9 de fevereiro de 2009

Plant & Krauss ofuscam Coldplay no Grammy



Resenha da Premiação do 51º Grammy Awards
Local: Los Angeles (EUA)
Data: 8 de fevereiro de 2009
Cotação: * * * 1/2
Fotos: John Shearer /WireImage
Coube a um (curioso) disco que transita pelos sons caipiras norte-americanos no tempo da delicadeza, Raising Sand (de 2007), faturar o cobiçado troféu de Álbum do Ano na longa cerimônia de premiação do 51º Grammy Awards, realizada no domingo, 8 de fevereiro de 2009, em Los Angeles (EUA). O álbum é da dupla formada por Robert Plant com a cantora Alisson Krauss. Ao todo, o duo angariou cinco prêmios - inclusive o de Gravação do Ano, por Please Read the Letter, parceria de Plant com Jimmy Page - e brilhou na noite que seria do favorito Coldplay, que, indicado em sete categorias, ficou com os troféus de Canção do Ano (Viva la Vida), Álbum de Rock (Viva la Vida or Death and All His Friends) e de Performance Pop de Dupla ou Grupo (por Viva la Vida). Já o recordista de nomeações, o rapper Lil' Wayne, venceu nas categorias dedicadas exclusivamente ao universo do hip hop. Wayne levou o Grammy de Álbum de Rap (Tha Carter III), o de Canção de Rap (por Lollipop), o de Melhor Performance Solo de Rap (por A Mili) e o de Melhor Performance de Rap em Duo ou Grupo (por Swagga Like us). Não foi surpresa, pois é quase praxe.
A supremacia da dupla Robert Plant & Alission Krauss nas duas categorias mais fortes reafirma a tendência do Grammy de quase sempre priorizar a música produzida e enraizada em solo norte-americano. Premiar o Coldplay seria atestar a força da música criada no eterno rival Reino Unido. Políticas à parte, Raising Sand - um belo álbum, verdade seja dita - remói com inspiração as boas tradições de gêneros como o bluegrass, o folk e o country.
Como sempre, muito do charme do Grammy veio dos números musicais preparados especialmente para a premiação, aberta com um protocolar U2 - o grupo apresentou Get on your Boots, o rock que puxa seu próximo álbum, No Line on the Horizon - e fechada majetosamente com Stevie Wonder, que tocou a inédita All About the Love Again, já cantada em alguns eventos especiais pelo compositor. Wonder, aliás, também se juntou ao grupo The Jonas Brothers para reforçar o elo entre artistas de gerações e/ou universos distintos - uma das características do Grammy. Dentro dessa ideologia, Justin Timberlake se uniu ao rapper T.I. e Paul McCartney reviveu I Saw Her Standing There com Dave Ghrol na bateria. Logo no começo, Al Green referendou a força de sua Let's Stay Together na companhia de Keith Urban e Boyz II Men. Mais burocráticos foram os encontros (pois já registrados em disco) de Coldplay com Jay-Z em Lost e de Kanye West com Estelle em American Boy. Jay-Z e West, a propósito, estiveram bem mais empolgados quando se uniram a M.I.A. na compahia de outros dois colegas do hip hop, T.I. e Lil' Wayne para apresentar Swagga Like Us. São números assim, pautados pela comunhão artística, que diluem o tom protocolar do Grammy e fazem a festa ficar boa.

6 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Coube a um (curioso) disco que transita pelos sons caipiras norte-americanos no tempo da delicadeza, Raising Sand (de 2007), faturar o cobiçado troféu de Álbum do Ano na longa cerimônia de premiação do 51º Grammy Awards, realizada no domingo, 8 de fevereiro de 2009, em Los Angeles (EUA). O álbum é da dupla formada por Robert Plant com a cantora Alisson Krauss. Ao todo, o duo angariou cinco prêmios - inclusive o de Gravação do Ano, por Please Read the Letter, parceria de Plant com Jimmy Page - e brilhou na noite que seria do favorito Coldplay, que, indicado em sete categorias, ficou com os troféus de Canção do Ano (Viva la Vida), Álbum de Rock (Viva la Vida or Death and All His Friends) e Melhor Performance de Grupo Pop. Já o recordista de nomeações, o rapper Lil' Wayne, venceu - como era previsível - nas categorias dedicadas exclusivamente ao universo do hip hop. Wayne levou o Grammy de Álbum de Rap (Tha Carter III), o de Canção de Rap (por Lollipop), o de Melhor Performance Solo de Rap (por A Mili) e o de Melhor Performance de Rap em Duo ou Grupo (por Swagga Like us). Não foi surpresa, pois é quase praxe.
A supremacia da dupla Robert Plant & Alission Krauss nas duas categorias mais fortes reafirma a tendência do Grammy de quase sempre priorizar a música produzida e enraizada em solo norte-americano. Premiar o Coldplay seria atestar a força da música criada no eterno rival Reino Unido. Políticas à parte, Raising Sand - um belo álbum, verdade seja dita - remói com inspiração as boas tradições de gêneros como o bluegrass, o folk e o country.
Como sempre, muito do charme do Grammy veio dos números musicais preparados especialmente para a premiação, aberta com um protocolar U2 - o grupo apresentou Get on your Boots, o rock que puxa seu próximo álbum, No Line on the Horizon - e fechada majetosamente com Stevie Wonder, que tocou a inédita All About the Love Again, já cantada em alguns eventos especiais pelo compositor. Wonder, aliás, também se juntou ao grupo The Jonas Brothers para reforçar o elo entre artistas de gerações e/ou universos distintos - uma das características do Grammy. Dentro dessa ideologia, Justin Timberlake se uniu ao rapper T.I. e Paul McCartney reviveu I Saw Her Standing There com Dave Ghrol na bateria. Logo no começo, Al Green referendou a força de sua Let's Stay Together na companhia de Keith Urban e Boyz II Men. Mais burocráticos foram os encontros (pois já registrados em disco) de Coldplay com Jay-Z em Lost e de Kanye West com Estelle em American Boy. Jay-Z e West, a propósito, estiveram bem mais empolgados quando se uniram a M.I.A. na compahia de outros dois colegas do hip hop, T.I. e Lil' Wayne para apresentar Swagga Like Us. São números assim, pautados pela comunhão artística, que diluem o tom protocolar do Grammy e fazem a festa ficar boa.

9 de fevereiro de 2009 às 10:37  
Anonymous Anônimo said...

O Brasil, representado por Gilberto Gil, saiu de mãos abanando ...

9 de fevereiro de 2009 às 10:58  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, faltou dizer da merecidíssima premiação de Adele como artista revelação. Chasing Pavements é mais que um belo single e todo o disco 19 é consistente. Para ouvir no replay.

9 de fevereiro de 2009 às 11:00  
Anonymous Anônimo said...

Em resenha do dia 17 de Novembro de 2007 o Mauro deu ( * * * ) ao album " Raising Sand " agora com a premiação máxima diz " Políticas à parte, Raising Sand - um belo álbum, verdade seja dita - remói com inspiração as boas tradições de gêneros como o bluegrass, o folk e o country." ...

9 de fevereiro de 2009 às 11:20  
Anonymous Anônimo said...

Participação no álbum de Timbaland, Chris Brown dando uns pitacos no trabalho, a parceria no Grammy com Mr. Wonder...

Talvez eu esteja sendo uma besta escalafobética de não dar atenção a esses Jonas Brothers. Devem ser bons mesmo (isso é ironia, OK?).

E tá explicado porque Plant não quis entrar outra vez naquela barca, digo, naquele zepelim. Pra quê, com um disco classudo como "Raising Sand"?

9 de fevereiro de 2009 às 11:24  
Blogger Mauro Ferreira said...

De fato, anônimo das 11:20 (que suponho ser um coleguinha em busca de informações sobre o álbum que será assunto de todas as reportagens sobre o Grammy), vc tem razão: o texto elogioso que escrevi sobre Raising Sand em 17 de novembro de 2007 não condiz com a cotação de três estrelas. Tanto que, sem mexer numa vírgula do texto original, resolvi alterá-la para quatro estrelas pra ficar em sintonia com o texto. Abraços, obrigado pela observação astuta.

9 de fevereiro de 2009 às 11:35  

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