9 de janeiro de 2010

'Dalva e Herivelto' cativa com músicas e amores

Resenha de série de TV
Título: Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor
Texto: Maria Adelaide Amaral
Direção: Dennis Carvalho
Elenco: Adriana Esteves (Dalva de Oliveira), Fábio
Assunção (Herivelto Martins), Thiago Fragoso (Pery
Ribeiro), Claudia Netto (Linda Batista) e Fernando Eiras
(Francisco Alves), entre outros
Exibição: TV Globo, de 4 a 8 de janeiro de 2010
Cotação: * * * *

Folhetinesco como boa parte das músicas que o embalou, o amor de Dalva de Oliveira (1917 - 1972) e Herivelto Martins (1912 - 1992) dava até uma novela. Motivada pelo sucesso da minissérie sobre Maysa (1936 - 1977), exibida em janeiro de 2009, a TV Globo produziu para este início de 2010 microssérie de cinco capítulos sobre a saga da cantora com o compositor. A exibição do emocionante último capítulo - na noite de sexta-feira, 8 de janeiro de 2010 - reiterou o que já estava perceptível desde o primeiro: o alardeado padrão globo de qualidade. Irretocável na reconstituição de época e na caracterização de todo o elenco. Adriana Esteves evocou o visual de Dalva da mesma forma que Claudia Netto ficou com a cara da cantora Linda Batista (1919 - 1988), para citar somente os dois melhores exemplos. Contudo, o minucioso trabalho de arte seria infrutífero se a escritora Maria Adelaide Amaral não tivesse cumprido com talento a missão de condensar em cinco capítulos acontecimentos que renderiam no mínimo 20 sem encheção de linguiça. Como já previsto, a trama ficou (con)centrada no conturbado caso de amor entre Dalva e Herivelto, usando o manjado (mas eficiente) recurso de estruturar a narrativa em dois tempos simultâneos. As idas e vindas do casal eram entremeadas com as cenas em que Dalva, agonizante no hospital, morria à espera de uma visita redentora de Herivelto que aconteceu somente em sua imaginação. A música foi um belo pano de fundo, com a dupla Charles Möeller e Claudio Botelho cuidando com capricho da remontagem dos lendários shows do Cassino da Urca. No papel de Dalva, Adriana Esteves se superou. Sua entrega à personagem foi tamanha que - afinal - pouco importou o fato de a atriz não ser cantora (sim, as cenas de dublagem soaram meio artificiais no início, quando Dalva integrava o Trio de Ouro, mas até ganharam alguma naturalidade nas músicas entoadas pela intérprete em sua carreira solo). Fábio Assunção também fez bonito no palco de Herivelto, personagem pintada com tintas até suaves pela autora se confrontado o texto da série com a narrativa feita por Pery Ribeiro, filho do casal, no livro Minhas Duas Estrelas. Talvez porque o número limitado de cenas fez a autora priorizar a trajetória de Dalva no último lindo capítulo da série. Folhetim à parte, Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor reviveu de forma primorosa a era da música brasileira pré-Bossa Nova. Era de vozeirões como o da estrela Dalva. Que venha o DVD!

Ney repõe 'Poema' e 'Gabriela' no bis de 'Beijo'

Mesmo deixando claro que as músicas não "faziam parte do show", Ney Matogrosso cantou Poema dos Olhos da Amada (Vinicius de Moraes) e Tema de Amor de Gabriela (Tom Jobim) no segundo bis da estreia carioca do espetáculo Beijo Bandido, que chegou ao Rio de Janeiro (RJ) na noite de sexta-feira, 8 de janeiro de 2010, para temporada de duas semanas no Canecão. As duas músicas faziam parte do roteiro original, mas tinham sido substituídas por outras quando o show foi gravado em CD de estúdio e o cantor - visto acima em foto de Mauro Ferreira - estreou oficialmente, em Juiz de Fora (MG), a turnê nacional de Beijo Bandido. Ambas foram a boa surpresa de estreia feliz que reiterou o apuro do show.

Parceira de Queiroga, Teresa grava com Lenine

Em processo de abertura do leque de parceiros, Teresa Cristina está começando a compor com Lula Queiroga. Trégua Suspensa, música dos dois, figura no repertório adicional gravado no estúdio Floresta para o DVD e CD ao vivo Melhor Assim, a ser lançado por Teresa - via EMI Music - em março de 2010. Para registrar com ela Trégua Suspensa, a cantora convocou Lenine, parceiro antigo de Lula Queiroga, com quem Lenine debutou no mercado fonográfico em 1983, dividindo o álbum Baque Solto. A foto de Washington Possato registra o encontro de Lenine com Teresa no estúdio (onde Caetano Veloso já gravou o samba Festa Imodesta).
Já na qualidade de parceiro de Teresa Cristina, Arlindo Cruz também foi ao estúdio Floresta gravar sua participação no DVD da cantora. Ao contrário da expectativa, o dueto não aconteceu em nenhuma composição dos dois, mas em Coisas Banais, bissexta parceria de Paulinho da Viola com Candeia (1935 - 1978), lançada por Candeia em 1970. Por sua vez, Dona Hilda - mãe de Teresa - soltou a voz com a filha em Orgulho (Nelson Wederkind e Waldir Rocha), grande sucesso melodramático de Ângela Maria em 1953.

'Rebirth' sai em 1º de fevereiro (ao que parece)

Previsto inicialmente para abril de 2009, tendo sido adiado para agosto e depois para dezembro, o lançamento do novo álbum do rapper Lil Wayne, Rebirth, tem nova data para chegar às lojas: 1º de fevereiro de 2010. Os assessores do artista garantem que, desta vez, a data é definitiva. Entretanto, diante de tantos adiamentos, permanece a dúvida. Rebirth reúne Lenny Kravitz e Fall Out Boy.

8 de janeiro de 2010

Bossa negra sustenta o show da 'operária' Elza

Resenha de Show
Título: Elza, Operária Brasileira
Artista: Elza Soares (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 7 de janeiro de 2010
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz até sábado, 9 de janeiro de 2010

"É som de preto, de favelado... Quando a Elza canta, ninguém fica parado", sentenciou Elza Soares sem a mínima modéstia, citando o funk Som de Preto (MCs Amilckar e Chocolate) no bis de seu novo show, Elza, Operária Brasileira, estreado na noite de 7 de janeiro de 2010 no Teatro Rival no Rio de Janeiro (RJ). De fato, apesar de o conceito do roteiro (idealizado para abordar a saga do trabalhador brasileiro) logo se mostrar frouxo, a bossa negra da cantora sustenta o show. Quando reaparece no palco do Rival (caracterizada como empregada doméstica) para reviver no bis o samba Malandro (Jorge Aragão e Jotabê), o público já está nas mãos dessa operária da música brasileira, que estreia shows (foram três ao longo de 2009) como quem troca de figurino. E, verdade seja dita, se a maioria das músicas já é recorrente na voz rascante da intérprete, os arranjos são absolutamente novos, timbrados na pressão por uma big-band que garante a pulsação do show. Nem mesmo uma torção no tornozelo - fato que obrigou Elza a se apresentar sentada - impediu o assanhamento da mulata.

O primeiro bloco é o único que se ajusta ao conceito alardeado na mídia. Na companhia do violão de João de Aquino, Elza alinha dois sambas dos anos 40 - Pedreiro Waldemar (Wilson Batista e Roberto Martins, 1949) e O Trem Atrasou (Paquito, Estanislau Silva e Artur Vilarinho - sucesso do cantor Roberto Paiva em 1941) - que expuseram com aguda consciência social a injustiça social que pontua a vida do trabalhador no Brasil. Depois, entre frases-clichês como "Todo brasileiro é um operário", Elza apresenta Três Apitos sem realçar toda a melancolia contida no samba lançado em 1933 por Noel Rosa (1910 - 1937). Na sequência, os violões de João de Aquino e de seu filho Gabriel de Aquino erguem moldura que evoca a tensão da precisa letra de Construção - lida por Elza - em arranjo que consegue se dissociar da orquestração original feita pelo maestro Rogério Duprat (1932 - 2006) para a música lançada por Chico Buarque em 1971. Dez!!!!!

Findo o coerente set inicial, Aquino sai de cena e a big-band que acompanha Elza - com seus músicos portando capacetes típicos de operários - passa a dominar o palco, com os metais, os teclados e a percussão passando a garantir o balanço. Inclusive o suingue de tom jazzy que adorna o medley que agrega Ave Maria no Morro (Herivelto Martins), Faceira (Ary Barroso), Adeus América (Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa) e Eu Quero um Samba (Haroldo Barbosa e Janet Almeida). É quando Elza exibe toda sua bossa negra com a voz privilegiada que evoca o som de um sax. É uma bossa plural que se ajusta tanto ao suingue personalíssimo de Jorge Ben Jor - representado por Bebete Vãobora e Hoje É Dia de Festa - quanto ao tom afro de Timbó (Ramón Russo), número herdado do show dividido por Elza em 2009 com o grupo Farofa Carioca. É a África mãe que embala tanto o balanço de A Carne ((Marcelo Yuka, Seu Jorge e Wilson Cappellette)- música lançada pelo Farofa em 1996 em seu primeiro disco que Elza tornou sua a partir dos anos 2000 - quanto a arquitetura genial do samba-enredo Heróis da Liberdade (Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manoel Ferreira, 1969). A obra-prima do repertório da escola de samba carioca Império Serrano dá a senha para o sotaque final do show, terminado em samba. Da mesma forma que antes juntara engenhosamente Cry me a River (Arthur Hamilton, 1953) com Juventude Transviada (Luiz Melodia, 1976), Elza costura no bloco final dois sucessos carnavalescos do compositor Luiz Reis: Salve a Mocidade e a marcha Bloco de Sujo (esta em parceria com Luís Antonio). E assim Elza põe mais uma vez seu bloco na rua - com a tenacidade típica de uma operária brasileira.

Elza emprega marketing no roteiro de 'Operária'

A ideia - de fazer um show com músicas que abordam a saga do trabalhador no Brasil - é ótima, mas, a rigor, o roteiro do (bom) show Elza, Operária Brasileira - estreado por Elza Soares no Teatro Rival, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de 7 de janeiro de 2010 - não sustentou o conceito alardeado na mídia. Após os três coerentes números do começo (Pedreiro Waldemar / O Trem Atrasou, Três Apitos e Construção), o roteiro revisita músicas cantadas por Elza - caracterizada de operária na foto de Mauro Ferreira - em seus dois últimos shows, Arrepios (feito com o violonista João de Aquino) e Compulsivos e a Perigosa (dividido com o grupo Farofa Carioca). Mas todas com arranjos novíssimos, timbrados na pressão da big-band que acompanha a cantora no show, em cartaz até sábado, 9 de janeiro. Eis o roteiro apresentado na estreia nacional de Elza, Operária Brasileira:

1. Pedreiro Waldemar (Wilson Batista e Roberto Martins) /
O Trem Atrasou (Paquito, Estanislau Silva e Artur Vilarinho)
2. Três Apitos (Noel Rosa)
3. Construção (Chico Buarque)
4. Ave Maria no Morro (Herivelto Martins) /
Faceira (Ary Barroso) /
Adeus América (Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa) /
Eu Quero um Samba (Haroldo Barbosa e Janet Almeida)
5. Bebete Vãobora (Jorge Ben Jor)
6. Hoje É Dia de Festa (Jorge Ben Jor)
7. Cry me a River (Arthur Hamilton) /
Juventude Transviada (Luiz Melodia)
8. Timbó (Ramón Russo)
9. A Carne (Marcelo Yuka, Seu Jorge e Wilson Cappellette)
10. Heróis da Liberdade (Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manoel Ferreira)
11. Salve a Mocidade (Luiz Reis) /
Bloco de Sujo (Luiz Reis e Luís Antonio)
Bis:
12. Malandro (Jorge Aragão e Jotabê)
- com citação de Som de Preto (MCs Amilcka e Chocolate)

CD de Taylor, de 2008, lidera vendas em 2009

Lançado em novembro de 2008, o segundo álbum de Taylor Swift, Fearless, foi o CD mais vendido nos Estados Unidos em 2009 - de acordo com números divulgados esta semana pela empresa Nielsen SoundScan. O disco da cantora norte-americana de country vendeu 4,6 milhões de cópias no ano passado. Em segundo lugar, aparece o recém-lançado disco da cantora escocesa Susan Boyle, I Dreamed a Dream, que já vendeu 3,1 milhões de cópias em seis semanas (o CD de Boyle foi lançado em 24 de novembro). Em terceiro lugar, vem uma coletânea de Michael Jackson (1958 - 2009), Number Ones, que teve 2,4 milhões de cópias vendidas no embalo da comoção pela morte do Rei do Pop em 25 de junho de 2009. A propósito, Michael foi o artista que mais vendeu discos nos Estados Unidos em 2009. Ao todo, foram 8,3 milhões de CDs. Número fenomenal - ainda mais se for levado em conta que o mercado fonográfico dos EUA amarga sucessivas quedas nas vendas desde 2001. Em 2009, foram vendidos 373,9 milhões de discos contra os recordistas 785,1 milhões de 2000. Ainda assim, são números significativos!!!

Chávez, do RBD, lança primeiro solo em março

Depois de Anahí, um segundo integrante do RBD - grupo juvenil mexicano, extinto em 2009 - se prepara para engatar carreira solo. Christian Chávez (foto) lança seu primeiro CD individual em março de 2010. En Donde Estás? é o primeiro single do álbum, intitulado Almas Transparentes. Finalizado em outubro, com faixas como Aun sin Ti e Pedazos, o disco vai ser editado pela EMI Music, gravadora que disputou o passe do cantor com a Sony Music. Embora seja assumidamente gay, Chávez é o integrante do RBD que tem mais chances de se firmar no rentável mercado da música romântica latina. Daí a disputa travada entre EMI e Sony...

7 de janeiro de 2010

Boyle inspira faixa do quarto disco do Hot Chip

Com lançamento programado para 1º de fevereiro de 2010, o quarto álbum do quinteto inglês Hot Chip, One Life Stand, tem faixa inspirada na cantora escocesa Susan Boyle, o fenômeno musical de 2009. A melodia de I Feel Better foi motivada pela interpretação de I Dreamed a Dream por Boyle. Contudo, o refrão - de acordo com declarações do vocalista da banda, Alexis Taylor - evoca La Isla Bonita, sucesso do álbum lançado por Madonna em 1986. One Life Stand é o sucessor de Made in the Dark (2008). A faixa-título foi eleita o primeiro single do álbum e já está disponível na página do Hot Chip no portal MySpace. Eis, na ordem, as 10 músicas de One Life Stand:

1. Thieves in the Night
2. Hand me Down your Love
3. I Feel Better
4. One Life Stand
5. Brothers
6. Slush
7. Alley Cats
8. We Have Love
9. Keep Quiet
10. Take It In

'Ensaio' de Olivia com o Maogani chega ao DVD

Em 2002, quando divulgava o álbum Mar de Algodão, em que deu tratamento sinfônico ao cancioneiro de Dorival Caymmi (1914 - 2008), Olivia Hime concedeu entrevista ao programa Ensaio, dirigido por Fernando Faro para a TV Cultura. Acompanhada pelo Quarteto Maogani, a cantora entoou três músicas de Caymmi: Canoeiro, É Doce Morrer no Mar e João Valentão. Este programa está ganhando registro em DVD pela gravadora Biscoito Fino. Na abertura, Olivia canta Serenata de uma Mulher, música-título do CD que dedicou em 1998 ao pioneiro repertório de Chiquinha Gonzaga (1847 - 1935).

Vampire Weekend disponibiliza segundo álbum

Grupo norte-americano de indie rock, formado em 2006 em Nova York (EUA) com influências da música africana, Vampire Weekend já disponibilizou seu segundo álbum, Contra, em sua página no portal MySpace. O lançamento oficial do disco está agendado para a próxima segunda-feira, 11 de janeiro de 2010. Em ascensão na cena pop indie, a banda divulgou a primeira das dez músicas de Contra, Horchata, em outubro de 2009. Em novembro, já foi editado o primeiro single, Cousins. Eis as 10 músicas inéditas de Contra - sucessor do aclamado CD Vampire Weekend (2008):
1. Horchata
2. White Sky
3. Holiday
4. California English
5. Taxi Cab
6. Run
7. Cousins
8. Giving up the Gun
9. Diplomat's Son
10. I Think ur a Contra

Registro ao vivo expõe força do Killers no palco

Resenha de CD / DVD
Título: Live From The Royal Albert Hall
Artista: Killers
Gravadora: Island / Universal Music
Cotação: * * * *

Após três álbuns de estúdio - Hot Fuss (2004), Sam's Town (2006) e Day & Age (2008) - e uma compilação de fonogramas dispersos em sua discografia (Sawdust, de 2007), o grupo norte-americano Killers está lançando seu primeiro registro ao vivo, Live From The Royal Albert Hall, lançado pela gravadora Universal Music em edição dupla que combina CD e DVD. A gravação do show - captado em 5 e 6 de julho de 2009 na lendária casa londrina - expõe a pegada da banda no palco. Qualidade, aliás, já testemunhada ao vivo pelos brasileiros que já assistiram a um dos shows da banda em solo nacional (o Killers veio ao país em 2008 para se apresentar no Tim Festival). Goste-se ou não do som new rave da banda, seria injusto omitir o caráter eletrizante da apresentação londrina perpetuada neste DVD (nos extras, há documentário com cenas de bastidores e números filmados em shows feitos pelo grupo em festivais). E a capa de Live From The Royal Albert Hall não remete à arte gráfica do álbum Day & Age por acaso: o roteiro prioriza músicas deste disco produzido por Stuart Price. Mas há composições dos dois álbuns anteriores, com o detalhe de a faixa-título de Sam's Town reaparecer em azeitada versão acústica. Fora da seara autoral, há Shadowplay, o cover do grupo inglês Joy Division que já figurara na coletânea Sawdust. Enfim, é um registro ao vivo mais do que oportuno, dirigido (com competência) por Dick Carruthers. A pegada é boa...

6 de janeiro de 2010

Drexler lança álbum 'Amar la Trama' em março

Jorge Drexler vai lançar em março de 2010 via Warner Music o álbum Amar la Trama, produzido por Matías Cella. O sucessor de 12 Segundos de Oscuridad (2006) e do duplo ao vivo Cara B (2008) foi gravado em estúdio - a rigor, num estúdio de TV adaptado para a gravação do disco - mas com todos os músicos tocando simultaneamente, como num show. A intenção do cantor e compositor uruguaio foi capturar a energia de números ao vivo.

Baleiro quer editar coletânea e 'Concerto' em CD

Zeca Baleiro pretende produzir em 2010 coletânea com temas compostos por ele para trilhas sonoras de filmes e balés. O cantor - visto à direita em foto de Marcos Hermes - também planeja lançar um CD com o registro ao vivo de Concerto, show de violões dividido com Swami Jr. e Tuco Marcondes. Foram gravadas todas as nove apresentações feitas pelo trio no Teatro Fecap, em São Paulo (SP), entre setembro e outubro de 2009. O roteiro combina músicas inéditas com releituras de sucessos dos repertórios de Cartola (1908 - 1980), Foo Fighters e Walter Franco - entre outros nomes.

DVD revive o estouro e a tragédia dos Mamonas

Grande fenômeno musical de 1995, o grupo paulista Mamonas Assassinas logo ganhou aura mitológica ao sair precoce, abrupta e tragicamente de cena na noite de 2 de março de 1996, quando o jatinho do quinteto se chocou contra montanha na Serra da Cantareira (SP). A curta trajetória do quinteto que combinava rock e humor - resultante da banda criada com o nome de Utopia, em Guarulhos (SP), ainda na virada dos anos 80 para os 90, por Dinho (voz), Samuel Reoli (baixo), Júlio Rasec (teclados), Sérgio Reoli (bateria) e Bento Hinoto (guitarra) - já rendeu um filme e um programa da série Por Toda a Minha Vida, exibida pela Rede Globo. Se o filme (Mamonas, o Doc - dirigido por Cláudio Khans e lançado nos cinemas em 2009 em circuito bem restrito) foi pouco visto, o programa - transmitido pela TV Globo em 2008 - teve maior visibilidade. Que certamente vai aumentar com a edição em DVD do episódio de Por Toda a Minha Vida dedicado aos Mamonas. Dirigido por José Luiz Villamarim, o programa tem seu maior trunfo na exibição de imagens raras do grupo - inclusive takes do derradeiro show, realizado em Brasília (DF) na noite fatídica de 2 de março de 1996. Depoimentos de nomes como Rick Bonadio (produtor do primeiro e único CD do quinteto, que vendeu dois milhões de cópias a reboque de hits como Pelados em Santos, Vira-Vira e Robocop Gay) e João Augusto (diretor artístico da EMI Music em 1995, quando o grupo foi contratado pela gravadora) ajudam a reconstituir a trajetória. O ponto fraco do programa - como o de toda série, aliás - reside nas dramatizações (artificiais) de passagens da carreira meteórica dos Mamonas Assassinas. Já nas lojas, o DVD está sendo lançado pela EMI Music em parceria com a Globo Marcas. Para fãs antigos.

Reeditado livro de Pery sobre Dalva e Herivelto

Lançado em 2006, o livro de memórias de Pery Ribeiro sobre a vida atribulada com seus pais, Dalva de Oliveira (1917 - 1972) e Herivelto Martins (1912 - 1992), está sendo reeditado pela Editora Globo no embalo da exibição da (boa) minissérie Dalva & Herilveto - Uma Canção de Amor. Longe de ser uma biografia de Pery, Minhas Duas Estrelas - Uma Vida com meus Pais é um relato franco - escrito na primeira pessoa, com redação final de Ana Duarte (mulher de Pery) - em que o cantor conta sob sua ótica o drama familiar de Dalva e Herivelto, cuja união foi uma trama de amor que gerou muito ódio com o passar do tempo. Pery expõe e expia suas dores sem maquiar os fatos. Motivo de ruidosa briga pública, a separação de Dalva e Herivelto virou assunto nacional, abordada em letras de músicas e em manchetes de jornais. Na época, a opinião pública tomou as dores de Dalva, que ascendeu como cantora enquanto Herivelto amargou calvário pessoal e artístico. Sem endeusar ou vilanizar seus pais, Pery relata o impacto sentido por ele e seu irmão, Bily, com a separação. E ainda defende a tese de que todo o ódio nutrido entre seus pais era - em essência - o espelho do imenso amor que os uniu (temporariamente) na vida e na música.

5 de janeiro de 2010

Ícones da cultura afro inspiram álbum de West

O controvertido Kanye West está em estúdio gravando seu quinto álbum de inéditas. De acordo com o rapper norte-americano, o sucessor de 808's & Heartbreak (2008) está sendo inspirado pelo músico e poeta Gil Scott-Heron, pela autora Maya Angelou e pela cantora de jazz Nina Simone (1933 - 2003) - três ícones da cultura afro-americana. West deverá lançar tal CD ainda em 2010.

Cai na rede trecho de duo de Michael e Kravitz

Caiu na internet neste início de 2010 trecho de uma gravação feita por Michael Jackson (1958 - 2009) em dueto com o cantor e compositor norte-americano Lenny Kravitz. Intitulada Another Day, a música pode vir a ser a gravação que Kravitz revelou - momentos depois da morte do cantor, em 25 de junho de 2009 - ter feito com o Rei do Pop. Supostamente, é parceria dos artistas...

Daniela badala música que festeja os 60 do trio

Foi no Carnaval de 1950 que os pioneiros Dodô & Osmar desfilaram na Bahia com a Fobica, embrião do Trio Elétrico. Atenta à efeméride, Daniela Mercury - vista acima em foto de Priscila Prade - compôs com Marcelo Quintanilha uma música, Andarilho Encantado, para festejar na folia de 2010 os 60 anos da invenção do trio. Aposta da artista para o próximo Carnaval, a música foi feita com a intenção de ser disponibilizada na internet e não integra o repertório do último álbum da cantora, Canibália.

Noite de Il Divo na Espanha ecoa em CD e DVD

Na noite de 3 de abril de 2009, o quarteto Il Divo cantou para seu maior público - cerca de 20 mil pessoas - no Palau Sant Jordi, em Barcelona, Espanha. O show foi gravado ao vivo e pode ser visto e ouvido no kit de CD e DVD An Evening with Il Divo - Live in Barcelona, lançado no Brasil pela gravadora Sony Music. Espécie de versão jovial dos Três Tenores, Il Divo entoa músicas de seus cinco álbuns de estúdio e dois temas nunca antes cantados pelo grupo, Bridge over Troubled Water e The Impossible Dream. O DVD exibe os 23 números do espetáculo e cenas de bastidores da turnê que já percorreu mais de 80 países. O CD toca apenas 10 músicas. Without You, Amazing Grace e Adagio figuram no disco.

4 de janeiro de 2010

Universal encaixota seis títulos áureos de Raul

Em 2005, a gravadora Universal Music repôs nas lojas - em edições remasterizadas - os seis álbuns gravados por Raul Seixas (1945 - 1989) entre 1973 e 1977, pela extinta Philips. Cinco anos depois, a companhia reembala tais discos numa caixa intitulada Raul Seixas 10.000 Anos à Frente, nas lojas até o fim deste mês de janeiro de 2010. Lançados no auge artístico e comercial do cantor, os discos encaixotados são Krig-Há, Bandolo! (1973), Gita (1974), Novo Aeon (1975), Há Dez Mil Anos Atrás (1976), Raul Rock Seixas (1977) e 30 Anos de Rock, que vem a ser o disco Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock, gravado e editado por Raulzito de forma anônima - em 1973 - antes de fazer sucesso.

Visual de Adriana Esteves evoca estrela Dalva

A voz de Adriana Esteves certamente não alcança os agudos de Dalva de Oliveira (1917 - 1972). No entanto, graças ao trabalho de caracterização comandado por Anna Van Steen, a atriz evoca o visual da cantora que encarna em Dalva & Herivelto - Uma Canção de Amor, a minissérie de cinco capítulos que a TV Globo estreia nesta segunda-feira, 4 de janeiro de 2010. Como comprova a sequência de fotos feitas por Renato Rocha Miranda, é possível detectar traços da estrela Dalva no visual adotado pela atriz na trama escrita por Maria Adelaide Amaral com base nas desavenças conjugais entre a cantora e o compositor Herivelto Martins (1912-1992) - revivido em cena pelo ator Fábio Assunção.

Cornell anuncia volta do Soundgarden em 2010

Ao apagar das luzes de 2009, o cantor Chris Cornell confirmou via Twitter o que já vinha sendo especulado ao longo do ano passado: o grupo Soundgarden - ícone do grunge ao lado de bandas como Nirvana e Alice in Chains - vai voltar à ativa em 2010. Formado em 1984, em Seattle (EUA), berço do grunge, o grupo lançou cinco álbuns até se dissolver em 1997 por conta de desentendimentos entre os músicos. O último, Down on the Upside, saiu em 1996.

Johnson na onda de documentar turnê em filme

Resenha de CD / DVD
Título: En Concert
Artista: Jack
Johnson
Gravadora: Brushfire
Records / Universal
Music
Cotação: * * *

A Universal Music acaba de pôr nas lojas o CD e o DVD En Concert, título ao vivo da discografia de Jack Johnson. As capas são idênticas. Só que o conteúdo é diferente. O CD reproduz 19 números captados ao vivo - em vários países - ao longo da Sleep Through the Static World Tour (2008). Funciona como um best of do cantor norte-americano, apresentando músicas dos quatro álbuns do artista. Um destaque é Constellations, tema gravado com a participação de Eddie Vedder, o vocalista do grupo Pearl Jam. Já o DVD não se limita a reproduzir os números dos shows. O surfista entra na onda de documentar turnê em filme - no caso, dirigido por Emmett Malloy. O espectador é convidado a partilhar do cotidiano de Johnson durante a turnê - em especial, na passagem da Sleep Through the Static World Tour pela Europa. Entre fragmentos de shows e takes de estúdio, há imagens do surfista pegando onda no Rio Reno, em Munique, por exemplo. Flashes de sua convivência com a banda e com a família. Enfim, alternando imagens coloridas e em preto-e-branco, En Concert segue a fórmula já batida dos documentários do gênero. O ritmo é lento. Nos extras, há clipe (Family), números adicionais de shows - casos de Monsoon (captado em Paris) e de Buddha with Matt & Mason (de apresentação feita no Hyde Park, em Londres) - e até vídeo institucional da fundação criada pelo artista. Se a opção for pelo DVD, é preciso ser muito fã de Jack Johnson para entrar na onda...

3 de janeiro de 2010

Turnê de Madonna rende livro e DVD em 2010

Madonna vai lançar em 2 de fevereiro de 2010 um livro que documenta sua Sticky & Sweet Tour através de cerca de 500 imagens coloridas, clicadas pelo fotógrafo Guy Oseary ao longo dos 58 shows da turnê realizada entre 2008 e 2009. Trata-se do segundo livro da estrela com Oseary (o primeiro, Madonna: Confessions, foi editado em 2008). Na sequência da edição do livro Madonna - Sticky & Sweet, a gravadora Warner Music vai pôr nas lojas - a partir de 29 de março de 2010 - o DVD com o registro do show captado na passagem da turnê pela Argentina. Adiado há um ano, o DVD é o último produto fonográfico de Madonna na Warner, cujo vínculo com a cantora começou a ser desfeito em setembro de 2009 com o lançamento da coletânea Celebration, editada no formato de CD simples, CD duplo e DVD.

Ringo evoca Lennon com Paul no pacífico Y Not

Resenha de CD
Título: Y Not
Artista: Ringo Starr
Gravadora: Hip-O Records
Cotação: * * 1/2

Nas lojas em 12 de janeiro de 2010, o 15º disco solo de Ringo Starr, Y Not, dificilmente vai alterar o status discutível do artista no mercado fonográfico. A bem da verdade, a carreira solo do ex-beatle somente conseguiu alguma relevância com Ringo, álbum de 1973. De caráter trivial, embora comece bem com o rock Fill in the Banks (Ringo Starr e Joe Walsh), Y Not é o primeiro solo de Ringo em que ele assumiu a produção. Como de praxe, o baterista se escora no seu passado de glória vivido como o Beatle menos relevante. Se The Other Side of Liverpool revira as memórias daqueles anos mágicos, Peace Dream - faixa na figura com brilho discreto o baixo de Paul McCartney - evoca o sonho de paz de John Lennon (1940 - 1980), com letra que cita músicas como Imagine e Give Peace a Chance. McCartney bisa sua participação de forma mais perceptível ao unir sua voz à de Ringo em Walk with You (Ringo e Van Dyke Parks), ode à amizade que reitera o tom positivista das letras - traço marcante, aliás, no solo anterior de Ringo, Liverpool 8 (2008), trabalho de tom mais nostálgico. Por mais que a vibe seja boa, à medida que Y Not avança, músicas como Time reforçam o caráter mediano do repertório autoral. Entre tema de ambiência country (Can't Do It Wrong) e rock retrô (Who's Your Daddy? - interessante faixa valorizada pelos vocais calorosos de Joss Stone, a cantora britânica que traz na garganta a alma da soul music), Y Not não cativa de fato, apesar da energia da faixa-título e da ficha estelar que agrega nomes como Ben Harper e Richard Marx, ambos nos vocais. É mais um CD de Ringo.

Gainsbourg troca o Air por Beck no álbum 'Irm'

Filha do compositor francês Serge Gainsbourg (1928 - 1991), autor do hit erótico Je t'Aime (Moi Non Plus), Charlotte Gainsbourg virou cult no mercado fonográfico europeu em 2006 ao lançar seu segundo álbum, 5:55, arranjado pelo duo francês Air em clima de forte sensualidade. Quatro anos depois, Charlotte se prepara para lançar neste mês de janeiro de 2010 seu terceiro álbum, Irm. Em vez do Air, a artista aposta suas fichas em Beck, produtor do disco, autor das músicas e parceiro de Charlotte nas letras. Beck canta com Charlotte em Heaven Can Wait, destaque de repertório que inclui também temas como Le Chat du Cafe des Artistes, Master's Hands, Voyage e Trick Pony. Ao que tudo indica, a sonoridade de Irm evoca o último bom álbum de Beck, Modern Guilt (2008).

Peranzzetta e Senise irmanam Villa, Tom e Bach

Em 1990, o pianista Gilson Peranzzetta e o saxofonista e flautista Mauro Senise entraram juntos em estúdio para gravar o CD Uma Parte de Nós. Vinte anos depois, os músicos lançam Melodia Sentimental, disco em que convidam a harpista Sílvia Braga. Nas lojas pela gravadora Biscoito Fino, o álbum irmana composições de Heitor Villa-Lobos (1887 - 1959) - Lenda do Caboclo e a faixa-título, Melodia Sentimental - e Ary Barroso (1903 - 1964), No Tabuleiro da Baiana, em fino repertório que inclui também um lírico tema de Tom Jobim (1927 - 1994), Amparo, arranjado no disco pelo pianista Eumir Deodato. Derrubando a fronteira entre as músicas erudita e popular, como sugere a faixa Villa Jobim (parceria de Ivan Lins com Peranzzetta), Melodia Sentimental rebobina também temas de Johann Sebastian Bach (1685 - 1750) - Siciliano - e Claude Debussy (1862 - 1918), Le Petit Berger e Doctor Gradus Ad Parnassum. Peranzzetta arranjou nove das 11 faixas do álbum.