24 de janeiro de 2010

Muita elegância no CD e DVD do Pouca Vogal

Resenha de CD / DVD
Título: Ao Vivo em
Porto Alegre
Artista: Pouca Vogal
Gessinger+Leindecker
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * *

Por sempre ter sido alvo de adoração fervorosa da tribo teen, o grupo gaúcho Engenheiros do Hawaii nunca recebeu o devido valor da crítica musical que analisava (com amor e ódio) o rock brasileiro projetado ao longo dos anos 80. Mesmo longe demais das capitais, o som existencialista de Humberto Gessinger sempre esteve perto do que melhor foi produzido no pop nacional naquela década. Aliás, atualmente em recesso por tempo indeterminado, a banda tem suas letras analisadas pelo próprio Gessinger no recém-lançado livro Pra Ser Sincero - 123 Variações sobre o Mesmo Tema, editado neste mês de janeiro de 2010 em que o Engenheiros do Hawaii completaria 25 anos de existência (o grupo estreou oficialmente em 11 de janeiro de 1985 após alguns anos de ensaios). Para quem perdeu o bonde da história do pop nacional, o recém-lançado registro ao vivo do duo Pouca Vogal - formado em 2008 por Gessinger com Duca Leindecker, guitarrista do grupo gaúcho Cidadão Quem - oferece nova oportunidade de conhecer músicas como Somos Quem Podemos Ser, Até o Fim e Toda Forma de Poder. Estes sucessos do Engenheiros do Hawaii figuram entre os 20 números perpetuados no roteiro do show captado entre 11 e 13 de março de 2009, no Teatro CIEE (RS), para gerar o CD e DVD Ao Vivo em Porto Alegre. Mas que fique claro: o repertório do Pouca Vogal não se escora no rosário de pérolas do Engenheiros. Algumas estão lá, mas dividem espaço com músicas do Cidadão Quem (caso da bela Girassóis, florida pela gaita de Gessinger) e com novidades como Depois da Curva (parceria de Gessinger e Leindecker que se destaca na safra de inéditas), Além da Máscara (mais um destaque, este composto apenas por Gessinger), O Voo do Besouro (outra somente de Gessinger) e Na Paz e na Pressão (balada de Leindecker). A gravação tem tom folk. Em cena, os dois músicos se revezam em violões, viola caipira (resquício do último álbum do Engenheiros), piano, guitarra e até um bombo legüero (instrumento argentino de percussão) - com adição eventual de baixo e violinos tocados por músicos convidados. Funciona? Sim, funciona. O repertório - formado por baladas, em sua maioria - se ajusta bem ao formato acústico. Há muita elegância na gravação ao vivo da dupla Pouca Vogal. Que merece exposição além das fronteiras do Sul e análise mais isenta - sem paixões e preconceito.

8 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Por sempre ter sido alvo de adoração fervorosa da tribo teen, o grupo gaúcho Engenheiros do Hawaii nunca recebeu o devido valor da crítica musical que analisava (com amor e ódio) o rock brasileiro projetado ao longo dos anos 80. Mesmo longe demais das capitais, o som existencialista de Humberto Gessinger sempre esteve perto do que melhor foi produzido no pop nacional naquela década. Aliás, atualmente em recesso por tempo indeterminado, a banda tem suas letras analisadas pelo próprio Gessinger no recém-lançado livro Pra Ser Sincero - 123 Variações sobre o Mesmo Tema, editado neste mês de janeiro de 2010 em que o Engenheiros do Hawaii completaria 25 anos de existência (o grupo estreou oficialmente em 11 de janeiro de 1985 após alguns anos de ensaios). Para quem perdeu o bonde da história do pop nacional, o recém-lançado registro ao vivo do duo Pouca Vogal - formado em 2008 por Gessinger com Duca Leindecker, guitarrista do grupo gaúcho Cidadão Quem - oferece nova oportunidade de conhecer músicas como Somos Quem Podemos Ser, Até o Fim e Toda Forma de Poder. Estes sucessos do Engenheiros do Hawaii figuram entre os 20 números perpetuados no roteiro do show captado entre 11 e 13 de março de 2009, no Teatro CIEE (RS), para gerar o CD e DVD Ao Vivo em Porto Alegre. Mas que fique claro: o repertório do Pouca Vogal não se escora no rosário de pérolas do Engenheiros. Algumas estão lá, mas dividem espaço com músicas do Cidadão Quem (caso da bela Girassóis, florida pela gaita de Gessinger) e com novidades como Depois da Curva (parceria de Gessinger e Leindecker que se destaca na safra de inéditas), Além da Máscara (mais um destaque, este composto apenas por Gessinger), O Voo do Besouro (outra somente de Gessinger) e Na Paz e na Pressão (balada de Leindecker). A gravação tem tom folk. Em cena, os dois músicos se revezam em violões, viola caipira (resquício do último álbum do Engenheiros), piano, guitarra e até um bombo legüero (instrumento argentino de percussão) - com adição eventual de baixo e violinos tocados por músicos convidados. Funciona? Sim, funciona. O repertório - formado por baladas, em sua maioria - se ajusta bem ao formato acústico. Há muita elegância na gravação ao vivo da dupla Pouca Vogal. Que merece exposição além das fronteiras do Sul e análise mais isenta - sem paixões e preconceito.

24 de janeiro de 2010 às 11:04  
Blogger Flávio Voight said...

Muita gente fala mal do Humberto como compositor, mas acho que ele tem muita música boa no repertório. Alguns deslizes, sim, mas quem não tem?

24 de janeiro de 2010 às 20:20  
Blogger Caxito said...

É isso aí Maurão, os caras sabem do traçado e sempre souberam, a crítica é que..sei lá, vai entender....(por isso que muitas vezes essa suposta crítica, muitas vezes provinciana demais e sem senso, é desconsiderada, enquanto os artistas, nunca abandonados pelos seus fãs)..O lance que é não se necessita de algo a mais naquele palco, só os dois se bastam...

Maurão,congratulações pela qualidade permanente em suas observações musicais...

Abração

25 de janeiro de 2010 às 00:17  
Blogger Valdemar Barbosa said...

O DVD Ao Vivo do Pouca Vogal realmente está incrível, tomara que o projeto ganhe uma dimensão nacional.

25 de janeiro de 2010 às 11:41  
Anonymous Anônimo said...

Um certo crítico disse certa vez, com razão, que o Gessinger fazia poesia por tabela periódica.

26 de janeiro de 2010 às 05:46  
Anonymous Rafa said...

Baixei recentemente, pelo próprio site oficial do Pouca Vogal, as canções do duo. Surpreendente! Tem tudo pra agradar até aos não-fãs dos Engenheiros. São só oito canções num clima meio minimalista, mas muito bem tocadas.
É um projeto que merece ser visto ao vivo, com certeza.

28 de janeiro de 2010 às 22:43  
Anonymous Anônimo said...

Acredito na vivência da coragem...se Humberto saiu de seu qurarto ou ponte sei lá....que ele busque sempre o folego primal para respirar apos cada canção que a fartura seje pra todos...Maravilha comungar com vcs neste espaço, fartura ao propositor. Abraço aos tcespectadore. JOHNNY HERNO

13 de abril de 2010 às 21:53  
Blogger Unknown said...

Último poeta vivo do nosso pop rock 80. Gessinger toca na alma de seus fãs com letras e melodias perfeitas. Sou fã desde meus 13 anos em 1990 !

6 de setembro de 2014 às 17:42  

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