21 de novembro de 2009

'Them Crooked Vultures' justifica a expectativa

Resenha de CD
Título: Them Crooked
Vultures
Artista: Them Crooked
Vultures
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * *

Em 2005, Dave Grohl revelou a ideia de formar supergrupo com Josh Homme (o vocalista e guitarrista do Queens of the Stone Age) e John Paul Jones (o baixista do Led Zeppelin). Neste ano de 2009, a ideia foi enfim concretizada e o supergrupo - que traz Grohl de volta à bateria como nos tempos do Nirvana - começou a fazer alguns shows. Anunciado no segundo semestre, o esperado primeiro álbum da banda, Them Crooked Vultures, foi gravado em Los Angeles (EUA) e lançado de forma oficial na última terça-feira, 17 de novembro, uma semana depois de ter sido inteiramente posto na internet pelo trio. A expectativa era alta, mas o disco a justifica. Desde a primeira das 13 músicas inéditas, No One Loves me and Neither Do I, fica clara a interação entre os três músicos. É fato que a balança pende para o Led Zeppelin em algumas passagens de Scumbag Blues. É fato também que, pelo fato de Josh Homme ser o vocalista, há muito do Queens of the Stone Age no álbum. Contudo, o Them Crooked Vultures não é cópia de nenhum grupo. Ao contrário, o power trio mostra personalidade e faz um rock de peso. Riffs poderosos pontuam faixas como Reptile e New Fang. Elephant, de pegada veloz, é outro destaque de um disco viril que toca em temas pesados como seu som. Há faixas longas - como Warsaw or the First Breath You Take..., por exemplo, beira os oito minutos - e outras menos furiosas, caso de Bandoliers. No todo, Them Crooked Vultures, o CD, se revela coeso e sedutor. Inclusive porque os três virtuoses dosaram seus egos em favor do som de um grupo que já nasce grande como a ideia de Dave Grohl.

Ana canta 'Homens e Mulheres' ao lado de RoRo

Música do CD duplo Dois Quartos, editado por Ana Carolina em 2006, Homens e Mulheres ganha regravação da autora em dueto com Ângela RoRo. A faixa faz parte do CD e DVD 9 + Um, editados dentro da série Multishow Registro. Com Maria Bethânia, Ana revive a guarânia Eu que Não Sei Nada do Mar, composta com Jorge Vercillo e lançada por Bethânia em 2006 no CD Pirata. Já Zizi Possi é a convidada da balada Ruas de Outono enquanto Luiz Melodia entra na cadência do samba Cabide. Nas lojas no início de dezembro, via Sony Music, este projeto de duetos 9 + 1 celebra os 10 anos de carreira fonográfica de Ana Carolina, iniciada em 1999.

Viva Vinicius, de Paulo e Toquinho, já tem capa

Esta é a capa definitiva do CD Viva Vinicius, que junta Toquinho e Paulo Ricardo em torno da obra de Vinicius de Moraes (1913 - 1980). Finalizado, o disco vai chegar às lojas em 2010. Entre as 13 faixas, há a inédita Romeu e Julieta - tema de Toquinho e Vinicius.

Skank grava terceiro DVD em estádio de Minas

Cinco anos depois de lançar o DVD Cosmotrom - Multishow ao Vivo (2004), o Skank agenda para 2010 a gravação de seu terceiro registro ao vivo. Em maio, o quarteto - em foto de Weber Pádua - vai gravar show no estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG), adicionando mais um título à discografia que já conta com bom MTV ao Vivo, editado em 2001, nos formatos de CD e DVD.

'Buena Vista' do tango chega ao DVD no Brasil

Espécie de Buena Vista Social Club do tango, o filme Café do Maestros (2008) está sendo lançado em DVD no Brasil pela Videofilmes. Dirigido por Miguel Kohan, com base no roteiro desenvolvido por Kohan em parceria com Gustavo Santaolalla, o documentário parte do encontro de 22 mestres do tango da década de 40 - promovido a propósito de um concerto realizado no Teatro Colón, em Buenos Aires, em 24 de agosto de 2006 - para focar as histórias e os sentimentos de lendas como Leopoldo Federico, Lágrima Rios e Aníbal Arias, entre outros. Nos extras, o DVD exibe cerca de 40 minutos de cenas inéditas tiradas da gravação do histórico concerto feito em 2006 no Teatro Colón.

20 de novembro de 2009

Disco póstumo reúne duetos virtuais de Michael

Impulsionada pelo sucesso do (ótimo) documentário This Is It, a exumação da obra de Michael Jackson (1958 - 2009) continua a todo vapor. Foi noticiada esta semana - de forma extra-oficial - a produção de um álbum póstumo de caráter beneficente que vai apresentar duetos virtuais do cantor com estrelas como Madonna, Justin Timberlake, Beyoncé e Britney Spears, entre outros nomes.

Retorna às lojas 'Flashpoint', ao vivo dos Stones

Dando sequência às reedições do vasto catálogo pós-1971 do grupo inglês Rolling Stones, a Universal Music repõe nas lojas Flashpoint, bom sexto álbum ao vivo do quarteto, editado em abril de 1991 com o registro da Steel Wheels / Urban Jungle World Tour. As quinze faixas ao vivo foram captadas entre 1989 e 1990 em shows realizados no Japão, Inglaterra, Espanha e Estados Unidos. Completam o repertório duas músicas, Highwire e Sex Drive, gravadas em estúdio. Na época do lançamento, Highwire obteve alguma projeção nas rádios inglesas. Flashpoint já havia sido relançado (numa edição remasterizada) pela Virgin, em 1998.

Zé Renato lança CD extraído de áudio de DVD

O CD Zé Renato ao Vivo - posto nas lojas pela gravadora Biscoito Fino neste mês de novembro de 2009 - vai soar familiar para os fãs do cantor projetado no grupo vocal Boca Livre. É que trata-se de CD extraído do áudio do belo DVD homônimo, lançado em maio de 2007 com o registro do show gravado ao vivo em 26 de junho de 2006 na casa Estrela da Lapa, no Rio de Janeiro (RJ). O reencontro com o Boca Livre em Bicicleta foi omitido. Em compensação, o CD rebobina o dueto com Milton Nascimento em Ânima - faixa-título do álbum editado por Bituca em 1982 - e a participação do saxofonista Zé Nogueira em Roxanne, clássico do repertório do grupo The Police. Há ainda o fado Foi Deus, em leitura sublime, e Cantoria. Clique aqui para ler a resenha de Zé Renato ao Vivo postada em Notas Musicais.

'Beat Iú' põe grooves atuais em ritmos do Norte

A voz do paraense Marco André já ganhou projeção nacional em 1990 quando sua regravação de Meu Bem, Meu Mal - canção de Caetano Veloso, lançada por Gal Costa em 1981 - foi escolhida para ser o tema de abertura da novela do mesmo nome, exibida pela Rede Globo. Naquele ano de 1990, o cantor chegou a lançar um álbum, Olhar e Segredo. Contudo, sua carreira fonográfica não teve continuidade. André somente voltou a chamar a atenção - já no universo musical indie - quando iniciou um trabalho de fusão dos ritmos do Norte do Brasil com a linguagem pop eletrônica. Esse trabalho rendeu os CDs Amazonia Groove (2004) e Beat Iú (2007), bases do DVD Beat Iú ao Vivo, lançado pelo cantor de Belém (PA) neste ano de 2009. O DVD foi gravado em 29 de julho de 2008 em show feito no Polo Cine & Vídeo, no Rio de Janeiro (RJ), a cidade que abriga André há 23 anos. Roberto Talma e Jodele Larcher assinam a direção do caprichado vídeo. No roteiro, dominado por temas autorais, há Abaluaiê - tema do compositor paraense Waldemar Henrique (1905 - 1995) - e Pescador, carimbó da lavra de Mestre Lucindo (1908 - 1988). E ainda Por Causa de Você Menina (Jorge Ben Jor).

'Vinis Mofados' extrai poesia do mundo do disco

Com título que cita Morangos Mofados, uma obra-prima do escritor Caio Fernando Abreu (1948 - 1996), o poeta Ramon Mello extrai poesia do mundo do disco em Vinis Mofados, seu primeiro livro de poemas, recém-lançado pela editora Língua Geral. A ideia foi passar o sentimentalismo das relações amorosas - matéria-prima da música popular - pelo filtro do humor e da ironia. Sempre com referências a jargões do meio fonográfico, alguns da época dos LPs. Não por acaso, o livro está dividido em Lado A e Lado B. Entre os 70 poemas, alguns evocam o universo do disco já nos títulos (Faixa 4, Bônus Tracks, Phono - 00, Faixa Arranhada, Hidden Tracks, Single, MP4 Player). Vinis Mofados oferece poesia urbana como a música que inspira o autor em seus 25 anos.

19 de novembro de 2009

CD de Ringo, 'Y Not' agrega Paul, Joss e Harper

Paul McCartney participa do álbum solo, Y Not, que Ringo Starr vai lançar em 12 de janeiro de 2010. O reencontro dos dois ex-beatles acontece em duas faixas, Peace Dream e Walk with You. McCartney toca baixo na primeira e canta na segunda. Produzido pelo próprio Ringo, o álbum também conta com adesões de Joss Stone e Ben Harper, entre outros nomes. A ficha técnica é estelar!!

Música de Lucina e Zélia gera relicário amoroso

Resenha de CD
Título: + do que Parece
Artista: Lucina
Gravadora: Flautim 55
Cotação: * * * *

Cantoras de timbres similares, Lucina e Zélia Duncan também se irmanam através de suas parcerias. Nove delas - seis inéditas - foram reunidas por Lucina em seu novo bom CD, + do que Parece. Em pouco mais de 24 minutos, a artista apresenta delicado mosaico de sons e sentimentos em baladas de violões e de espírito folk que bem poderiam figurar nos discos gravados por Zélia antes de ela se transformar em outras. Olhos de Marte e Hora Marcada são alguns destaques nessa seara. Mas, de fato, o disco oferece mais do que parece às primeiras audições. Entre um tema bluesy menos inspirado (Meu Amor, Você Sabe) e canções de atmosfera suave (há real beleza em Dias e Noites), o álbum surpreende em Tomzé, tributo ao compositor homônimo, gravado com arranjo lúdico que traduz bem o espírito e a inquietude do homenageado. Nessa faixa, assim como em Há Tempos e na poética Fim, sobressai a kalimba de Décio Gioielli, símbolo da delicadeza do disco. Já Na Areia é adornada pelas vozes irmãs de Tetê Espíndola e Alzira Espíndola (Tetê também faz vocais na supra-citada Dias e Noites) enquanto Sem Suspiros - música cuja letra instigante questiona os limites do amor e do interesse da pessoa amada - traz as vozes de Anelis Assumpção e Luz Marina. Zélia figura no disco somente como compositora, mas seu espírito paira naturalmente ao longo de suas nove parcerias com Lucina, mote deste relicário amoroso.

Sem rap, Joss volta ao soul em álbum libertário

Resenha de CD
Título: Colour me Free
Artista: Joss Stone
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * *

A inquieta Joss Stone anseia por liberdade. A artística. Em seu quarto álbum, Colour me Free, a cantora inglesa clama por essa liberdade, disposta a se soltar das amarras da indústria fonográfica. A imagem da capa do disco já traduz o estado de espírito da artista, enjaulada pelas expectativas da gravadora EMI Music. Projetada em 2003 com The Soul Sessions, álbum que poderia ter sido assinado por qualquer diva negra da música norte-americana, a cantora se revelou (boa) compositora em Mind, Body & Soul (2004) e arriscou raps e sons mais contemporâneos em Introducing Joss Stone (2007). Vibrante como os três álbuns anteriores de Joss, Colour me Free pega o caminho de volta e traz soul e r & b à moda antiga. Difícil não lembrar de Aretha Franklin ao ouvir temas como Free me, Could Have Been You, Incredible e Lady. Quase todo composto por Joss em parceria com Jonathan Shorten e Conner Reeves, o repertório de Colour me Free descarta o rap que pontuou Introducing Joss Stone, apesar de contar com a presença do rapper Nas no r & b Governmentalist. A propósito, as participações de músicos como o saxofonista David Sanborn (em I Believe It to my Soul) e o guitarrista Jeff Beck (Parallel Lines) abrilhantam o resultado final. No todo, o disco soa coeso - apesar de uma ou outra música menos inspirada, caso de Big Ol' Game, sobra do eletrizante álbum anterior reaproveitada no novo CD - e reafirma o talento de Joss Stone. Faixas como a deliciosa 4 and 20 - com sua ambiência, seu piano e seu trompete que remetem a algum lugar do passado da música negra dos EUA - sinalizam que Joss Stone fez muito bem lutar por sua liberdade. Rejeitado pela EMI Music, Colour me Free é álbum que honra a voz calorosa da liberal cantora inglesa - discípula legítima da diva Aretha Franklin.

P.S.: Joss Stone dá o start oficial na turnê mundial de lançamento de Colour me Free no Brasil, onde faz shows no Rio de Janeiro (na HSBC Arena, em 21 de novembro de 2009), São Paulo (na casa HSBC Brasil, em 22 de novembro) e em Curitiba-PR (no Teatro Positivo, em 23 de novembro). Maria Gadú abre o show carioca e Ana Cañas é a atração da abertura da única apresentação paulista.

R.E.M. grava 15º álbum sob a produção de Lee

O grupo norte-americano R.E.M. já está gravando seu 15º álbum de estúdio. O produtor é Jacknife Lee, que pilotou o último disco do trio, o roqueiro Accelerate, lançado em 1º de abril de 2008. O novo álbum vai ser editado em 2010, mas em data ainda incerta.

Ainda 'cool', Norah persegue Waits em 'The Fall'

Resenha de CD
Título: The Fall
Artista: Norah Jones
Gravadora: Blue Note
/ EMI Music
Cotação: * * *

Talvez o novo corte de cabelo, agora mais curto, seja a mais radical mudança esboçada por Norah Jones em seu quarto álbum, The Fall. O som também mudou, mas a guinada em direção às guitarras - postas no lugar de destaque antes destinado ao piano soft tocado pela artista - não altera substancialmente a ambiência cool da cantora e compositora. Como já sinaliza a faixa que abre o disco, Chasing Pirates, a música de Norah Jones em The Fall soa mais contemporânea e menos jazzística. Mas as guitarras não a direcionam para o universo do rock. The Fall evoca intencionalmente o som de Tom Waits, em especial o do álbum Mule Variations (1999). Para tal, Norah recrutou o mesmo produtor deste disco de Waits, Jacquire King, e também um guitarrista (Marc Ribot) habituado a tocar com o cantor e compositor norte-americano. Contudo, por mais que uma ou outra faixa, caso de It's Gonna Be, remeta ligeiramente ao universo do country-rock, The Fall reitera a suavidade típica do som da estrela do pop jazz em temas como Back to Manhattan e I Wouldn't Need You. Sim, é fato que músicas como Stuck - parceria da artista com o roqueiro texano Will Sheff que aborda a ressaca de uma noite regada a bebedeiras - apresentam uma Norah menos comportada. No todo, a mudança é real, mas não tão profunda como fízeram supor as notícias sobre o álbum veiculadas pela gravadora EMI Music. Mas já é alguma coisa. Afinal, The Fall tem a missão de devolver a Norah Jones o lugar de destaque ela vem vem perdendo progressivamente por conta de seus dois últimos álbuns, Feels Like Home (2004) e Not to Late (2007), que nem de longe seduziram o mundo como o primeiro, Come Away with me (2002). Embora seja improvável que The Fall altere o quadro porque, mesmo bom, o disco não consegue cativar de fato.

Vânia Abreu resume 15 anos no registro de DVD

Aos 42 anos, Vânia Abreu - que transita em universo musical bem distinto da trilha seguida por sua irmã Daniela Mercury - resume 15 anos de carreira e seis álbuns na gravação de seu primeiro DVD, agendada para esta quinta-feira, 19 de novembro de 2009, em show no Teatro Bradesco, em São Paulo (SP), a cidade que acolhe a cantora baiana desde 1995. Chico César vai participar da gravação ao vivo, feita sob a direção artística de Daniel dos Santos e a direção musical de Paulo Dáfilin. No roteiro, Vânia rebobina músicas como Pra Falar de Amor (de Tenison Del Rey e Paulo Vascon), Dó de Mim (de Péri), Quando Eu Estava Só (de Marcelo Quintanilha) e As Quatro Estações (Maurício Gaetani, Ary Sperling e Cláudio Rabello). Com arranjos diferentes dos registros já feitos em seus CDs de estúdio, Vânia também aborda sucessos de Clara Nunes - Conto de Areia - e dos Secos & Molhados (Sangue Latino).

18 de novembro de 2009

Zélia recebe 'Disco de Ouro' por álbum de 2004

Divisor de águas na discografia de Zélia Duncan, o álbum Eu me Transformo em Outras - editado em 2004 numa parceria do selo da cantora, Duncan Discos, com a gravadora Universal Music - conquistou o Disco de Ouro por conta das 60 mil cópias vendidas desde o lançamento, há cinco anos. O álbum adquiriu aura cult. A artista recebeu o (justo!) prêmio neste mês de novembro de 2009.

Cantora muda nome artístico para Anna Ratto

Anna Luisa está mudando seu nome artístico. A cantora carioca passa a se chamar Anna Ratto. A mudança foi motivada por uma questão judicial. Uma cantora de nome similar obteve na Justiça o direito de ter prioridade do uso do nome artístico pelo fato de tê-lo registrado como marca em 2001. Sem polemizar, Anna Ratto (em foto de Ricardo Penna) decidiu acatar a decisão judicial e recorreu a seu sobrenome de batismo, passando a assinar Anna Ratto. É com o novo nome que a cantora vai dar continuidade à divulgação de seu terceiro (bom) CD, Girando, editado em 2008.

Aydar inclui DVD no 'bis' de seu segundo álbum

Um dos melhores discos de 2009, Peixes, Pássaros, Pessoas - o segundo álbum de Mariana Aydar - vai ser relançado em edição dupla pela gravadora Universal Music. O bônus é o DVD Bis, que exibe o clipe da faixa Palavras Não Falam - gravado em deserto situado ao Sul da Bolívia com direção de Leandro Lima - e alguns números captados ao vivo num show da artista em São Paulo (SP).

Sai em DVD conversa musical de Cartola e Zica

Em 1973, um ano antes de gravar o seu tardio primeiro LP solo, Cartola (1908 - 1980) concedeu entrevista ao programa MPB Especial, exibido pela TV Cultura com direção de Fernando Faro. Nessa ocasião, o compositor foi ao programa na companhia da mulher Eusébia Silva de Oliveira (1913 - 2003), a Dona Zica, e do Regional de Evandro. Trinta e seis anos depois, o registro do programa é perpetuado em DVD recém-editado pela gravadora Biscoito Fino. De caráter quase biográfico, a entrevista é entremeada com números musicais. À sós com seu violão ou na companhia do Regional de Evandro, Cartola canta músicas ainda hoje pouco conhecidas de sua obra, casos de Fita os meus Olhos (parceria com Oswaldo Vasques), Amor Proibido, Ao Amanhecer, Bem Feito, Nós Dois e do Samba da Mangueira. Biscoito finíssimo!

Célia Porto reedita o disco em que canta Legião

Cantora de Brasília (DF), Célia Porto gravou em 1996 álbum em que enfileira 14 músicas do repertório da Legião Urbana. Treze anos depois, este disco ganha reedição com um outro projeto gráfico para celebrar os 25 anos do nascimento da banda. Gravado com o aval de Renato Russo (1960 -1996), o bom CD Célia Porto Canta Legião Urbana volta ao mercado pelo selo Discobertas, de Marcelo Fróes, em ano pautado por rumores de uma volta da Legião aos palcos com Toni Platão no posto de vocalista - notícia negada por Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Entre as 14 faixas do disco, há Maurício, Perfeição, Os Anjos e Teatro dos Vampiros.

17 de novembro de 2009

Cauby faz do Bar Brahma a sua Rádio Nacional

Resenha de Show
Título: Cauby Peixoto no Bar Brahma
Artista: Cauby Peixoto (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Bar Brahma (SP)
Data: 16 de novembro de 2009
Cotação: * * *
Em cartaz às segundas-feiras, às 22h30, no Bar Brahma
Alguma coisa acontece quando Cauby Peixoto cruza o salão cheio do Bar Brahma, situado no cruzamento das avenidas Ipiranga com São João, local que - relata Caetano Veloso na letra de Sampa - mexe com corações. Ao som de A Distância, balada que incluiu no ainda inédito CD em que canta apenas músicas de Roberto Carlos, Cauby caminha, amparado, em direção ao pequeno palco do bar, diante do olhar respeitoso da platéia formada majoritariamente por turistas vindos de cidades como Curitiba (PR), Maceió (AL) e Manaus (AM). Ninguém rasga sua roupa, mas, ali, naquele palco que abriga o cantor e um trio de baixo-bateria e teclados, Cauby é rei como nos tempos da Rádio Nacional. Ao menos durante as segundas-feiras, dia em que cumpre já tradicional temporada no igualmente tradicional bar do Centro de São Paulo (SP). Sentado e lendo a maioria das letras, por conta das naturais limitações imposta pelos 78 anos, o intérprete interage com os espectadores - chamados por ele de "prezados amigos" - enquanto desfia à sua moda um rosário de pérolas da MPB que inclui Viola Enluarada, Beatriz ("Canção difícil de se cantar"), Samba em Prelúdio (tema no qual prepara e rege o coro da plateia) e até hit do compositor popular Jessé (1952 - 1993), Porto Solidão. Símbolo da era de ouro do rádio brasileiro, a voz ainda soa volumosa, com vigor que contraria a fragilidade do corpo. Mas, ali, Cauby é rei. Por isso, Primavera - a balada soul propagada no vozeirão de Tim Maia (1942 - 1998) - é acompanhada por animadas palmas da platéia que pouco se importa com o ralo rigor estilístico da maioria das interpretações. Por isso também, o público até acha graça quando Cauby põe o maestro Jair para cantar Madalena e faz piada com o fato de ele estar roubando suas fãs. É o jeito que ele encontra para preparar o espírito do público para seu número habitualmente triunfal, Conceição, cantada solenemente de pé. Em Conceição, solada a plenos pulmões, há lampejos do Cauby dos áureos tempos. A relativa novidade é o tom contido da canção De Tanto Amor, a pérola de outro Rei, o Roberto. De Tanto Amor figura no disco Cauby Peixoto Interpreta Roberto Carlos, assim como Desabafo, apresentada em ritmo de tango num dos números mais bem resolvidos do roteiro que também agrega Ronda - o clássico de Paulo Vanzolini que relata na letra uma cena passional num bar da avenida São João - e Fly me to the Moon, tema no qual Cauby brinca com o ritmo, evocando a técnica que já garantiu seu nome entre os melhores cantores brasileiros de todos os tempos. No fim, claro, há Bastidores, cujos versos de Chico Buarque traduzem tanto a paixão que caracteriza o canto de Cauby como certa aura crespuscular que envolve o artista no palco do Bar Brahma. Pode ser cruel cantar assim, sentado com as letras à sua frente, mas a voz e a presença de Cauby Peixoto transcendem marcas do tempo.

Ana lança '9 + 1' pela série 'Multishow Registro'

Menos de quatro meses após lançar o álbum de estúdio N9ve, Ana Carolina vai apresentar outro produto inédito no mercado fonográfico. Editado dentro da série Multishow Registro, 9 + 1 chega às lojas nos formatos de CD e DVD nos primeiros dias de dezembro de 2009. Trata-se de projeto de duetos gravados no Sítio Taquara, no Alto da Boa Vista (RJ), com direção de Monique Gardenberg. Ana recebe colegas como Roberta Sá (em Milhares de Sambas), Seu Jorge - com quem canta o samba Tá Rindo, É?, numa prova de que o desentendimento na pós-produção do DVD Ana & Jorge (2005) já foi superado - e Maria Bethânia. Além de duetos com Gilberto Gil (no samba Torpedo, composto por Ana e letrado por Gil) e Maria Gadú (no inédito blues Mais que a mim), o DVD vai exibir takes previamente captados em estúdio com John Legend (Entreolhares) e Esperanza Spalding (Traição, com piano de Daniel Jobim) nas sessões de gravação do recente álbum N9ve.

Solo de Kisser no disco de Chitãozinho & Xororó

À venda no início de dezembro de 2009, o 31º álbum da dupla Chitãozinho & Xororó, Se For para Ser Feliz, conta com um solo de Andreas Kisser - ótimo guitarrista do grupo Sepultura - numa de suas doze faixas. O repertório é majoritariamente inédito. As duas exceções são Planeta Azul (tema que deu título ao disco lançado pelos irmãos em 1992) e Duas Lágrimas, música do Fresno, grupo de rock com o qual a dupla sertaneja passou a interagir a partir de encontro promovido por programa da MTV. Coisa de Amigo, Tô de Saída, Caminhoneiro É Bicho Louco e Nasci de Bota e Chapéu são algumas músicas do álbum, que também tem a participação de Junior - filho de Xororó - na bateria, numa faixa. É independente...

Robbie confirma gravação com grupo Take That

Justo no momento em que a carreira solo de Robbie Williams parece voltar ao trilho pop com a edição do álbum Reality Killed the Video Star, o cantor britânico confirma a gravação de músicas inéditas com o Take That, boyband que o projetou nos anos 90. Já existiam rumores sobre a reunião de Williams com o grupo inglês - eles se apresentaram em Londres, em um show de caráter beneficente realizado na quinta-feira, 12 de novembro de 2009 - mas nada havia sido anunciado oficialmente até então. É bem provável que o material inédito seja editado em CD, mas o lançamento não foi confirmado.

16 de novembro de 2009

Mais leve, show Beijo Bandido continua perfeito

Resenha de Show - Segunda Visão
Título: Beijo Bandido
Artista: Ney Matogrosso (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Bradesco (SP)
Data: 15 de novembro de 2009
Cotação: * * * * *
Em cartaz em Recife (PE) em 5 de dezembro de 2009
Show criado (circunstancialmente) por Ney Matogrosso durante a turnê do espetáculo Inclassificáveis, na virada de 2008 para 2009, Beijo Bandido ganhou vida própria, registro de estúdio editado em CD, cenário e - a partir deste mês de novembro - a estrada. Estreada em 5 de novembro no Cine-Theatro Central, em Juiz de Fora (MG), a turnê oficial de Beijo Bandido chegou a São Paulo (SP) no último fim de semana a reboque de três concorridas apresentações no Teatro Bradesco. Em essência, o recital continua o mesmo e permanece perfeito. Aos 68 anos, Ney põe sua voz laminada - em grande forma que soa até espantosa se levada em conta a idade assumida do artista - a serviço de um repertório irretocável que, no seu canto, cria toda uma atmosfera de sedução que eletriza o público. Sedução ampliada pela entrada no roteiro do maior sucesso do compositor Bororó (1898 - 1986) - Da Cor do Pecado, número em que o intérprete explora as pausas - e da sensualíssima A Cor do Desejo, tema de Junior Almeida e Ricardo Guima entoado em tons lânguidos pelo cantor. Novidade do bis, a salsa Incinero (Zé Paulo Becker e Mauro Aguiar) realça a leveza que pontua o show, cujo roteiro totaliza 16 músicas (já com o bis).
A atmosfera de sedução é a mesma, assim como o figurino e o quarteto liderado pelo pianista e maestro Leandro Braga, mas Beijo Bandido está mais leve na volta à cena. Por sua própria natureza, o show tem um tom camerístico. Contudo, essa salutar leveza dilui de certa forma o clima ligeiramente pesado - porém igualmente sedutor - da forma inicial do show (clique aqui para ler a resenha da apresentação carioca de 29 de janeiro de 2009). A leve mudança de textura é perceptível, por exemplo, no suingue que pauta o arranjo abolerado da música De Cigarro em Cigarro (Luiz Bonfá, 1953), número valorizado pela projeção do vídeo em que Ney dança em passos sensuais. Aliás, o olhar sedutor com que ele encara o público na imagem do vídeo traduz com perfeição o clima do show, que é, de certa forma, mais uma cantada passada por Ney no seu público fiel. Cantada bem-sucedida pelo evidente prazer com que o intérprete saboreia os versos de músicas como Fascinação (F. D. Marchetti e M. de Feraudy na célebre versão de Armando Louzada) e Medo de Amar (joia de Vinicius de Moraes).
Acima de qualquer clima ou rótulo, o show Beijo Bandido expõe a segurança do intérprete e seu total domínio cênico, resultando ainda melhor do que o álbum de estúdio recém-editado pela gravadora EMI Music. No palco, Nada por mim (Herbert Vianna e Paula Toller) - balada pop inexistente no roteiro original e incluída no repertório durante a gravação do disco - adquire na voz de Ney a dose exata de mágoa. Assim como As Ilhas (Astor Piazzolla e Geraldo Carneiro) está no ponto exato de fervura sem pesar o recital. Enfim, Beijo Bandido apresenta Ney Matogrosso em real estado de graça. É (mais um) grande show desse grande intérprete!

Salsa é molho novo do roteiro de 'Beijo Bandido'

Parceria de Zé Paulo Becker e Mauro Aguiar, gravada por Becker no CD Pra Ficar Tudo Bem em registro que contou com a participação de Ney Matogrosso, a salsa Incinero é o molho extra do roteiro do show Beijo Bandido, que voltou à cena em três apresentações feitas por Ney no Teatro Bradesco, em São Paulo (SP), de 13 a 15 de novembro de 2009. A outra novidade do show - estreado em dezembro de 2008 em Santos (SP) - é Da Cor do Pecado, tema de Bororó. Eis o atual roteiro do show na turnê que o cantor (em fotos de Mauro Ferreira) vai levar às principais capitais do Brasil ao longo de 2010, para badalar o CD homônimo:
1. Tango pra Tereza
2. Da Cor do Pecado
3. Fascinação
4. Invento
5. De Cigarro em Cigarro
6. A Bela e a Fera
7. A Distância
8. A Cor do Desejo
9. Nada por mim
10. Segredo
11. Doce de Coco
12. Medo de Amar
13. Bicho de Sete Cabeças
14. As Ilhas
Bis:
15. Incinero
16. Mulher sem Razão

Alicia Keys divulga a capa de seu quarto álbum

Esta é a capa do quarto álbum de estúdio da cantora, compositora e pianista Alicia Keys, The Element of Freedom, nas lojas a partir de 15 de dezembro de 2009. O primeiro single do álbum, Doesn't Mean Anything, já rendeu clipe que pode ser visto no canal oficial da artista norte-americana no YouTube. A faixa foi produzida por Kerry Brothers, que pilotou o primeiro álbum de Alicia, Songs in A Minor (2001). Outro destaque do repertório é Empire State of Mind (Part II) Broken Down, uma espécie de sequência da música gravada por Alicia no último álbum de Jay-Z.

DVD de filme inspira Calcanhotto a refazer Três

Estreado na edição de 2005 do festival Percpan, o show Três - que junta Adriana Calcanhotto aos músicos Domenico Lancellotti e Moreno Veloso (com a cantora na foto de Isabel Diegues) - vai chegar à cidade de São Paulo (SP), em apresentação única no Auditório Ibirapuera agendada para 2 de dezembro de 2009, depois de ter passado por cidades como Barcelona, Londres, Madrid e Paris. A volta do show foi idealizada para promover a edição em DVD do documentário Palavra Encantada. O DVD do filme dirigido por Helena Solberg - a partir de argumento de Márcio Debelian, um dos roteiristas e produtores do (ótimo) documentário que aborda as relações entre música e poesia - vai chegar às lojas no começo de dezembro pela gravadora Biscoito Fino. O DVD traz cerca de 1h30m de cenas adicionais, não exibidas no cinema. Entre os takes extras, há a interpretação de Calcanhotto para o fado Ela Tinha uma Amiga (Manoela de Freitas e José Mario Branco) e a leitura de Maria Bethânia para trechos do livro Dentro da noite Veloz (da lavra do poeta Ferreira Gullar).

Artista que transita simultaneamente nos universos da música e da poesia, Arnaldo Antunes é o convidado da apresentação única e especial de Três. Com Adriana, Arnaldo vai mostrar músicas como Para Lá, parceria dos dois. O roteiro do show inclui também Chanson Doil Mot Son Plan et Prim - tema com versos do poeta provençal Arnaut Daniel, em que Adriana é acompanhada pelo cello de Moreno Veloso - e A Cor Amarela, música de Caetano Veloso, lançada pelo autor no álbum Zii e Zie (2009). A conferir!!

15 de novembro de 2009

'Canibália' é editado no Brasil com cinco capas

Já editado na Argentina e em Portugal, com apenas uma capa (a quinta vista de cima para baixo), o 13º álbum de Daniela Mercury, Canibália, vai ser lançado no Brasil pela gravadora Sony Music com as cinco opções de capas idealizadas pela cantora. Cada capa apresenta as 14 faixas do álbum numa ordem sequencial diferente.

Universal lança, enfim, caixa de CDs de Ben Jor

Projeto arquitetado pela gravadora Universal Music desde o início dos anos 2000, previsto inicialmente para ser lançado em 2003, a caixa Salve, Jorge! - que embala os 13 álbuns gravados por Jorge Ben Jor para a Philips entre 1963 e 1976 - vai ser lançada, enfim, no início de dezembro de 2009. Já em pré-venda em lojas virtuais, a caixa traz um 14º CD, duplo, com gravações raras e/ou avulsas da discografia do Zé Pretinho. É a fase áurea do artista...

'My Way', de Sinatra, retorna com faixas-bônus

Em 1969, ao gravar o álbum My Way com produção e arranjos de Don Costa, Frank Sinatra (1915 - 1998) se permitiu incluir no repertório de standards algumas músicas que tinham sido lançadas com sucesso há poucos anos. Casos de Yesterday - a balada de John Lennon e Paul McCartney (a rigor, somente de McCartney) que desde 1966 se tornou um dos temas mais regravados dos Beatles nos quatro cantos do mundo - e de Mrs. Robinson (grande hit da dupla Simon & Garfunkel em 1967 ao ser propagado como o tema do filme homônimo). Mas foi a faixa-título de My Way - versão em inglês de Paul Anka para a canção francesa composta por Claude François, Jacques Revaux e Gilles Tribault - que se tornou um clássico quase instântaneo da Voz. Quarenta anos depois, a Universal Music, que adquiriu neste ano de 2009 o direito de reeditar o catálogo de Sinatra na gravadora Reprise, relança My Way numa edição comemorativa de 40 anos turbinada com duas inéditas faixas-bônus. As novidades são um registro ao vivo de My Way - captado em 24 de outubro de 1987, em show no Reunion Arena, em Dallas (EUA) - e um take ao vivo de For Once in my Life, extraído da gravação feita por Sinatra para um especial de TV em 13 de agosto de 1969. A reedição de My Way dá o pontapé inicial na reposição do catálogo da Reprise juntamente com o lançamento de Live at Meadowlands, disco inédito da Voz que traz registro ao vivo de show captado em 1986.

Rihanna agrega Slash e will.i.am em 'Rated R'

Nas lojas pela Universal Music a partir de 23 de novembro de 2009, em escala mundial, o quarto álbum de Rihanna, Rated R, agrega nomes como Slash e will.i.am. O guitarrista é o convidado de Rockstar 101. Já o rapper participa de Photographs. Outras músicas são Cold Case Love e Russian Roulette. Rated R foi urdido por vasto time de produtores e compositores que inclui Justin Timberlake, Stargate, Chase & Status, The Dream e Tricky Stewart.