29 de maio de 2010

'Passageiro' refina obra já perene de Maranhão

Resenha de CD
Título: Passageiro
Artista: Rodrigo Maranhão
Gravadora: MP,B Discos / Universal Music
Cotação: * * * * *

Em 1999, Rodrigo Maranhão se revelou compositor no mercado fonográfico através de boas parcerias com Pedro Luís, gravadas naquele ano por Verônica Sabino (Rosa que me Encanta) e pelo próprio parceiro (Rap do Real, tema vivaz que inspirou o título do segundo álbum de Pedro Luís e a Parede, É Tudo Um Real). No ano seguinte, Baile da Pesada - parceria com Fernanda Abreu, gravada pela Garota Sangue Bom no álbum Entidade Urbana - repôs Maranhão no circuito do funk carioca. Rota seguida pelo compositor no comando da miscigenada Bangalafumenga, banda-sensação da cena indie do Rio de Janeiro (RJ) nos anos 90. Mas foi somente em 2005, quando Maria Rita pôs sua voz no Caminho das Águas ao fazer o disco Segundo, que Maranhão começou de fato a ser notado como compositor por público mais amplo. Gravado também por Roberta Sá, o autor carioca - cuja ascendência vem do Rio Grande do Norte - teve então a chance de tecer Bordado, seu primeiro CD solo, editado em 2007. A costura do repertório inspirado chamou atenção, ainda que várias músicas já tivessem sido gravadas por intérpretes com maior domínio vocal. Três anos depois, Passageiro - o sublime segundo disco solo de Maranhão - contradiz seu título e confirma que o artista veio para ficar, com lugar garantido no primeiro time de compositores de sua geração.

Desta vez, tudo é novo. E tudo soa novo. Sob a batuta minimalista do produtor Zé Nogueira, Maranhão lança estupendo e inédito repertório autoral, situado entre o samba urbano e os ritmos do interior nordestino. Entre o sertão e o mar exposto na capa, muso inspirador do Samba pra Vadiar que evoca o universo praieiro de Dorival Caymmi (1914 - 2008). Hábil na costura artesanal desse cancioneiro inédito, Nogueira consegue a proeza de disfarçar os limites vocais de Maranhão. Mesmo miúda, a voz alcança todas as intenções poéticas de temas como o onírico baião Sonho, a toada Três Marias - que transita em trilho pavimentado pelo violão de Maranhão e pela percussão sutil de Marçal - e o xote Maria Sem Vergonha, embasado pelo delicado arsenal percussivo de Marcos Suzano. Passageiro, a propósito, foi todo bordado no tempo da delicadeza, irmanando samba feito (quase) à moda tradicional do morro (Um Samba pra Ela), canção de amor ao estilo camerístico (De Mares e Marias, embalada pelo piano de Leandro Braga e por cordas regidas pelo próprio pianista) e tema inspirado pelo mais universal dos ritmos portugueses (Quase um Fado - faixa na qual figura a pungente voz lusitana de António Zambujo). As ousadias estilísticas do compositor - como a subversão do conceito de suingue no Samba Quadrado - atestam que Maranhão está em nítida evolução como compositor. O repertório de Bordado, já de alto nível, é superado pela safra de inéditas de Passageiro. O disco em si é obra-prima que embute pequenas obras-primas como a já citada toada Três Marias, a Valsa Lisérgica - composta com Pedro Luís, parceiro da única faixa não assinada somente por Maranhão - e a canção que dá nome ao álbum e o encerra em tom sublime, com a rabeca cortante de Siba remetendo ao universo da embolada. Completam o repertório Camaleão e Fogo no Paiol, samba capaz de incendiar um bloco. Enfim, um disco irretocável, bordado com poesia tão minimalista e elegante quanto a acústica arquitetura dos arranjos. Sem ter a pretensão de soar muderno, Rodrigo Maranhão já começa a se insinuar compositor eterno no cancioneiro popular brasileiro. Passageiro refina obra já perene.

Energia boa de Sandra anima baile dos 30 anos

Resenha de Show
Título: Africanatividade - 30 Anos de Carreira
Artista: Sandra de Sá (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 28 de maio de 2010
Cotação: * * *

" sentindo a energia", disse Sandra de Sá para o público, a certa altura do show Africanatividade, com o qual celebra 30 anos de carreira, tomando como ponto de partida a defesa de Demônio Colorido no festival MPB-80, exibido em 1980 pela TV Globo. Sim, a energia estava boa. Mas o (pouco) público que compareceu ao Canecão na noite de sexta-feira, 28 de maio de 2010, apenas retribuía a energia boa emanada do palco pela própria cantora. Foi Sandra, com seu carisma e com sua voz sempre calorosa, que foi conquistando a plateia e garantindo a progressiva animação do baile black. Cenário, figurinos e luz inserem Africanatividade na lista dos shows mais bem-cuidados da carreira da artista. Contudo, o roteiro - estruturado em quatro blocos pela diretora Adriana Milagres - apresenta falhas, errando ao alocar no bloco inicial várias músicas ainda não assimiladas pelo público por terem sido lançadas no CD editado no fim de janeiro. O que fez com que o show - que já começou frio com versão sem pegada de África (Gil Gerson e César Rossini) - demorasse a esquentar. Por mais que a cantora tenha elevado os tons em Imaginação (um baladão sensual de sua própria autoria) e tenha posto fé em , aliás um dos mais fracos do novo disco, foi a somente a partir da releitura terna de Sina que Sandra começou de fato a se conectar com o público. Mesmo em registro mais próximo de uma balada convencional, sem o suingue típico do autor Djavan, Sina caiu bem na voz da artista, reiterando o êxito já perceptível no disco Africanatividade - Cheiro de Brasil. Já Baile no Asfalto - um samba-funk que evoca o balanço festivo dos subúrbios cariocas e que foi gravado no CD com Seu Jorge - perdeu força no show. Em contrapartida, Tem Alguma Coisa Errada Aí ganhou dose extra de suingue em número que evocou o som dos bailes conduzidos por Ed Lincoln e Lafayette, ambos citados nominalmente em cena por Sandra. Que, além de cantar, assumiu eventualmente a guitarra, o violão e a percussão nos arranjos nem sempre à altura de sua voz.
Na volta ao palco com outro figurino, após breve saída em que as duas vocalistas comandam o show cantando Não Adiantou Saber, Sandra reassume a interpretação desta versão de música de Tanita Tikaran, destaque de um de seus melhores álbuns, A Lua Sabe Quem Eu Sou (1996). As vocalistas - atuantes no show desde a evocação afro do início - também marcam especial presença em Demônio Colorido, entoada com violões e suingue inusitado. É o primeiro grande momento do show. Daí em diante, ao enfileirar seus hits, Sandra já tem garantida a interação com a plateia. Pena que o roteiro mais uma vez erre ao alocar tantos hits num imenso medley. Sandra não chega a picotar demais seus sucessos, mas o medley deixa a sensação de que músicas quase nunca cantadas pela artista - como a bela balada Quem É Você (Diane Warren em versão de Nelson Motta) e Picadinho de Macho (o tema abusado de Tavito e Aldir Blanc, ora propagado na reprise da novela Quatro por Quatro pelo novo canal da Net Viva) - poderiam ter sido mais bem aproveitadas no (farto) roteiro. É neste bloco que aparecem sedutoras baladas radiofônicas como Solidão e Retratos e Canções - responsáveis pelo aumento do público e das vendas dos discos da cantora na segunda metade dos anos 80. Finda a recordação do cancioneiro romântico, o show readquire o clima de baile black com Olhos Coloridos - número que sugere o elo entre a África e o funk carioca - e com Joga Fora, que cita o refrão de Let's Groove, hit do Earth, Wind & Fire que incendiou as pistas em 1981, já no fim do apogeu da disco music. Aliás, os dancin' days também são evocados pela frenética luz que emoldura Soul de Verão (Fame), um dos maiores hits de Sandra na década de 90. No fim, a eterna primeira-dama do funk nacional põe Tim Maia (Vale Tudo), Cazuza (Pro Dia Nascer Feliz) e Jackson do Pandeiro (Sebastiana, de Rosil Cavalcanti) na sua pista miscigenada. Que exalta o orgulho negro em tom global, além das fronteiras dos bailes blacks, como sinalizou já no início a inclusão de Que Bloco É Esse? (a saudação de Paulinho Camafeu ao afro Ilê Aiyê). Enfim, Africanatividade alterna mais altos do que baixos. E o saldo da estreia carioca é positivo porque deu para sentir a (boa) energia...

'África' de Sá agrega Ilê, Tim, Cazuza e Jackson

Música composta por Paulinho Camafeu nos anos 70 para exaltar o orgulho negro através de saudação ao bloco afro-baiano Ilê Aiyê, Que Bloco É Esse? foi uma das surpresas do roteiro do show Africanatividade, com o qual Sandra de Sá festeja seus 30 anos de carreira. A estreia nacional aconteceu na noite de sexta-feira, 28 de maio de 2010, no Canecão, no Rio de Janeiro (RJ). Além do tema de Camafeu, a cantora - vista no post em fotos de Mauro Ferreira - incluiu sucessos de Tim Maia (1942 - 1998), Cazuza (1958 - 1990) e Jackson do Pandeiro (1919 - 1982) entre hits de todas as fases de sua carreira. Eis o roteiro urdido pela diretora Adriana Milagres e seguido por Sandra de Sá na estreia carioca do show retrospectivo Africanatividade - 30 Anos de Carreira:
1. África (Gil Gerson e César Rossini)
2. Que Bloco É Esse? (Paulinho Camafeu)
3. Crioulo (Sandra de Sá e Adriana Milagres) /
4. Emoriô (João Donato e Gilberto Gil)
5. Imaginação (Sandra de Sá)
6. Fé (Sandra de Sá)
7. Sina (Djavan)
8. Pé de Meia (Sandra de Sá)
9. Baile no Asfalto (Sandra de Sá e Mombaça)
10.Tem Alguma Coisa Errada Aí (Sandra de Sá e Macau)
11. Não Adiantou Saber (I Might Be Crying)
(Tanita Tikaram em versão de Sandra de Sá e Ronaldo Bastos)
12. Demônio Colorido (Sandra de Sá)
13. Solidão (Chico Roque e Carlos Colla) /
14. Contrato Assinado (Chico Roque e Paulo Sérgio Valle) /
15. Não Tem Saída (Augusto César e Paulo Sérgio Valle) /
16. Quem É Você (Love Will Lead You Back)
(Diane Warren em versão de Nelson Motta) /
17. Retratos e Canções (Michael Sullivan e Paulo Massadas) /
18. Vamos Viver (Herbert Vianna) /
19. Com Você Tudo Fica Melhor (Sandra de Sá e Zé Ricardo) /
20. Azul da Cor do Mar (Tim Maia) /
21. Não Vá (Michael Sullivan e Paulo Massadas) /
22. Sozinha (Peninha) /
23. Picadinho de Macho (Tavito e Aldir Blanc) /
24. Soul de Verão (Fame)
(Dean Pitchford e Michael Gore em versão de Nelson Motta) /
25. Guarde Minha Voz (Ton Saga)
26. Olhos Coloridos (Macau)
27. Movimento (Bagulho Doido)
(Sandra de Sá, Luiz Caldas e César Rasec)
28. Vale Tudo (Tim Maia)
29. Pro Dia Nascer Feliz (Cazuza e Frejat)
30. Joga Fora (Michael Sullivan e Paulo Massadas)
31. Cheiro de Brasil (Sandra de Sá e Macau)
32. Sebastiana (Rosil Cavalcanti)
Bis:
33. Bye Bye Tristeza (Marcos Valle e Carlos Colla)
34. Pé de Meia (Sandra de Sá) - reprise
35. Olhos Coloridos (Macau) - reprise

Renato Braz e Zé Renato gravam juntos em SP

Renato Braz e Zé Renato sobem juntos ao palco do Teatro Fecap (SP) neste fim de semana - sábado e domingo, 29 e 30 de maio de 2010 - para reapresentar o show Papo de Passarim, que vai ser gravado ao vivo para ser exibido no Canal Brasil e, mais tarde, ser editado em CD e DVD. Na companhia do baixo de Sizão Machado, os cantores se revezam no violão, na percussão e no canto de um repertório que irmana os universos musicais dos dois intérpretes. Eis o provável roteiro da gravação ao vivo que agrega os Renatos:
* Ponto de Encontro (Zé Renato e Milton Nascimento)
* Adiós Felicidad (Ela O'Farril)
* Benefício (Zé Renato e Hamilton Vaz Pereira)
* Desenredo (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro)
* Kid Cavaquinho / De Frente Pro Crime (João Bosco e Aldir Blanc)
* No Dia em que o Morro Descer e Não For Carnaval (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro)
* A Hora e a Vez (Zé Renato, Claudio Nucci e Ronaldo Bastos)
* Papo de Passarim (Zé Renato e Xico Chaves)
* Roxanne (Sting)
* Água pra Que? (Zé Renato e Ivan Santos)
* Das Maravilhas do Mar Fez-se o Esplendor de uma Noite (David Corrêa e Jorge Macedo)
* Como Tem Zé Na Paraíba (Manézinho Araújo e Catulo de Paula)
* Outro Quilombo (Mario Gil e Paulo César Pinheiro)
* Yo Vengo a Ofrecer mi Corazón (Fito Paez)
* Todo Menino É um Rei (Rufino e Zé Luiz)
* A Saudade Mata a Gente (João de Barro e Antonio Almeida)
* Panelada de Bochecha (Borrachinha)
* Sem Fim (Novelli e Cacaso)
* Anima (Zé Renato e Milton Nascimento)

28 de maio de 2010

Capital libera álbum 'Das Kapital' para audição

À venda nas lojas somente a partir da primeira semana de junho de 2010, pela Sony Music, o 12º álbum de inéditas do Capital Inicial, Das Kapital, foi liberado para audição pelo grupo em seu site oficial. As 11 músicas já estão disponíveis em streaming - com direito à reprodução das letras. A foto que ilustra a capa do disco foi clicada na Bolsa de Valores de São Paulo (SP). Já o título Das Kapital reproduz o nome original, em alemão, do livro de Karl Marx (1818 - 1883) para aludir com humor à origem brasiliense do quarteto. Eis, na ordem, as 11 músicas inéditas ouvidas no álbum:

1. Ressurreição
2. Depois da Meia-Noite
3. Como se Sente
4. Eu Quero Ser como Você
5. A Menina que Não Tem Nada
6. Não Sei Por Quê
7. Melhor
8. Vamos Comemorar
9. Eu Sei Quem Eu Sou
10. Marte em Capricórnio
11. Vivendo e Aprendendo

Deckdisc vira apenas Deck e adapta logomarca

A gravadora Deckdisc anunciou nesta sexta-feira, 28 de maio de 2010, que passa de agora em diante a se chamar somente Deck - nome, aliás, pelo qual o meio fonográfico já se referia cotidianamente à gravadora sediada no Rio de Janeiro (RJ) e dirigida por João Augusto. Com a simplificação do seu nome, a empresa ganha nova logomarca - confira na foto acima à direita - que entra em sintonia com a redução do nome sem renegar o megafone desenhado por Ziraldo.

Cazes traz som de Carmen para os dias de hoje

A gravadora Biscoito Fino lança nesta última semana de maio uma coletânea peculiar de Carmen Miranda (1909 - 1955). É Carmen Miranda Hoje, que procura apresentar 12 gravações da cantora com qualidade técnica (em tese...) compatível (ou quase...) com a modernidade fonográfica de 2010. Para tal, o músico e produtor Henrique Cazes remixou 12 fonogramas registrados pela cantora na extinta gravadora Odeon entre 1935 e 1940, acrescentando cordas, sopros e percussão aos fonogramas originais. Cazes manteve apenas os vocais da época. A intenção foi equilibrar a voz da Pequena Notável com os sons dos instrumentos, já que, nos anos 30, as precárias condições técnicas da indústria fonográfica tendiam a realçar apenas a voz do cantor. Eis as 12 músicas de Carmen Miranda Hoje, que traz como bônus duas faixas virtuais com o vídeo de Querido Adão e com uma entrevista com Cazes e com Ruy Castro (biógrafo de Carmen):
1. Uva de Caminhão (1939)
2. Gente Bamba (1937)
3. ...E o Mundo Não se Acabou (1938)

4. Alô, Alô Carnaval (1936)
5. O que É que a Baiana Tem? (1939)
6. Essa Cabrocha (1939)
7. Eu Dei... (1937)
8. O Samba e o Tango (1937)
9. No Tabuleiro da Baiana (1936)
10. Recenseamento (1940)
11. Adeus Batucada (1935)
12. Minha Terra Tem Palmeiras (1936)

Biscoito Fino reedita 30 preferidas de Toquinho

Em 1996, no auge dos acústicos, Toquinho regravou para a Paradoxx Music - a sós com seu violão - 30 músicas de sua obra autoral. O projeto foi editado em CD duplo - embalado em formato de box - sob o título Toquinho e suas Canções Preferidas. Decorridos 14 anos do lançamento, a Biscoito Fino repõe o projeto nas lojas em dois CDs vendidos de forma avulsa. A capa é outra. Assim como o título - Toquinho, seu Violão e suas Canções - também é outro. Mas conteúdo é rigorosamente o mesmo de 1996. Entre as 30 preferidas do artista, há justificável predominância de sucessos (Aquarela, Como Dizia o Poeta, Carta ao Tom, Que Maravilha, O Caderno, Regra 3, Escravo da Alegria e Tarde em Itapoã, entre outros) sobre temas menos conhecidos (Morena Flor, Na Boca da Noite, Turbilhão, Doce Vida, Maria Vai com as Outras e Chorando pra Pixinguinha - entre alguns outros).

Pitty lança em junho clipe estiloso de 'Fracasso'

Pitty vai lançar em junho de 2010 o clipe de Fracasso, novo single de seu terceiro álbum de estúdio, Chiaroscuro (2009). Recém-gravado sob a direção de Oscar Rodrigues Alves e Paulo Vainer, o vídeo segue estilo conceitual. O clipe mostra a banda de Pitty tocando a música ao vivo com a cantora, que encarna "diva que vai se desconstruindo à medida em que o fracasso lhe sobe à cabeça" - de acordo com informe da assessoria da gravadora Deckdisc. A foto acima à direita - postada por Pitty em sua página no Flickr - exibe o figurino glamuroso criado para a artista vestir no vídeo de Fracasso, tema da lavra da própria Pitty.

Single do Rush é aperitivo de 'Clockwork Angels'

O Rush vai lançar em 1º de junho de 2010 um single (veja capa à esquerda) com duas músicas - Caravan e BU2B - gravadas no início do ano em Nashville (EUA) sob a batuta do produtor Nick Raskulinecz. Caravan integra o repertório de Clockwork Angels, o álbum que o grupo canadense vai editar em 2011. A conferir.

27 de maio de 2010

Venegas faz a mesma (boa) coisa em 'Otra Cosa'

Resenha de CD
Título: Otra Cosa
Artista: Julieta Venegas
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Julieta Venegas faz a mesma coisa de sempre em Otra Cosa, sexto álbum da estrela pop do México e o primeiro de inéditas desde o consagrador Limón y Sal (2006). No entanto, no caso de Venegas, isso é até bom. A cantora e compositora reedita seu padrão de elegância em disco de atmosfera eletroacústica cuja sonoridade logo remete ao Unplugged MTV (2008) que ampliou a popularidade da artista no Brasil por conta do dueto com Marisa Monte na bela canção Ilusión. A atual safra de 12 inéditas nem sempre está à altura de Venegas - especialmente em temas como Duda - só que Otra Cosa soa sedutor. Seja pela pegada pop de faixas como Amores Platónicos, Bien o Mal (acertadamente eleita o primeiro single do álbum) e Despedida. Ou mesmo pelas músicas em que, munida de seu acordeom, Venegas evoca as raízes da música mexicana sem ranços folclóricos. São os casos de Revolución e, sobretudo, de Original. Mesmo quando o fôlego da compositora parece curto, a cama instrumental de Otra Cosa embala as músicas com o bom gosto característico da artista, roçando o sabor de Limón y Sal.

Ney grava ao vivo o show 'Beijo Bandido' no Rio

Ney Matogrosso vai gravar ao vivo o show Beijo Bandido para edição em DVD. O registro vai ser feito no Rio de Janeiro (RJ) no início do segundo semestre de 2010. O lançamento do DVD está programado pela EMI Music para o mesmo semestre. Aliás, Ney - visto no post em foto de Mauro Ferreira - recebeu recentemente das mãos do presidente da gravadora, Marcelo Castello Branco, o DVD de Ouro pelas vendas já superiores a 25 mil cópias do vídeo com o registro de seu espetáculo anterior, Inclassificáveis. 10!

'Nobody's Daughter' atesta fôlego curto do Hole

Resenha de CD
Título: Nobody's
Daughter
Artista: Hole
Gravadora: Mercury
/ Universal Music

Cotação: * * 1/2

A banda Hole que apresenta o álbum Nobody's Daughter em 2010 não é a mesma que fez Celebrity Skin em 1998. Ou talvez seja - se o ouvinte tiver em mente que, a rigor, o Hole é a banda de Courtney Love. A viúva de Kurt Cobain (1967 - 1994) é hoje a única remanescente da formação original do (seu) grupo. Seja como for, o resultado é irregular. Há eventuais bons momentos - notadamente o rock Skinny Little Bitch, de pegada bem visceral. Só que, no todo, o panorama é desfavorável sem ser alterado pelas (interessantes) colaborações de Billy Corgan - vocalista e guitarrista do grupo Smashing Pumpkins - na composição de temas como Pacific Coast Highway e Loser Dust. Entre rock e pop de tom confessional, Nobody's Daughter apresenta baladas estruturadas no violão - caso de Honey. Tudo soa tão correto quanto trivial no álbum. E o fato é que, na segunda metade do CD, o tédio impera. Faixas como Someone Else's Bed, For Once in your Life e Letter to God expõem o fôlego curto do álbum e, em última análise, da banda. Ao fim, Never Go Hungry - faixa-bônus de textura country inusitada no repertório do Hole - reitera a sensação de que o álbum produzido por Michael Beinhorn com Micko Larkin (o atual guitarrista do grupo) e Linda Perry (colaboradora de Courtney na criação de parte do repertório) pouco acrescenta à discografia já não muito valiosa da banda de Courtney Love. Pouco para hiato de 12 anos!!

Sua Mãe se alimenta do 'kitsch' no seio do rock

Resenha de CD
Título: The Very Best
of the Greatest Hits
Artista: Sua Mãe
Gravadora: Sua Mãe
Records
Cotação: * * 1/2

Banda formada em 1992 pelo ator Wagner Moura com seis colegas da época de faculdade, em Salvador (BA), Sua Mãe chega à maioridade ao mesmo tempo em que chega ao disco - cujo jocoso título, The Very Best of the Greatest Hits, já sinaliza a feliz intenção de não se levar a sério. E talvez esse seja o grande mérito do grupo. Porque, como cantor, Wagner Moura continua sendo extraordinário ator, dos melhores de sua geração. Contudo, se o ouvinte pegar o espírito da coisa, Sua Mãe tem lá seus encantos. A (boa) ideia é se alimentar do cancioneiro kitsch no seio do rock. A brincadeira funciona porque o instrumental é bom e porque temas como Bar de Lira (Helson Hart e Marcela Bellas) remetem ao que toca nos vitrolões que animam o(s) interior(es) do Brasil. Pelo tom descaradamente brega do arranjo e dos versos, Desdenhou de mim (Gabriel Carvalho e Wagner Moura), por exemplo, poderia figurar em qualquer disco de Reginaldo Rossi assim como O Anel de Luiza (Gabriel Carvalho, Claudinho Chacha e Ede Marcus) - descontadas as referências à Bahia contidas na letra - se ajustaria bem ao cancioneiro de Fernando Mendes. Aliás, das 11 músicas do CD, uma das duas que não são assinadas pelos integrantes de Sua Mãe - Na Hora do Adeus (Chico Roque e Carlos Colla) - vem do repertório de Rossi. O problema de Sua Mãe é que as músicas em sua grande maioria são menos inspiradas do que o conceito da banda. O maior destaque é Vanessa e o Véu (Gabriel Carvalho, Wagner Moura e Claudinho Chacha, tema de versos como "Agora entendo / Como se sente / Um whisky 12 anos / A esperar os lábios molhados /Tomando cuidado / Para não se afogar". E, como sempre foram tênues as fronteiras entre o chique e o brega, inclusive porque tais classificações são subjetivas e produtos de mero gosto pessoal, a disposição dos metais no arranjo de Prefixo Solidão (Gabriel Carvalho, Wagner Moura, Claudinho Chacha e Leco) remete ao som muderno dos desativados Los Hermanos. Enfim, Sua Mãe já é maior de idade, mas nem por isso deixa de alimentar o espírito brincalhão que a anima desde os idos de 1992.

Arcade Fire lança 'The Suburbs' em 2 de agosto

Terceiro álbum do Arcade Fire, The Suburbs tem lançamento agendado para 2 de agosto de 2010. Já em rotação na internet, duas músicas da safra de inéditas do disco - Month of May e a faixa-título, The Suburbs - estão sendo comercializadas em single lançado pelo grupo canadense nesta quinta-feira, 27 de maio. Sucessor do aclamado Funeral (2004) e de Neon Bible (2007), The Suburbs foi produzido pelos músicos da banda com Mark Dravs, entre Montreal (Canadá) e Nova York (EUA), ao longo dos últimos dois anos. A imagem acima é a da estilosa capa do álbum.

26 de maio de 2010

Diogo remarca registro ao vivo para 23 de julho

Diogo Nogueira remarcou para 23 de julho de 2010 a gravação de seu segundo DVD. Previsto de início para ser feito em show no Canecão (RJ) nesta quinta-feira, 27 de maio, o registro ao vivo também mudou de local. Por conta da longa pendenga judicial do Canecão com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a gravação vai ser realizada em apresentação do show na casa Vivo Rio, também no Rio de Janeiro (RJ), com participações especiais.

Ao vivo, ciranda de Fênix vai de Vercillo a Bowie

Saiu da fábrica esta semana o terceiro CD de Fênix, Ciranda do Mundo, gravado ao vivo em 18 de novembro de 2008 em show na Sala Baden Powell (RJ). O disco está sendo distribuído pela gravadora Sala de Som Records. Para promover o lançamento, o cantor se apresentou no Centro Cultural Carioca (RJ) durante as terças-feiras deste mês de maio de 2010. No roteiro do show, Fênix - visto no post em fotos de Mauro Ferreira - foi de Jorge Vercillo (Fênix, parceria com Flávio Venturini) a Leonard Cohen (Hallelujah), passando por David Bowie (Space Oddity), por Lady Gaga (Paparazzi) e por músicas de autoria do cantor. Eis o roteiro seguido pelo artista na (boa) apresentação de 25 de maio de 2010:
1. Feira Moderna (Beto Guedes, Lô Borges e Fernando Brant)
2. Space Oddity (David Bowie)
3. Ciranda do Mundo (Edu Krieger)
4. A Foto onde Eu Quero Estar (Fênix)
5. Hallelujah (Leonardo Cohen)
6. Avohai (Zé Ramalho)
7.Carnavália (Marisa Monte, Carlinhos Brown e ArnaldoAntunes)
8. Essa Alegria (Lula Queiroga)
9. Um Segundo (Fênix)
10. Fênix (Jorge Vercillo e Flávio Venturini)
11. Marfim (Fênix e Carlos Henrique)
12. O Equilibrista e os Animais (Fênix)
13) Paparazzi (Lady Gaga)
14. Entrar na Dança (Fênix e Claudio Lins)
Bis:
15) Paparazzi (Lady Gaga)
16) Hoje Sou Mais Eu (Fênix)
17. Só Quero Amor (Fênix)

T.I. agrega Gaga e Eminem em 'Kick Uncaged'

Oitavo CD do rapper norte-americano T.I., Kick Uncaged agrega na ficha técnica os nomes de Eminem e Lady Gaga. Sob a supervisão do produtor RedOne, Gaga gravou participação na faixa Lick It. Quanto a Eminem, ainda não se sabe o nome da música de que participa o rapper. Sucessor de Paper Trail (2008), Kick Uncaged tem lançamento programado nos Estados Unidos para dia 17 de agosto de 2010.

Banda de Liam, Beady Eye grava primeiro disco

Banda formada por Liam Gallagher com integrantes do dissolvido grupo Oasis, Beady Eye já entrou em estúdio - como mostra a foto postada por Liam em site oficial - para gravar seu primeiro álbum sob a batuta de Steve Lillywhite, produtor que já trabalhou com Rolling Stones, The Smiths e Talking Head, entre outros nomes. Previsto de início para ser lançado no fim deste ano de 2010 ou no início de 2011, o disco vai apresentar repertório inédito, da lavra dos músicos. Oriundos do Oasis, Andy Bell (agora na guitarra), Chris Sharrock (bateria) e Gem Archer (guitarra) formam o Beady Eye com Liam. Como Andy Bell largou o baixo para também tocar guitarra na banda, Jeff Wootton - músico de apoio do Gorillaz - foi recrutado para assumir o baixo sem integrar oficialmente o grupo.

Sartori canta Franciscos com adesão de Chico

Excelente cantor paulista, Mateus Sartori finaliza em São Paulo (SP) seu terceiro álbum sob a direção musical do pianista Tiago Costa. Com lançamento programado para o segundo semestre de 2010, Franciscos na voz de Mateus Sartori agrega no repertório somente músicas da lavra de compositores brasileiros chamados Francisco. Um deles, Chico César (à esquerda na foto), vai estar presente na ficha técnica em dose dupla. Além de ser parceiro de Zezo Ribeiro na faixa Lembrança Boa, Chico gravou dueto com Sartori em Nicanor Belas Artes, tema composto por Chico Anysio com João Nogueira (1941 - 2000), gravado por Nogueira em 1979 no álbum Clube do Samba. A valsa Eu Sonhei que Tu Estavas tão Linda (de Francisco Matoso com Lamartine Babo) e o samba Pandeiro é meu Nome (de Chico da Silva e Venâncio) - lançado por Alcione em 1977 - figuram no repertório do sucessor de Todos os Cantos (2006) e Dois de Fevereiro - Mateus Sartori Interpreta Dorival Caymmi (CD de 2007).

25 de maio de 2010

Tom Zé 'chupa' atenções da plateia em 'Pirulito'

Resenha de CD e DVD
Título: O Pirulito
da Ciência
Artista: Tom Zé e
Banda ao Vivo
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Tom Zé sempre se agiganta no palco. É quando cresce também a música inquieta do tropicalista mais fiel à estética da Tropicália. Até porque o já septuagenário baiano de Irará nunca foi cantor no sentido ortodoxo do termo. Em cena, ele é um entertainer que usa da música para dar seu recado, chupando toda as atenções de seu público. Como faz neste registro ao vivo O Pirulito da Ciência, inédito em sua discografia por ser o primeiro CD e DVD de caráter retrospectivo. Conduzido (até certo ponto) pela direção do ex-titã Charles Gavin, Tom Zé resume 40 anos de carreira fonográfica no roteiro que condensa 27 músicas em 24 números. A espiral engloba do disco tropicalista de 1968 - do qual ele rebobina músicas como Parque Industrial e São São Paulo, meu Amor - até o mordaz estudo da bossa apresentado em 2008. Entre um e outro, há Cademar - a experiência com a poesia concreta do parceiro bissexto Augusto de Campos - e toques sobre política e religião, dados através de músicas como Classe Operária e Companheiro Bush, tema de 2003 que Zé, sagaz, emenda no roteiro com Ui! Você Inventa, a pérola feita com Odair Cabeça de Poeta para o antológico álbum Estudando o Samba. E, por falar em religião, Menina Jesus - música do álbum Correio da Estação do Brás (1978) até então esquecida pelo artista - soa como oração tropicalista. Assim como o coro que engrandece o refrão da supra-citada São São Paulo, meu Amor, faixa embalada em atmosfera roqueira. A propósito: pelo fato de o retrospecto ter sido gravado ao vivo em São Paulo (SP), sambas como Augusta, Angélica e Consolação encontram imediata empatia na platéia que compareceu ao Teatro Fecap em 5 e 6 de agosto de 2009. Gente que certamente já conhecia o tom meio anárquico das apresentações de Zé, que conceitua cada música. Menina Amanhã de Manhã, por exemplo, é apresentada como "uma música de amor ainda contaminada pela ditadura" entre louvores ao registro de Mônica Salmaso. "Vamos cantar baixinho e lento como ela cantava", propõe à banda e ao público. O tema faz parte do bloco de canções de amor, montado para "alimentar o contemplativo" desse público - como explica Tom Zé, que inicia o set romântico com Hein? após reger o coro da plateia ao fim de Ogodô, Ano 2000. O artista sabia que o jogo já estava ganho. Mesmo assim, Tom Zé vai além da música e, tal qual um entertainer, conta causo ao fim de Minha Carta e irradia os versos de Neto, Craque da Copa com doses fartas de humor crítico. Com título extraído da letra de Fliperama, música do álbum The Hips of Tradition (1992), O Pirulito da Ciência flagra um artista tão espontâneo quanto verdadeiro na defesa de sua ideologia. Não por acaso, a gravadora Biscoito Fino informa que não foram feitos overdubs no registro ao vivo. Zé se alimenta de suas imperfeições.

Voz de Sosa revive em programa de TV de 1980

Em 2 de abril de 1980, Mercedes Sosa (1935 - 2009), Voz da América Latina, atravessou as fronteiras européias e gravou show acústico para emissora da TV Suíça. Déjà-vu no Brasil, o registro ao vivo do especial está sendo editado em novo DVD pela gravadora Coqueiro Verde Records dentro da série Live @ RTSI. A edição nacional exibe legendas em português nas falas da intérprete argentina. Os extras trazem entrevista com Sosa. Eis o roteiro do show feito para a Televisione Svizzera:
1. Piedra y Camino
2. Chacarera de las Piedras
3. Guitarra Dímelo Tú
4. Duerme Negrito
5. Ay Este Azul
6. Gracias a la Vida
7. Canción de la Simples Cosas
8. Antiguos Dueños de la Flechas
9. Como la Cigarra
10. Serenata para la Tierra de Uno
11. A Victor
12. Canción con Todos

Ao vivo em Paris, Satriani exercita virtuosismo

Lançado no exterior em 2 de fevereiro, o DVD Live in Paris: I Just Wanna Rock - terceiro registro ao vivo do guitarrista Joe Satriani editado em vídeo digital - está sendo posto nas lojas do Brasil pela Sony Music neste mês de maio de 2010. Inclusive no formato de CD duplo. Satriani exercita todo seu virtuosismo na gravação ao vivo captada em um caloroso show feito em maio de 2008 na capital da França. O roteiro foi inspirado pelo último álbum de estúdio do guitarrista, Professor Satchafunkilus and the Musterion of Rock (2008) - com a vantagem de incluir Ghosts, música lançada somente como faixa-bônus em algumas edições do álbum. Com áudio de excelente nível, o DVD exibe imagens tratadas com efeitos multicoloridos, em sintonia com a atmosfera roqueira da frenética apresentação. A boa música de abertura que dá subtítulo ao DVD, I Just Wanna Rock, já traduz o clima eletrizante do show. Live in Paris: I Just Wanna Rock é o sucessor de Live in San Francisco (2001) e de Satriani Live (2006). Os extras exibem entrevistas e cenas de bastidores em 40 minutos preenchidos de forma meio protocolar.

'Night Train' põe rap e alegria no som do Keane

Resenha de EP
Título: Keane
Artista: Night Train
Gravadora: Island
/ Universal Music
Cotação: * * 1/2

Night Train - o EP que pôs o Keane no topo das paradas britânicas e que acaba de ser editado no Brasil - reitera a mudança de rota iniciada pelo trio inglês em seu terceiro álbum, Perfect Symmetry (2008). O trem noturno transita por linha mais alegre. Por mais que não reedite em faixas como Back in Time e Clear Skies a eletricidade jovial de temas do disco anterior, como Spirralling, Night Train mantém o grupo no seguro trilho pop. Às vezes com ecos do tecnopop dos anos 80 - como em Your Love. Outras vezes com doses fartas de rap. K'naan, da Somália, insere seu discurso em Stop for a Minute e em Looking Back. Já a MC japonesa Tigarah se insinua quase lânguida em Ishin Denshin (You’ve Got to Help Yourself) - faixa que exemplifica a alegria que pontua Night Train. O refrão, aliás, é pop-chiclete. Entre o tema instrumental que abre o EP (House Lights) e a bonita balada que o encerra (My Shadow, único resquício da melancolia da fase inicial do Keane - quando o trio era visto como um subColdplay), Night Train deixa a certeza de que nada mais será como antes no som da banda - conduzido, de início, pelos teclados de Tim Rice-Oxley.

DVD revive sucesso de Armatrading há 30 anos

Steppin' Out - o DVD de Joan Armatrading recém-editado no Brasil pela ST2 - flagra a (boa) cantora, compositora e guitarrista britânica em momento de sucesso comercial, há 30 anos. Em 1980, depois de série de discos voltados para o rock, Armatrading lançou seu álbum mais pop, Me Myself I. Foi no embalo do estouro desse álbum que a artista fez para a TV alemã naquele ano de 1980 um show na série Rockpalast. Esta apresentação - que eletrizou o ginásio Grugahalle, em Essen, na Alemanha - ora é rebobinada no DVD Steppin' Out, lançado no exterior pela Eagle Rock neste ano de 2010. O DVD exibe também show mais intimista feito por Joan Armatrading em 1979 no WDR Studio, em Cologne. O que proporciona um bom contraste, pois, no espaço entre um show e outro, a cantora - que, além do rock, transitava por folk e blues - havia ampliado seu público e mudado de status no mercado musical. Há entrevista com Joan nos extras.

24 de maio de 2010

Capa de 'best of' de Abreu chama CD de Marina

Embora reedite o alto padrão de elegância gráfica dos discos de Fernanda Abreu, a capa da coletânea dedicada à cantora na série Perfil, da gravadora Som Livre, tem desconfortável semelhança com a capa idealizada por Gringo Cardia para o CD O Chamado, lançado por Marina Lima em 1993. Nas lojas neste mês de maio de 2010, o Perfil de Fernanda Abreu festeja os 20 anos de carreira solo da artista, que lançou seu primeiro disco individual em 1990. Quem assina a foto da capa do CD de Abreu é Fernando Torquatto.

Dupla sertaneja lança clipe de animação em 3D

A animação em 3D chegou ao sertão. Na disputa por atenção em um mercado sertanejo cada vez mais jovem e hi-tech, a dupla paulista Cezar & Paulinho vai promover a música Vai que Cola - primeiro single de seu 24º disco, Em Estúdio ao Vivo - com um clipe de animação em 3D. O vídeo ainda está em fase de produção.

Jack Johnson lança 'To the Sea' em 1º de junho

Quinto álbum de estúdio de Jack Johnson, To the Sea vai estar nas lojas - inclusive as do Brasil - a partir de 1º de junho de 2010, em lançamento de âmbito mundial orquestrado pela Universal Music. You and your Heart é o single inicial do álbum - cujo clipe é dirigido e estrelado pelo cantor-surfista. To the Sea foi gravado no estúdio Mango Tree, no Havaí, com produção dividida entre Jack, Robert Carranza e três integrantes da banda do artista (Merlo Podlewski, Zach Gill e Adam Topol). Eis as 13 músicas inéditas do repertório:
1. You and your Heart
2. No Good with Faces
3. At or with me
4. When I Look up
5. From the Clouds
6. Turn your Love
7. The Upsetter
8. To the Sea
9. My Little Girl
10. Red Wine, Mistakes, Mythology
11. Pictures of People Taking Pictures
12. Anything but the Truth
13. Only the Ocean

Roupa faz DVD dos 30 anos com Milton e Sandy

Formado em 1980 com origem na banda Os Famks, que animava bailes no circuito carioca, o sexteto Roupa Nova vai celebrar seus 30 anos de carreira com a gravação ao vivo de um show que vai contar com participações especiais de Milton Nascimento (autor com Fernando Brant da música que deu nome ao grupo), Sandy, padre Fábio de Melo e o grupo Fresno. A gravação do CD e DVD Roupa Nova - 30 Anos está agendada para 2 e 3 de julho de 2010, na casa Credicard Hall, em São Paulo (SP). Sandy e Milton gravarão no show do dia 2. Padre Fábio estará na apresentação de 3 de julho. O Fresno participará dos dois dias da gravação ao vivo.

Magic Numbers lança 'Runaway' em 26 de julho

Terceiro álbum de estúdio do quarteto britânico The Magic Numbers, The Runaway já teve seu lançamento adiado de 7 de junho para 26 de julho de 2010. O sucessor de Those the Brokes (2006) chega às lojas em formato simples e em edição dupla que agrega CD com quatro faixas ao vivo. Eis a tracklist de The Runaway:
1. The Pulse
2. Hurt so Good
3. Why Did You Call?
4. Once I Had
5. A Start with no Ending
6. Throwing my Heart Away
7. Restless River
8. Only Seventeen
9. Sound of Something
10. The Song That No One Knows
11. Dreams of a Revelation
12. I'm Sorry

23 de maio de 2010

Entre rock e blues, Nasi sobrevive bem na cena

Resenha de CD e DVD
Título: Vivo na Cena
Artista: Nasi
Gravadora: Coqueiro
Verde Records
Cotação: * * * *

Nasi nunca foi um bom cantor no sentido técnico do termo. Só que o rock sempre se alimentou mais de atitude do que de bons cantores. E atitude é o que vocalista do extinto grupo Ira! explicita em Vivo na Cena, vigoroso registro ao vivo feito em estúdio - o Na Cena, de São Paulo (SP) - em 29 e 30 de setembro de 2009. Ora editado em CD e em (primoroso) DVD, Vivo na Cena tem pegada. Entre o blues e o rock, Nasi põe sua alma - artigo raro no pop rock nativo ouvido no mainstream - em gravação cujo tom sujo foi traduzido com perfeição pela Reticom Filmes, a empresa recrutada para captar e editar as imagens sob direção de Günther Mittermayer e Tiaraju Aronovich. Ao longo de 17 números, Nasi revisita sua história no rock brasileiro - desde antes do ingresso no Ira! - e se vale dos versos da inédita Aqui Não É o meu Lugar e, sobretudo, de O Tempo Não Pára (Cazuza e Arnaldo Brandão) para disparar sua metralhadora cheia de mágoas acumuladas já antes de 2007, ano de sua saída turbulenta do grupo que lhe deu projeção na cena pop a partir de 1985. Revanches à parte, Vivo na Cena soa coerente do primeiro (Ogum, inédito hard rock embebido em soul em que Nasi evoca o perfil do orixá que o rege) ao último (o blues Me Dê Sangue) número. Em que pesem escalas no country (a releitura de Desequilíbrio, do grupo pernambucano Eddie, de cujo repertório Nasi também pesca Eu Só Poderia Crer) e no folk formatado com violões e sanfona (Garota de Guarulhos, versão de Carlos Careqa para Jersey Girl, de Tom Waits), a elétrica viagem musical traça alto voo artístico ao recriar o samba Bala com Bala (João Bosco e Aldir Blanc) à moda do blues de New Orleans e dos arranjos de Dr. John, com direito a imagens tratadas como se fossem desenhos animados. Finda a viagem, Vivo na Cena reitera a devoção de Nasi ao indie rock (caso de Não Caio Mais, do grupo pernambucando River Raid) e ao blues (caso de Poeira dos Olhos). Ritmos que se irmanam ao longo do registro entre visitas oportunas aos repertórios de grupos surgidos na década de 80 como Voluntários da Pátria (Verdades e Mentiras), Picassos e Falsos (Carne e Osso), Muzak (Onde Estou?, obscuro tema letrado pelo próprio Nasi com Ciro Pessoa) e o próprio Ira! (Milhas e Milhas, Por Amor - em dueto com Vanessa Krangold, do Ludov - e Tarde Vazia, com metais e acento soul). Capitaneada por Vagner Garcia ao lado do próprio Nasi, a produção azeita e sublinha a contundência do repertório com um som de peso. E essa contundência engrandece o canto torto de Nasi, vivíssimo em cena nativa dominada por bandas plastificadas já nascidas mortas.

Leitte aposta em versão de hit de Travie McCoy

Após badalar no Carnaval a música As Máscaras, divulgada desde novembro de 2009, Claudia Leitte aposta em outro tema para puxar seu segundo álbum solo, nas lojas no início de junho de 2010. Famo$.a. é a faixa que promove o primeiro CD da cantora na gravadora Sony Music. Trata-se de uma versão de Billionaire, música do compositor norte-americano Travie McCoy, vocalista do grupo de hip hop Gym Class Heroes. Hit recente, lançado como single em março, Billionaire alavancou de imediato a carreira solo de McCoy - ora lançando seu primeiro CD individual, Lazarus - em gravação feita com a participação de Bruno Mars. Escrita pela própria Claudia Leitte (vista no post em foto de André Schiliró), a letra da versão em português cita atrações da TV brasileira com o reality show Big Brother Brasil e os programas de Jô Soares e Hebe Camargo. Misto de reggae e rap, Famo$.a. tem intervenções do próprio Travie McCoy, nas partes de rap, e afasta Leitte do axé.

Gil espera dez anos para voltar a gravar Targino

Dez anos depois de voltar às paradas com Esperando na Janela, parceria de Targino Gondim com Raimundinho do Acordeom e Manuca que incluiu no álbum Gilberto Gil e as Canções de Eu, Tu, Eles (2000), Gilberto Gil volta a gravar música de Targino - no caso, Maria Minha, tema composto com Eliezer Setton. Maria Minha é uma das três faixas do CD Fé na Festa - nas lojas a partir de 1º de junho, em edição do selo Gegê distribuída pela Universal Music - que não são de autoria de Gil. Eis as 13 músicas do álbum:
1. Fé na Festa (Gilberto Gil)
2. O Livre-Atirador e a Pegadora (Gilberto Gil)
3. Assim Sim (Gilberto Gil)
4. Estrela Azul do Céu (Gilberto Gil)
5. Marmundo (Gilberto Gil)
6. Vinte e Seis (Gilberto Gil)
7. Não Tenho Medo da Vida (Gilberto Gil)
8. Norte da Saudade (Gilberto Gil, Perinho Santana e Moacyr Albuquerque)
9. Maria Minha (Targino Gondim e Eliezer Setton)
10. Aprendi com o Rei (João Silva)
11. A Dança da Moda (Luiz Gonzaga e Zé Dantas)
12. São João Carioca (Gilberto Gil e Nando Cordel)
13. Lá Vem Ela (Gilberto Gil e Vanessa da Mata)

Supertramp se reúne e festeja 40 anos em turnê

Inativo desde 2002, o grupo britânico Supertramp vai se reunir - com o tecladista fundador Rick Davies, mas sem o dissidente vocalista e guitarrista Roger Hodgson - para festejar seus 40 anos de carreira fonográfica com turnê cuja rota (a ser iniciada na Alemanha, em 2 de setembro de 2010) já contabiliza por ora 11 países europeus. Alvo de provável registro ao vivo em DVD e blu-ray, a 70-10 Tour celebra as quatro décadas do lançamento do primeiro álbum da banda, Supertramp, editado em julho de 1970.