29 de agosto de 2009

Letras e músicas de Wonder com Zizi, Ivan e Gil

Resenha de CD
Título: Letra & Música
Stevie Wonder
Artista: vários
Gravadora: Discobertas
/ Coqueiro Verde
Cotação: * * *

Compositor de assinatura bem original, Stevie Wonder tem sido rotineiramente gravado por artistas brasileiros. No original em inglês ou em versões (nem sempre felizes) para o português. A coletânea dedicada a Wonder na série Letra & Música - produzida por Marcelo Fróes para seu selo Discobertas - reúne 19 abordagens nacionais de temas do autor de My Cherie Amour, canção romântica ouvida na seleção em duas versões, estrategicamente posicionadas na abertura (Só pra Ganhar Você, na versão bossa-novista feita por Ivan Lins em 2002 para seu álbum A Quem me Faz Feliz) e no fim (Eu Queria Amor, na versão mais pop e menos inspirada feita por Guilherme Arantes em 1994 para o álbum de covers Clássicos). Entre uma e outra, há a voz de Zizi Possi em I Never Dreamed You'd Leave me in Summer (num momento bem classudo do álbum Um Minuto Além, de 1981), a delicadeza do piano de César Camargo Mariano em Send One your Love (faixa do álbum Mitos, de 1988) e o suingue black de Erlon Chaves & Banda Veneno em You Are the Sunshine of my Life (fonograma de raro LP de 1973). Entre as versões, há Pé na Tábua (a visão de Antonio Cícero e Sérgio de Souza para Ordinary Pain, perpetuada por Marina Lima em 1984 no álbum Fullgás) e Nada Mais (visão de Ronaldo Bastos para Lately que rendeu hit radiofônico para Gal Costa em 1984). E, nessa seara, vale registrar a habilidade de Gilberto Gil para trazer a letra da balada I Just Called to Say I Love You para o universo brasileiro em versão, Só Chamei Porque te Amo, que preserva a poesia simples e certeira dos versos. Feita no estilo voz-e-violão, o registro ao vivo de 1987 realça a poesia da versão de Gil. Já entre as gravações inéditas - há seis produzidas especialmente para a coletânea por nomes como Márcio Biaso (Superstition) e The Originals (Sir Duke) - o destaque fica com a pegada de Mila Bartilotti em What's That You're Doing, com a segurança vocal exibida por Twiggy em Ribbon in the Sky e com o dueto de Martha V & Mariana Davies em Blame It on Sun. No todo, a compilação merece atenção, pois, como de hábito, a seleção feita por Marcelo Fróes, mesmo às vezes irregular, foge da obviedade das coletâneas rotineiramente fabricadas pelas grandes gravadoras em séries que economizam até na informação sobre as origens das faixas eleitas.

9 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Compositor de assinatura bem original, Stevie Wonder tem sido rotineiramente gravado por artistas brasileiros. No original em inglês ou em versões (nem sempre felizes) para o português. A coletânea dedicada a Wonder na série Letra & Música - produzida por Marcelo Fróes para seu selo Discobertas - reúne 19 abordagens nacionais de temas do autor de My Cherie Amour, canção romântica ouvida na seleção em duas versões, estrategicamente posicionadas na abertura (Só pra Ganhar Você, na versão bossa-novista feita por Ivan Lins em 2002 para seu álbum A Quem me Faz Feliz) e no fim (Eu Queria Amor, na versão mais pop e menos inspirada feita por Guilherme Arantes em 1994 para o álbum de covers Clássicos). Entre uma e outra, há a voz de Zizi Possi em I Never Dreamed You'd Leave me in Summer (num momento bem classudo do álbum Um Minuto Além, de 1981), a delicadeza do piano de César Camargo Mariano em Send One your Love (faixa do álbum Mitos, de 1988) e o suingue black de Erlon Chaves & Banda Veneno em You Are the Sunshine of my Life (fonograma de raro LP de 1973). Entre as versões, há Pé na Tábua (a visão de Antonio Cícero e Sérgio de Souza para Ordinary Pain, perpetuada por Marina Lima em 1984 no álbum Fullgás) e Nada Mais (visão de Ronaldo Bastos para Lately que rendeu hit radiofônico para Gal Costa em 1984). E, nessa seara, vale registrar a habilidade de Gilberto Gil para trazer a letra da balada I Just Called to Say I Love You para o universo brasileiro em versão, Só Chamei Porque te Amo, que preserva a poesia simples e certeira dos versos. Feita no estilo voz-e-violão, o registro ao vivo de 1987 realça a poesia da versão de Gil. Já entre as gravações inéditas - há seis produzidas especialmente para a coletânea por nomes como Márcio Biaso (Superstition) e The Originals (Sir Duke) - o destaque fica com a pegada de Mila Bartilotti em What's That You're Doing, com a segurança vocal exibida por Twiggy em Ribbon in the Sky e com o dueto de Martha V & Mariana Davies em Blame It on Sun. No todo, a compilação merece atenção, pois, como de hábito, a seleção feita por Marcelo Fróes, mesmo às vezes irregular, foge da obviedade das coletâneas rotineiramente fabricadas pelas grandes gravadoras em séries que economizam até na informação sobre as origens das faixas eleitas.

29 de agosto de 2009 às 13:07  
Anonymous Anônimo said...

Alcione também está aí com linda gravação de Overjoyed...

29 de agosto de 2009 às 13:09  
Anonymous Anônimo said...

Antes de Ivan ou Guilherme descobriem My Cherie Amour, esse clássico inicial de Wonder foi gravado em 1969 por Ronnie Von e pelos Fevers.

29 de agosto de 2009 às 13:26  
Anonymous Diogo ! said...

Nem vou me delongar pra falar desse gênio da nossa música. Só que prefiro quando Wonder vem pra MPB do que quando nós vamos até ele.

" Nada Mais " - versão de ' Lately ' gosto com Sandra de Sá ( em suas duas regravações ... ). Já Alcione constrange com sua versão de " Overjoyed " .Melhor ouvir Paulo Ricardo cantando " Isn't She Lovely " ...

29 de agosto de 2009 às 16:47  
Anonymous Anônimo said...

A versão de Alcione é linda.

30 de agosto de 2009 às 12:40  
Anonymous Anônimo said...

Existe uma versão voz e violão da Alcione para a música Overjoyed que é linda, esta gravação realmente não é muito boa, mas não acho que constrange. Constrange em que?

A Jane Duboc também tem uma gravação linda. Alguém poderia postar a lista com todas as músicas que estão neste CD?

31 de agosto de 2009 às 12:13  
Anonymous Anônimo said...

EM QUE DISCO SAIU ESSA VERSÃO VIOLÃO E VOZ DA ALCIONE ? NÃO A CONHEÇO.
E A VERSÃO DO TEMPO DE GUARNICÊ É BONITA.

31 de agosto de 2009 às 16:48  
Anonymous Anônimo said...

Não saiu em disco nenhum, ela gravou para um programa da Rádio JB FM, e eles tocaram por quase um ano, tocava direto, é linda mesmo a versão.

1 de setembro de 2009 às 14:10  
Anonymous Anônimo said...

Também discordo de que a gravação da Marrom seja constrangedora. O tom adotado valorizou os lindos graves de sua voz. Bom, mas por aqui ela não mereceu sequer comentário... apenas o esperado.

4 de setembro de 2009 às 14:59  

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