30 de janeiro de 2010

Gil e Chico se unem a Lema na estação do jazz

Resenha de Show
Evento: Estação Nordeste
Artista: Ray Lema
Participações especiais: Chico César e Gilberto Gil
Local: Ponto de Cem Réis (João Pessoa, PB)
Data: 29 de janeiro de 2010
Fotos: Mauro Ferreira
Cotação: * * * * 1/2
Pioneiro no Brasil ao esboçar - já em 1977 - o conceito da refavela globalizante que reconectava os sons nacionais e o funk à matriz africana, Gilberto Gil foi a (boa) surpresa do show realizado pelo pianista e compositor africano Ray Lema na penúltima noite do Estação Nordeste, o festival realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) ao longo deste mês de janeiro de 2010. Recebido com euforia pelo público que se aglomerou em frente ao palco armado na praça Ponto de Cem Réis, no Centro de João Pessoa, Gil se juntou a Lema e a Chico César - que já estava no palco - numa jam de tom afro em que o trio misturou o tema Ata N' Dele (um dos sucessos de Lema) com Peixe Vivo, o folclórico tema mineiro puxado por Chico. Os músicos mostraram imediato entrosamento e falaram a mesma língua, reiterando que bebem da mesma fonte, como sintetizou Gil ao falar - em cena - do encontro.
Nascido no Zaire (atual República Democrática do Congo), Lema tem atravessado fronteiras com sua música que religa a África ao jazz dos Estados Unidos. Pianista de formação erudita, radicado atualmente na França, Lema iniciou sua refinada apresentação no Estação Nordeste tocando temas instrumentais de linguagem jazzística. A azeitada banda destacou o baixista, excepcional. A entrada em cena de Chico César - com quem Lema já fez série de shows no Brasil e no mundo - deu sotaque brasileiro ao afro-jazz do pianista. À vontade no universo afro, o compositor paraibano fundiu o tema Lussala com Béradêro, o aboio que explicita a influência árabe que moldou a música nordestina. Na sequência, Chico cantou o inédito tema Congolê - espécie de rumba africana composta para o disco que o artista pretende gravar com Ray Lema - e entoou música em dialeto africano, em total interação com o universo do pianista. A surpreendente entrada em cena de Gil - nome que encerra o eclético Estação Nordeste na noite deste sábado, 30 de janeiro, com um show ao ar livre na Praia de Tambaú - ampliou o brilho da apresentação mais legal do festival.

Adeildo canta pop autoral no Estação Nordeste

João Pessoa (PB) - Nascido em 1962 em Itabaiana, cidade do interior da Paraíba, Adeildo Vieira tem obtido (algum) sucesso popular no seu Estado natal. Radicado em João Pessoa, o cantor e compositor foi a segunda das três atrações da penúltima noite do Estação Nordeste, o festival promovido pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) neste mês de janeiro de 2010. No palco armado na praça Ponto de Cem Réis, Adeildo - visto acima na foto de Mauro Ferreira - cantou na noite de sexta-feira, 29 de janeiro, as músicas autorais de seus dois CDs, Diário de Bordo (2006) e Há Braços (2009). Do repertório do primeiro, veio a música mais bem recebida pelo público que assistiu ao show do artista, Amorério. Contudo, embora tingido com tintas africanas e latinas, o pop de Adeildo pareceu bem desbotado. Como a voz do artista...

Caiana dos Crioulos põe coco e ciranda na roda

João Pessoa (PB) - Terra de Jackson do Pandeiro (1919 - 1982), Alagoa Grande - cidade do interior de Paraíba - sedia também uma das mais tradicionais comunidades quilombolas do Brasil, Caiana dos Crioulos. O quilombo originou o homônimo grupo Caiana dos Crioulos, atração de abertura da penúltima noite do Estação Nordeste, o festival realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) neste mês de janeiro de 2010. Na noite de ontem, 29 de janeiro, o Caiana dos Crioulos mostrou no palco armado no Ponto dos Cem Réis, no Centro da capital paraibana, seu coco-de-roda. A cantadeira Cida (vista acima na foto de Mauro Ferreira) e sua filha Luciana comandaram a cantoria, entoando cocos e cirandas numa roda de tom afro. Algumas letras lembram os martírios dos negros na época da escravidão. Hei, Caninana fechou em grande estilo a apresentação do grupo, admirado por Chico César, que gravou o tema Corresse Negro no disco da Caiana dos Crioulos - rico patrimônio cultural da Paraíba.

Dinho põe voz no álbum de inéditas do Capital

Já recuperado da queda no palco sofrida em 2009, Dinho Ouro Preto começou esta semana a pôr voz (definitiva) no álbum de inéditas que o Capital Inicial grava há cerca de três meses para lançar neste ano de 2010. A foto - feita por Crocas (Grudaemmim) e extraída do flickr da banda - flagra Dinho e os colegas do grupo no primeiro dia de gravação do vocalista, na quinta-feira passada, 28 de janeiro, no estúdio Mega, em São Paulo (SP). O CD sairá logo.

29 de janeiro de 2010

Sai de cena Helvius Vilela, pianista dos grandes

Pianista que tocou com cantores como Milton Nascimento e Nana Caymmi, Helvius Vilela saiu de cena na madrugada desta sexta-feira, 29 de janeiro de 2010, no Rio de Janeiro (RJ), aos 68 anos. Vítima de câncer no pulmão, Helvius era mineiro e iniciou sua longa carreira ainda adolescente, tocando em bailes e em casas noturnas de Belo Horizonte (MG), sua cidade, onde nasceu em 26 de dezembro de 1941. Além de pianista (dos grandes), Helvius atuou como compositor e arranjador. De 1964 a 1967, fez parte do Tempo Trio, com o qual chegou a gravar um LP. Radicado no Rio de Janeiro (RJ) a partir de 1968, Helvius tocou na noite carioca e, já em 1969, formou outro grupo, Vox Populi, com o qual gravou mais um LP. Chegou a se mudar para os Estados Unidos no início dos anos 70, porém logo voltou para o Brasil, onde seu piano abrilhantou discos e shows de nomes como Milton, Nana e Elizeth Cardoso (1920 - 1990) - entre outros. Era querido por toda a MPB.

Renata cai no samba e põe até Roberto na roda

Resenha de Show
Evento: Estação Nordeste
Título: Roda de Samba com Renata Arruda
Artista: Renata Arruda (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Ponto de Cem Réis (João Pessoa, PB)
Data: 29 de janeiro de 2010
Cotação: * * *

Renata Arruda está caindo no samba. Em João Pessoa (PB), sua cidade natal, a cantora paraibana tem armado rodas de samba. Foi esse trabalho - realizado na sequência de seu disco mais autoral (Deixa, 2008) - que a artista apresentou ao público que esperou pela sua entrada, já aos primeiros minutos desta sexta-feira, 29 de janeiro de 2010, no palco armado na praça Ponto de Cem Réis para viabilizar parte dos shows da 5ª edição do Estação Nordeste, o festival promovido pela Funjope (Fundação Cultural de João Pessoa) às sextas-feiras e sábados deste mês de janeiro. Como anfitriã da atípica noite mineira, Renata fechou a noite na cadência bonita do samba, também atípica em seu repertório de tom habitualmente pop ou nordestino. E pôs até o Rei na sua roda, inserindo no roteiro canção despudoramente romântica de Roberto Carlos, Como É Grande o meu Amor por Você, indício do tom populista da apresentação da cantora, projetada nos anos 90.
Justiça seja feita, Renata arma sua roda de samba com animação. Dona de voz calorosa, ela tende a arriscar interpretações intensas, quase teatrais. O que dilui a leveza e a verve de sambas como Vai Vadiar e Caviar, pérolas do repertório de Zeca Pagodinho, do qual a cantora pesca também, já no fim, as óbvias Deixa a Vida me Levar e Verdade. Contudo, a vibração com que ela encara sambas como Não Deixe o Samba Morrer, Foi um Rio que Passou em Minha Vida e Tristeza acaba contagiando de fato o público - majoritariamemte gay, no caso de seu show. Sim, o resultado é oscilante, embora bom, no todo. Renata às vezes soa trivial, como quando engata pot-pourri de sambas de Martinho da Vila (Quem É do Mar Não Enjoa, O Pequeno Burguês, Pra que Dinheiro? e Canta, Canta Minha Gente) ou quando recorre a um hit do Ara Ketu (Mal-Acostumada, a rigor um forró que virou samba no registro do grupo baiano, cuja levada a banda de Renata procura reproduzir). Em contrapartida, ela se confirma cantora hábil, segura e versátil ao entoar um samba melódico do repertório do grupo Revelação, Velocidade da Luz, faixa-título do melhor CD da turma liderada por Xande de Pilares. Seria injusto não reconhecer também que ela empolga ao repetir o refrão de Quixabeira e ao manter o pique do samba-enredo Vai Passar. Aliás, a lembrança de É Hoje confirma o apelo irresistível deste belo samba-enredo lançado pela escola carioca União da Ilha do Governador, em 1982. Neste número, Renata convoca o conterrâneo Chico César - anfitrião do festival, pois ocupa desde maio de 2009 o posto de Secretário de Cultura de João Pessoa - para cair no samba com ela. Bela sacada foi também a inclusão no roteiro do frevo Bloco do Prazer, eco da fase tropical de Gal. E ainda teve longo pot-pourri de marchinhas cariocas, com direito a um pierrot evoluindo pelo palco, tal como ele fizera na abertura meio teatral em que Renata entoa o samba O Que É o que É, inicialmente da coxia, até entrar no palco e mostrar que não é doente do pé. Populismos à parte!!...

Tizumba evoca Minas afro na Estação Nordeste

Resenha de Show
Evento: Trem do Música Minas na Estação Nordeste
Título: Maurício Tizumba no Mercado
Artista: Maurício Tizumba (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Ponto de Cem Réis (João Pessoa, PB)
Data: 28 de janeiro de 2010
Cotação: * * * 1/2

Maurício Tizumba enfatiza o elo nem sempre explicitado entre África e Minas Gerais. Destaque do braço mineiro da 5ª edição do Estação Nordeste, o festival promovido pela Funjope (Fundação Cultural de João Pessoa) na capital da Paraíba neste mês de janeiro de 2010, o cantor e compositor fez apresentação coesa, aberta com Muadiakime, vibrante tema afro dos compositores angolanos Bonga e Landa. Tizumba agrega em seu som - urdido apenas com guitarra (tocada pelo próprio artista) e os tambores percutidos por Beth Leivas, Danuza Menezes e Raquel Coutinho - a batida do congado, o toque das folias de reis e até a levada das modas de viola. Ritmos que ainda ecoam entre as montanhas e cachoeiras das Geraes. Tudo costurado com um toque africano, evocado em temas como Casa Aberta (tributo aos negros dos açudes mineiros) e Velhos de Coroa (música composta por Pererê para saudar os pretos velhos de Minas). É fato que nem sempre a obra autoral do artista está à altura do som produzido em cena. Em Camelô de Farol, por exemplo, Tizumba não chega a esboçar perfil ou crítica social mais consistentes sobre a atividade dos trabalhadores que vendem balas nos sinais de trânsito. Contudo, a música de Tizumba tem pegada. Em Sá Rainha, ele busca (e até consegue) interação com a plateia. No fim, o cantor recorre a versos de folias de reis e a pontos do congado para realçar sua identificação com os tambores e as tradições musicais de Minas Gerais. Sem nunca perder a revigorante ligação com a mãe África!!

Zé da Guiomar faz samba típico do bar mineiro

Resenha de Show
Evento: Trem do Música Minas na Estação Nordeste
Título: O Samba Tá
Artista: Zé da Guiomar (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Ponto de Cem Réis (João Pessoa, PB)
Data: 28 de janeiro de 2010
Cotação: * *

Não, o rapaz da foto acima não se chama Zé da Guiomar, mas Marcelinho do Vale. Ele toca pandeiro e percussão no grupo que, este sim, tem o nome de Zé da Guiomar. Atração do braço mineiro da 5ª edição do festival Estação Nordeste, o grupo está lançando seu segundo CD, O Samba Tá, de repertório autoral. Contudo, no show que apresentou na praça Ponto Cem Réis, no Centro de João Pessoa, Zé da Guiomar preferiu a segurança dos sambas mais conhecidos. Exceto por um ou outro tema de lavra própria, como Solidão, o grupo enfileirou uma série de sucessos dos repertórios de Paulinho da Viola (Argumento), Monsueto (Me Deixa em Paz) e Assis Valente (Brasil Pandeiro), entre outros compositores. Foi como se o Zé da Guiomar estivesse se apresentando num barzinho mineiro. O grupo, aliás, já é bem conhecido na noite de Belo Horizonte (MG) por sua capacidade de se ajustar ao gosto popular. Com instrumental correto e eficiente, mas sem qualquer traço de real originalidade, Zé da Guiomar vai do samba paulistano de Adoniran Barbosa (Samba do Arnesto) ao samba-rock da fase mais pop de Jorge Ben Jor (Ive Brussel). Ao transitar por esse trilho seguro na Estação Nordeste, Zé da Guiomar entrou e saiu de cena sem verdadeiramente empolgar. Foi o ponto baixo da noite...

Tom vai pela trilha 'black' na 'Estação Nordeste'

Resenha de Show
Evento: Trem do Música Minas na Estação Nordeste
Título: Tecnogroove
Artista: Tom Nascimento (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Ponto de Cem Réis (João Pessoa, PB)
Data: 28 de janeiro de 2010
Cotação: * * *

Tom Nascimento nasceu em Belo Horizonte (MG), mas não pegou o tradicional trem musical mineiro. Ex-vocalista do grupo Berimbrown, o carismático cantor iniciou carreira solo na trilha da black music. E foi no balanço do soul e do funk que Nascimento ancorou o show que apresentou na noite de ontem, 28 de janeiro de 2010, na praça Ponto Cem Réis, no Centro de João Pessoa (PB). A apresentação de Tom aconteceu dentro do braço mineiro da 5ª edição do festival Estação Nordeste, que vem movimentando o verão da capital da Paraíba neste mês de janeiro. Funk-se, Rock-se - tema autoral de grooves azeitados - foi o ponto alto do show de Nascimento, que cativou o público e, a pedido deste, fez um bis não previsto no roteiro, cantando o forrozeiro Pagode Russo com guitarra e pegada hard, mostrando que seu som segue por trilha universal como o cantor norte-americano Lenny Kravitz - com quem tanto se parece, aliás. Nas letras, Tom Nascimento prega igualdade racial, sexual e social. Com espaço para o romantismo, ressaltado na sedutora balada Menina Bela. Até a Mama África - grande hit de Chico César, anfitrião do festival por ocupar desde maio de 2009 o posto de Secretário de Cultura da Funjope (Fundação Cultural de João Pessoa, instituição responsável pela produção do evento) - pulsou no balanço funk do cantor, que, embora carismático, precisa aprimorar a dicção para que os ideiais humanitários propagados na sua música black chegue com mais clareza ao público do Nordeste e de qualquer outra estação...

28 de janeiro de 2010

Sony Music anuncia abertura de selo evangélico

A Sony Music anunciou nesta quinta-feira, 28 de janeiro de 2010, a criação de selo dedicado à música evangélica. Ao longo do ano, a gravadora vai contratar de 15 a 20 artistas nacionais do gênero - o segundo mais rentável no Brasil de acordo com dados da ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos). Há ideia ainda de editar pelo selo títulos do catálogo internacional do segmento. O publicitário Maurício Soares - que já trabalhou em gravadoras especializadas em música evangélica como a MK Publicitá - vai estar à frente do selo da Sony, o primeiro do gênero criado no Brasil por uma gravadora multinacional. Resta saber se vai chegar até o público evangélico!!

'Sticky & Sweet' ao vivo sai também em blu-ray

Com capa feia que já causa discussões entre os fãs de Madonna, o registro ao vivo da turnê Sticky & Sweet tem seu lançamento mundial confirmado para 30 de março de 2010 pela gravadora Warner Music. A gravação do show - captado em Buenos Aires - vai ser editado em edição dupla que junta CD e DVD. A novidade é que, em sintonia com a era da alta definição, Sticky & Sweet vai ser lançado simultaneamente em blu-ray, o primeiro de Madonna.
E por falar na artista, caiu na rede neste mês de janeiro de 2010 faixa que não entrou no álbum Hard Candy (2008). Parceria da estrela com Justin Timberlake e o produtor Timbaland, Across the Sky teria sido substituída bem na última hora por Spanish Lesson.

Brown cria trilha para filme 'Capitães de Areia'

Às voltas com a produção dos eventos do Sarau do Brown e com a idealização de shows beneficentes em favor do Haiti, Carlinhos Brown (visto à esquerda em foto de João Meirelles) tem encontrado brechas na sua agenda pré-Carnavalesca para compor a trilha sonora do filme Capitães de Areia, baseado no livro homônimo editado em 1937 por Jorge Amado (1912 - 2001). O filme é dirigido por Cecília Amado - uma neta do escritor baiano - e ainda não tem data agendada para estrear nos cinemas.

DVD do NX Zero registra feitura de Sete Chaves

Nas lojas esta semana com o selo da gravadora Arsenal Music e a distribuição da Universal Music, o DVD Multishow Registro - Sete Chaves, do grupo NX Zero, descortina os bastidores da gravação do recente álbum do grupo paulista - Sete Chaves, editado em outubro de 2009 - em especial dirigido por Daniel Ferro e produzido por Rick Bonadio. Com direito a cinco clipes inéditos, o programa entrelaça entrevistas dos músicos do NX Zero com takes da banda na estrada, números de shows e, claro, cenas do grupo no estúdio durante a gravação de seu último disco.

EMI lança no Brasil apenas um ao vivo do Blur

Após hiato de seis anos, o grupo inglês Blur - expoente do BritPop ao lado do atualmente esfacelado Oasis - voltou à cena de forma triunfante com dois shows realizados no Hyde Park, em Londres, em 2 e 3 de julho de 2009. Ambos os shows foram gravados ao vivo e resultaram em dois CDs, All the People - Blur Live at Hyde Park 02 July 2009 e All the People - Blur Live at Hyde Park 03 July 2009, vendidos pela banda em seu site oficial desde setembro. Ou seja, são dois discos distintos. Contudo, os fãs brasileiros do Blur terão à disposição somente a edição com a gravação de 2 de julho (capa ao alto) - nas lojas nacionais no fim deste mês de janeiro de 2010, via EMI Music. Quem quiser ter os dois registros em formato físico vai precisar correr atrás da edição importada do álbum captado em 3 de julho. Os discos são duplos!!

27 de janeiro de 2010

'The Best' compila hits de Janet e traz inédita

Janet Jackson nunca ficou à sombra do sucesso de seu irmão, Michael (1958 - 2009). The Best - a ótima primeira compilação da artista desde 1995 - monta extenso painel de sua carreira fonográfica a partir de 35 faixas. A seleção da coletânea dupla abrange as gravações feitas no período de 1986 - o ano em que Janet debutou com força no mercado fonográfico com o álbum Control - até 2008, quando ela lançou o álbum Discipline. Sem contar a inédita Make me, produzida pela própria Janet (em parceria com Rodney Jerkins) e gravada em 2009, ano em que a compilação foi lançada nos Estados Unidos com o título de Number Ones (The Best é o título escolhido para as edições lançadas no resto do mundo). Uma das músicas, Scream, foi gravada por Janet em dueto com Michael. Além dos hits óbvios, a coletânea rebobina também gravações feitas por Janet com Herb Albert (Diamonds), Luther Vandross (The Best Things in Life Are Free), Joni Mitchell (Got 'Til It's Gone) e Nelly (Call on me). A edição brasileira inclui duas faixas-bônus - When I Think of You e Whoops Now - que não entraram na edição norte-americana. Em contrapartida, All Nite (Don't Stop) é faixa exclusiva da versão americana da compilação.

'Comfusões 1' mixa 'beats' de Angola e do Brasil

Incensada na cena européia de world music no fim de 2009, a compilação Comfusões 1 desembarca no Brasil via selo Maianga Discos, sediado na Bahia. Sob o comando do produtor Maurício Pacheco, um time de convidados brasileiros adiciona beats a gravações originais de artistas angolanos. “Se você é branco, isso não interessa a ninguém / Se você é mulato, isso não interessa a ninguém / Se você é negro, isso não interessa a ninguém / O que interessa é a sua vontade de fazer Angola melhor”, sentencia o refrão de Angolé, música de Teta Lando que abre a coletânea no remix assinado por Pacheco. Na sequência, o CD toca a versão de Mario Caldato para Tia, tema de Artur Nunes. Caldato recrutou Domenico Lancellotti - no comando do MPC - e Money Mark, o tecladista dos Beastie Boys. Integrante do grupo O Rappa, Marcos Lobato põe guitarra de sotaque africano em Mama Divva Diame, fonograma original de José Francisco Portugal - o Avozinho - que foi reprocessado por Maurício Pacheco com altas doses de eletrônica. Já a esperta dupla Berna Ceppas & Kassin comandou a produção adicional de Kapakiao, uma gravação de Bonga, nome artístico de José Adelino Barcelos de Carvalho. O mesmo Berna se uniu a Pacheco para produzir o remix de Mãe - fonograma de Wyza, representante da nova geração angolana - em que figura o violão de Lenine. Já Rica Amabis, do Instituto, mexeu e remexeu em Nzambi Nzambi, que vem a ser um semba, ritmo tradicional de Angola, espécie de antepassado do samba, que, aliás, viria a se desenvolver no Brasil - na Bahia e no Rio de Janeiro - a partir de células rítmicas da música africana. Por sua vez, DJ Dolores remixou o Merengue Rebita, de Paulinho Pinheiro, enquanto Moreno Veloso - evocando a origem do pai, Caetano - conectou Kappopola Makongo (gravação de Ciros Cordeiro da Mata) ao samba do Recôncavo Baiano. Comfusões 1 ressalta afinidades musicais entre Brasil e Angola sem macular a cultura de um país que - a rigor - já está naturalmente associado aos sons brasileiros.

Pinheiro relança disco com parceria com Maysa

Por conta da minissérie Maysa - Quando Fala o Coração (TV Globo, 2009), o violonista Chico Pinheiro virou parceiro póstumo de Maysa (1936 - 1977) ao musicar um poema da artista, Canto Vagabundo, durante a produção do programa. A gravação do tema é a novidade da reedição do primeiro CD de Pinheiro, Meia-Noite, Meio-Dia (2003). Fora de catálogo há anos, o belo disco volta ao mercado nacional pelo selo do violonista, Buriti Records.

Jorge Ailton lança solo pelo selo de Paula Toller

Parceiro de Apoena Frota em Atropelada, uma das faixas mais espertas do 22º álbum de Lulu Santos (Singular, EMI, 2009), o baixista Jorge Ailton vai debutar solo no mercado fonográfico com o apoio de Paula Toller. Egresso da banda carioca Funk U, Ailton lança O Ano 1, CD que chega às lojas em março de 2010 pelo selo da cantora, La Toller LMC, com distribuição da Microservice. Paula é parceira do compositor em Coração Retrô. Influenciado pela soul music, o repertório autoral traz inéditas como Replay, O Óbvio, Substantivo Feminino, Muito Melhor Assim, Soliquida e Superastral. Ailton é o primeiro artista lançado por Paula através do selo La Toller LMC, aberto em 2008 por ela para viabilizar a edição de seu primeiro DVD solo (Nosso).

Dadi pilota teclados no segundo CD de Roberta

Baixista, Dadi se exercita como tecladista no segundo álbum de Roberta Campos, cantora mineira radicada em São Paulo (SP). Produzido por Rafael Ramos para a Deckdisc, o CD já vai ser lançado neste primeiro semestre de 2010. Dadi toca órgão Hammond e teclados Fender Rhodes nas músicas Sinal de Fumaça - inédita parceria de Roberta com Nô Stopa - e Para Aquelas Perguntas Tortas (regravação do tema que deu título ao primeiro álbum da compositora, editado em 2008 de forma independente).

26 de janeiro de 2010

Caetano escreve sobre 'Tecnomacumba' de Rita

Postos nas lojas pela gravadora Biscoito Fino no fim de 2009, o CD e o DVD Tecnomacumba - A Tempo e ao Vivo - que trazem o registro tardio do show estreado por Rita Ribeiro em 2003 - reproduzem no encarte um texto assinado por Caetano Veloso. O compositor tece loas à voz da cantora - vista na foto de Alexandre Moreira durante a gravação realizada em 3 de julho de 2009 na casa Vivo Rio (RJ) - e ao repertório de tom afro-brasileiro. Eis o projeto Tecnomacumba nas justas palavras de Caetano Veloso:
"Faz algum tempo que venho ouvindo com curiosidade e agrado uma voz de mulher que impressiona pela firmeza, pela limpeza do som, pela naturalidade da afinação. É uma voz que ouvi primeiro casualmente no rádio do carro e que sempre me fez parar para atentar e me perguntar: quem é essa cantora que tem a emissão lisa (sem vibratos) mais impressionante que ouvi em muito tempo? De quem é essa voz encorpada e delicada, de quem são esses glissandos seguros e de grande efeito experimental sem sombra de vulgaridade?
Aprendi o nome de Rita Ribeiro ao encontrar as respostas a essas perguntas. Agora, em parte num movimento de buscar usos significativos para suas invenções vocais, Rita desenvolveu esse projeto a que deu o nome de Tecnomacumba
. Os cantos e toques das religiões afro-brasileiras e sua sintonia com os ritmos desenvolvidos no uso de instrumentos eletrônicos. O resultado é rico, honesto e sugestivo.
O disco é um produto de nível profissional impecável, uma prova de que o Brasil anda com as próprias pernas. As combinações rítmicas e timbrísticas das programações eletrônicas com os instrumentos tocados por gente são equilibradas. O repertório é uma antologia de composições sobre o tema das religiões africanas no Brasil - sempre emolduradas por cantos saídos diretamente dessas práticas religiosas. Às vezes somos levados a nos perguntar coisas como, por exemplo, se o canto sobre Tempo ecoa as lavadeiras de Monsueto ou se o samba de Monsueto é que foi tirado daquele canto. Assim, há um rendado de motivos, uma rede de lembranças e referências que dão uma textura interna especial ao trabalho. O resultado fica mais para um pop elegante, em que uma boa banda de acompanhamento é temperada por sons tecno, do que para um mergulho radical no mundo dos batuques e da eletrônica. Mais uma vez, o que ressalta é a voz de Rita, sua segurança simpática (isso não é fácil nem freqüente), seu timbre cheio, seus ornamentos chiques porque personalíssimos, sua nobreza maranhense. Esse disco tem um futuro intrigante e pode vir a dizer mais do que parece agora. Vamos ouvir e esperar."
Caetano Veloso

A paixão do Metallica na 'garagem' mexicana

Resenha de DVD
Título: Orgulho, Paixão e Glória
- Três Noites na Cidade do México
Artista: Metallica
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * *

Após onze anos sem pisar em palcos nacionais, o Metallica aporta esta semana no Brasil para um show em Porto Alegre (RS) - nesta quinta-feira, 28 de janeiro, no Estádio Zequinha - e para duas apresentações em São Paulo (SP), agendadas para 30 e 31 de janeiro no Estádio do Morumbi. Para fãs de outras cidades que não poderão ver a passagem da World Magnetic Tour pelo Brasil, a alternativa é o recém-lançado DVD Orgulho, Paixão e Glória - Três Noites na Cidade do México. As noites do título são as de 4, 6 e 7 de junho de 2009, quando três shows foram captados para o registro ao vivo - editado em edição simples e em edição dupla - perpetuado no DVD produzido com exclusividade para a América Latina, como alardeia propaganda da gravadora Universal Music. Marketing à parte, o Metallica toca com fúria e paixão na garagem mexicana. Sim, como diz o baixista Robert Trujillo (admitido no grupo em 2003), parece que o estádio mexicano Foro Sol é uma garagem cheia de adolescentes de todas as idades. Aliás, o DVD acerta ao dar voz a alguns desses seguidores mexicanos do grupo. Entremeados com as músicas (One, Master of Puppets, Fight Fire with Fire e Hit the Lights, entre outros petardos), os depoimentos dos fãs e dos músicos ratificam o que já mostram as gloriosas imagens dos shows: sob firme liderança do vocalista e guitarrista James Hetfield, o Metallica comanda um exército de fervorosos soldados. No embalo da receptividade calorosa obtida pelo álbum Death Magnetic (2008), o dinossauro metaleiro revela no palco - para orgulho desses fãs - que está em surpreendente forma para uma banda que vai festejar em 2011 30 anos de gloriosa vida.

Sandra retorna ao disco no colo da mãe África

Sem lançar CD desde 2004, o ano em que a Universal Music pôs nas lojas o disco Música Preta Brasileira ao Vivo, Sandra de Sá quebra o hiato involuntário de seis anos e lança na próxima sexta-feira, 29 de janeiro de 2010, o álbum de inéditas autorais AfricaNatividade - Cheiro de Brasil, distribuído pela mesma Universal Music. Projeto pessoal da cantora (vista à direita em foto de Washington Possato), o disco marca o início das comemorações dos 30 anos de carreira de Sandra, revelada em 1980 ao defender Demônio Colorido no festival MPB-80, realizado e exibido pela TV Globo. Em repertório inédito e autoral, a cantora recebe Seu Jorge (em Baile do Asfalto), a cantora de Cabo Verde Ana Firmino (parceira e convidada de Sandra na faixa ) e o rapper angolano MC K (em Evoluir, parceria de Sandra com Renata Arruda). A faixa que subintitula o disco, Cheiro de Brasil, cita Sebastiana, hit de Jackson do Pandeiro. Entre as regravações, há Sina (música de Djavan, lançada pelo autor em 1982) e Pé de Meia, tema da lavra autoral da própria Sá, gravado originalmente pela compositora em seu primeiro LP, Demônio Colorido (RGE, 1980). Idealizado pela própria Sandra de Sá, AfricaNatividade é o primeiro álbum de inéditas em dez anos. O anterior, Momentos que Marcam Demais, pop, foi editado em 2000 pela gravadora Warner Music.

Radiohead regrava Wallflower, de Peter Gabriel

O Radiohead vai regravar um tema de Peter Gabriel, Wallflower, em retribuição ao fato de Gabriel de ter incluído música do grupo, Street Spirit (Fade Out), no álbum de covers - Stratch my Back - que lançou ontem, 25 de janeiro de 2010. Ainda não há detalhes sobre o formato e a data de lançamento do registro do Radiohead.

U2 faz álbum que vai misturar folk e eletrônica

Embora o U2 tenha cogitado a possibilidade de lançar dois álbuns de estúdio em 2009, somente neste começo de 2010 o grupo começou efetivamente a trabalhar no sucessor de No Line on the Horizon (2009). Nos intervalos da 360º World Tour, o quarteto - visto acima em foto de Deirdre O'Callaghan - compôs boa parte do repertório e já experimenta arranjos para seu 13º álbum, que, de acordo com declarações do guitarrista The Edge, vai alternar temas de acento eletrônico com canções de tom folk. Vale lembrar que o anterior No Line on the Horizon alcançou repercussão e vendas moderadas - para os altos padrões da banda.

25 de janeiro de 2010

Zé destila as tradições da MPB no show 'Imbora'

Resenha de Show
Título: Imbora
Artista: Zé Renato (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Centro Cultural Carioca (RJ)
Data: 18 de janeiro de 2010
Cotação: * * * *
Em cartaz às segundas-feiras (até 25 de janeiro de 2010)

Logo após cantar samba inédito feito com Joyce (Desarmonia, boa novidade do roteiro do show Imbora), Zé Renato lista sete compositores - Ary Barroso (1903 - 1964), Custódio Mesquita (1910 - 1945), Dorival Caymmi (1914 - 2008), Noel Rosa (1910 - 1937), Pixinguinha (1897 - 1973), Tom Jobim (1927 - 1994) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980) - que, conforme diz em cena, definiram as bases da música brasileira. "Tudo que eu faço passa por eles", ressalta, antes de engatar um longo medley que agrega temas desses compositores (O Amor em Paz, Lamento, Foi Ela, Pela Décima Vez, Mulher, Nunca Mais, A Jangada Voltou Só, João Valentão). De fato, dá para identificar as boas tradições da música brasileira no canto e na obra autoral de Zé Renato. Neste show Imbora, apresentado por ele às segundas-feiras no Centro Cultural Carioca, no Rio de Janeiro (RJ), Zé aglutina tais tradições em roteiro primoroso que mistura inéditas, clássicos da MPB pré e pós-Bossa Nova e sucessos da carreira solo e do grupo Boca Livre.

Não fosse o Brasil o país das cantoras, Zé Renato talvez fosse mais reverenciado - na medida de seu grande talento como intérprete. Reiterado em discos recentes que beiram o sublime - como É Tempo de Amar (2008) e Navegantes (2004) - e neste show de voz-e-violão. Tocado pelo próprio Zé, o violão não chega a ser excepcional como a voz, mas funciona muito bem, preparando a cama para que o cantor deite e role em temas autorais que transitam bem pela vivacidade nordestina (caso do baião Toca Sanfoneiro, parceria com Luizão Paiva e com o saudoso poeta Cacaso), pelo lirismo poético da canção brasileira (Pena de Sabiá, com Xico Chaves) e pelo tom lúdico das crianças (Água pra que? - tema de um projeto infantil sobre as águas que o artista pretende concretizar em breve). Ainda dentro da rica seara autoral, Zé apresenta músicas feitas com Arnaldo Antunes (Porque Eu Estou Aqui) e Pedro Luís (Imbora - a música que dá título ao belo show).

Baseado no repertório de um disco de voz-e-violão que vai ser lançado por Zé Renato neste ano de 2010, com produção do guitarrista Ricardo Silveira, o roteiro de Imbora pesca no baú nativo pérolas lapidadas originalmente em tempos idos de maior ingenuidade e poesia. É o caso da pueril Professora, parceria de Benedito Lacerda (1903 - 1958) e Jorge Farah que fez parte do repertório de Silvio Caldas (1908 - 1998) - cancioneiro, aliás, abordado por Zé Renato num dos discos mais festejados de sua obra fonográfica (Arranha-Céu, 1993). Por mais que Zé continue a produzir como compositor, seu gosto como intérprete parece situado em algum bom lugar do passado da música brasileira. O que explica a presença tanto de um tema pouco cantado de Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974) - Aves Daninhas (1954), sucesso na voz soturna da cantora Nora Ney (1922 - 2003) - como de uma parceria obscura de Waly Salomão (1943 - 2003) com Carlos Pinto, Luz do Sol, entoada por Gal Costa em 1971 no célebre show Gal Fa-Tal - A Todo Vapor, transformado num dos discos mais emblemáticos da cantora. Sem nunca carregar nas tintas, Zé desfia com sua voz afinada o rosário de mágoas de Lupicínio com a mesma precisão com que sublinha toda a poesia contida no samba Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico). Às vezes, eleva um pouco o tom e esboça registro mais caloroso, como na supra-citada Luz do Sol. Mas sem nunca passar do ponto. Entre iluminada folia de reis composta com o parceiro Pedro Luís (Luz da Nobreza), nobre parceria com Milton Nascimento (Ânima), sucesso do Boca Livre (Quem Tem a Viola, sem pegada no registro minimalista de voz-e-violão) e marcha de Sérgio Sampaio (Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua), Zé Renato solta um grito gutural que introduz Kid Cavaquinho, samba de João Bosco e Aldir Blanc entremeado no roteiro de Imbora com outro samba da dupla de bambas, De Frente pro Crime. No fim, já no bis, Como Tem Zé na Paraíba (Catulo de Paula e Manezinho Araújo) - sucesso de Jackson do Pandeiro (1919 - 1982) - destila fina ironia, mostrando que, dentro da devoção às suas tradições, o canto de Zé Renato se revela elástico, sedutor e fluente em várias latitudes.

'Tantas Marés' traz Edu Lobo de volta ao disco

Sem lançar um disco de carreira desde 1995, ano em que editou Meia-Noite pela gravadora Velas, Edu Lobo volta ao mercado fonográfico com Tantas Marés, CD lançado pela Biscoito Fino. O compositor apresenta parcerias inéditas com Paulo César Pinheiro (Coração Cigano, Primeira Cantiga e Qualquer Caminho e a faixa-título), tira do baú sinuoso frevo feito com o poeta Cacaso (1944 - 1987) - Angu de Caroço, gravado por Lobo em 1980 no álbum Tempo Presente - e recria quatro temas da magistral parceria com Chico Buarque (Ode aos Ratos, A História de Lily Braun, Ciranda da Bailarina e A Bela e a Fera). Produzido e arranjado por Cristóvão Bastos, pianista que já havia formatado o anterior Meia-Noite, o CD Tantas Marés chegará às lojas nos próximos dias. A cantora Mônica Salmaso faz participação especial no disco, cantando com Lobo o já citado acalanto Primeira Cantiga. Dois temas inicialmente instrumentais - o baião Dança do Corrupião e o choro Perambulando, já gravados pelo compositor nos álbuns Corrupião (1993) e Meia-Noite (1995), respectivamente - estão de volta neste Tantas Marés com letras de Paulo César Pinheiro.

Roda lança o CD 'Disney Adventures in Samba'

Uma roda de samba armada na Barra da Tijuca (RJ) em festa exclusiva para convidados - com a presença de nomes como Ana Costa, Alcione, Arlindo Cruz, Casuarina, Dudu Nobre, Jorge Aragão e Margareth Menezes, entre outros ainda não confirmados - vai promover e oficializar nesta segunda-feira, 25 de janeiro de 2010, o lançamento do CD Disney Adventures in Samba, no qual artistas brasileiros recriam temas de filmes e desenhos da Disney no ritmo do samba. Eis as músicas - e os intérpretes - do disco da Walt Disney Records:

1. Aquarela do Brasil - Alexandre Pires
2. Na Baixa do Sapateiro (Bahia) - Daniela Mercury
3. Tico-Tico no Fubá - Leci Brandão
4. A Estrela Azul (When You Wish Upon a Star) - Martinho da Vila
5. Você Já Foi à Bahia? - Margareth Menezes
6. Aqui no Mar (Under the Sea) - Diogo Nogueira
7. A Bela e a Fera (Beauty and the Beast) - Alcione e Sylvinha
8. Eu Vou (Heigh-Ho) - Grupo Molejo
9. Que Eu Quero Mais É Ser Rei (I Just Can't Wait to Be King) - Exaltasamba
10. Somente o Necessário (The Bare Necessities) - Dudu Nobre
11. Supercalifragilisticexpialidoso - Ana Costa
12. Amigo Estou Aqui (You've Got a Friend in me) - Jorge Aragão
13. Os Quindins de Yayá - Casuarina
14. Pagode na Disney - Arlindo Cruz

Warner põe hoje nas lojas trilha de 'Esquilos 2'

Chega às lojas (do Brasil) nesta segunda-feira, 25 de janeiro de 2010, via Warner Music, o CD com a trilha sonora do filme Alvin e os Esquilos 2, sequência do sucesso infantil de 2007. Na segunda seleção musical, os dois grupos de esquilos, The Chipmunks e The Chipettes, se revezam - e até eventualmente se unem, como no cover de I Gotta Feeling, tema do grupo Black Eyed Peas) - na interpretação de sucessos de Bee Gees (Stayin' Alive), Beyoncé (Single Ladies), Katy Perry (Hot N Cold), P!nk (So What) e Foreigner (I Want to Know what Love Is - balada de 1984 atualmente ouvida em escala mundial na voz de Mariah Carey). Por não figurar no filme, I Gotta Feeling entrou como faixa-bônus.

Trilha de 'Cama de Gato' é lançada com atraso

Exibida às 18h pela TV Globo, a novela Cama de Gato está no ar desde 5 de outubro de 2009, mas o CD com sua trilha sonora nacional está sendo lançado somente esta semana - com quatro meses de atraso - pela gravadora Som Livre. O disco enfileira 16 gravações (mais ou menos) recentes de nomes como Vanessa da Mata (Um Dia, um Adeus), Marisa Monte (Pedindo pra Voltar), Fernanda Takai (Odeon), Nando Reis (Pra Você Guardei o Amor - em dueto com Ana Cañas) e Jota Quest (La Plata), entre outros. Detalhe: Os Titãs figuram em dose dupla na seleção musical, com Porque Eu Sei que É Amor e Pelo Avesso. Já Maria Gadú - nome habitual nas últimas trilhas sonoras de novelas e séries da Rede Globo - marca a presença com o tema Linda Rosa.

24 de janeiro de 2010

Disco dos Cariocas agrega Milton, Eumir e Valle

Grupo vocal formado nos anos 40, mas que logo se vincularia à Bossa Nova, o conjunto Os Cariocas volta ao disco neste mês começo de 2010 com a edição do CD Nossa Alma Canta. Eumir Deodato toca piano Fender Rhodes no seu Baiãozinho. Ex-integrante do conjunto, Badeco se junta aos atuais vocalistas - capitaneados pelo resistente Severino Filho - no Samba do Carioca (Vinicius de Moraes e Carlos Lyra). Milton Nascimento é o convidado de Clube da Esquina 2. Já Marcos Valle toca teclados em Jet Samba, tema instrumental de sua lavra para o qual escreveu letra. Produzido por João Samuel e editado pela Guanabara Records, Nossa Alma Canta agrega no repertório músicas de Chico Buarque (Futuros Amantes), Tom Jobim (Você Vai Ver e Estrada do Sol) e Guinga & Aldir Blanc (Delírio Carioca).

Sai no Brasil o DVD da 'Funhouse Tour', de P!nk

Gravado em Sidney, em julho de 2009, o DVD Funhouse Tour - Live in Australia, de P!nk, chega às lojas do Brasil neste mês de janeiro de 2010, via Sony Music. Feito em alta definição, o registro foi realizado na série de 60 shows agendados pela artista em oito cidades australianas, durante a turnê promocional de seu álbum Funhouse (2008). Além das músicas deste disco e de sucessos anteriores, P!nk faz incursões pelos repertórios da dupla Gnarls Barkley (Crazy) e dos grupos Led Zeppelin (Babe, I'm Gonna Leave You) e Queen (Bohemian Rhapsody). Nos extras, há cenas de bastidores, erros de gravação e - ainda - duas faixas-bônus, It's All your Fault e One Foot Wrong.

Scorpions agenda fim quando DVD sai no Brasil

Lançado na Europa em novembro de 2009, o novo DVD do Scorpions, Amazônia - Live in the Jungle, ganha edição brasileira neste mês de janeiro de 2010, pela Sony Music. Apesar de o título do DVD sugerir que se trata do registro ao vivo do show realizado pela banda alemã em Manaus (AM), em agosto de 2007, há apenas (nos extras) cinco vídeos dessa atípica apresentação na capital amazonense. A rigor, o show exibido pelo DVD é o feito pelo Scorpions em Recife (PE), em setembro de 2008. Contudo, há documentário sobre o voo feito pelo grupo sobre a Floresta Amazônica, em 2008, a convite do Greenpeace. Detalhe: parte da renda obtida pelo comércio no Brasil do DVD Amazônia - Live in the Jungle será destinada à filial nacional do Greenpeace, que luta pela preservação da Floresta Amazônica.
P.S.: A banda alemã Scorpions anunciou seu fim na manhã deste domingo, 24 de janeiro de 2010. Os planos incluem a edição de um último álbum de estúdio (Sting in the Tail - previsto já para março) e uma derradeira turnê mundial que poderá se estender até 2012.

'Live a L'Olympia', de Ray Charles, sai no Brasil

Em 22 de novembro de 2000, o cantor Ray Charles (1930 - 2004) deveria fazer no Olympia - o palco de Paris que o consagrara 40 anos antes, em 1960, durante seu primeiro show na Europa - uma apresentação com a big-band que o acompanhava em turnês pelo mundo. Contudo, uma greve no aeroporto de Lisboa impediu que parte da banda - inclusive as raelettes, as vocalistas do cantor - chegasse a tempo de realizar a apresentação. Diante do imprevisto, Ray se viu obrigado a fazer o show apenas com um trio de baixo, guitarra e bateria. Essa atípica apresentação do artista foi gravada ao vivo e gerou o DVD Ray Charles a L'Olympia, lançado em 2006 no exterior. Quatro anos depois, tal registro ao vivo ganha edição brasileira - pelo selo Lab 344 - nos formatos de CD e DVD, vendidos de forma avulsa. O CD e DVD vão chegar - ao Brasil - entre fevereiro e março de 2010.

Muita elegância no CD e DVD do Pouca Vogal

Resenha de CD / DVD
Título: Ao Vivo em
Porto Alegre
Artista: Pouca Vogal
Gessinger+Leindecker
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * *

Por sempre ter sido alvo de adoração fervorosa da tribo teen, o grupo gaúcho Engenheiros do Hawaii nunca recebeu o devido valor da crítica musical que analisava (com amor e ódio) o rock brasileiro projetado ao longo dos anos 80. Mesmo longe demais das capitais, o som existencialista de Humberto Gessinger sempre esteve perto do que melhor foi produzido no pop nacional naquela década. Aliás, atualmente em recesso por tempo indeterminado, a banda tem suas letras analisadas pelo próprio Gessinger no recém-lançado livro Pra Ser Sincero - 123 Variações sobre o Mesmo Tema, editado neste mês de janeiro de 2010 em que o Engenheiros do Hawaii completaria 25 anos de existência (o grupo estreou oficialmente em 11 de janeiro de 1985 após alguns anos de ensaios). Para quem perdeu o bonde da história do pop nacional, o recém-lançado registro ao vivo do duo Pouca Vogal - formado em 2008 por Gessinger com Duca Leindecker, guitarrista do grupo gaúcho Cidadão Quem - oferece nova oportunidade de conhecer músicas como Somos Quem Podemos Ser, Até o Fim e Toda Forma de Poder. Estes sucessos do Engenheiros do Hawaii figuram entre os 20 números perpetuados no roteiro do show captado entre 11 e 13 de março de 2009, no Teatro CIEE (RS), para gerar o CD e DVD Ao Vivo em Porto Alegre. Mas que fique claro: o repertório do Pouca Vogal não se escora no rosário de pérolas do Engenheiros. Algumas estão lá, mas dividem espaço com músicas do Cidadão Quem (caso da bela Girassóis, florida pela gaita de Gessinger) e com novidades como Depois da Curva (parceria de Gessinger e Leindecker que se destaca na safra de inéditas), Além da Máscara (mais um destaque, este composto apenas por Gessinger), O Voo do Besouro (outra somente de Gessinger) e Na Paz e na Pressão (balada de Leindecker). A gravação tem tom folk. Em cena, os dois músicos se revezam em violões, viola caipira (resquício do último álbum do Engenheiros), piano, guitarra e até um bombo legüero (instrumento argentino de percussão) - com adição eventual de baixo e violinos tocados por músicos convidados. Funciona? Sim, funciona. O repertório - formado por baladas, em sua maioria - se ajusta bem ao formato acústico. Há muita elegância na gravação ao vivo da dupla Pouca Vogal. Que merece exposição além das fronteiras do Sul e análise mais isenta - sem paixões e preconceito.