14 de fevereiro de 2009

Segundo CD de Juliette ganha edição com DVD

Gravadora que distribuiu nas lojas nacionais os dois álbuns de Juliette and the Licks, a ST2 está lançando no Brasil, no início deste mês de fevereiro de 2009, a edição de colecionador do segundo álbum, Four on the Floor (2007), da banda liderada pela atriz Juliette Lewis. Trata-se de um kit de CD + DVD que exibe o material adicional no vídeo. Há o making of do disco (com imagens da gravação, entrevistas e os takes das intervenções de Dave Grohl na bateria), três clipes (Hot Kiss, Purgatory Blues e Sticky Honey) e cinco números captados ao vivo em Paris, na França, durante a turnê que passou pelo Brasil em 2007 dentro da programação do Tim Festival. Entre eles, Hot Stuff e American Boy. A rigor, o making of e os vídeos de Four on the Floor já haviam sido lançados no exterior em maio de 2007 na edição especial do CD, que chegou às lojas logo depois da edição simples.

Maricenne canta bossa de SP na volta ao disco

Cantora projetada nos anos 50, Maricenne Costa volta ao mercado fonográfico pela gravadora Lua Music com disco em que canta somente músicas de compositores paulistas ligados em maior ou menor grau à Bossa Nova. O time de autores inclui Eduardo Gudin, Théo de Barros, Toquinho e Paulinho Nogueira, entre outros. Intitulado maricenne.cost@bossa.sp, o CD concede uma licença geográfica para compositores como Geraldo Vandré, Johnny Alf e Walter Santos, que, embora não sejam paulistas, tiveram boa acolhida em São Paulo no auge bossa-novista. Gravado somente com a voz de Maricenne e o violão de Marcus Teixeira, o CD conta com a participação de Alaíde Costa - com Maricenne na foto tirada em estúdio por Moisés Santanna - na música Tristeza de Amar, parceria de Vandré com Luiz Roberto. Fernanda Porto e Eduardo Gudin também figuram entre os convidados do disco. Detalhe: Maricenne Costa esteve entre os nomes convidados por João Gilberto - através de nota publicada em coluna de um jornal de São Paulo - para assistir a um dos dois shows que o cantor fez em agosto de 2008 no Auditório Ibirapuera. O álbum sairá em março.

Galocantô resiste e lança o CD 'Lirismo do Rio'

Parceria de Sereno com Nei Lopes e Zé Luiz que deu título ao álbum lançado por Alcione em 1987, Nosso Nome: Resistência ganha regravação do Galocantô em seu segundo CD, Lirismo do Rio, já em fase de masterização e com lançamento previsto para março. O Galo - cujo canto começou a ecoar nos redutos do samba carioca em 2006 com a edição do álbum Fina Batucada - reúne 15 músicas no novo trabalho. Dez são da lavra própria do grupo. O repertório autoral apresenta inéditas como Alforria no Morro, A Felicidade É um Poema, Ilha do Abandono, Oriundo do Jongo, Roçado, Sei Chorar e A Velha Estrada. O amor pelo Rio de Janeiro dá o tom do disco. Em músicas como Fotografias de Papel, Pátria Amada e a faixa-título, Lirismo do Rio, o Galocantô ambiciona retratar poeticamente a realidade de sua cidade natal. Entre as regravações, há Arte do Povo (Paulo Franco, Anderson Baiaco e Mingo), Baile de Saci (Toninho Geraes e Toninho Nascimento), O Som do Samba (Trio Calafrio) e Meu Baio, meus Balaios (Wilson Moreira). O septeto é formado por Edson Cortes, Léo Costinha, Lula Matos, Pedro Arêas, Rodrigo Carvalho - todos os cinco se revezando nos vocais e nas percussões - Marcelo Correia (violão de sete cordas) e Pablo Amaral (cavaco e voz). CD sai após a folia.

Duas novas na 'velha' história baiana de Moraes

Parceria inédita de Moraes Moreira com Fernando Caneca, Spok Frevo Spok é uma das duas novidades do repertório de A História dos Novos Baianos e Outros Versos, projeto fonográfico que registra o show gravado ao vivo por Moraes Moreira na festiva Feira de São Cristóvão - reduto antigo de nordestinos no Rio de Janeiro (RJ) - em junho de 2008. O CD (capa à direita) já está sendo posto à venda pela gravadora Biscoito Fino. Na seqüência, chega às lojas o DVD, que traz a outra música inédita, Oi. O registro é inspirado no livro A História dos Novos Baianos e Outros Versos, editado em dezembro de 2007. No livro, Moraes usou a forma da literatura de cordel para (re)contar sua história - com ênfase na passagem pelo grupo Novos Baianos entre 1969 e 1974. O show teve direção geral de João Falcão e contou com a participação do guitarrista Davi Moraes - filho de Moreira - em diversos números.

Coletânea de remixes de Kylie chega ao Brasil

Em fina sintonia com a data de lançamento no exterior, a EMI Music acaba de mandar para as lojas do Brasil o eficaz CD Kylie Boombox The Remix Album 2000 - 2008. Como o título já adianta, trata-se de uma coletânea de remixes do repertório da cantora Kylie Minogue. O time recrutado na cena eletrônica para recriar os hits da artista - vários, a rigor, já moldados para as pistas em sua forma original - destaca o DJ Mylo (responsável pelo remix de I Believe in You), The Chemical Brothers (o duo reprocessa Slow) e Fischerspooner (em Come Into my World). São 15 remixes no CD.

13 de fevereiro de 2009

CD reúne hits de Lulu que tocaram em novelas

Mesmo antes de estourar em 1981 com a música De Repente Califórnia, rebobinada atualmente na segunda trilha sonora da novela Três Irmãs, Lulu Santos já figurava nas seleções musicais das tramas da Rede Globo. O Luiz Maurício que cantava a Melô do Amor - incluída em 1980 na trilha da novela Plumas e Paetês - era ninguém menos do que o próprio Lulu, que batalhou pela inclusão do tema com o privilégio de ser, na época, funcionário da gravadora Som Livre. Pena que a rara gravação de Melô do Amor não figura entre as 14 ótimas faixas da coletânea dedicada pela companhia na série Novelas a este campeão de audiência e hits. Eis as 14 músicas da compilação Lulu Santos Novelas com as respectivas novelas nas quais elas, as músicas, foram propagadas:

1) Asssim Caminha a Humanidade (Lulu Santos) - Malhação
2) Dancin' Days (Nelson Motta / Ruban) - Salsa e Merengue
3) Sábado à Noite (Lulu Santos) - Pecado Capital (remake)
4) De Repente Califórnia (Lulu Santos e Nelson Motta)-Três Irmãs
5) Adivinha o Quê? (Lulu Santos) - Guerra dos Sexos
6) Um pro Outro (Lulu Santos) - Brega e Chique
7) Já É (Lulu Santos) - Agora é que São Elas
8) Aviso aos Navegantes (Lulu Santos) - Malhação 4
9) A Cura (Lulu Santos) - Fera Radical
10) Tudo Bem (Lulu Santos) - Selva de Pedra (remake)
11) Vale de Lágrimas (Lulu Santos) - Malhação 2006
12) Certas Coisas (Lulu Santos e Nelson Motta) - Vereda Tropical
13) Sereia (Lulu Santos e Nelson Motta) - A Próxima Vítima
14) Lua de Mel (Lulu Santos) - Sassaricando

Coldplay, D2, Little Joy e Bublé em Três Irmãs 2

Nas lojas ainda em fevereiro, a segunda trilha da novela Três Irmãs é misturada. Em vez de apresentar somente músicas estrangeiras, como é de praxe, a boa seleção inclui gravações nacionais. Do lado brasileiro, figuram Adriana Calcanhotto (Um Dia Desses), Lulu Santos (o hit De Repente Califórnia), Marcelo D2 (Desabafo) e O Rappa (Meu Mundo É o Barro). A seleção estrangeira traz fonogramas recentes de Coldplay (Lovers in Japan), James Morrison (You Make It Real) e Michael Bublé (Sway), entre outros nomes. Nem lá nem cá aparece o trio Little Joy, com Brand New Start, um dos hits de seu primeiro álbum. O CD Três Irmãs Vol. 2 chegará às lojas pela gravadora Som Livre.

Cohen edita CD/DVD com show feito em arena

Ausente do mercado fonográfico mundial desde 2004, ano em que apresentou o álbum Dear Heather, Leonard Cohen vai lançar em 31 de março de 2009, via Columbia / Sony BMG, o CD e DVD Live in London. A gravação ao vivo foi captada em show apresentado pelo compositor na 02 Arena, na Inglaterra, em 17 de julho de 2008, durante a turnê feita pelo artista ao longo do ano passado. Live in London vai ser editado nos formatos de CD duplo e DVD - ambos com os 26 números do show. Trata-se do quarto registro ao vivo da discografia de Cohen. Eis o repertório:

CD 1
Dance me to the End of Love
The Future
Ain’t No Cure for Love
Bird on the Wire
Everybody Knows
In my Secret Life
Who by Fire
Hey, That’s No Way to Say Goodbye
Anthem
Introduction
Tower of Song
Suzanne
The Gypsy's Wife

CD 2
Boogie Street
Hallelujah
Democracy
I'm your Man
Recitation with N.L.
Take This Waltz
So Long, Marianne
First We Take Manhattan
Sisters of Mercy
If It Be your Will
Closing Time
I Tried to Leave You
Wither Thou Goest

Fray tenta salvar seu sucesso no segundo álbum

Resenha de CD
Título: The Fray
Artista: The Fray
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * 1/2

É natural que o quarteto The Fray busque neste segundo disco a reedição do sucesso de seu primeiro álbum, How to Save a Life (2005), que emplacou música em trilha de série norte-americana e vendeu mais de três milhões de cópias somente nos Estados Unidos. A dupla de produtores do CD anterior, Mike Flynn e Aaron Johnson, foi recrutada para pilotar The Fray. Uma das onze músicas, You Found me, já foi utilizada para promover a atual temporada do seriado Lost. Mas o fato é que The Fray, o álbum, talvez não obtenha as mesmas marcas e conquistas de seu antecessor e talvez baixe (um pouco...) o nível de popularidade desse grupo norte-americano - formado em Denver, Colorado, em 2002 - que corteja o BritPop. O CD começa bem, com Syndicate e Absolute, mas, na medida em que o disco avança, o pop rock do Fray - calcado no piano de seu vocalista Isaac Slade - vai ficando repetitivo, apesar de uma ou outra faixa mais bacana, casos da balada Ungodly Hour e de Happiness, que fecha o álbum em tom acústico. Soa irregular.

Dead Fish retorna fiel à sua tribo e ao hardcore

Resenha de CD
Título: Contra Todos
Artista: Dead Fish
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * 1/2

Oitavo álbum do Dead Fish e o sexto CD de inéditas, Contra Todos flagra o heróico grupo capixaba mais fiel ao hardcore que o fez ser cultuado por devotada tribo na cena indie roqueira. Não há as experimentações do álbum anterior, Um Homem Só (2006). Há, sim, um flerte com o universo pop na faixa-título, Contra Todos, que não desvia a banda de sua rota habitual. Faixas como Não e Venceremos são hardcores velozes - compostos e gravados com a urgência do gênero, cujos cânones são seguidos pelo produtor do CD, Rafael Ramos. Contra Todos é o primeiro álbum do Dead Fish sem o guitarrista Hóspede e o último com o baterista Nô, que debandou após a gravação do disco, sendo substituído por Marcão (recrutado de uma outra banda da cena indie, Ação Direta). Parece ter havido a intenção de voltar às origens - o que explicaria a faixa cantada em inglês, Shark Attack. Entre o hardcore, o pop e o punk (cuja aura é evocada em um ou outro tema - como O Melhor Exemplo do que Não Seguir), o quarteto capixaba apresenta disco coeso. A crueza do som está em sintonia com o espírito crítico das letras. A tribo vai avalizar...

Ana revive com maestria alma cabocla de Hekel

Resenha de CD
Título: Alma Cabocla
Artista: Ana Salvagni
Gravadora: Tratore
Cotação: * * * * *

Exceto por alguns poucos temas como Guacyra (1930), Sussuarana (1927), Leilão (1930) e Você (1928 - mais conhecido como Penas do Tiê), volta e meia regravados por intérpretes como Maria Bethânia, a obra do compositor alagoano Hekel Tavares (1896 - 1969) é totalmente desconhecida pelos brasileiros. Trazer à tona esse cancioneiro de tom ruralista é um dos méritos do impecável terceiro CD de Ana Salvagni, Alma Cabocla, inteiramente dedicado ao repertório de Hekel, criado com parceiros como Joracy Camargo (1898 - 1973) e Luiz Peixoto (1889 - 1973). Com seu fraseado límpído, a cantora - que, após integrar o Trio Bem Temperado, lançou dois discos individuais, Ana Salvagni (1999) e Avarandado (2005) - realça com maestria a alma da obra do autor de Biá Tá Tá (1934), o saboroso côco que abre o disco. O acordeom de Toninho Ferraguti dá à faixa um clima forrozeiro que se repete em Engenho Novo (1929).
Embora tenha vivido a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro, Hekel Tavares traduziu na sua música o modo vivendis do caboclo, do homem do interior. E é essa alma sertanista que brota sublime em faixas como Lavandeirinha (1930) - faixa cantada por Salvagni em dueto com Renato Braz que soa como uma oração - e Casa de Caboclo (1928). Braz bisa sua participação em Moleque Namorador (1927), tema mais malicioso entoado somente na companhia do piano arranjado pelo maestro Paulo Braga. Aliás, a cantora aborda as toadas, canções e côcos de Hekel cercada de virtuoses. Sussuarana, por exemplo, é embalada pelo violão de 7 cordas arranjado por Swami Jr. enquanto a viola de Paulo Freire e clarinete de Nailor Proveta dão o tom vivaz de Eu Vi... (de 1927).
Sem evitar os poucos clássicos do compositor (todos estão no CD e a intérpretação de Guacyra com Salvagni é pungente), a intérprete tira do baú jóias valiosas como Dedo Mindinho, toada de 1940. Detalhe: a composição mais nova do CD é Caboclo Bom, de 1942. E o que impressiona é a alta qualidade melódica das músicas. A melancólica Favela (1930) - faixa solada pelo cantor Filó Machado na sua primeira parte - é um dos exemplos de músicas que poderiam ocupar lugar mais destacado na memória brasileira. Ao findar com um lindo Acalanto (1930), o CD Alma Cabocla cumpre exemplarmente seu objetivo principal de jogar merecida luz sobre a obra - tristonha e poética - de Hekel Tavares.

12 de fevereiro de 2009

Erros pontuam nova compilação de Clara Nunes

A bela ilustração de Axel Sande que adorna a capa de Guerreira é o único traço de originalidade em mais uma compilação de Clara Nunes (1942 - 1983) editada pela EMI Music. A atual é dupla e inclui 28 gravações da cantora selecionadas por Ricardo Moreira com ênfase nos sucessos já incluídos em coletâneas anteriores. Contudo, há três erros entre as poucas informações fornecidas pela compilação. A faixa Canto das Três Raças é de 1976, tendo dado título ao álbum lançado por Clara naquele ano, e não de 1979. Da mesma forma equivocada, o fonograma de Feira de Mangaio é atribuído a 1971 quando a parceria de Sivuca (1930 - 2006) com Glorinha Gadelha foi gravada por Clara em 1979 para o álbum Esperança. Por fim, a gravação de Peixe com Coco não foi lançada em 1978, mas em 1980 no disco Brasil Mestiço. Em contrapartida, a nova masterização é de bom nível. Eis (com as datas corretas) as 28 faixas da compilação Guerreira, de título homônimo do (belo) álbum lançado pela saudosa artista em 1978:

CD 1
1. Guerreira (1978)
2. Conto de Areia (1974)
3. Canto das Três Raças (1976)
4. Morena de Angola (1980)
5. Coisa da Antiga (1977)
6. A Deusa dos Orixás (1975)
7. Menino Deus (1974)
8. Tristeza Pé no Chão (1973)
9. Candongueiro (1978)
10. Samba da Volta (1974)
11. Sem Companhia (1980)
12. P.C.J. (Partido Clementina de Jesus) (1977)
13. Ê Baiana (1971)
14. Portela na Avenida (1981)

CD 2
1. O Mar Serenou (1975)
2. Na Linha do Mar (1979)
3. Nação (1982)
4. Meu Sapato Já Furou (1974)
5. As Forças da Natureza (1977)
6. Peixe com Coco (1980)
7. Lama (1976)
8. Pau de Arara (1974)
9. Coração Leviano (1977)
10. Alvorecer (1974)
11. Você Passa Eu Acho Graça (1968)
12. Feira de Mangaio (1979)
13. Juízo Final (1975)
14. Serrinha (1982)

Trem de Vercillo pode ir para o trilho da Sony...

Jorge Vercillo (em foto de Washington Possato) é o mais novo contratado da Day 1 Entertainment, empresa que gerencia agenda de shows de artistas e que tem vínculos com a gravadora Sony BMG. Contudo, Vercillo ainda pertence ao elenco da EMI Music, a gravadora que lança, em breve, o CD e o DVD Trem da Minha Vida - gravados ao vivo em show no Canecão (RJ). A faixa-título é o inédito reggae inserido pelo cantor no roteiro das apresentações feitas em 31 de outubro e 1º de novembro de 2008 para viabilizar o registro do show. Seja como for, não será surpresa se o próximo álbum de estúdio de Vercillo já vier a ser editado pela Sony BMG...

Limp Bizkit volta com disco e formação original

O quinteto norte-americano Limp Bizkit (visto acima em graciosa ilustração do MJS Studios) vai se reunir neste ano de 2009 com sua formação original - Fred Durst, Wes Borland, Sam Rivers, John Otto e DJ Lethal - para a gravação de um álbum. A informação é da diretoria da Interscope Records. O grupo começou a a desacelerar o ritmo de suas atividades desde 2001, com a saída de Borland, que se reintegrou rapidamente à banda em 2004 para a gravação do EP The Unquestionable Truth (Part 1). Desde então, o Limp Bizkit tem estado numa espécie de recesso. Que acaba este ano com a gravação de um álbum e o retorno à estrada com turnê.

Alcione, Bill e Jair no samba mestiço de Lehart

Projetado na década de 90, como líder e vocalista do grupo de pagode pop Art Popular, Leandro Lehart sempre tentou fugir dos limites estilísticos do gênero. Em 7 de agosto de 2008, Lehart recebeu no Nação Tantan, em Itaquera (São Paulo, SP), time bem heterogêneo de convidados para o registro ao vivo de um show que está sendo editado neste início de 2009 nos formatos de CD e DVD. Produzido pelo próprio Lehart, com repertório quase todo autoral, SambaPopBrasilMestiço - Ao Vivo em Sampa reúne Alcione (em Valeu Demais), Jair Rodrigues (em Pagodeiro), Jorge Aragão (em Sentinela), MV Bill (em Deixe Eu Ir à Luta), Seu Jorge (em É Nós do Morro, parceria de Seu Jorge com Arlindo Cruz e Rogê) e Zeider (cantor do grupo Planta & Raiz, em De Agora em Diante). O lançamento é da Arsenal Music, mas com a distribuição da multinacional Universal Music.

Trilha de 'O Menino da Porteira' sai com o filme

Atenta ao provável sucesso de bilheteria do remake do filme O Menino da Porteira, que estréia em 6 de marco de 2009 nos cinemas brasileiros com o cantor Daniel no papel do boiadeiro Diogo vivido por Sérgio Reis na versão de 1977, a gravadora Warner Music põe nas lojas - no mesmo mês - a trilha do filme. No CD, Daniel canta a música que dá título ao filme dirigido por Jeremias Moreira entre clássicos do universo sertanejo como Tocando em Frente, Índia, Disparada, Cabecinha no Ombro e Vida Estradeira.

11 de fevereiro de 2009

Daniela estréia show 'Canibália' no Rio em abril

Enquanto dá os retoques finais em seu CD Canibália, que vai chegar às lojas ainda neste semestre, Daniela Mercury já agendou a estréia nacional do show de lançamento do álbum. A turnê vai ser iniciada pelo Rio de Janeiro (RJ), em 16 de abril de 2009, na casa Vivo Rio. O disco Canibália tem músicas de autoria da cantora - como Oyá por Nós (primeira parceria com Margareth Menezes) e Sol do Sul (reggae já em rotação nas rádios, composto por Daniela em parceria com seu filho, Gabriel Póvoas) - além de releituras de Tico-Tico no Fubá (Zequinha Abreu) e O que É que a Baiana Tem? (Dorival Caymmi).

Roberta Sá encarnará Carmen Miranda na folia

Enquanto não grava com o Trio Madeira Brasil seu terceiro álbum, dedicado ao repertório do compositor baiano Roque Ferreira, Roberta Sá se prepara para encarnar Carmen Miranda (1909 - 1955) e cantar parte do repertório da Pequena Notável em minishows realizados no camarote de uma cervejaria durante os intervalos dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. A banda carioca Os Impossíveis - formada pelo cantor Fábio Mondego e pelos atores Marcelo Novaes e Marcelo Serrado - vai acompanhar a cantora nas jams sessions em alusão ao Bando da Lua, o grupo que tocou com a Brazilian Bombshell no Brasil e nos Estados Unidos. A foto acima à esquerda, de Vera Donato, mostra Roberta Sá caracterizada como Carmen Miranda durante a entrevista coletiva que apresentou o camarote temático idealizado pela cervejaria em homenagem ao centenário de nascimento dessa pioneira intérprete carnavalesca.

Aos 40 anos, Som Livre é a terceira do mercado

A gravadora Som Livre - idealizada em 1969 - vai festejar seus 40 anos ao longo de 2009 muito bem colocada no ranking do diluído mercado fonográfico brasileiro. Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), referente ao ano de 2008, a companhia - cujo catálogo prioriza coletâneas, registros ao vivo de shows editados em CD/DVD e as trilhas de novelas da Rede Globo - abocanhou em 2008 a terceira maior fatia do mercado fonográfico brasileiro, 16,5%, estando na frente de gravadoras multinacionais como a EMI Music (15,01%) e a Warner Music (13,4%). A campeã de 2008 é a Universal Music, com 27,3%, seguida bem de perto pela rival Sony BMG, que teve 26,9% do bolo (cada vez com menos recheio).

Nova coletânea de Dietrich não é fundamental...

A gravadora ST2 está editando no Brasil - dentro da série Fundamentals, do selo Leader Music Group - coletânea de Marlene Dietrich (1901 - 1992) que se mostra pouco ou nada fundamental na discografia da atriz e cantora alemã pela ausência de informações sobre a procedência das 16 músicas. A seleção combina músicas em alemão (Wo Ist Der Mann?) e em francês (Moi, Je M'ennuie), mas prioriza as gravações feitas em inglês, nos Estados Unidos, por esta artista que se recusou a fazer propaganda nazista para Adolf Hitler (1889-1945) e, por isso, se refugiou nos EUA. Além de uma gravação ao vivo (Hot Voodoo), o repertório inclui músicas de Dizzy Gillespie (You Go to my Head) e de Cole Porter (You Do Something to me) - entre outros compositores da geração da diva.

10 de fevereiro de 2009

DVD mostra como Elvis seduziu Ed (e os EUA)

Resenha de DVD
Título: Elvis - The Ed
Sullivan Shows
Artista: Elvis Presley
Gravadora: Coqueiro
Verde Records
Cotação: * * * *

Embora a gravadora ST2 já tenha lançado no Brasil DVDs com as aparições de Elvis Presley (1935 - 1977) no programa The Ed Sullivan Show (uma das atrações mais vistas e poderosas da TV norte-americana nas décadas de 50 e 60), o DVD triplo Elvis - The Ed Sullivan Shows, recém-editado pela Coqueiro Verde Records no mercado nacional, é o mais completo documento sobre tais históricas aparições. Além de apresentar a íntegra dos três programas que tiveram Elvis como atração principal (exibidos entre setembro de 1956 e janeiro de 1957), o DVD exibe cenas de bastidores e entrevistas que mostram como Elvis acabou conquistando não somente Ed Sullivan - de início, bastante assustado com o alto teor erótico das incendiárias performances ao vivo do cantor - como também, e principalmente, a América. Embora projetado em 1954, Elvis somente conquistou os Estados Unidos ao migrar da Sun Records para a poderosa gravadora RCA. E suas três participações nos programas de Sullivan foram cruciais para o estabelecimento de seu reinado naquele mágico ano de 1956. O detalhe é que, na primeira aparição de Elvis no seu programa, em 9 de setembro de 1956, o apresentador-titular estava fora de cena devido a um acidente de carro (quem comandou a atração foi o ator Charles Laughton). Foi somente no segundo programa, em 28 de outubro de 1956, que Sullivan pôde mostrar em cadeia nacional sua perplexidade com o carisma e a popularidade do ídolo que surgia e propagava o então nascente rock'n'roll. No terceiro programa, em 6 de janeiro de 1957, Sullivan - leia-se o establishment norte-americano - já tinha se rendido ao fenômeno. Por flagrar essa histórica mudança de comportamento é que o DVD Elvis - The Ed Sullivan Shows merece consideração mesmo de quem já tem DVDs com imagens das participações do artista no programa.

Green Day revela capa do oitavo CD de estúdio

O trio punk Green Day apresentou a capa de seu oitavo álbum de estúdio, 21st Century Breakdown, nesta terça-feira, 10 de fevereiro de 2009 - um dia depois de ter revelado o título de seu primeiro álbum de inéditas desde American Idiot (2004). A direção de arte da capa é creditada a Chris Bilheimer. Sai em maio.

BossaCucaNova documenta (suas) novas bossas

Grupo carioca, integrado pelo DJ Marcelinho da Lua, pelo baixista Márcio Menescal e pelo pianista Alexandre Moreira, o trio BossaCucaNova ignora a ressaca da festa dos 5o anos da Bossa Nova - já celebrada ao longo de 2008 - e lança neste mês de fevereiro de 2009 o CD e DVD (confira a capa à esquerda) intitulados Bossa Cuca Nova ao Vivo. Ambos registram o show gravado ao vivo em 2 de outubro de 2007 no Canecão (RJ) com adesões de Carlos Lyra (Maria Moita), Wilson Simoninha (Essa Moça Tá Diferente e Balanço Zona Sul), Ed Motta (Garota de Ipanema, com a presença de Roberto Menescal) e Marcos Valle (Samba de Verão). Contudo, o DVD extrapola o registro do show e exibe o documentário Na Base da Bossa - 50 Anos de Excelência, dirigido por Jodele Larcher. O filme costura depoimentos (de nomes como João Donato, Leny Andrade, Carlos Lyra, Marcos Valle, Oscar Castro Neves, Wanda Sá e Roberto Menescal, entre outros) com números musicais em que artistas de gerações mais novas apresentam suas bossas. Thalma de Freitas, por exemplo, se une a Marcel Powell em Água de Beber enquanto Influência do Jazz junta o autor Carlos Lyra a Pedro Luís e a Leo Gandelman. O CD traz, como faixas-bônus, os registros de três números musicais produzidos para o documentário. Entre eles, O Barquinho, num dueto de Fernanda Takai com Roberto Menescal.

Pete Doherty divulga a capa de seu álbum solo

Foi revelada nesta terça-feira, 10 de fevereiro de 2009, a capa (foto à direita) do álbum solo de Pete Doherty (ex-Libertines). A abstrata ilustração da capa do CD Grace / Wastelands - nas lojas do Reino Unido a partir de 16 de março - é assinada pela artista francesa Alize Meurisse com a colaboração de Doherty. O disco inclui doze músicas. Entre elas, I Am the Rain e Broken Love Song.

'Rapper' Nas grava álbum com Damian Marley

Rapper que já decretou a morte de seu estilo musical no título de um de seus últimos trabalhos, Hip Hop Is Dead (2006), Nas prepara álbum dividido com o cantor de reggae Damian Marley, um dos filhos de Bob Marley (1945 - 1981). O disco vinha sendo gravado secretamente em Los Angeles (EUA), mas foi revelado por Nas nos bastidores do 51º Grammy Awards. O lançamento vai ser feito em 2009, mas ainda não há data certa para a edição do álbum e tampouco há a definição do selo que vai distribuir o disco, pois o rapper pertence ao elenco da Def Jam e Damian tem vínculos com a Universal Music. Em tempo: Nas participa do próximo CD de Dr. Dre, Detox.

Skank figura entre os 100 do rock em espanhol

Uma gravação do Skank (acima em foto de Weber Pádua) figura na compilação sêxtupla Las 100 del Rock en Español, editada pela gravadora Sony BMG em países de língua hispânica como Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Trata-se de Respuesta, a versão fiel de Resposta, balada lançada pelo grupo em 1998 no álbum Siderado. Direcionados à América Latina, os seis CDs são editados em dois volumes triplos comercializados separadamente.

9 de fevereiro de 2009

'Cachaíto' Lopez sai de cena em Havana, aos 76

Um dos integrantes fundadores do Buena Vista Social Club, o coletivo cubano que despontou em 1997 com álbum duplo de repercussão mundial, o baixista Orlando Cachaíto Lopez saiu de cena em Havana, aos 76 anos, nesta segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009, vítima de complicações decorrentes de operação para tentar o controle de um câncer de próstata. O apelido Cachaíto - incorporado ao nome artístico - veio do fato de ele ser sombrinho do também baixista Israel Cachao Lopez. Orlando se iniciou ainda criança no mundo da música e, a partir de 1950, já tocou em orquestras profissionais como a Riverside. Foi integrante do bom grupo Irakere, cujo som fundia jazz, pop, música cubana e ritmos africanos. Cachaíto foi dos maiores virtuoses de seu instrumento.

Green Day pré-vende '21st Century Breakdown'

21st Century Breakdown é o título do oitavo álbum de estúdio do Green Day. O lançamento está agendado para maio, mas, em seu site oficial, o trio norte-americano já realiza a pré-venda do CD, produzido por Butch Vig, que, entre outros discos, pilotou o antológico Nevermind (1991), obra-prima do Nirvana. Consta que o sucessor de American Idiot (2004) está dividido em três partes: Heroes and Cons, Charlatans and Saints e Horseshoes and Handgrenades. É o primeiro álbum inédito do trio em cinco anos.

Plant & Krauss ofuscam Coldplay no Grammy



Resenha da Premiação do 51º Grammy Awards
Local: Los Angeles (EUA)
Data: 8 de fevereiro de 2009
Cotação: * * * 1/2
Fotos: John Shearer /WireImage
Coube a um (curioso) disco que transita pelos sons caipiras norte-americanos no tempo da delicadeza, Raising Sand (de 2007), faturar o cobiçado troféu de Álbum do Ano na longa cerimônia de premiação do 51º Grammy Awards, realizada no domingo, 8 de fevereiro de 2009, em Los Angeles (EUA). O álbum é da dupla formada por Robert Plant com a cantora Alisson Krauss. Ao todo, o duo angariou cinco prêmios - inclusive o de Gravação do Ano, por Please Read the Letter, parceria de Plant com Jimmy Page - e brilhou na noite que seria do favorito Coldplay, que, indicado em sete categorias, ficou com os troféus de Canção do Ano (Viva la Vida), Álbum de Rock (Viva la Vida or Death and All His Friends) e de Performance Pop de Dupla ou Grupo (por Viva la Vida). Já o recordista de nomeações, o rapper Lil' Wayne, venceu nas categorias dedicadas exclusivamente ao universo do hip hop. Wayne levou o Grammy de Álbum de Rap (Tha Carter III), o de Canção de Rap (por Lollipop), o de Melhor Performance Solo de Rap (por A Mili) e o de Melhor Performance de Rap em Duo ou Grupo (por Swagga Like us). Não foi surpresa, pois é quase praxe.
A supremacia da dupla Robert Plant & Alission Krauss nas duas categorias mais fortes reafirma a tendência do Grammy de quase sempre priorizar a música produzida e enraizada em solo norte-americano. Premiar o Coldplay seria atestar a força da música criada no eterno rival Reino Unido. Políticas à parte, Raising Sand - um belo álbum, verdade seja dita - remói com inspiração as boas tradições de gêneros como o bluegrass, o folk e o country.
Como sempre, muito do charme do Grammy veio dos números musicais preparados especialmente para a premiação, aberta com um protocolar U2 - o grupo apresentou Get on your Boots, o rock que puxa seu próximo álbum, No Line on the Horizon - e fechada majetosamente com Stevie Wonder, que tocou a inédita All About the Love Again, já cantada em alguns eventos especiais pelo compositor. Wonder, aliás, também se juntou ao grupo The Jonas Brothers para reforçar o elo entre artistas de gerações e/ou universos distintos - uma das características do Grammy. Dentro dessa ideologia, Justin Timberlake se uniu ao rapper T.I. e Paul McCartney reviveu I Saw Her Standing There com Dave Ghrol na bateria. Logo no começo, Al Green referendou a força de sua Let's Stay Together na companhia de Keith Urban e Boyz II Men. Mais burocráticos foram os encontros (pois já registrados em disco) de Coldplay com Jay-Z em Lost e de Kanye West com Estelle em American Boy. Jay-Z e West, a propósito, estiveram bem mais empolgados quando se uniram a M.I.A. na compahia de outros dois colegas do hip hop, T.I. e Lil' Wayne para apresentar Swagga Like Us. São números assim, pautados pela comunhão artística, que diluem o tom protocolar do Grammy e fazem a festa ficar boa.

Adele é eleita artista revelação do 51º Grammy

Por conta de seu álbum de estréia, 19, a cantora Adele confirmou seu favoritismo ao troféu de Best New Artist na cerimônia de premiação do 51º Grammy Awards, realizada na noite de ontem, domingo, 8 de fevereiro de 2009. Na foto de Michael Buckner, da WireImage, Adele posa com os troféus que ganhou nas categorias Revelação e Melhor Performance Pop Vocal Feminina (pelo tema Chasing Pavements). Eis alguns discos laureados no 51º Grammy:

* Álbum de R & B: Jennifer Hudson (Jennifer Hudson)
* Álbum de R & B Contemporâneo: Growing Pains (Mary J. Blige)
* Álbum de Pop: Rockferry (Duffy)
* Álbum de Pop Tradicional: Still Unforgettable (Natalie Cole)
* Álbum do Ano: Raising Sand (Robert Plant & Alison Krauss)
* Álbum de Reggae: Jah Is Real (Burning Spear)
* Álbum de Folk Contemporâneo: Raising Sand (Plant & Krauss)
* Álbum de Folk Tradicional: At 89 (Pete Seeger)
* Álbum de Blues Tradicional: One Kind Favor (B.B. King)
* Álbum de Country: Troubador (George Strait)
* Álbum de World Music: Global Drum Projecy
* Álbum de Pop Latino: La Vida... Es un Ratico (Juanes)
* Álbum de Rap: Tha Carter III (Lil' Wayne)
* Álbum de Jazz com Vocal: Loverly (Cassandra Wilson)
* Álbum de Rock: Viva la Vida or Death and all his Friends (Coldplay)
* Álbum de Jazz Instrumental: The New Crystal Silence (Chick Corea e Gary Burton)
* Álbum Latino Tropical: El Señor Bachata (José Feliciano)
* Álbum Dance / Eletrônico: Alive 2007 (Daft Punk)

Blink-182 anuncia retorno e gravação de álbum

Escalado para anunciar o vencedor da categoria Álbum de Rock no 51º Grammy Awards, o trio Blink-182 (acima em foto de John Shearer, da WireImage) aproveitou a exposição na premiação para anunciar sua volta à cena depois de quatro anos de recesso. Formado em 1992 na Califórnia (EUA), mas desativado desde fevereiro de 2005 devido a tensões internas, o grupo de pop punk prepara um álbum (e turnê mundial) para sedimentar seu retorno.

Whitney reaparece no Grammy e saúda Davis

Uma das boas surpresas do 51º Grammy Awards foi a bela aparição de Whitney Houston na cerimônia de premiação, ocorrida em Los Angeles (EUA) na noite de domingo, 8 de fevereiro de 2009. Whitney - reclusa já há algum tempo por conta de sua luta contra as drogas - saudou Clive Davis, o produtor da Arista Records que a lançou no ano de 1985, e anunciou o prêmio de Melhor Álbum de R & B para Jennifer Hudson, disco de estréia da cantora homônima, que segue o mesmo estilo vocal de Whitney (acima à direita em foto de John Shearer / WireImage). Espera-se que, se estiver mesmo recuperada do vício em drogas pesadas, Whitney possa logo retomar sua carreira fonográfica. Especula-se já há algum tempo que ela vem preparando um álbum, mas não há informações concretas a respeito. Bem-vinda!!!

Indústria do disco festeja tímida 100 de Carmen

Carmen Miranda (1909 - 1955) faria 100 anos nesta segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009. A despeito da origem lusitana, a Pequena Notável se tornou um dos maiores ícones brasileiros no imaginário mundial. Mas a indústria do disco, alheia à grandeza da obra e da imagem da Brazilian Bombshell, festeja tímida o centenário de nascimento da ousada cantora. Por ora, a única iniciativa é da gravadora Sony BMG, que põe nas lojas a coletânea dupla Carmen Miranda 100 Anos - Duetos e Outras Carmens. O CD 1 reúne gravações extraídas do arquivo da RCA-Victor em que Carmen canta com nomes como Lamartine Babo (Moleque Indigesto) e Mário Reis (Alô, Alô). O CD 2 exibe duas gravações inéditas - um registro de Camisa Listrada (Assis Valente) com Elza Soares e um pot-pourri em que Maria Alcina rebobina sucessos de Carmen sob uma batida tecno urdida pelo DJ Zé Pedro - entre fonogramas de Gal Costa (Fon-Fon), Baby do Brasil (Cachorro Vira-Lata) e Adriana Calcanhotto (...E o Mundo Não se Acabou).

A iniciativa da Sony BMG soa especialmente tímida se levado em conta que, das 281 gravações realizadas por Carmen Miranda no Brasil entre 1929 e 1940, em discos de 78 rotações por minutos, nada menos do que 150 pertencem ao seu acervo, tendo sido realizadas entre 1929 e 1935. Contudo, desse total, somente 66 foram relançadas em CD em caixa de três discos editada em 1998 (uma coletânea do selo Revivendo dedicada a Carmen Miranda, Raridades, lançada em 2007, trouxe para o formato digital 19 dos 84 fonogramas excluídos da caixa). É muito pouco! A EMI Music, por exemplo, editou em 1996, numa caixa de cinco CDs, todas as 129 gravações feitas por Carmen na Odeon entre 1935 e 1940. Infelizmente, a caixa já está fora de catálogo e a companhia optou por reeditar no centenário de Miranda somente os quatro CDs temáticos organizados por Ruy Castro em 2007 com 64 dos 129 registros da artista na Odeon. É nada diante de legado notável!

8 de fevereiro de 2009

Möeller & Botelho criam musical sobre Roberto

A programação que vai festejar os 50 anos de carreira de Roberto Carlos, a partir de abril de 2009, inclui um musical assinado por Charles Möeller e Claudio Botelho com base no cancioneiro do Rei. Responsável pela criação e direção de grandes sucessos do teatro musical brasileiro nos últimos anos, como Beatles num Céu de Diamantes e Sete - O Musical, a dupla já aceitou o convite para realizar o espetáculo. Por ora, o projeto está sendo mantido em sigilo, mas já há até data prevista para a estréia: março de 2010, no Rio de Janeiro (RJ). O musical não vai ter caráter biográfico, mas, sim, uma narrativa original inspirada nas músicas do cantor. O projeto, obviamente, tem o aval de Roberto.

Filho de Cássia faz banda com filha de cantora

Herdeiro (único) da cantora Cássia Eller (1962 - 2001), Francisco Eller - mais conhecido como Chicão - vai mesmo seguir os passos musicais da mãe (à direita numa foto da sessão feita em 1997 para divulgar o álbum Veneno Antimonotonia). O rapaz, hoje com 15 anos, vai se dedicar a uma banda que inclui na formação Bruna, filha única de Emanuelle Araújo, a atriz e cantora que integra o trio Moinho. Chicão já estuda bateria desde os 11 anos e tinha até formado um grupo inicial - o Transtorno dos Vizinhos - para desenvolver a habilidade musical.

Chega ao Brasil DVD captado na turnê do Rush

Em (1º de) maio de 2007, o Rush lançou seu primeiro álbum de inéditas em cinco anos, Snakes & Arrows. Na seqüência, o trio saiu em turnê mundial para badalar o disco. Duas apresentações do show foram captadas em Rotterdan, na Holanda, em outubro de 2007. O farto material filmado rendeu um belo DVD triplo, Snakes & Arrows Live (veja capa à esquerda), lançado em 24 de novembro de 2008 no exterior e editado no Brasil, pela gravadora ST2, neste início de 2009. Os dois primeiros discos exibem os 27 números gravados na Holanda, sendo que o DVD 1 ainda traz extras como takes alternativos e imagens de bastidores da turnê. Já o DVD 3 apresenta quatro números captados em Atlanta, em 2008, na passagem da turnê pelos Estados Unidos. O DVD triplo justifica o investimento, pois tanto imagem quanto áudio são espetaculares.

Volume 2 exibe mais social no clube do samba

A gravadora EMI Music já está distribuindo nas lojas o segundo bom volume do Samba Social Clube, o projeto fonográfico criado por uma rádio carioca, a MPB FM, para badalar o programa que dá título ao CD e ao DVD gravados ao vivo em dois espetáculos coletivos apresentados na Fundição Progresso (RJ) em 28 e 29 de julho de 2008. E é justamente pelo fato de o evento ser uma criação de uma emissora de rádio que tantos nomes de peso aceitaram fazer uma social no clube do samba. O CD reúne 14 interpretações de sambas antigos nas vozes de bambas como Jorge Aragão (Vai Passar, última parceria de Chico Buarque com Francis Hime), Beth Carvalho (Amor de Verdade, samba de Flávio Moreira e Liete de Souza que foi sucesso nos anos 70 na voz de Roberto Ribeiro), Roberta Sá (Meu Sapato Já Furou, samba gravado por Clara Nunes em 1974), Gilberto Gil (Amor até o Fim, samba de sua autoria, lançado por Elis em 1973, mas até então nunca registrado por Gil), Fundo de Quintal (Mel e Mamão com Açúcar, de Wilson Moreira e Nei Lopes), Moinho (Besta É Tu, da seara dos Novos Baianos), Casuarina (Retalhos de Cetim, primeiro grande hit de Benito Di Paula nos anos 70), João Bosco (sublime ao abordar Tudo se Transformou, de Paulinho da Viola) e Serjão Loroza (Eu Bebo Sim). O DVD exibe 18 números, apresentando quatro músicas limadas do CD. Os números exclusivos do DVD são A Tonga da Mironga do Kabuletê (com Elza Soares), Da Melhor Qualidade (Moyséis Marques), Água na Boca (Sandra de Sá) e Saudades da Guanabara (com o quarteto formado por Ana Costa, Anna Luisa, Nilze Carvalho e Moacyr Luz, parceiro de Aldir Blanc no samba que deu título ao álbum lançado por Beth Carvalho em 1989). Já estão previstas pela MPB Brasil e a EMI Music outras edições do projeto Samba Social Clube. Não vão faltar sócios...

Marchinhas agonizam, mas não morrem em CD

Resenha de CD
Título: As Melhores
Marchinhas
do Carnaval 2009
Artista: Vários
Gravadora: Viva Brasil
/ Fundição Brasil
Cotação: * * *

Nos últimos anos, a Fundição Progresso tem promovido no Rio de Janeiro (RJ) bem-vindo concurso nacional de marchinhas carnavalescas para revitalizar o gênero que, dos anos 30 aos 50, foi o principal fornecedor de repertório para a folia. O CD As Melhores Marchinhas do Carnaval 2009 reúne as 10 inéditas marchinhas finalistas da 4ª edição do concurso, que vai eleger a vencedora neste domingo, 8 de fevereiro de 2009. A safra é irregular, mas inclui algumas boas marchinhas e sinaliza que o gênero agoniza, mas não morre. A julgar pelo disco, a marchinha vitoriosa deveria ser Bendita Baderna. Apesar de defendida com pouca animação pelo autor, Edu Krieger (inspirado compositor não vocacionado para o canto), a marchinha remete à época áurea do gênero. Inclusive pelo caloroso arranjo de metais e pela letra espirituosa, que puxa a orelha de Deus pela criação do Homem, o elemento desarticulador da harmonia do Mundo. Na mesma linha tradicional de Bendita Baderna, e com arranjo similar, há Todo Mundo Nu (Marchinha da Raspadinha), mas o autor e intérprete, Eduardo Dussek, não reedita sua habitual verve neste tema que prega a nudez. Falta o humor que sobra em A Mãe do Paulo, marchinha maliciosa composta e cantada por Jorge Poeta. A partir de situação do cotidiano (uma mãe que quer embarcar o filho pela porta da frente do ônibus), Poeta criou delicioso verso de duplo sentido ("O motorista quer o Paulo atrás"), típico dos bailes dos antigos carnavais. Há também irreverência n'A Marcha do Fim do Mundo, na qual os autores Fito Bucha e Ramon Ramon brincam com a possibilidade de extinção do planeta. Quem defende a brincadeira é um coletivo de cantores formado por Alfredo Del Penho, Clarice Magalhães, Lali Maia e Pedro Paulo Malta - o mesmo quarteto que une vozes em Fui Eu!, marchinha de Nello. Já Velhinha Animada, composta e cantada por Vera Holanda (com adesão vocal do Coralito), não faz jus ao título. Da mesma forma que Paixão de Praia - marcha de Galvão Frade, defendida por Moyséis Marques - também não empolga. Já Canoa Furada, composta e gravada por Siba, se impõe na seleção por procurar se desvincular do tradicional formato melódico e rítmico das marchas. É a composição mais ousada, embora não necessariamente a mais empolgante de um concurso que termina neste domingo com a entrega ao vencedor do Prêmio Carmen Miranda. É um tributo à Pequena Notável pelo centenário de seu nascimento. Daí a inclusão no CD de duas faixas-bônus cantadas pela hors-concours Soraya Ravenle, Mamãe Eu Quero e Pra Você Gostar de mim (Ta-Hi), dois sucessos carnavalescos da pioneira Carmen Miranda (1909-1955), a eterna campeã da folia brasileira.