11 de agosto de 2007

Caetano faz 65 anos sem se deixar envelhecer...

Caetano Veloso completou 65 anos na terça-feira, 7 de agosto. E basta ver a capa (foto) da nova edição da revista Rolling Stone - que publica boa entrevista com o cantor - para perceber que o velho baiano, sim, continua em plena efervescência. Quatro décadas depois de reunir e embaralhar os dados da pop geléia geral brasileira com a Tropicália, movimento do qual foi o principal articulador e pensador, o compositor ainda desperta polêmicas e divide opiniões, fazendo sempre o que (não) se espera dele. Como o álbum (2006), por exemplo. Um disco de atmosfera roqueira que transpira sexo e se contrapõe ao tom mais senhoril de (belos) trabalhos anteriores como o personalíssimo songbook da canção americana A Foreign Sound (2004). Um CD de caráter jovial... Na contramão da irmã Maria Bethânia, artista de comportamento mais recluso que somente entra no centro da roda para promover discos e shows, Caetano Veloso já gera notícia por si só. Por uma opinião mais contundente, uma atitude mais radical, um figurino mais ousado ou mesmo por eventuais explosões que parecem até calculadas, sem o caráter passional normalmente associado a um rompante. Enfim, por ser o Caetano Veloso... E, por mais que isso irrite seus desafetos, há mérito também em se manter importante, em saber manipular a mídia, em não se deixar envelhecer no pior sentido do termo. O compositor parece ser acompanhado por uma permanente nostalgia da modernidade (tanto que ele sempre se antecipa e elogia jovens talentos, se posicionando sempre ao lado do novo). Aos 65 anos, o artista se recusa a figurar no museu da MPB, datado, à espera de reconhecimento alheio que poderia até nunca vir. Aos 65 anos, o baiano Caetano Veloso ainda não ficou velho...

19 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Juliana disse...
Caetano pode não ter ficado velho ou irrelevante no comportamento, mas já ficou, há pelo menos dez anos, velho e irrelevante como músico/compositor. Há muito tempo ele não produz ou compõe algo minimamente interessante, por isso até a necessidade de manipular a mídia da maneira que ela manipula (algo que ele faz com maestria) para manter a sensação de que ele ainda importa.
Digo isso como alguém que o adora como compositor (até o disco Livro), acredita que ele é um dos maiores cantores homens que o Brasil já teve (capaz de transformar qualquer canção em algo belíssimo) e sempre gostou de ouvir o que ele tinha a dizer. É uma pena que um artista desse nível tenha ficado preguiçoso e precise arrumar briga com uma modelo/atriz com a metade de sua idade para permanecer na mídia. Triste...

11 de agosto de 2007 às 23:27  
Anonymous Anônimo said...

Caetano Veloso é ótimo compositor, tem canções inesquecíveis e às vezes acerta como intérprete.

Agora, o tropicali$mo é um embu$te, uma ver$ão (mal)requentada da Semana de 22, que não faz jus ao talento de gente como ele e Gilberto Gil.

Esses dois sabem o que é bom e logo deixaram de lado aquela be$teira e voltaram a compor e cantar segundo os cânones da boa música.

12 de agosto de 2007 às 01:45  
Anonymous Anônimo said...

Beleza, Mauro, tô contigo e não abro. Caetano, além do gênio musical e poeta que é, vive a vida como poucos e seu talento é mundialmente reconhecido. Os convencionais e puristas podem se descabelar à vontade mas Caetano é Caetano e, como dizia o Ibrahim, a caravana dele vai seguindo e não se cansa de revolucionar.

12 de agosto de 2007 às 02:56  
Anonymous Anônimo said...

Não adianta... Sempre vai ter uma legião de pseudo intelectuais, seguidores de Lobãe e seus Ronaldos que não entenderam nada de tropicália, nada de bossa-nova, nada de nada! E querem dar algum tipo de opinião (ainda!) Depois de tanto tempo, quase 50 anos depois os caras não entenderam nada sobre estética, nada sobre comportamento, sobre poesia!
E esses vão sempre querer mostrar o pouco que entendem sobre os cânones da boa música ou sobre semana de 22.

São, serão sempre, nascendo e morrendo caretas e burros.
Uma pena. Isso sim é triste.

12 de agosto de 2007 às 19:30  
Anonymous Anônimo said...

Gostei pedro.peter, é justamente isso. E como disse o anônimo , os desentendidos se descabelam e a caravana de Caetano passa, hehe...

13 de agosto de 2007 às 00:29  
Anonymous Anônimo said...

Eu gosto muito do último cd do mano Caetano.
Pra mim é o melhor desde o "Circuladô"

Jose Henrique

13 de agosto de 2007 às 13:38  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse....

Gente, o tropicalismo já passou, hoje é assunto de pesquisa e arquivo cultural. O importante é que a discografia de Caetano taí e carimba o passaporte desse artista pauleira. O cara chega aos 65 revolucionando. A menos de um mês Caetano me concedeu uma ótima entrevista revelando dois assuntos que a crítica intecetualóide do sudeste e sul nunca desvendou por inteiro: a verdadeira briga com Fagner e os mistérios da canção O Ciúme, assunto que se passou nos anos 70 em Juazeiro|(BA)/Petrolina(PE). E no show Cê, que vi há pouco, Caetano enterrou para sempre as interpretações de Roberto Carlos e Gal Costa, para Como 2 e 2. Caetano é e pode!!! sempre. Doa a quem doer.

P.S. Mauro, essa entrevista da Rolling deve tá demais..... OU NÂO

13 de agosto de 2007 às 13:51  
Anonymous Anônimo said...

Puts
odeio caetano veloso... a pessoa

Bruno.

13 de agosto de 2007 às 14:31  
Blogger Além dos Números said...

Caetano é genial, mas fazia uns vinte anos que não fazia um disco decente, e Cê é sensacional! Uma recuperação e tanto depois daquele horroroso Foreign Sound e discos medíocres como Livro e Noites do Norte. Viva o novo Caetano!

13 de agosto de 2007 às 15:00  
Anonymous Anônimo said...

êta,Juliana.
Valeu! Mesmo não concordando em nada.
Tchau
Caetano forever!

13 de agosto de 2007 às 15:15  
Anonymous Anônimo said...

Discos medíocres? O "Livro" é um disco tão sensacional que ainda não foi totalmente desvendado, só mais pra frente, quando alguém regravar alguma música do disco ele voltará à tona e dirão: "que belo disco,eu não tinha percebido". Volta e meia isso acontece com Caê. O "Noites do Norte" é inferior ao "Livro" mas ainda mostra um Caetano buscador e tem ótimas músicas. O "Foreign Sound" é um belo disco, Caetano canta demais e rearranjou ( ou não) músicas americanas, algum problema nisso? Esses pseudo-entendedores e seus ouvidos despreparados cansam qualquer um...

13 de agosto de 2007 às 17:25  
Anonymous Anônimo said...

Os jovens de classe média de muitos países subdesenvolvidos, Brasil inclusive, imitaram a estética de 'Hair' e de 'Sgt. Pepper's LHCB' e -coitados- acharam que estavam fazendo algo único, inimitável e revolucionário. Na verdade, só fizeram uma versão tabajara daquilo que os americanos e ingleses fazem com grande competência: show business.

No caso brasileiro, botaram calça pantalona da Bibba, umas florezinhas no cabelo, pararam de tomar banho e de raspar o sovaco, adicionaram umas guitarras com bastante wah-wah para disfarçar a falta de técnica e - voilà! - montaram sua caravana rolidei. Hmm, e para dar um ar 'cabeça' (pseudo-intelectual como prefere o colega acima), salpicaram idéias do Manifesto Antropofágico, alguma coisa de poesia concreta (eeeca!) e até fingiram que gostavam de John Cage.

Por sorte, o Brasil é rico em bons músicos (Rogério Duprat, Julio Medaglia, Gilberto Gil) e a coisa levou uma tal injeção de talento, que o vexame foi abafado antes que a cortina caísse.

13 de agosto de 2007 às 17:31  
Anonymous Anônimo said...

Caetano consegue ser ao mesmo tempo o Lula e o Dirceu da MPB!

Talentoso e oportunista. Um trator que para ser o centro das atenções não poupou gênios como Torquato Neto, Jards Macalé e mesmo Tom Zé.

13 de agosto de 2007 às 21:43  
Anonymous Anônimo said...

O anônimo das 5:25pm tem tanta razão... O "Livro" pra mim é um dos últimos discos que são assim... indisénsáveis na carreira do Caetano. E já teve uma regravação muito boa da Jussara Silveira com o Luiz Brasil cantando "Os Passistas"... Fora de série.

Em compensação o Luc, dizer que Mutantes, Tom Zé, Nara Leão, Torquato Neto, Caetano, Hélio Oiticica e os concretistas não tem talento é meio forçar a barra... eu acho, mas pode ser que e esteja errado.

Também não concordo com o que você fala sobre as guitarras... sei lá.. parece uma coisa de Elis Regina fazendo passeata em São Paulo contra a guitarra elétrica na MPB, enquanto ocorria o surgimento dos Mutantes!. Uma coisa retrógrada, no mínimo.

E por fim... isso eu discordo profundamente! hauhauahuahauhauh
Dizer que o canto tropicalista era cheio de wah wah pra disfarçar a falta de técnica, enquanto a Gal Costa estava em pleno auge da voz (e do bom uso da voz)? Aí eu já acho um erro.
Mas são só opiniões... E eu achei seu comentário bem legal, muito engraçado...

14 de agosto de 2007 às 00:18  
Anonymous Anônimo said...

Mauro,

falta um errezinho no título...

Abraço

14 de agosto de 2007 às 00:31  
Anonymous Anônimo said...

Peter, só para encerrar este assunto e não deixar má impressão. Na minha opinião, os integrantes do movimento eram individualmente talentosos, com especial destaque para Gilberto Gil, que considero um músico genial, acima dos outros.

Os pressupostos do movimento é que me deixam na dúvida...

Se Drão for seu nick, bravo, foi bem escolhido. Se for seu nome real, fico até com inveja. Essa música é definitiva.

14 de agosto de 2007 às 11:21  
Anonymous Anônimo said...

pedro.peter.drão mandou bem, o anônimo 5:25 também ( só se esqueceu de falar que o "Cê" também é sensacional).

muitos falam mais por questões pessoais, são meio conservadores e levam isso pra música ao analisar Caetano. Besteira, Caetano é gênio desde sempre, a tropicália é um movimento fundamental e Caetano é fundamental dentro desse movimento.

obs. Gil também manda bem.

14 de agosto de 2007 às 15:01  
Anonymous Anônimo said...

Tsc. A essa altura do campeonato ainda tem gente que questiona o tropicalismo, é??? Que perda de tempo. O TRopicalismo é definitivamente um capítulo altamente relevante da história da MPB, revelou pelo menos 7 grandes nomes da MPB (Caetano, Gil, Gal, Rita, Arnaldo, Sérgio e TomZé, todos mais que consagrados), um saldo de grandes canções. Que é que importa a opinião de meia dúzia de gatos pingados que acham que conseguem questionar a importância do movimento? Piada, né? Realmente, o Tropicalismo passou. Mas a marca do que foi feito em apenas 2 anos por alguns músicos até hoje é a influência definitiva de quase tudo que se fez depois, de bom e de ruim. Caetano Veloso e Gilberto Gil estão incontestávelmente na lista dos 10 maiores compositores brasileiros de todos os tempo, Gal Costa na lista das 5 maiores cantoras e Os Mutantes são ainda o melhor grupo que já surgiu. Isso pra não falar em TomZè, um dos artistas mais criativos que já apareceram por aqui...

16 de agosto de 2007 às 01:10  
Anonymous Anônimo said...

acho que Caetano está passado....
tenho lido as ultimas declaracoes dele e fico pensando que antes ele era mais interessante.
o problema com Luana me fez concordar com o apelido
banana de pijama....

mas vou ler essa entrevista e ver se ele ainda tem algo interessante a dizer.
abraços

16 de agosto de 2007 às 11:28  

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