é, de fato, mais pesado - como anunciara o grupo gaúcho. Riffs de guitarra pontuam músicas como Relato de um Homem de Bom Coração, Die Lüge e a faixa-título. Mas esse peso parece precisamente calculado pelo produtor Rick Bonadio para não adensar além da conta o som de uma banda que precisa seguir o padrão da MTV e das rádios. Para estas, há o single Deixa o Tempo, canção de melodia redonda que se impõe como um dos poucos destaques de repertório irregular assinado pelo vocalista Lucas Silveira, autor das 13 inéditas - ora sozinho, ora em parceria com o baixista Rodrigo Tavares. O CD Revanche dá mais peso ao chororô emo do Fresno sem elevar, a rigor, a cotação do grupo no mercado. Entre baladas mais (Eu Sei) ou menos (Nesse Lugar) pesadas, o Fresno quase nunca exibe em Revanche o frescor e a inspiração que pautaram o (ótimo) primeiro disco solo de Lucas Silveira, The Rise and Fall of Beeshop (2010). Com exceção de uma ou outra balada sustentada por teclados, como a soporífera Quando Crescer, as guitarras dão o tom de Revanche sem alterar substancialmente o padrão Bonadio de qualidade. Nem a dose de eletrônica de A Minha História Não Acaba Aqui modifica de fato a fórmula de um som que já moldou o mau gosto da juventude que consome o rock industrializado veiculado na MTV nos anos 2000.

Scissor refaz festa dos 70 e 80 em 'Night Work'

Resenha de CD
Título: Night Work
Artista: Scissor Sisters
Gravadora: Polydor
/ Universal Music
Cotação: * * * *

Difícil ouvir o terceiro álbum de estúdio do grupo Scissor Sisters sem lembrar logo dos embalos noturnos dos sábados da década dançante em que Tony Manero / John Travolta foi o rei das pistas. Nigth Work e, sobretudo, Any Which Why (com ecos da fase disco do trio Bee Gees) remetem de imediato aos tempos da discoteca. Mas Night Work - não a música e, sim, o terceiro álbum do grupo de Nova York (EUA), sucessor de Tah-Dah (2006) - não se limita a fazer um revival dos anos 70. Com doses calculadas de eletrônica, o produtor Stuart Price - que pilotou Confessions on a Dance Floor (2005), o vibrante álbum em que Madonna flertou descaradamente com os mesmos embalos - reprocessou sons de tempos idos sem excessivo saudosismo. E sem se restringir à década áurea de Donna Summer. Se Harder You Get poderia estar num disco glamurizado do David Bowie dos 70, faixas como Running out ecoam as batidas sintetizadas dos anos 80 enquanto Sex and Violence traduz o clima puramente eletrônico das pistas mais recentes e mostra que o Scissor Sisters se recusou a entrar no túnel do tempo. A banda refaz a festa dos 70 e 80 à sua moda contemporânea. E o fato é que, acima de rótulos e referências, paira a vibe sedutora de um grande álbum que apresenta grandes músicas dançantes como Fire with Fire. Ótimo combustível para os trabalhos noturnos de qualquer época!

Ney regrava 'Seu Tipo' para trilha de 'Ti Ti Ti'

Ney Matogrosso (re)gravou o fox Seu Tipo para a trilha sonora da novela Ti Ti Ti. Lançada pelo próprio cantor, a sensual música de Eduardo Dussek e Luiz Carlos Góes deu título ao álbum gravado por Ney - visto à esquerda em foto de Carol Mendonça - em 1979. Seu Tipo, o disco, foi o primeiro trabalho em que Ney se apresentou de cara limpa, sem fantasia, esboçando a atitude que tomaria com mais firmeza a partir do show e do disco O Pescador de Pérolas (1986 / 1987).

21 de julho de 2010

Hebe reúne Roberto e Boaventura em seu disco

Presença bissexta em álbuns alheios, tendo aceitado somente uns sete ou oito convites do gênero ao longo de seus 50 anos de carreira, Roberto Carlos topou gravar participação especial no CD que marca o retorno da apresentadora de TV Hebe Camargo ao mercado fonográfico. O Rei divide com Hebe os vocais de Você Não Sabe, a canção que ela interpretou em maio de 2009 no show coletivo Elas Cantam Roberto. Nas lojas em breve, o disco traz também como convidado o cantor Daniel Boaventura.

Gil assina a trilha de filme sobre o clã Gonzaga

Dez anos após abordar a obra de Luiz Gonzaga (1912 - 1989) na boa trilha sonora do filme Eu Tu Eles (2000), Gilberto Gil - visto à direita em foto de Beti Niemeyer - aceitou convite para assinar outra trilha sonora de cinema que vai pôr novamente o compositor baiano em contato com o repertório do Rei do Baião. Gil vai criar a trilha sonora de Gonzaga - De Pai para Filho, o filme de Breno Silveira que vai contar a conturbada relação familiar e musical de Luiz Gonzaga com seu filho Luiz Gonzaga do Nascimento Jr. (1945 - 1991), o Gonzaguinha. As filmagens vão começar em 2011 sob a direção de Breno Silveira, que assinou a fotografia de Eu Tu Eles.

Álbuns clássicos de Jorge Ben retornam ao vinil

Dois importantes álbuns lançados por Jorge Ben Jor na década de 70, A Tábua de Esmeralda (1974) e África Brasil (1976) vão ganhar edições em vinil ainda em 2010, retornando ao formato no qual foram lançados originalmente pela extinta gravadora Philips.

Taylor Swift anuncia terceiro disco, Speak Now

Atual campeã de vendas de CDs do mercado fonográfico norte-americano, Taylor Swift volta à cena em outubro de 2010 com Speak Now. Terceiro álbum da cantora de pop country, o sucessor de Taylor Swift (2006) e Fearless (2008) - disco que vendeu 5,9 milhões de cópias desde o lançamento, em novembro de 2008 - vai chegar às lojas a partir de 25 de outubro. Antes, em 16 de agosto, a artista edita Mine, primeiro single do álbum que totaliza 14 músicas compostas somente pela cantora. A produção foi dividida por Taylor com o seu fiel escudeiro, Nathan Chapman.

Domingos vai de choro a bolero com Yamandú

Na sequência do CD Yamandú + Dominguinhos - produzido por José Milton em 2007 e posto nas lojas pela gravadora Biscoito Fino no mesmo ano - e do excelente DVD Yamandú + Dominguinhos ao Vivo no Ibirapuera (2009), a mesma Biscoito Fino apresenta, nesta segunda quinzena de julho de 2010, Lado B, o segundo álbum de estúdio da dupla formada pelo violonista Yamandú Costa com o sanfoneiro Dominguinhos. Disco gravado em apenas três dias, entre Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), Lado B vai de choro (Carioquinha - de Waldir Azevedo - e Choro do Gago, de Yamandú) a bolero (Solamente una Vez, hit de Agustín Lara), passando por sucesso de Luiz Gonzaga (1912-1989) - Pau de Arara - e por temas autorais de Dominguinhos (Chorando em Passo Fundo, Noites Sergipanas e Fuga pro Nordeste). Na loja!

'Stones in Exile' ganha edição nacional em DVD

Para acompanhar a ótima reedição do álbum Exile on Main St. (1972) em maio de 2010, os Rolling Stones quiseram produzir um documentário sobre a conturbada gestação do genial disco duplo que se tornaria um dos clássicos de sua obra fonográfica. O filme, Stones in Exile, estreou (bem) no Festival de Cannes de 2010, foi exibido em seguida nas principais emissoras de TV do mundo e, logo na sequência, ganhou edição em DVD - com 85 minutos de material adicional - que chegou ao mercado brasileiro neste mês de julho via ST2. Com farto material de arquivo e entrevistas atuais (dos próprios Stones e dos músicos e técnicos que participaram da gravação de Exile on Main St.), Stones in Exile reconstitui a criação do álbum num ambiente de sexo, drogas e rock'n'roll. Ao se autoexilar no Sul da França, para fugir dos altos impostos britânicos, os Stones se isolaram numa mansão alugada por Keith Richards e ali compuseram e gravaram a maior parte do repertório do álbum que seria lançado em maio de 1972. Nos extras, há filme inédito que foca o retorno de Mick Jagger e Charlie Watts ao Olympic Studios - em Londres, onde o álbum foi concluído - e à casa de campo de Jagger em Stargroves, Inglaterra, onde Exile on Main St. começou de fato a germinar.

P.S.: Na sequência do lançamento de Stones in Exile em DVD, a ST2 - que distribui o catálogo da Eagle Vision no Brasil - agenda para outubro de 2010 a edição de um outro DVD, Ladies and Gentleman... The Rolling Stones, com a versão restaurada do filme que documenta a turnê norte-americana realizada pelos Stones para badalar nos Estados Unidos o lendário álbum de 1972.

20 de julho de 2010

Ivete mostra 'Aceleraê', inédita do próximo DVD

Ivete Sangalo lançou música inédita, Aceleraê, no blog de seu site oficial nesta terça-feira, 20 de julho de 2010. A música vai estar no roteiro do show também inédito que vai ser feito e gravado ao vivo no Madison Square Garden, em Nova York (EUA), para edição em CD e DVD. A apresentação está agendada para 4 de setembro. A artista baiana mostrou Aceleraê através de um vídeo em que canta o tema (com músicos de sua banda). Eis a letra de Aceleraê:

Nesse lance vou, nesse ritmo tudo pode rolar
Já sei onde vou nessa onda, tô doido a fim de dançar
Solta o som pra animar a noite DJ
Todo mundo ligado na noite do bem

Aceleraê o coração
Que hoje é dia de Ivete
Aceleraê o coração
Que hoje é dia de Ivete
Aaaah

Aceleraê o coração
Que hoje é dia de Ivete
Aceleraê o coração
Que hoje é dia de Ivete
Aaaah

Mão com mão, eu você curtição, o hit é bom
Pense bem, mente sã, corpo são
Tô feliz, tô afim, tô legal
E nesse astral
Vou ficar até amanhecer

Aceleraê o coração
Que hoje é dia de Ivete
Aceleraê o coração
Que hoje é dia de Ivete
Aaaah

Aceleraê o coração
Que hoje é dia de Ivete
Aceleraê o coração
Que hoje é dia de Ivete
Aaaah

Biográfico, Frampton volta com fôlego ao rock

Resenha de CD
Título: Thank You
Mr. Churchill
Artista: Peter Frampton
Gravadora: Eagle Records
/ ST2
Cotação: * * * 1/2

Quatro anos após um álbum instrumental - Fingerprints (2006) - que lhe rendeu um Grammy, Peter Frampton está de volta ao mercado fonográfico com fôlego em Thank You Mr. Churchill, 14º título de estúdio de discografia solo que atingiu seu ápice com Frampton Comes Alive! (1976), álbum que pôs o cantor e guitarrista britânico no topo das paradas mundiais. Lançado no mercado nacional pela ST2, no embalo do anúncio da vinda de Frampton ao Brasil para quatro shows agendados para setembro de 2010, Thank You Mr. Churchill é disco de cunho autobiográfico. A faixa-título é um agradecimento de Frampton a Winston Churchill (1874 - 1965) por seu nascimento, viabilizado por decisão política de Churchill - Primeiro Ministro do Reino Unido na Segunda Guerra Mundial - que possibilitou o retorno de seu pai do combate. Gravado no estúdio particular de Frampton em sua casa, em Ohio (EUA), o disco tem forte tom roqueiro que permite que o músico mostre suas habilidades na guitarra. Solos de guitarra pontuam Road to the Sun - faixa em que Peter toca com seu filho, o hoje também guitarrista Julian Frampton - e I'm a Due a You, entre outros temas inéditos que abordam questões pessoais. Black Ice celebra de certa forma a sobriedade mantida pelo artista já há sete anos enquanto Invisible Man remete aos tempos de juventude em que Frampton curtia os sons negros da gravadora Motown. Não por acaso, o grupo Funk Bros. toca na faixa. Fora da esfera pessoal, Asleep at the Wheel se sensibiliza com o rapto de criança do Japão por coreanos. A produção do álbum - que estabelece o início da parceria de Frampton com o letrista Gordon Kennedy - foi feita pelo próprio cantor ao lado do guitarrista Chris Kimsey, que foi o engenheiro de som de seu primeiro álbum solo, Wind of Change (1972). Atual baterista do grupo Pearl Jam, Matt Cameron toca em músicas como Restraint e a citada Asleep at the Wheel, contribuindo para a aura especial deste disco que parece até ter (re)acendido a velha chama criativa do roqueiro Peter Frampton.

Roberta põe Moyseis na roda de Roque Ferreira

Na loja a partir de 27 de julho de 2010, com distribuição da Universal Music, o terceiro CD de estúdio da cantora Roberta Sá, Quando o Canto É Reza - Canções de Roque Ferreira, põe o cantor carioca Moyseis Marques na vivaz roda afro-brasileira desse compositor baiano. Moyseis faz dueto com a cantora no samba Tô Fora. Gravado e assinado por Roberta Sá com o Trio Madeira Brasil, Quando o Canto É Reza transita em 13 faixas por ritmos como ijexá (Menino), coco (Cocada), chula (Xirê) e samba (Marejada). O título Quando o Canto É Reza foi extraído de verso ("Quando o Canto É Reza, Todo Toque É Santo") de Água Doce. O repertório é majoritariamente inédito. Mas há regravações como as de Água da Minha Sede (samba de Roque Ferreira e Dudu Nobre que deu título ao álbum lançado por Zeca Pagodinho em 2000), Mandingo (parceria de Roque com Pedro Luís, gravada por Pedro Luís e a Parede em 2008 no disco Ponto Enredo), A Mão do Amor (o tema originalmente intitulado Tricô que Maria Bethânia inseriu como vinheta no CD Tua, de 2009) e Xirê (a supra-citada chula gravada pela baiana Clécia Queiroz em seu tributo Samba de Roque, lançado em 2009). Completam o repertório do disco - produzido por Pedro Luís - Zambiapungo (parceria de Roque com Zé Paulo Becker), Festejo, Orixá de Frente e Chita Fina (o tema inicialmente escolhido para dar título ao álbum). Detalhe: Roberta Sá e o Trio Madeira Brasil chegaram a gravar um medley com Mão de Ofá e Axé de Oxum, mas a faixa não entrou na enxuta seleção final de Quando o Canto É Reza.

Som de Guerra junta latinidade, amor e política

Resenha de CD
Título: A Son de Guerra
Artista: Juan Luis
Guerra 4: 40
Gravadora: Capitol
/ EMI Music
Cotação: * * * 1/2

Nome tradicional da música latina, o artista dominicano Juan Luis Guerra faz o seu discurso social em A Son de Guerra - seu 11º álbum, gravado com o recorrente grupo 4:40 - sem atravessar as fronteiras de seu habitual mundo musical. Por mais que se ouça um breve rap em La Guagua, guaracha de tom politizado, o cantor apresenta mais do mesmo com seu padrão de qualidade. Entre merengues (No Aparecen e Apage y Vamonos) e reggae de pressão roqueira em que figura o astro colombiano Juanes (La Calle), o CD A Son de Guerra exalta o amor em Mi Bendicion, melodiosa bachata de tom romântico que se insinua como possível hit radiofônico do repertório autoral. Os metais em brasa do grupo 4:40 turbinam temas como Cayo Arena, tributo do artista à sua natal República Dominicana. Transitando tanto por salsa (Arregla los Papeles) como por ótimo mambo (Lola's Mambo, inspirado na cachorra do compositor e gravado com o trompetista de jazz Chris Botti), Juan Luis Guerra se permite até cantar música em inglês, Caribbean Blues, um tema menos inspirado, alocado como faixa-bônus neste álbum em que - sem inventar moda - o veterano artista faz o som que se espera dele, sem apelação e com a já provada competência.

Tom Zé celebra Corinthians e Michael Jackson

Fiel torcedor do mais popular time de futebol da cidade de São Paulo, o baiano Tom Zé compôs hino para festejar o centenário do Corinthians. A música vai ser editada no livro Corinthians - 100 Anos de Paixão, que reúne crônicas, depoimentos e fotos de famosos torcedores do clube. Paralelamente, o compositor de divulgou bela poesia, Amado Michael, em que acarinha Michael Jackson (1958 - 2009) no embalo das homenagens prestadas ao Rei do Pop no primeiro aniversário de sua morte. Eis a letra do hino do centenário do Corinthians e os versos de Amado Michael:
Hino do Centenário
(Tom Zé)
Ê Coringão, cem anos de tradição
Ê Coringão, guerreiro, time, timão (bis)
Mas o Corinthians vai crescer, crescer, crescer
Com a vibração daquela fé
Tenha ela o nome que quiser
Força, magia, feitiçaria,
Porque se o inimigo
Tem truque nos pés
O Corinthians tem 1910
Ê Coringão, cem anos de tradição
Ê Coringão, guerreiro, time, timão (bis)
Dia de jogo logo cedo
O que se passa comigo é segredo:
Coração bate que pula,
Senhor São Jorge é quem me segura
As fadas, musas olímpias
Todas elas se dizem Corinthians
Eratos, Euterpes, Urânias
Quietinhas, mas corintianas
Ê Coringão, cem anos de tradição
Ê Coringão, guerreiro, time, timão

Amado Michael
(Tom Zé)
Negro da luz que desbota branco
Tanto talento tormento tanto
Tanta afronta de pouca monta
Eia! virtudes em farta ceia
Todo encanto que pode o canto
Toda fiança que adoça a dança.
Que Deus nos furta vida tão curta?
Mundo lamenta: ele mal cinquenta!
A ninguém ilude essa bruxa rude
Paroxismo desse Narciso
Que achou desgosto no próprio rosto
E apedrejou-se com faca e foice
Avança a rua (uma dor que dança)
E em seus telhados mandibulados
Requebra os hinos do dançarino
Niños, rapazes, se sentem azes
Herdeiros todos e seus parceiros
Revelam parque, porto e favela
II
Da Grécia três te trouxeram Graças
Arcas repletas de belas artes
Arcas que deram ciúme às Parcas
Que luz trarias tu, mitologia,
Para um tal desatino de destino
Que o espandongado toma por fado?
Porque o povo grego disse que
Se a hybris o herói consigo quis,
Se condiz ao lado dela ser feliz
Ele mesmo será pão e maldição
Enquanto gera para os olhos de Megera

Banda Restart lança música inédita na internet

Uma das bandas mais populares da tribo teen do Happy Rock, o movimento que contrapõe cores fortes aos tons sombrios dos grupos emos, Restart lança música romântica na internet. Já em exposição na página da banda no portal MySpace e à venda por R$ 0,99 na UOL Megastore, Esse Amor em mim é de autoria de Pelu, um dos integrantes do quarteto paulista (que tem um CD lançado).

19 de julho de 2010

Djavan anuncia Ária, primeiro CD de intérprete

Compositor de forte personalidade, Djavan ignora seu repertório autoral no CD que vai lançar em agosto de 2010. Primeiro disco de intérprete do artista alagoano, Ária marca o início da parceria do selo de Djavan, Luanda Records, com a gravadora Biscoito Fino. Formado por temas que povoam a memória afetiva do cantor, o repertório de Ária inclui Brigas Nunca Mais (Vinicius de Moraes e Tom Jobim), Fly me to the Moon (Bart Howard), Sabes Mentir (Othon Russo) - faixa já em rotação na trilha sonora nacional da novela Passione - e Disfarça e Chora (Cartola e Dalmo Castello).

Mariene está em casa na sagrada roda baiana

Resenha de CD
Título: Santo de Casa
ao Vivo
Artista: Mariene de Castro
Gravadora: Sem
indicação
Cotação: * * * * 1/2

Mariene de Castro fica em casa na sagrada roda do samba da Bahia. Santo de Casa ao Vivo -segundo disco da cantora baiana - repisa a melhor parcela do repertório de seu primeiro promissor álbum, Abre Caminho (2004). Ainda à procura de (merecida) projeção nacional, Mariene é dona de voz quente e tem presença luminosa em cena - o que vai poder ser comprovado no DVD Santo de Casa, a ser editado até o fim deste ano de 2010, na sequência deste CD ao vivo que registra 15 números do show feito em 15 de fevereiro de 2009 no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA), sob a direção musical de Jurandir Santana. Produzido por Gerson Silva, em parceria com a própria Mariene, Santo de Casa é CD extremamente bem gravado que capta todo o calor do show aberto com Saudação, o tema de domínio público que prepara a entrada de Mariene em cena ao som de Temporal, música-vinheta de Roque Ferreira (presença ilustre na Vinheta Santo de Casa que encerra o disco). Autor de temas como Mamãe na Areia e Chico e Chica, o compositor hoje celebrado por Maria Bethânia e Roberta Sá é nome recorrente em repertório de tom afro-baiano que põe na roda a religiosidade festiva do Candomblé. Entre o samba de terreiro e o culto aos orixás, Mariene canta cirandas, acentua a origem baiana de sucesso de Alcione nos anos 70 - Ilha de Maré (Walmir Lima e Lupa), com um ligeiro toque forrozeiro dado pelo acordeon de Cícero Pereira - e revive o maior clássico de Geraldo Pereira (1918 - 1955), Falsa Baiana, samba - aliás - moldado para a graciosa postura cênica da intérprete. Nessa roda que abarca temas folclóricos da cultura popular afro-baiana - e que tem o mar como assunto recorrente de vários sambas - emerge também Prece de Pescador, parceria de Roque Ferreira com J. Velloso que honra a dinastia das canções praieiras de Dorival Caymmi (1914 - 2008). O samba de roda é o ritmo dominante em disco fervoroso que reitera o talento de Mariene de Castro, voz que faz milagre ao unir o sagrado e o profano no já diluído terreiro da música baiana.

Aderne compõe - e grava - com Peyroux em NY

O cantor e compositor carioca Pierre Aderne compôs e gravou com a cantora norte-americana Madeleine Peyroux música, Só pra Ver Ela Passar / Just to Watch her Walking by, que vai estar em seu próximo disco solo, Água Doce. O tema - composto por Aderne com Wagner Tiso, com parte da letra escrita em inglês por Madeleine - evoca em seus versos bilíngues o clima bossa-novista de Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), citando João Gilberto e os compositores do standard mundial. O dueto de Aderne com Peyroux foi produzido por Brian Cullman e gravado por Hector Castilho no Downtow Studio, em Nova York, nos EUA.

Brown grava disco com adesão dos Paralamas

Convidado do 18º álbum do grupo Paralamas do Sucesso, Brasil Afora (2009), Carlinhos Brown retribuiu o convite e chamou o trio carioca para participar do disco de inéditas que está gravando entre Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ). Bi Ribeiro, João Barone e Herbert Vianna - vistos com Brown no estúdio na foto de Ana Gonzalez - tocam nas inéditas Verdade e Yarahá, reeditando a colaboração que, em 1995, rendeu ao grupo o hit Uma Brasileira. Patrocinado pelo projeto Natura Musical, o disco do tribalista tem lançamento previsto para setembro. Por conta deste CD ainda sem título, que vai gerar turnê nacional, Brown adiou para 2011 a edição do álbum de rock que ele gravou com o grupo Mar Revolto.

Ilana evoca Brasil antigo no engenhoso 'Bangüê'

Resenha de CD
Título: Bangüê
Artista: Ilana Volcov
Gravadora: Tratore
Cotação: * * * * 1/2

Conta Ilana Volcov, em texto escrito para o encarte de seu primeiro belo disco solo, que conheceu a palavra Bangüê na voz de Chico Buarque em gravação de Recife, Cidade Lendária (Capiba). Curiosa, a cantora paulistana - que integrou o grupo Barbatuques - descobriu que a tal palavra, de origem africana, significa engenho da cana-de-açúcar. Bangüê acabou sendo o título do CD que apresenta a voz límpida de Ilana Volcov - de afinação e emissão perfeitas, atestadas na interpretação a capella de Morada (tema de autor desconhecido) - ao país das cantoras. Título apropriado, pois a intérprete evoca um antigo Brasil mulato com repertório primoroso que - além do samba-canção Recife, Cidade Lendária - foge do óbvio ao reviver sem ranços folclóricos temas como Estatuinha (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri), Leilão (Hekel Tavares e Joracy Camargo) e Paixão e Fé (Tavinho Moura e Fernando Brant). A produção - capitaneada por Ricardo Mosca com o violonista Michi Ruztischka e a própria Ilana Volcov - embala esse cancioneiro regional com engenhoso bom gosto. O arranjo coletivo de O Trem (Karina Bhur), por exemplo, remete ao som de locomotiva sobre os trilhos do Brasil interiorano que, na voz mansa de Ilana, ressurge com leveza em temas como Onde Eu Nasci Passa um Rio (Caetano Veloso), Procissão da Padroeira (Guinga e Paulo César Pinheiro) e O Namorico da Rita (Antônio Mestre e Artur Ribeiro), faixa de tom espirituoso realçado pelo clarinete de Alexandre Ribeiro. E, entre várias músicas que soam praticamente inéditas pelo fato de serem tão pouco gravadas ou mesmo ouvidas, há até um Noel Rosa (1910 - 1937) mais lento e trágico de 1933, Quando o Samba Acabou, que somente não surpreende porque foi resgatado por Martinho da Vila em seu recente CD-tributo Poeta da Cidade (2010), lançado em maio. Coincidência que não dilui o teor de encantamento de Bangüê, belo disco que põe Ilana Volcov na linha de frente das cantoras brasileiras identificadas com uma MPB localizada em tempos idos.

Duofel vai gravar Beatles ao vivo no Cavern Club

Dez meses após o lançamento do CD Duofel Plays the Beatles, editado em setembro de 2009, o duo brasileiro de violões ainda continua às voltas com o cancioneiro dos Fab Four. O Duofel - integrado pelos violonistas Fernando Melo e Luiz Bueno - vai gravar na Inglaterra o DVD O Sonho Nunca Acabará... em dois shows no lendário Cavern Club, o bar de Liverpool onde os Beatles iniciaram sua escalada rumo ao topo da parada mundial. O primeiro show está agendado para esta segunda-feira, 19 de julho de 2010, enquanto o segundo vai ser feito amanhã, 20 de julho. Detalhe: os dois shows estão marcados para as 13h - no fuso horário inglês - em alusão ao fato de, no começo da carreira, os Beatles cantarem nesse horário. A ideia é extrapolar o registro do show, tornando O Sonho Nunca Acabará... um documentário.

18 de julho de 2010

Moska irmana em cena sons de 'Muito' e 'Pouco'

Resenha de Show
Título: Muito Pouco
Artista: Moska (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Theatro Municipal de Niterói (RJ)
Data: 17 de julho de 2010
Cotação: * * * *
Em cartaz em Niterói - RJ (18 de julho), em Curitiba - PR (em 30 de julho) e no Festival de Inverno de Bonito - MS (31 de julho de 2010)
Discos de tons diferentes, Muito e Pouco se irmanam em cena no novo show de Moska, sem prejuízo de suas características básicas. Sob a direção musical do próprio Moska, o show Muito Pouco teve sua estreia nacional na noite de sábado, 17 de julho de 2010, no Theatro Municipal de Niterói (RJ). Com o guitarrista Daniel Lopes incorporado à (boa) banda já habituada aos voos musicais e poéticos do artista, o autor de Admito que Perdi - música lançada por Marina Lima em 1995 e alocada no bis de Muito Pouco - apresentou show coeso em que recorreu às projeções para ilustrar o roteiro que entrelaça com habilidade músicas dos dois discos, recém-lançados pela gravadora Biscoito Fino. No palco, é como se o expansivo Muito e o interiorizado Pouco fossem um único CD com dois lados complementares - o que, a rigor, eles também são.
Já na abertura, enquanto salpica notas em piano de brinquedo e canta Semicoisas, Moska se revela senhor da cena. Elétrico mesmo quando experimenta ambiências e sons acústicos. "Foram seis anos juntando músicas e ideias", contou Moska ao público que lotou o Municipal de Niterói, ocupando até as cadeiras extras posicionadas na plateia, após cantar O Tom do Amor, parceria com Zélia Duncan composta em tributo a seu primeiro filho, Antonio, hoje com 13 anos. Exposto à farta safra de músicas inéditas, o público pareceu reagir bem às novidades do roteiro - ainda que tenha se manifestado com mais calor ao reconhecer velhas canções como A Seta e o Alvo e O Último Dia. Da safra autoral dos discos gêmeos, a balada bluesy Provavelmente Você cresceu muito no palco, ambientada em atmosfera esfumaçada e turbinada com os vocais do citado guitarrista Daniel Lopes, novo integrante da banda que agrega feras como o baixista Dunga e o tecladista Sacha Amback (hábil ao piano que pontua a balada Estou Pensando em Você). Por ter sido gravada no CD Pouco com intervenções do cantor argentino Pedro Aznar, Provavelmente Você abre o bloco em que Moska enfileira suas conexões latinas com cantautores do Mercosul. Parceria de Kevin Johansen com Moska, Waiting for the Sun to Shine brilha mais no palco do que no seu morno registro de estúdio. Já Oh my Love, Oh my Love - número em que Daniel Lopes faz os vocais que, no CD Pouco, são de Maria Gadú - reitera em cena a leveza que contrasta com a densidade de Nuvem, tema do chileno Nano Stern, vertido para o português por Moska com aparente fidelidade ao espírito da letra original. Nuvem passa em cena no set em que Moska fica sozinho no palco com seu violão. É quando ele canta a belíssima Saudade - parceria com Chico César lançada por Maria Bethânia no álbum Tua (2009) - e diverte o público ao imitar a voz do parceiro, reproduzindo o diálogo que teve com Chico sobre a inspiração do tema. Findo o bloco solitário, já com a banda de volta à cena, o cantor revive A Idade do Céu - melodiosa música do uruguaio Jorge Drexler vertida por Moska - em número encorpado pelo coro espontâneo do público. Mais adiante, com o baixista Nilo Romero agregado à banda em participação especial para pilotar uma guitarra, o artista enfileira temas de pegada mais pop como Devagar, Divagar ou de Vagar? e Canção Prisão, um potencial hit radiofônico do projeto duplo Muito Pouco por sua arquitetura redonda. No todo, o show traduz bem em cena a alma dos discos que o geraram e, de certa forma, até os supera por ser mais coeso.

Moska projeta imagens no show 'Muito Pouco'

Artista multimídia, hábil ao relacionar fotografia e música em seus trabalhos, Moska recorre às projeções de imagens para ilustrar visualmente o repertório de seu novo show, Muito Pouco, cuja turnê nacional estreou na noite de sábado, 17 de julho de 2010, no Theatro Municipal de Niterói (RJ), onde fica em cartaz até este domingo, 18 de julho. No show, o cantor - visto no post em fotos de Mauro Ferreira - entrelaça músicas dos CDs Muito e Pouco (recém-lançados pela gravadora Biscoito Fino em edições avulsas e em box duplo) com sucessos como Admito que Perdi, Lágrimas de Diamante e A Seta e o Alvo. Eis o roteiro basicamente autoral seguido por Moska na estreia nacional de seu show Muito Pouco:
1. Semicoisas (Moska) - com citação de Muito Pouco (Moska)
2. O Tom do Amor (Moska e Zélia Duncan)
3. Sinto Encanto (Moska e Zélia Duncan)
4. Deve Ser o Amor (Moska)
5. Reflexos e Reflexões (Moska)
6. Soneto do teu Corpo (Moska e Leoni)
7. A Seta e o Alvo (Moska)
8. Lágrimas de Diamantes (Moska)
9. Provavelmente Você
10. Waiting for the Sun to Shine (Moska e Kevin Johansen)
11. Oh my Love, my Love (Kevin Johansen)
12. Saudade (Moska e Chico César)
13. Nuvem (Nano Stern em versão de Moska)
14. A Idade do Céu (Jorge Drexler em versão de Moska)
15. Estou Pensando em Você (Moska)
16. Quantas Vidas Você Tem? (Moska)
17. Canção Prisão (Moska)
18. Devagar, Divagar ou de Vagar? (Moska)
19. Muito Pouco (Moska)
Bis:
20. Tudo Novo de Novo (Moska)
21. Admito que Perdi (Moska)
22. O Último Dia (Moska)

Moska soa mais íntimo e pessoal no CD 'Pouco'

Resenha de CD
Título: Pouco
Artista: Moska
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Na contramão do exercício pop de seu gêmeo Muito, Pouco é disco em que Moska se permite ser mais íntimo e pessoal. Exemplo é O Tom do Amor, sensível parceria com Zélia Duncan em que o compositor exalta seu primeiro filho, Antonio, hoje um adolescente de 13 anos. Já na primeira faixa, Semicoisas, urdida com piano de brinquedo, salta aos ouvidos a arquitetura arsenal que põe em primeiro plano a poesia das letras. Mesmo músicas já tão bem gravadas - como Sinto Encanto, outra parceria com Zélia, lançada pela cantora em tom delicado no álbum Pelo Sabor do Gesto (2009) - conseguem soar sedutoras em Pouco. No caso, os vocais de Maria Gadú - ouvidos no refrão - fazem toda a diferença. Dentro dessa estrutura caseira, o violão adquire valor especial em temas como a densa Nuvem, versão de tema do jovem compositor chileno Nano Stern. No caso, é o violão do argentino Pedro Aznar, que também une sua voz à de Moska na faixa. Nessa rota latina, Moska faz conexões com Kevin Johansen, cantautor nascido no Alaska (EUA), mas criado na Argentina. Parceiro de Johansen em Waiting for the Sun to Shine, um tema de inspiração mais rala valorizado pelo arranjo vocal que harmoniza os cantos de Moska e do próprio Kevin Johansen, o artista brasileiro grava também outra música do colega, Oh my Love, my Love, com as leves intervenções vocais da recorrente Maria Gadú e do autor da composição (Johansen também toca violão na faixa). Em tom bem mais esfumaçado, Provavemente Você é balada bluesy adequada ao clima de maior intimidade gerado pela produção caseira que formatou Pouco. No fim, o CD apresenta uma (razoável) terceira música feita por Moska com Zélia Duncan - Não, de arquitetura delicada moldada pelo vibrafone de Arthur Dutra - e a obra-prima Saudade, composta por Moska com Chico César, lançada por Maria Bethânia no álbum Tua (2009) - em registro sublime feito com Lenine - e abordada em Pouco em dueto dos autores que remete ao universo musical ruralista - inclusive por ser pontuado pelo acordeon de Cezinha Silveira. Por conta do acabamento mais artesanal, Pouco deixa fluir os sentimentos e as emoções que às vezes se escondem sob a arquitetura pop de Muito. Vale o clichê no projeto duplo Muito Pouco: menos, às vezes, pode ser mais...

Moska exercita a arte de ser pop no CD 'Muito'

Resenha de CD
Título: Muito
Artista: Moska
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * *

Espécie de lado A de Muito Pouco, o projeto duplo ora lançado por Moska em belo box que embala dois CDs e em edições avulsas, Muito é disco com som de banda em que o cantor se exercita na arte de ser pop ao longo de nove canções autorais que totalizam 33 minutos. Já na primeira faixa - Devagar, Divagar ou de Vagar? - salta aos ouvidos a arquitetura pop (no caso, moldada por arranjos de metais) que põe em segundo plano a poesia das letras. Dentro dessa estrutura pop, o compositor roça a perfeição em Canção Prisão - tema metalinguístico de refrão redondo - e em Soneto do teu Corpo, a parceria com Leoni lançada por Mart'nália no álbum Menino do Rio (2005). Já Muito Pouco - a música que batiza o projeto duplo - se ressente em Muito da inevitável comparação com a gravação primorosa de Maria Rita, mais visceral. Mas, a rigor, qualquer comparação é injusta por ser Moska um cantautor que dá sua versão para as próprias músicas sem pretensão de ser o intérprete delas. Nessa rota autoral, ele transita eventualmente por outros ritmos sem se desviar do trilho pop. Se Ainda ganha contornos de tango pela adesão do grupo argentino Bajofondo (também presente em Muito Pouco), Pêndulo - tema de inspiração mais rala - se insinua como samba entre o morro (evocado na percussão detalhista de Marcos Suzano) e a gafeira (citada pelos metais arranjados com leveza). Completam o repertório Deve Ser o Amor, Quantas Vidas Você Tem? - música que já esteve em rotação na trilha sonora da novela A Favorita (TV Globo, 2008) - e Antes de Começar. Embora por vezes irregular, Muito é um salutar exercício pop de Moska - compositor sempre interessante.