22 de julho de 2009

Ainda irregular, Cañas evolui no roqueiro Hein?

Resenha de CD
Título: Hein?
Artista: Ana Cañas
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * 1/2

Foi com show de ambiência mais jazzística que Ana Cañas despertou a atenção da mídia (paulista) e do meio musical. Futura atriz que se revelou boa cantora, ela colheu elogios de colegas ilustres como Chico Buarque e assinou contrato com a Sony Music. Só que a boa cantora acreditou que era também boa compositora e estreou no mercado fonográfico com CD autoral, Amor e Caos (2007), que decepcionou por conta da gritante irregularidade do repertório pop. Dois anos depois, Cañas volta à cena com Hein? - trabalho voltado para o rock e, não por acaso, produzido com a habitual competência por Liminha. A despeito de a guinada roqueira parecer artificial, Hein? é mais coeso e mais sedutor do que Amor e Caos. Cañas mostra evolução e, se ainda soa irregular, é novamente por conta da aposta alta em repertório essencialmente autoral, composto em parceria com nomes como Arnaldo Antunes e o próprio Liminha. Contudo, justiça seja feita, há quatro grandes momentos entre as 12 faixas oficiais (a rigor, são 13 faixas, pois há lúdico take alternativo de Na Medida do Impossível escondido ao fim do disco). Um deles é o rock Na Multidão, que abre o disco com distorções, guitarras (de Fabá Jimenez) e a voz de Arnaldo Antunes, parceiro de Cañas e Liminha na faixa. O trio também assina - com a adesão de Dadi - outra ótima faixa roqueira, Coçando, que atesta a inspiração da turma. A balada pop Esconderijo - estrategicamente escolhida pela Sony Music para puxar o disco - também é inspirada e, por ser assinada somente por Cañas, se impõe como o primeiro grande acerto da compositora, que se mostra insossa no reggae Sempre com Você. Por fim, vale destacar a recriação de Chucky Berry Fields Forever - apropriada por reforçar o espírito roqueiro do disco - com o violão do autor Gilberto Gil. Contudo, verdade seja dita, Hein? não mantém o pique inicial. Em sua segunda metade, o rock Gira é a única faixa que consegue de fato impressionar entre balada (Aquário), reggae pop (Problema Tudo Bem) e faixa (O Amor É Mesmo Estranho) que remete ao estilo da artista no palco. Sobre todos os rótulos e ritmos, paira a segurança vocal de Cañas, que valoriza seu repertório irregular com um canto sempre afiado. Se a compositora dá algum sinal de evolução, a cantora merece cada vez mais crédito. Hein? é melhor do que Amor e Caos e deixa a sensação de que discos ainda melhores poderão vir. Seja em tom jazzístico, mais pop, voltado para a MPB ou - se Hein? conseguir bom resultado comercial - até mesmo roqueiro.

10 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Foi com show de ambiência mais jazzística que Ana Cañas despertou a atenção da mídia (paulista) e do meio musical. Futura atriz que se revelou boa cantora, ela colheu elogios de colegas ilustres como Chico Buarque e assinou contrato com a Sony Music. Só que a boa cantora acreditou que era também boa compositora e estreou no mercado fonográfico com CD autoral, Amor e Caos (2007), que decepcionou por conta da gritante irregularidade do repertório pop. Dois anos depois, Cañas volta à cena com Hein? - trabalho voltado para o rock e, não por acaso, produzido com a habitual competência por Liminha. A despeito de a guinada roqueira parecer artificial, Hein? é mais coeso e mais sedutor do que Amor e Caos. Cañas mostra evolução e, se ainda soa irregular, é novamente por conta da aposta alta em repertório essencialmente autoral, composto em parceria com nomes como Arnaldo Antunes e o próprio Liminha. Contudo, justiça seja feita, há quatro grandes momentos entre as 12 faixas oficiais (a rigor, são 13 faixas, pois há lúdico take alternativo de Na Medida do Impossível escondido ao fim do disco). Um deles é o rock Na Multidão, que abre o disco com distorções, guitarras (de Fabá Jimenez) e a voz de Arnaldo Antunes, parceiro de Cañas e Liminha na faixa. O trio também assina - com a adesão de Dadi - outra ótima faixa roqueira, Coçando, que atesta a inspiração da turma. A balada pop Esconderijo - estrategicamente escolhida pela Sony Music para puxar o disco - também é inspirada e, por ser assinada somente por Cañas, se impõe como o primeiro grande acerto da compositora, que se mostra insossa no reggae Sempre com Você. Por fim, vale destacar a recriação de Chucky Berry Fields Forever - apropriada por reforçar o espírito roqueiro do disco - com o violão do autor Gilberto Gil. Contudo, verdade seja dita, Hein? não mantém o pique inicial. Em sua segunda metade, o rock Gira é a única faixa que consegue de fato impressionar entre balada (Aquário), reggae pop (Problema Tudo Bem) e faixa (O Amor É Mesmo Estranho) que remete ao estilo da artista no palco. Sobre todos os rótulos e ritmos, paira a segurança vocal de Cañas, que valoriza seu repertório irregular com um canto sempre afiado. Se a compositora dá algum sinal de evolução, a cantora merece cada vez mais crédito. Hein? é melhor do que Amor e Caos e deixa a sensação de que discos ainda melhores poderão vir. Seja em tom jazzístico, mais pop, voltado para a MPB ou - se Hein? conseguir bom resultado comercial - até mesmo roqueiro.

22 de julho de 2009 às 18:54  
Anonymous Anônimo said...

Acho essa menina muito chata, aquela música "A Ana não sei o que, a Ana sei lá o quê" é a música mais chata do ano passado. E o pior é que ela se acha o máximo.

23 de julho de 2009 às 03:15  
Anonymous Anônimo said...

Só eu que acho ela uma cópia da Céu? Aliás, copiou até o nome do disco do Nei Lisboa.

23 de julho de 2009 às 10:28  
Blogger Altieres Debone said...

Bem, eu tenho q sair em defesa da ana... cópia da Céu??? a cé não eh nada...

Quem acompanha a carreira da ana.. entende as musicas...

Vivemos em um país livre, onde cada um tem o direito de expressar aquilo que pensa, respeito o mauro ferreira em td a sua tragetória como crítico musica, mas me parece algo pessoal contra a Ana..

todos os post no blog referente a ela tem alguma alfinetada.. crísticas devem ser construtivas...

se pararmos para analisar a carreira da ana... veremos que teve um grande amadurecimento em relação ao primiero cd "Amor e caos", que alguns detonaram ... eu realmente gostei... a musica brasileira precisa de gente nova... ela soube ousar... lançar o primeiro cd (quase td) autoral, a primeira musica de trabalho "devolve moço" totalmente autoral... ela soube inovar o cenário musical brasileiro.

Quanto ao 2º disco "Hein?" com ótimas parcerias... arnaldo antunes, dadi e liminha... e ainda me dizem que ela não sabe compor... um exemplo de como ela sabe é compor... leiam a letra de "esconderijo" e "não qro mais"...

na minha humilde opinião... de um reles mortal que entende de música como ouvinte, e ouço mta música, a ana deve ser encarada como uma cantora sem medo de errar... e são essas exatamente que dão certo..

sem contar q atualmente a sua voz é uma das mais gostosas de se ouvir... sem a melosidade de céu e mariana aydar... que várias pessoas aqui neste blog vangloriam..

enfim... eh minha opinião..

eu acho a ana uma excelente cantora... o álbum "Hein?" está excelente... e um dia ela ainda será umas das maiores cantoras desse pais... desfilando entre os cenário pop-rock e mpb...

abraços a tds!

23 de julho de 2009 às 13:41  
Anonymous Diego said...

Discordo do Altieres...Todas as criticas que o mauro fez sobre a Ana foram construtivas ( q ela tem q melhorar como compositora, que o cd na segunda parte não tem o mesmo pique inicial,etc.)Esses são exemplos de críticas construtivas, em nenhum momento ele falou q ela não é boa contora, pelo contrario.
Não ter argumento para defender suas idéias, não dá o direito de atacar outras cantoras. Onde Mariana Aydar é melosa? pelo contrário, tem uma voz firme, presença de palco, ótima cantora. E falar que Céu não é nada então?Não se identificar com um genero é uma coisa, mas dizer que uma cantora com os méritos que Céu já conquistou até internacionalmente ae já é demais!

23 de julho de 2009 às 15:14  
Anonymous Anônimo said...

Altieres, olha só. Eu gostei do primeido CD da Ana, mas Mandinga Não e Lenda, da Céu, parecem irmãs. Acho a interpretação dela para Coração Vagabundo ótima.

Tô curioso para ouvir o novo disco.

Não gostei da Mariana Aydar. A crítica no Brasil parece retilínia. Se 1 gosta todos gostam também. Parece até que os críticos fazem uma conferência prévia.

23 de julho de 2009 às 16:07  
Anonymous Anônimo said...

Na boa, nada mais cliché (e equivocado) do que apelos à "ousadia", à "inovação" ou à "necessidade de gente nova". Pior ainda é defender um trabalho por ele ser "autoral" Ser novo e apresentar músicas autorais não garante o céu para ninguém, nem condena ao inferno.

De resto, achei a crítica do Mauro extremamente construtiva, realçando o "canto afiado", as (algumas) boas composições e o caráter coeso do CD. Enfatizou, ainda, a jogada acertada em gravar uma música do Gil, o que valoriza a interpretação da cantora. Ele deixou claro que se trata de um passo à frente em relação a um primeiro CD que ele, e muita gente, não gostou, sem, com isso, dizer que o CD é bom. O que tem de errado nisso?

23 de julho de 2009 às 17:15  
Anonymous Anônimo said...

Gente, comprei o CD na segunda-feira e ouvi todas as faixas pouquíssimas vezes, pois coloco as 2 primeiras no repeat; são as melhores faixas do CD que para mim não decolou. Infelizmente não foi desta vez. Acho que ela tinha de gravar um CD ao vivo por ser uma cantora de palco e não de estúdio. Quem comprou seu primeiro CD após ter assistido a um de seus shows se decepcionou porque a diferença do ao vivo para estúdio é gritante.
Mariana Aydar é mais elitista assim como Céu é mais "moderninha". Os CDs recentes delas dão de 10 a 0 no ultimo da Ana.

23 de julho de 2009 às 19:00  
Blogger Jorge Reis said...

Gente não dá para compara-la comm "Céu", por que a cantora se acha o proprio Deus.
Adoro o estilo, mas outro dia a assisti no programa "sarau" da globo news e minha sala e paciência ficaram pequenos para aguentar o ego da moça...
Depois do programa confesso que me desinteressei em saber se seu trabalho é tão grande, mega, super power, quanto o seu trabalho...
Humildade Menina...
Nem Marisa |Monte nascida do berço das sereias trazido pelas mãos de Nelsinho Motta chegou com tanta pompa.

24 de julho de 2009 às 17:36  
Anonymous Anônimo said...

evolui ?
como assim " Hein? é melhor do que Amor e Caos " Mauro ???

Ambos ganharam * * 1/2 !!!!

24 de julho de 2009 às 18:49  

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