19 de junho de 2008

Alanis firma maturidade em CD mais eletrônico

Resenha de CD
Título: Flavors of
Entanglement
Artista: Alanis
Morissette
Gravadora: Warner
Music
Cotação: * * * 

Em seu anterior álbum de inéditas, So-Called Chaos (2004), Alanis Morissette esboçou reflexões feitas com equilíbrio emocional. Já não havia a raiva feminina que a cantora cuspiu na direção dos homens no irado Jagged Little Pill, obra-prima de 1995 que projetou em escala mundial o nome da artista canadense. Flavors of Entanglement (re)afirma a maturidade de Alanis. Aos 34 anos, completados em 1º de junho, a cantora já nem tem idade para encarnar a garota revoltada. Tanto que, na faixa Torch, a intérprete remói com resignação adulta o fim de seu relacionamento com o ator Ryan Reynolds. Com dor e sem raiva...
Musicalmente, Flavors of Entanglement se diferencia dos demais álbuns de Alanis por conta da produção de Guy Sigsworth - responsável por vários álbuns da cantora islandesa Björk. Entre eles, os cultuados Post (1995) e Homogenic (1997). Mas Alanis não é Björk. E nem sempre a moldura eletrônica criada por Sigsworth parece ser o melhor caminho para adornar a música da artista. Tanto que o momento mais pungente do álbum, a balada Not As We, é a faixa que ostenta menor produção. Há apenas a voz de Alanis, o piano tocado pelo próprio Sigsworth e uma atmosfera de densidade emocional que valoriza a melodia. Tem jeito de hit...
Na contramão do minimalismo de Not as We, músicas como Straitjacket e Citizen of the Planet foram turbinados com loops e beats eletrônicos. A primeira é a faixa em que Alanis mais mira as pistas. A segunda se safa da mesmice pelos elementos indianos do arranjo. Mesmo pecando eventualmente pelo excesso, Flavors of Entanglement é mais um bom disco que ratifica que Alanis Morissette ainda tem (muito) o que dizer. Com ou sem produção...

4 Comments:

Blogger Flávio Voight said...

Eu tava ansioso pela crítica desse CD, não sei o porquê. Deve ser porque ele é tão variado que criticar deve ter sido difícil.

As baladas são ótimas, e eu até gostei da estranheza das faixas eletrônicas. As letras do álbum estão entre as melhores dela. O problema é que as melhores músicas são as da edição especial que não saiu no Brasil, o que é uma pena...

19 de junho de 2008 às 20:25  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com as coisas que vc disse.Só não acho que o disco tenha um excesso de eletrônica e que merecia fácil 4 estrelas.Gosto da Alanis nunca ter tentado parar de crescer e mudar,mesmo sabendo que as pessoas queriam isso dela.Uma artista de rara honestidade e coerência.Uma cantora e compositora muito talentosa e que não recebe muitas vezes a atenção merecida por causa da desesperada busca pelo novo hype.Mas o que é bom permanece.

19 de junho de 2008 às 20:49  
Anonymous Anônimo said...

Eu comprei e gostei muito. Pra mim um dos melhores do ano. Duro vai ser se a gravadora lançar a edição especial no Brasil, só depois de todo mundo ter comprado a edição simples. Eles adoram fazer essa sacanagem com a gente. Bom daí a gente responde comprando o pirata. Nos tempos do Brasil de Hoje, não dá pra comprar duas vezes o mesmo cd né ? Já deviam ter lançado as duas edições, e cada um comprava a que queria.

Edu - abc

19 de junho de 2008 às 23:43  
Blogger Pedro Progresso said...

Straitjacket é tão viciante!
Gostei muito do cd todo, mas como todos cd da Alanis, tem umas boas semanas pra dcorar as letras, sempre tão complicadas.

20 de junho de 2008 às 16:57  

Postar um comentário

<< Home