'Frank' chega ao Brasil com seu encarte original

Enquanto Amy Winehouse já agoniza sob a vista do público, vítima do vício em drogas, a gravadora Universal Music disponibiliza no Brasil a edição original de Frank, o álbum de estréia da cantora britânica, lançado em outubro de 2003 na Inglaterra. Frank já tinha ganhado edição nacional em 2007 dentro da fraca série econômica MusicPac, que suprime o encarte para reduzir o preço final do CD para o consumidor. A atual reedição preserva a arte gráfica original do álbum que destacou músicas como Stronger than me e Take the Box. A rigor, Frank foi bom trabalho de repercussão inicialmente restrita ao Reino Unido (tanto que veio a sair nos Estados Unidos somente em 2007). Mas, neste disco de estréia, Amy não apresentou som tão irresistível quanto em Back to Black, seu segundo álbum, que, imerso nas tradições da soul music, deu à artista merecida projeção mundial. Seja como for, espera-se que a cantora reaja e vença a batalha contra as drogas para poder dar continuidade à sua excelente carreira fonográfica.

Biscoito relança a trilha de 'Dança da Meia-Lua'

Terceira das quatro excelentes trilhas sonoras compostas por Edu Lobo com Chico Buarque para espetáculos de dança e teatro (no caso específico, sob encomenda para espetáculo do Ballet Teatro Guaíra), já lançada em LP pela gravadora Som Livre em 1988, Dança da Meia-Lua ganha reedição em CD pela Biscoito Fino, 20 anos depois de seu lançamento original. A obra reedita o alto padrão estético das trilhas de O Grande Circo Místico (1983, primeiro trabalho da dupla para balé do Guaíra), Corsário do Rei (1985, composta para peça encenada por Augusto Boal) e Cambaio (2001, composta para musical de João Falcão) - ainda que no todo seja a menos sedutora e que suas músicas tenham alcançado repercussão menor (com exceção da Valsa Brasileira). O disco foi gravado com acompanhamento do grupo Pau Brasil - então sob a regência do maestro e pianista Nelson Ayres - e reúne no time de intérpretes convidados nomes como Gal Costa (em grande momento no Frevo Diabo) e Zizi Possi. Por exigência de Edu Lobo, a atual reedição exclui os temas instrumentais Primeiro Encontro, Separação (Dança da Meia-Lua) e Cena Final. Eis as 11 faixas da reedição da Biscoito Fino - à venda no site da gravadora:

1. Abertura (instrumental) - Pau Brasil
2. Casa de João Rosa - com Cláudio Nucci
3. A Permuta dos Santos - com Garganta Profunda
4. Frevo Diabo - com Gal Costa
5. Meio Dia, Meia Lua (Na Ilha de Lia, no Barco de Rosa) - Edu Lobo
6. Abandono - Leila Pinheiro
7. Tablados - Chico Buarque
8. Tororó - Danilo Caymmi
9. Sol e Chuva - Zizi Possi
10. Valsa Brasileira - Edu Lobo
11. Dança das Máquinas (instrumental) - Pau Brasil

Wanderléa conclui DVD com adesão de Baleiro

Wanderléa conclui neste sábado, 21 de junho de 2008, a gravação de seu primeiro DVD. A filmagem começou ontem durante a primeira das duas apresentações agendadas pela cantora no Auditório Ibirapuera, em São Paulo (SP), para registrar o show revisionista Wanderléa Maravilhosa, no qual resume sua carreira, iniciada na Jovem Guarda. Na apresentação deste sábado, a cantora vai receber Zeca Baleiro. No roteiro, hits obrigatórios como Prova de Fogo, Menino Bonito e Pare o Casamento. O título remete ao espetáculo Maravilhosa, apresentado pela cantora em 1972, com a direção de Guilherme Araújo. A direção musical é de Lalo Califórnia, marido da cantora.

Cores de Brian Eno alteram matiz do Coldplay

Resenha de CD
Título: Viva la Vida or
Death and All his Friends
Artista: Coldplay
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

É fato que o quarto álbum do Coldplay tem cores diversas de Parachutes (2000), A Rush to the Blood of the Head (2002) e X & Y (2005). A começar pelo tom mais destacado das guitarras em Violet Hill, o primeiro grande single do álbum. Esse novo colorido é efeito da associação da banda com o produtor Brian Eno, mentor do grupo Roxy Music (1971 - 1983), de grande habilidade no manuseio de sintetizadores. Mas é fato também que a personalidade do Coldplay é tão forte que nem Eno conseguiu anulá-la neste Viva la Vida or Death and All his Friends. Em temas como Lost! e 42, o matiz original do grupo ainda é perceptível. Em bom português, o CD preserva as melodias de atmosfera melancólica bem como o piano e a voz angustiada do cantor Chris Martin - a rigor, as bases sólidas do som do Coldplay - entre experimentações com cordas de tonalidade oriental (em Yes) e razoável tema instrumental (Life in Technicolor). O que incomoda no álbum são os fortes ecos de U2 nas faixas Cemeteries of London e Lovers in Japan / Reign of Love. Até a guitarra de Johnny Buckland remete ao toque de The Edge. Brian Eno, vale lembrar, foi co-piloto de álbum emblemático da discografia do grupo irlandês, The Joshua Tree (1987). É pena, pois o Coldplay sempre seduz mais o ouvinte quando se parece com o... Coldplay. U2 à parte, a faixa Viva la Vida brilha com (vibrante) pegada pop.

Som Livre direciona Kelly Key para área infantil

Feliz com as 30 mil cópias vendidas da coletânea de Kelly Key que editou na série 100%, a gravadora Som Livre trouxe a artista para seu elenco. A companhia vai direcionar a intérprete de Baba para o segmento infantil. O primeiro CD tem lançamento previsto para fim de setembro ou início de outubro, no embalo do aquecimento do mercado por conta do Dia das Crianças. Um DVD, também voltado para o público infantil, está programado para 2009. Na foto divulgada pela Som Livre nesta sexta-feira, 20 de junho de 2008, Kelly brinda durante a assinatura do contrato, na companhia de seu empresário Marcelo Maia (à esquerda), de Marcelo Toller (ao centro, diretor artístico da gravadora) e de Leonardo Ganem (à direita, presidente da Som Livre). A conferir.

Livro lista os dez discos mais vendidos no Brasil

Inventores do best-seller Almanaque Anos 80, livro de 2004 que gerou um resistente boom de lançamentos do gênero, os jornalistas Luiz André Alzer e Mariana Claudino editaram esta semana Os 10 Mais. O livro lista 250 rankings de 10 mais - montados com base em informações oficiais ou nas opiniões de gente famosa (nestes casos, a celebridade assina o seu ranking). No segmento fonográfico, a lista dos dez discos mais vendidos no Brasil em todos os tempos exemplifica o apuro do trabalho jornalístico dos autores, que esmiuçaram planilhas de vendas para poder elaborar a lista - montada com dificuldade porque, antes da numeração de discos por lotes, os dados apresentados pelas gravadoras à mídia não eram confiáveis. O ranking é liderado por padre Marcelo Rossi, mas dominado por Xuxa, intérprete de quatro dos dez títulos. Eis - pelo empenho dos autores - os dez álbuns mais vendidos no Brasil:

1. Músicas para Louvar o Senhor - Padre Marcelo Rossi - 1998
- 3.328.468 cópias
2. Xou da Xuxa 3 - Xuxa - 1988 - 3.216.000
3. Leandro & Leonardo - Leandro & Leonardo - 1990 - 3.145.814
4. Só pra Contrariar - Só pra Contrariar - 1997 - 2.984.384
5. 4º Xou da Xuxa - Xuxa - 1989 - 2.920.000
6. Xegundo Xou da Xuxa - Xuxa - 1987 - 2.754.000
7. Um Sonhador - Leandro & Leonardo - 1998 - 2.732.735
8. Xou da Xuxa - Xuxa - 1986 - 2.689.000
9. Mamonas Assassinas - Mamonas Assassinas - 1995 - 2.468.830
10. Terra Samba ao Vivo e a Cores - Terra Samba - 1998 - 2.450.411

Trilha de A Favorita oscila entre pop e sertanejo

A trilha sonora nacional da novela A Favorita vai ser editada em dois CDs. Um tem tom mais pop e reúne no repertório gravações de Adriana Calcanhotto (Mulher sem Razão), Lenine (É o que me Interessa - parceria com Dudu Falcão que integra o sexto CD solo do cantor, Labiata, nas lojas no segundo semestre), Nando Reis (Sou Dela), Ritchie (Fala, cover do Secos & Molhados feito pelo cantor para tributo ao grupo que projetou Ney Matogrosso em 1973), Vanessa da Mata (Amado) e Wanessa Camargo (Me Abrace, versão de música do trio mexicano Camila, gravada pela cantora com participação do grupo), entre outros. Além do belo tema de abertura, Pa' Bailar, fonograma do grupo Bajofondo Tango Club. O outro CD é sertanejo - gênero que tem importância na forte trama.

Na ala sertaneja, Zé Ramalho marca presença com Sinônimos, música gravada com a dupla Chitãozinho & Xororó. A propósito, a foto acima é a do fictício disco Lembranças da Minha Terra, o segundo dos três LPs gravados pela também fictícia dupla Faísca & Espoleta, formada na juventude pelas protagonistas rivais da trama, Donatella (Cláudia Raia) e Flora (Patrícia Pillar). Ângela Melman, produtora de arte da novela, conseguiu reproduzir com perfeição a estética das capas de LPs sertanejos da década de 80.

DVD triplo traz fim da turnê que reuniu Genesis

Recém-lançado no Brasil pela EMI Music, o DVD triplo When in Rome 2007 capta o último show da turnê Turn It on Again, que, depois de 15 anos, reagrupou o Genesis sob o comando do cantor Phil Collins. A gravação foi feita em Roma, Itália, em 14 de julho de 2007, sob direção de David Mallet, em apresentação que reuniu 500 mil fãs do grupo no Circo Massimo. Nos dois DVDs iniciais, há o show propriamente dito, que dura duas horas e 36 minutos. Com o detalhe de que cada número tem link para extras relacionados à própria faixa. No terceiro DVD, há um excelente documentário, Come Rain or Shine, sobre a turnê e a vida na estrada. O filme exibe imagens gravadas desde setembro de 2006, quando o Genesis se reencontrou oficialmente pela primeira vez, em estúdio de Nova York (EUA), para planejar a turnê. Embalada em formato digipack, a edição de When in Rome 2007 é luxuosa e inclui libreto de 28 páginas. Para fãs, é item obrigatório.

'Maga' canta Marisa no CD que a afasta do axé

Margareth Menezes - vista à esquerda em foto atual de Washington Possato - canta uma música nova de Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown - trio do qual se tornou parceira em Passe em Casa, hit do disco dos Tribalistas - no álbum que a MZA Music vai lançar em agosto, com produção de Marco Mazzola e um repertório que traz músicas de Chico César, Nando Reis e Jorge Aragão, entre outros compositores. A intenção é dissociar a cantora da axé music. Gilberto Gil participa do álbum em Mulher de Coronel, tema de sua autoria, lançada por Gil em 1989. O CD vai se chamar Naturalmente - e não Bom Dia, como anunciado inicialmente.

Último álbum da Nação sai nos EUA em agosto

Nas lojas do Brasil desde o fim de outubro de 2007, pela gravadora carioca Deckdisc, o último álbum da Nação Zumbi - Fome de Tudo, produzido por Mario Caldato - vai ser lançado nos Estados Unidos. A edição norte-americana do CD chegará às lojas em agosto, pelo selo Circular Moves. O bom Fome de Tudo é o quinto título da discografia da banda pernambucana pós-Chico Science (1966-1997). Céu está no disco.

Biscoito Fino reedita o primeiro de Sacramento

Gravado em 1994, o primeiro belo disco do cantor Marcos Sacramento, A Modernidade da Tradição, está sendo reeditado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de junho de 2008. No álbum, feito pelo artista com os auxílios luxuosos do violão de Maurício Carrilho e da percussão de Marcos Suzano, Sacramento revive com personalidade sambas como Pela Décima Vez (Noel Rosa), Fez Bobagem (Assis Valente), Largo da Lapa (Wilson Batista e Marino Pinto), Vela no Breu (Paulinho da Viola e Sérgio Natureza), Infidelidade (Ataulfo Alves e Américo Seixas), entre outros. Antes de reeditar A Modernidade da Tradição, a Biscoito Fino já tinha posto nas lojas os três últimos álbuns de Sacramento: Saravá Baden Powell (2002 - título dividido com Clara Sandroni), Memorável Samba (2004) e Sacramento (2006).

Alanis firma maturidade em CD mais eletrônico

Resenha de CD
Título: Flavors of
Entanglement
Artista: Alanis
Morissette
Gravadora: Warner
Music
Cotação: * * * 

Em seu anterior álbum de inéditas, So-Called Chaos (2004), Alanis Morissette esboçou reflexões feitas com equilíbrio emocional. Já não havia a raiva feminina que a cantora cuspiu na direção dos homens no irado Jagged Little Pill, obra-prima de 1995 que projetou em escala mundial o nome da artista canadense. Flavors of Entanglement (re)afirma a maturidade de Alanis. Aos 34 anos, completados em 1º de junho, a cantora já nem tem idade para encarnar a garota revoltada. Tanto que, na faixa Torch, a intérprete remói com resignação adulta o fim de seu relacionamento com o ator Ryan Reynolds. Com dor e sem raiva...

Musicalmente, Flavors of Entanglement se diferencia dos demais álbuns de Alanis por conta da produção de Guy Sigsworth - responsável por vários álbuns da cantora islandesa Björk. Entre eles, os cultuados Post (1995) e Homogenic (1997). Mas Alanis não é Björk. E nem sempre a moldura eletrônica criada por Sigsworth parece ser o melhor caminho para adornar a música da artista. Tanto que o momento mais pungente do álbum, a balada Not As We, é a faixa que ostenta menor produção. Há apenas a voz de Alanis, o piano tocado pelo próprio Sigsworth e uma atmosfera de densidade emocional que valoriza a melodia. Tem jeito de hit...

Na contramão do minimalismo de Not as We, músicas como Straitjacket e Citizen of the Planet foram turbinados com loops e beats eletrônicos. A primeira é a faixa em que Alanis mais mira as pistas. A segunda se safa da mesmice pelos elementos indianos do arranjo. Mesmo pecando eventualmente pelo excesso, Flavors of Entanglement é mais um bom disco que ratifica que Alanis Morissette ainda tem (muito) o que dizer. Com ou sem produção...

Onze inéditas não valem a espera de onze anos

Resenha de CD
Título: Third
Artista: Portishead
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2

Foram onze anos de espera por onze inéditas. Por isso mesmo, a sensação provocada por Third - terceiro álbum de estúdio do Portishead - é de leve decepção. Third não roça a beleza de Dummy (1994) e também soa inferior a Portishead (1997). A identidade do trio inglês que virou quase sinônimo de trip hop - gênero da música eletrônica que combina os scratches do hip hop com as levadas psicodélicas do dub - ainda é perceptível em Third, mas o disco afasta o grupo do trip hop e o direciona rumo a um som mais industrial. O fator que unifica os três álbuns é o tom melancólico que permanece intacto em temas como Magic Doors e Deep Water. Além da voz de Beth Gibbons, outro elemento definidor do som do Portishead. Sem a prpdução exuberante de seus dois antecessores, Third é um disco seco e diferente que tem seu grande momento em Machine Gun, cuja base é urdida com sons de rajadas de metralhadoras. A rigor, o Portishead não deixa de ser o Portishead, mas, para quem esperou por onze anos, e a tribo que cultua o trio é numerosa, vai pairar uma frustração no ar. Que músicas como Small não vão dissipar...

Buika evoca Nina e areja o flamenco em belo CD

Resenha de CD
Título: Niña de Fuego
Artista: Buika
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

O timbre da voz evoca Nina Simone (1930 - 2003). Mas a cantora Concha Buika - ou, simplesmente, Buika - já está criando identidade própria. Neste terceiro álbum, Ninã de Fuego, a intérprete espanhola, nascida na cidade Palma de Mallorca, continua arejando o flamenco. O disco mantém o alto nível do anterior Mi Niña Lola, lançado em 2006 e editado no Brasil em agosto de 2007. No novo CD, a cantora interpreta 11 temas do produtor Javier Limón. Entre eles, Volverás e Culpa Mía, música adornada com as palmas típicas do flamenco. Contudo, no som da artista, o gênero ganha toques de jazz, soul e latinidade. Acima de rótulos ou temperos, a voz de Buika tem uma carga de espiritualidade que valoriza seu repertório. Faixas como La Falsa Moneda, Minénteme Bien e Hay en la Luz avalizam Niña de Fuego. Por conta da (ótima) cantora.

Quase aos 65, Valle se conecta à galera jovem

Resenha de CD e DVD
Título: Marcos Valle
Conecta ao Vivo na
Cinemathèque
Artista: Marcos Valle
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * *

Nas pistas mais antenadas da Inglaterra, a obra de Marcos Valle é associada à juventude. No Brasil, o compositor de Samba de Verão costuma ser linkado à Bossa Nova e volta e meia está envolvido em algum revival do gênero que festeja 50 anos em 2008. Mas chega de saudade! Resultantes de uma série de shows apresentada por Valle na jovial casa Cinemathèque Jam Club, em Botafogo (RJ), o CD e DVD Marcos Valle Conecta ao Vivo na Cinemathéque dá lufada de ar fresco em obra que, a rigor, nunca esteve presa nos cânones da velha bossa. A idéia do jornalista Antonio Carlos Miguel - autor do projeto - foi associar a música de Valle a uma turma moderninha que vem sendo incensada pela mídia. A lista de convidados (Fino Coletivo, Dé Palmeira, Marcelo Camelo, o trio +2 e os DJs Nado Leal e Plínio Profeta) já fala por si só. Mas o fato é que o projeto se mostra bem-sucedido porque a obra de Valle tem resistido bem ao tempo e continua moderna. Músicas das várias fases da discografia do cantor foram turbinadas com novas sonoridades. Temas instrumentais, como Brasil X México e Esperando o Messias, ganham nova chance de projeção. E, entre os convidados, Marcelo Camelo é o que parece mais à vontade. A união de sua música O Vencedor com um tema de Valle, Nem Paletó Nem Gravata, é um dos destaques do roteiro. Camelo também põe sua guitarra a serviço do Samba de Verão e revive em dueto com Valle um grande samba, Cara Valente, que cedeu para o primeiro CD de Maria Rita. Além de tocar em Homem ao Mar, Estrelar (hit da fase pop vivida por Valle na década de 80) e em Não Tem Nada Não, o trio + 2 (leia-se Kassin, Domenico Lancelotti e Moreno Veloso) também linka seu tema Sincerely Hot com música de Valle, O Cafona, composta para a novela homônima de 1971. Já o Fino Coletivo, revelação de 2007, imprime sua marca em Dragão e Homem ao Mar. Prestes a completar 65 anos, em 14 de setembro, Marcos Valle continua jovem. Assim como sua música. Resta a juventude brasileira descobrir que sua bossa ainda é nova.

Dudu soa redundante na roda-viva dos ao vivos

Resenha de CD / DVD
Título: Roda de Samba
ao Vivo
Artista: Dudu Nobre
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2

Por conta da queda nas vendas, a apática roda-viva da indústria fonográfica permanece girando em torno de DVDs e CDs ao vivo. Três anos depois de ter lançado bom registro de show, Dudu Nobre volta a apresentar um projeto do gênero. Por mais que o roteiro esteja centrado no partido alto, incluindo temas de mestres como Candeia (1935 - 1978) e Pixiguinha (1897 - 1973), Roda de Samba ao Vivo soa inevitavelmente redundante. O dueto gracioso de Dudu com Roberta Sá em Quem É Ela? e algumas inéditas de bom nível - como Tinha Cachaça no Meio e Seu Gastão que Vai Bancar - ajudam a amenizar tal redundância, embora paire no ar a sensação de que, a rigor, este registro de show pouco vem a somar na discografia de Dudu Nobre. O vigor de Nei Lopes em Tempo de Don Don contrasta com o tom burocrático de Zeca Pagodinho em Velho Ditado, sinalizando que até mesmo alguns convidados já não têm paciência para tantas participações em gravações ao vivo. Já é hora de mudar o disco...

Cidade Negra anuncia vocalista e prepara disco

O grupo Cidade Negra anunciou nesta terça-feira, 17 de junho de 2008, o nome de seu terceiro vocalista. O substituto de Toni Garrido, que deixou o grupo em abril em clima tenso, é Alexandre Massau (à direita na foto de Leonardo Aversa). Com Massau, o quarteto começa a fazer shows pelo Brasil enquanto preparam o primeiro disco com o novo cantor - o terceiro desde a formação do Cidade Negra, nos anos 80, em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense (RJ). Aliás, os músicos já estão começando a compor para o disco e a colher músicas de variados compositores.

Solo de Claudia Leitte chega às lojas no dia 27

Nas lojas a partir de 27 de junho de 2008, o primeiro CD solo de Claudia Leitte, Ao Vivo em Copacabana, inova na capa (foto acima). Em vez de um flagrante do show captado em fevereiro na Praia de Copacabana (RJ), visto por um público alardeado em 700 mil pessoas, a capa ostenta um close em preto e branco da artista, clicado pelo fotógrafo André Schiliró. Mas o encarte exibe imagens do show. Na seqüência da edição do CD, o DVD chega às lojas em fim de julho - mês em que Claudia vai iniciar a turnê promocional do disco. A estréia oficial será em São Paulo (SP), em show agendado para 4 de julho, na casa Credicard Hall. A conferir.

Show marca fim de filme sobre Walter Alfaiate

Já está em fase de finalização o documentário A Elegância do Samba, que narra a saga de Walter Alfaiate entre as agulhas e a música. Produzido pela Business Television, o filme conta com depoimentos de nomes como Aldir Blanc, Beth Carvalho, Cristina Buarque, Nei Lopes, Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho, entre outros. Takes de apresentações do sambista costuram a narrativa. A propósito, show realizado em 9 de junho de 2008, na casa Lapa 40º Sinuca & Gafieira (RJ), marcou o fim das filmagens - dirigidas por Emiliano Leal, Paulo Roscio, Rommel Prata e Vitor Fraga. Há cenas feitas em Botafogo, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ), onde Alfaiate cresceu e brincou muitos carnavais, tendo seu nome associado aos blocos da região. Aos 78 anos de idade, completados em 7 de junho de 2008, Alfaiate é autor de cerca de 200 sambas. Tal filme será editado em DVD em data ainda incerta.

Belo tenta brilho com luz de Racionais e Alcione

Geralmente marrento, o grupo paulista Racionais MC's fez até questão de marcar presença no DVD e CD ao vivo de Belo, Pra Ver o Sol Brilhar, nas lojas neste mês de junho via Sony BMG. Mas o grupo de rap, que entra em cena nas faixas Para o Belo e Oya, não foi o único convidado da gravação realizada em 21 de fevereiro de 2008 na casa Citibank Hall, no Rio de Janeiro-RJ. Muito requisitada por artistas de diversos estilos, Alcione faz dueto com o cantor na inédita Magoada. A rapper Negra Li - cada vez com perfil mais confuso no mercado fonográfico - faz participação em Não Dá Mais sem Você. Entre os 24 números do roteiro, que prioriza músicas dos discos da carreira solo de Belo, há regravações dos repertórios de Antonio Marcos (Sonhos de um Palhaço, 1974), Caetano Veloso (Você É Linda, 1983) e Gonzaguinha (Não Dá Mais pra Segurar - Explode Coração, 1978), entre textos ditos pelo ator Eri Johnson.

Tom Zé disponibiliza inédito CD ao vivo na rede

Tom Zé vai lançar álbum ao vivo diretamente na internet. A partir da próxima sexta-feira, 20 de junho de 2008, o CD Danç-Êh-Sá Ao Vivo vai estar disponível - por tempo limitado - no portal TramaVirtual para ser baixado gratuitamente. O disco registra show feito pelo artista, em 2007, no estúdio da gravadora Trama.

Beck lança em julho álbum pilotado por Mouse

O álbum de Beck produzido por Danger Mouse (a metade mais incensada da ótima dupla Gnarls Barkley) tem seu lançamento confirmado para julho de 2008. Modern Guilt chega às lojas européias em 7 de julho, via gravadora XL Recordings. No dia seguinte, o CD sai nos Estados Unidos pelo selo DGC. Eis as 10 faixas de Modern Guilt (ainda sem previsão de edição no Brasil):

1. Orphans
2. Gamma Ray
3. Chemtrails
4. Modern Guilt
5. Youthless
6. Walls
7. Replica
8. Soul of a Man
9. Profanity Prayers
10. Volcano

EMI explora catálogo do Radiohead com best of

Com a opção de editar o álbum In Rainbows fora da EMI Music, o grupo Radiohead encerrou seu vínculo com a major inglesa, que, como era previsível, já está começando a explorar o catálogo da banda em coletâneas indicadas mais para quem não conhece o som de Thom Yorke e Cia. Lançada no exterior no início de junho de 2008, The Best of Radiohead chega quase simultaneamente ao mercado brasileira em edições simples e dupla (com 13 faixas adicionais). Eis as faixas da edição simples (capa acima à direita):

1. Just - do álbum The Bends (1995)
2. Paranoid Android - do álbum Ok Computer (1997)
3. Karma Police - do álbum Ok Computer (1997)
4. Creep - do álbum Pablo Honey (1993)
5. No Surprises - do álbum Ok Computer (1997)
6. High and Dry - do álbum The Bends (1995)
7. My Iron Lung - do álbum The Bends (1995)
8. There There - do álbum Hail to the Thief (2004)
9. Lucky - do álbum Ok Computer (1997)
10. Optimistic - do álbum Kid A (2000)
11. Fake Plastic Trees - do álbum the Bends (1995)
12. Idioteque - do álbum Kid A (2000)
13. 2+2=5 - do álbum Hail to the Thief (2004)
14. The Bends - do álbum The Bends (1995)
15. Pyramid Song - do álbum Amnesiac (2001)
16. Street Spirit (Fade Out) - do álbum The Bends (1995)
17. Everything Is in Right Place - do álbum Kid A (2000)

Agora NX Zero lança 14 inéditas e regrava Lulu

No seu terceiro disco, Agora, nas lojas nos próximos dias, o grupo NX Zero apresenta 14 músicas inéditas e regrava Apenas Mais Uma de Amor, a bela balada que Lulu Santos lançou num de seus melhores e mais desconhecidos álbuns, Mondo Cane, título de 1992. A banda já havia registrado o cover da canção de Lulu no DVD 62 Mil Horas até Aqui. Entre as inéditas, há Cedo ou Tarde (faixa escolhida para puxar o CD nas rádios), Daqui pra Frente, Entre Nós Dois, Além das Palavras, Silêncio, Segunda Chance, Inimigo Invisível e Cartas pra Você. Agora sai pelo selo Arsenal.

Renata se assume compositora no álbum 'Deixa'

Em seu sexto CD, Deixa, Renata Arruda se assume de vez como compositora. São de autoria da cantora, com diversos parceiros, as 14 faixas deste disco que inaugura o selo Canela, aberto pela atriz Lúcia Veríssimo. Com produção de Robertinho de Recife, que já pilotara os dois álbuns anteriores de Renata, Por Elas e Outras (2003) e Pegada (2005), a intérprete gravou músicas feitas em parceria com Chico César (Vitamina), Zélia Duncan (Fagulha Rara), Ana Terra (Eu me Cheguei), Antonio Villeroy (o samba Desprevinida), Bebeto Alves (Na Correnteza e Marcas e Sinais), Nando Cordel (o forró Rota), Maria Carmem Barbosa (Palavra Escrita), Danah Costa (Miolo Mole de Moça) e a própria Lúcia Veríssimo, autora da concepção do disco e parceira de Renata em Pendor e Deixa Eu Voltar (incluída no disco em duas versões). Completam o CD Pedido ao Tempo e Chovendo em mim.

Tributo a Noel sai em CD e DVD pelo selo MP,B

Na noite de 5 de dezembro de 2007, um elenco de cantores - integrado por Diogo Nogueira, Maurício Pessoa, Ney Matogrosso, Roberta Sá, Rodrigo Maranhão e Zé Renato - subiu ao palco da casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ), para festejar Noel Rosa (1910 - 1937). Intitulado Acervo Noel Rosa, o show foi gravado ao vivo para gerar CD e DVD que chegam às lojas no fim de julho e em agosto de 2008, respectivamente, pelo selo MP,B (Maior Prazer, Brasil), com distribuição da major Universal Music. Os intérpretes - quase todos do elenco do selo carioca - revivem clássicos do cancioneiro do Poeta da Vila. Roberta Sá, por exemplo, canta O X do Problema, Silêncio de um Minuto e Pela Décima Vez. Ney Matogrosso interpreta duas músicas, Três Apitos e Último Desejo. Já Diogo Nogueira recorda Conversa de Botequim enquanto Rodrigo Maranhão entoa Pra que Mentir?, Feitiço da Vila e - em dueto com Zé Renato - Palpite Infeliz. Sozinho, Zé Renato canta Com que Roupa? e Rapaz Folgado. Por sua vez, Maurício Pessoa revive Você Vai se Quiser. Todos os cantores foram acompanhados pelo grupo de samba Anjos da Lua.

Chega às lojas o 'apelo pela paz' de padre Rossi

Já chegou às lojas o primeiro dos dois volumes do CD Paz Sim Violência Não (capa à direita), que registra ao vivo o megaevento comandado pelo padre Marcelo Rossi em 21 de abril de 2008 no Auditório de Interlagos, em São Paulo (SP), para público estimado em três milhões de fiéis. O espetáculo contou com a participação de 22 convidados. Em julho, a gravadora Sony BMG lança o segundo volume do disco ao vivo e, na seqüência, põe nas lojas o DVD. A música de trabalho deste primeiro volume é Noites Traiçoeiras, gravada por Rossi em duo com Belo. Eis as 14 faixas do volume 1:
1. Oração de São Francisco
2. Minha Benção
3. Noites Traiçoeiras - com Belo
4. Amigo - com Leonardo
5. Deus É Dez - com Paulo Ricardo
6. Pai Nosso
7. Fala, Senhor
8. Rei Davi - com Edson & Hudson
9. Nossa Senhora do Brasil - com Bruno & Marrone
10. Marcas do que se Foi - com Daniel
11. Parabéns para Jesus - com Chitãozinho & Xororó
12. Como É Grande o meu Amor por Você - com Hebe Camargo
13. Cristo Amigo - com Ivete Sangalo
14. Erguei as Mãos - com Xuxa

Clã põe cover de Waldick na reedição de Cintura

Reverenciado na cena pop lusitana, o grupo português Clã incluiu na reedição de seu último álbum, Cintura, a releitura cool que fez de Tortura de Amor, a obra-prima do repertório autoral de Waldick Soriano, para o tributo ao brega Eu Não Sou Cachorro, Mesmo, editado em 2007 pelo selo goiano Allegro Discos. Além de Tortura de Amor, a edição especial de Cintura inclui outra faixa-bônus, Compra Eu, e DVD com o registro do show feito pelo Clã em agosto de 2007 para platéia de 50 fãs. Hábil ao transitar pela ponte Brasil-Portugal, o grupo conta no CD com duas letras de Arnaldo Antunes (Pra Continuar e Vamos Esta Noite) e com a voz de Fernanda Takai (em Amuo). Esta edição especial dupla é limitada.