30 de janeiro de 2009

Iluminado, Ney seduz com show 'Beijo Bandido'

Resenha de Show
Título: Beijo Bandido
Artista: Ney Matogrosso (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Tom Jobim (RJ)
Data: 29 de janeiro de 2009
Cotação: * * * * *
Ney Matogrosso já provou que, com ou sem fantasia, ele canta em qualquer canto. Ainda assim, a feliz platéia que assistiu à única apresentação carioca do novo show do cantor - Beijo Bandido, idealizado para abrir o projeto Shows de Verão do Teatro Tom Jobim, situado no Jardim Botânico (RJ) - se surpreendeu ao deparar com um cantor em total estado de graça que parece não sentir no corpo e tampouco na voz o peso de seus 67 anos. A voz está em inteira. Assim como a atitude, perceptível logo quando o cantor entra em cena, de terno e cara limpa, para reviver o Tango pra Teresa, sucesso nos anos 70 da cantora Ângela Maria, cujo repertório Ney - aliás - já abordou no CD Estava Escrito (1994).
Beijo Bandido evoca show antológico da carreira do intérprete, Pescador de Pérolas, pela ambiência camerística, moldada para teatros. Em cena, sob a firme direção musical do pianista Leandro Braga, Ney desfia um rosário de pérolas adornadas ora pelo violoncelo de Lui Coimbra, ora pelo violino de Ricardo Amado, ora pela percussão de Felipe Rosseno. O saboroso repertório é inclassificável como o intérprete, que incursiona pela música brasileira mais quadrada - em números como os sambas-canções Segredo (1947) e De Cigarro em Cigarro (1953) - com o mesmo rigor estilístico com que se conecta a compositores da cena alternativa. Caso de Vitor Ramil, de quem Ney canta Invento, cuja letra originou o título Beijo Bandido, nome que, por sua vez, remete aos títulos (Pecado, Bandido, Feitiço) dos provocantes discos-shows feitos pelo cantor na década de 70. Jogo de sedução.
A atmosfera de sedução está presente na linguagem corporal do cantor. Mas impressiona menos do que a forma vocal estupenda. Não é tarefa fácil arrebatar uma platéia cantando Fascinação, música indissociável da voz imortal de Elis Regina (1945 - 1982) na memória popular. Mas Ney arrebata da mesma forma que extasia o público ao interpretar o choro-canção Doce de Coco com os versos postos por Hermínio Bello de Carvalho na melodia de Jacob do Bandolim (1918 - 1969). No seu canto, uma balada da lavra mais romântica de Roberto Carlos (A Distância, 1972) adquire a mesma nobreza de uma parceria de Chico Buarque com Edu Lobo (A Bela e a Fera, 1983, da trilha do balé O Grande Circo Místico). É que Ney parece saborear cada verso que canta.
O roteiro se desenrola numa espiral de surpresas. Vinicius de Moraes (1913 - 1980) é lembrado com Medo de Amar e, no bis, com Poema dos Olhos da Amada. Ney revisita também Veleiros (Heitor Villa-Lobos e Dora Vasconcellos) e Tema de Amor de Gabriela (Tom Jobim), duas músicas de O Cair da Tarde (1997), o belo álbum em que o cantor entrelaçou os cancioneiros de Villa-Lobos (1887 - 1959) e Tom Jobim (1927 - 1994) sem obter a merecida repercussão. No fim, Bicho de Sete Cabeças e As Ilhas - parceria de Astor Piazolla com Geraldo Carneiro, gravada por Ney no início de sua carreira solo, em 1975 - arrematam o roteiro com a mesma forte atitude inicial. Em As Ilhas, em especial, a banda consegue sugerir no arranjo o tom sombrio da letra de Carneiro. No bis, um registro vigoroso de Mulher sem Razão - a parceria de Dé Palmeira, Cazuza (1958 - 1990) e Bebel Gilberto que Adriana Calcanhotto fez emergir em seu álbum Maré (2008) - encerra Beijo Bandido e deixa na platéia a certeza de ter presenciado um show magistral e arrebatador. Que certamente vai voltar à cena...

23 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Ney Matogrosso já provou que, com ou sem fantasia, canta em qualquer canto. Ainda assim, a privilegiada platéia que assistiu à única apresentação do novo show do cantor - Beijo Bandido, idealizado para abrir o projeto Shows de Verão do Teatro Tom Jobim, situado no Jardim Botânico (RJ) - se surpreendeu ao deparar com um cantor em estado de graça que não parece não sentir no corpo e tampouco na voz o peso de seus 67 anos. A voz está em inteira. Assim como a atitude, perceptível logo quando o cantor entra em cena, de terno e cara limpa, para reviver o Tango pra Teresa, sucesso nos anos 70 da cantora Ângela Maria, cujo repertório Ney - aliás - já abordou no CD Estava Escrito (1994).
Beijo Bandido evoca show antológico da carreira do intérprete, Pescador de Pérolas, pela ambiência camerística, moldada para teatros. Em cena, sob a direção musical do pianista Leandro Braga, Ney desfia um rosário de pérolas adornadas ora pelo violoncelo de Lui Coimbra, ora pelo violino de Ricardo Amado, ora pela percussão de Felipe Rosseno. O repertório é inclassificável como o intérprete, que incursiona pela música brasileira mais quadrada - em números como os sambas-canções Segredo (1947) e De Cigarro em Cigarro (1953) - com o mesmo rigor estilístico com que se conecta a compositores da cena alternativa. Caso de Vitor Ramil, de quem Ney canta Invento, cuja letra originou o título Beijo Bandido, nome que, por sua vez, remete aos títulos (Pecado, Bandido, Feitiço) dos provocantes discos-shows feitos pelo cantor na década de 70. Jogo de sedução.
A atmosfera de sedução está presente na linguagem corporal do cantor. Mas impressiona menos do que a forma vocal estupenda. Não é tarefa fácil arrebatar uma platéia cantando Fascinação, música indissociável da voz imortal de Elis Regina (1945 - 1982) na memória popular. Mas Ney arrebata da mesma forma que extasia o público ao interpretar o choro-canção Doce de Coco com os versos postos por Hermínio Bello de Carvalho na melodia de Jacob do Bandolim (1918 - 1969). No seu canto, uma balada da lavra mais romântica de Roberto Carlos (A Distância, 1972) adquire a mesma nobreza de uma parceria de Chico Buarque com Edu Lobo (A Bela e a Fera, 1983, da trilha do balé O Grande Circo Místico). É que Ney parece saborear cada verso que canta.
O roteiro se desenrola numa espiral de surpresas. Vinicius de Moraes (1913 - 1980) é lembrado com Medo de Amar e, no bis, com Poema dos Olhos da Amada. Ney revisita também Veleiros (Heitor Villa-Lobos e Dora Vasconcellos) e Tema de Amor de Gabriela (Tom Jobim), duas músicas de O Cair da Tarde (1997), o belo álbum em que o cantor entrelaçou os cancioneiros de Villa-Lobos (1887 - 1959) e Tom Jobim (1927 - 1994) sem obter a merecida repercussão. No fim, Bicho de Sete Cabeças e As Ilhas - parceria de Astor Piazolla com Geraldo Carneiro, gravada por Ney no início de sua carreira solo, em 1975 - arrematam o roteiro com a mesma forte atitude inicial. Em As Ilhas, em especial, a banda consegue sugerir no arranjo o tom sombrio da letra de Carneiro. No bis, um registro vigoroso de Mulher sem Razão - a parceria de Dé Palmeira, Cazuza (1958 - 1990) e Bebel Gilberto que Adriana Calcanhotto fez emergir em seu álbum Maré (2008) - encerra Beijo Bandido e deixa na platéia a certeza de ter presenciado um show magistral e arrebatador. Que certamente vai voltar à cena...

30 de janeiro de 2009 às 00:47  
Blogger Unknown said...

Ney é é um artista único, iluminado. Ney é irreverente, debochado, rebelde, sensível, sensual, divertido, afindo, musical, simplesmente FORA DE SÉRIE!!! Ney é uma força da natureza!!! Que sorte tivemos que ele nasceu brasileiro.

30 de janeiro de 2009 às 06:02  
Anonymous Anônimo said...

Ney, como sempre, absolutamente espetacular.

Inclassificáveis é um excelente show. Mas prefiro o Ney no tipo de show como o Beijo Bandido.

Talvez seja porque tive o prazer de assistir ao Pescador de Pérolas, que ficou marcado na minha memória como um dos melhores shows a que assisti na vida.

Tomara que o Ney repita esse show, já que não pude ir nessa apresentação única.

abração,
Denilson

30 de janeiro de 2009 às 08:37  
Anonymous Anônimo said...

Que vontade de estar lá. Gosto ainda mais dos recitais do que dos shows do Ney. Com Leandro Braga, então...

30 de janeiro de 2009 às 09:47  
Anonymous Anônimo said...

Segunda resenha de um show do Ney em menos de um mês ....

30 de janeiro de 2009 às 11:25  
Anonymous Anônimo said...

Do Ney só podia esperar isso.
Talento de sobra em qualquer canto.

30 de janeiro de 2009 às 11:38  
Anonymous Anônimo said...

Como um brasileiro há anos radicado fora do Brasil, é através destes artigos e DVDs que me mantenho a par do que se passa no mundo musical brasileiro. Esse show do Ney será mais um DVD para a minha vasta "DVDteca". O roteiro é de dar água na boca!

30 de janeiro de 2009 às 12:47  
Anonymous Anônimo said...

Seu Egídio, abre espaço em sua DVDteca porque se depender de belos shows e DVDs relativos a eles ainda vem muito por aí.
Ney é capaz - se a saúde deixar e vai deixar (amém) - de fazer 5 shows diferentes e maravilhosos em único dia, afinal é um "camaleão".
Haja espaço!
Abraços.

30 de janeiro de 2009 às 17:00  
Anonymous Anônimo said...

Ney anda numa fase abençoada.

A bem da verdade, sempre esteve em fase abençoada.

Mas agora está demais: a caixa (cujos discos são papa fina), o elogiado "Inclassificáveis", o elogiado "Beijo Bandido"...

E quem há de dizer que não é merecido?

Felipe dos Santos Souza

30 de janeiro de 2009 às 17:22  
Anonymous Anônimo said...

Às vezes penso que de fato "papa fina", como comentaram aí, não é pra qualquer um não. Artistas do quilate de um Ney Matogrosso e de uma Maria Bethânia, só pra citar dois nomes top top da música brasileira, podem e devem aparecer "resenhados" o quanto o dono do blog quiser. Afinal de contas, número 1: divulgar, resenhar e compartilhar opiniões a respeito do que nossa cultura tem de melhor é um serviço que poucos tem o talento e a dedicação de fazer. Número 2: se alguns artistas tem aparecido com mais frequência que outros, algum (bom) motivo deve existir, pois mesmo que estivessem produzindo aquém da capacidade de seus talentos, ainda assim tenho certeza que haveria espaço para críticas nesse canal. E finalmente, número 3: o blog é dele. É óbvio que, humanamente, há o que nós chamamos de gosto pessoal, por mais imparcial que um jornalista possa ser. Portanto, sempre haverá um viés, uma inclinação mais para um lado do que para outro(s). E olha que eu vejo de tudo por aqui, até padres-galãs-cantores, por exemplo...

E Viva Ney Matogrosso!

30 de janeiro de 2009 às 18:51  
Anonymous Anônimo said...

O blog é do Mauro que é, como muitos artistas, um profissional que não tem mais nada para provar a ninguém e com relação ao "assunto" aqui NÃO TENHO QUEIXAS.
Já o Ney É NOSSO! Esse cara não existe! O Maior intérprete da MPB desta e de muitas gerações. Se há, e há, músicas inesquecíveis, Ney prova - em pleno século XI - que também haverá um intérprete inesquecível.
Voz, presença de palco, "metamorfose", coerência, coragem, caráter e 100% de aproveitamento.
Dá orgulho de ser brasileiro.
Tenho todos os CDs (bendita caixa "Camaleão"), todos os DVDs do recordista de lançamentos, já vi muito show, me agradam suas entrevistas por ser sincero e saber, com ironia e inteligência, responder a, às vezes, peguntas idiotas ou de duplo sentido, quando não o faz diretamente mesmo - do tipo: "fiz, faço e faria de novo e ninguém tem nada com isso".
VIVA NEY, NÃO UM PESCADOR DE PÉROLAS, UMA PÉROLA EM SI.

30 de janeiro de 2009 às 22:08  
Anonymous Anônimo said...

Recital acústico ou rebolado à la Carmem Miranda ? Tanto faz, sendo Ney é lindo, honesto e instantâneo - do tipo consuma ou aprecie logo que daqui a 1 semana vem outra coisa.
A máquina de "cultura ambulante" não pára. (tentei fazer gracinha sabe: "O Tempo não pára" com "Metamorfose Ambulante". Desculpem, acho que não sou bom nisso. Viajei - de "Viajante".
Tá bom, vai, desisto.

30 de janeiro de 2009 às 22:34  
Anonymous Anônimo said...

Os comentários confirmam: mesmo entre os não tão mergulhados em sua obra (e eu me incluo aí) tiram o chapéu para a honestidade e fidelidade a princípios artísticos de Ney.

O cara é unanimidade. Nada burra. Vale a pena seguir seu exemplo.

Felipe dos Santos Souza

31 de janeiro de 2009 às 00:55  
Anonymous Anônimo said...

Qdo foi lançada a (bela) caixa "Camaleão", o crítico da Folha de São Paulo, ao afirmar que Ney Matogrosso era o maior intérprete brasileiro (no que eu concordo plenamente), comentou que Ney gostava, muitas vezes, de fazer releituras de canções conhecidíssimas nas vozes de outros intérpretes (o crítico chega a citar alguns), porque sabia que suas releituras superariam todas as demais. Bem, não sei se Ney faz isso propositalmente, é uma afirmação ousada, mesmo porque Ney transformou-se no cantor magistral que é, exatamente por não estar preocupado c/ isso, de ser o melhor. A impressão que Ney me passa é de que faz tudo por puro prazer, escolhendo as canções apenas porque gosta delas, sem preocupar-se c/ julgamentos. Mas a realidade, é que Ney tem um jeito tão próprio de interpretar, tem uma originalidade tão gde, que tudo o que passa a cantar ganha um toque autoral, como se aquilo tivesse sido composto especialmente pra ele. E estou certo de que c/ "Beijo Bandido", não será diferente. Mesmo as canções mais conhecidas ficarão completamente novas na voz brilhante de Ney. E as desconhecidas ganharão status de "clássico", certamente.
Tua resenha ficou linda, Mauro. Vc, como sempre lúcido e antenado como poucos.

31 de janeiro de 2009 às 02:07  
Anonymous Anônimo said...

Independente do visual escolhido, Ney é SEMPRE um cantor performático. Ele exala musicalidade por todos os poros, canta com os olhos, c/ as mãos, c/ os pés, c/ o sorriso... enfim não canta "apenas" com a sua deslumbrante voz. Por essa razão, mesmo qdo Ney apresenta um recital camerístico, este acaba se transformando num Show, mesmo partindo de um formato discreto.

"As ilhas" é uma belíssima canção, descobri recentemente, c/ o lançamento do box Camaleão. É uma ousadia fechar um show c/ ela, fico imaginando o impacto que a interpretação ao vivo de Ney deve ter causado. Legal Ney ter incluído duas canções de "O cair da tarde", trabalho lindo onde traça os pontos de contato entre Tom e Villa-Lobos. Mas que não teve a "merecida repercussão" na época porque Ney não fez show deste cd. Ele interrompeu este projeto p/ dirigir o inesquecível musical "Somos Irmãs". Mesmo assim o cd foi muito elogiado em seu lançamento.

31 de janeiro de 2009 às 03:12  
Anonymous Anônimo said...

Sim, Ney Matogrosso pode tudo! Tenho a maior admiração por ele, pois faz o que quiser, do jeito que quiser, e na hora em que quiser. Desafiou moralidades, ditaduras, modismos, indústrias culturais, tudo, e saiu ileso, pois sempre esteve a serviço de seu descomunal talento. Sempre foi fiel a isso, nada mais, não dando a mínima pra qualquer tipo de cobrança que se fizesse dele. Ney sempre esteve acima disso, afinal é um criador como poucos.
Esse novo trabalho promete muito: o repertório é curioso e eclético, os músicos são excepcionais, e, nesse tipo de formação, mais "minimalista", fica uma delícia observar cada nuance, cada modulação da voz rara e belíssima de Ney.
Acho que vai demorar um pouco pro início da temporada de "Beijo Bandido", afinal Ney continuará fazendo o maravilhoso "Inclassificáveis" por muitos meses ainda. Mas a gente espera, pode crer!
Não sabia que Ney era o recordista de DVDs lançados. Também, pudera, seus DVDs são lindos.
E é um curioso (e raro) caso de qualidade artística que se sobrepõe à indústria. Repetindo o que já foi dito aqui: VIva Ney Matogrosso!

31 de janeiro de 2009 às 05:35  
Anonymous Anônimo said...

DVD, DVD MESMO, de show ao vivo sem essa chatice de documentário, programa de entrevistas com fundo musical é recordista sim: 6!

2 de fevereiro de 2009 às 19:38  
Anonymous Anônimo said...

Na verdade são 8, o número de DVDs lançados por Ney. Sei porque tenho todos, que, inclusive, estão no mercado. São eles:

1-Um Brasileiro
2-Olhos de Farol
3-Batuque (lindo!)
4-Ney interpreta Cartola
5-Vagabundo (em estúdio) c/ Pedro Luís e a Parede
6-Vagabundo (o show) c/ Pedro Luís e a Parede
7-Canto em qualquer canto
8-Inclassificáveis

Um abraço a todos

4 de fevereiro de 2009 às 03:22  
Anonymous Anônimo said...

Eu, de novo: não esclareci anteriormente, que "Um Brasileiro" (1996) e "Olhos de Farol" (1999), foram lançados originariamente em VHS, mas foram relançados, ambos, em 2002 em DVD.

4 de fevereiro de 2009 às 03:29  
Anonymous Anônimo said...

Tens razão, Diego. Não lembrei do lançado com "Pedro Luís & A Parede", mas o de estúdio não conto, não. Assim como o Oliveira, DVD para mim é show ao vivo. O resto é o resto.
Mas 6 já seria recorde, portanto 7 ou 8... viva Ney!

4 de fevereiro de 2009 às 19:01  
Blogger Unknown said...

Onde Vamos parar com o Ney em nossas vidas? O tempo passa e ele não consegui seguir o tempo( isso é bom demais!)Estou anciosa pra assistir esse show aqui em Recife. Pelo relatorio de quem ja viu, tá BRONCA ele é o melhor mesmo, não tem igual.

12 de fevereiro de 2009 às 19:09  
Blogger Unknown said...

Ney é a metamórfose necessária, a inovação eterna da música brasileira!
Paulo Ramos

6 de março de 2010 às 19:53  
Blogger Unknown said...

O show ontem (11.08.2010) em Teresina foi estupendamente maravilhoso.....Ney é um artista ímpar....ADORO!!!!!!!!!!!!!!!!!!

12 de agosto de 2010 às 17:00  

Postar um comentário

<< Home