Onze inéditas não valem a espera de onze anos

Resenha de CD
Título: Third
Artista: Portishead
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2

Foram onze anos de espera por onze inéditas. Por isso mesmo, a sensação provocada por Third - terceiro álbum de estúdio do Portishead - é de leve decepção. Third não roça a beleza de Dummy (1994) e também soa inferior a Portishead (1997). A identidade do trio inglês que virou quase sinônimo de trip hop - gênero da música eletrônica que combina os scratches do hip hop com as levadas psicodélicas do dub - ainda é perceptível em Third, mas o disco afasta o grupo do trip hop e o direciona rumo a um som mais industrial. O fator que unifica os três álbuns é o tom melancólico que permanece intacto em temas como Magic Doors e Deep Water. Além da voz de Beth Gibbons, outro elemento definidor do som do Portishead. Sem a prpdução exuberante de seus dois antecessores, Third é um disco seco e diferente que tem seu grande momento em Machine Gun, cuja base é urdida com sons de rajadas de metralhadoras. A rigor, o Portishead não deixa de ser o Portishead, mas, para quem esperou por onze anos, e a tribo que cultua o trio é numerosa, vai pairar uma frustração no ar. Que músicas como Small não vão dissipar...