Machete aborda 'Carlos, Erasmo' pela metade...
Resenha de Show
Título: Carlos, Erasmo
Artista: Silvia Machete (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 25 de março de 2009
Cotação: * * 1/2
Ainda aturdido com o fim da festa de arromba que acontecia nas jovens tardes dominicais, Erasmo Carlos estava sentado à beira do caminho fonográfico quando André Midani o convidou a trocar a gravadora RGE pela Philips, companhia que então reunia o maior número de estrelas da música brasileira. Lançado em agosto de 1971, o primeiro álbum do Tremendão pela Philips - Carlos, Erasmo - abriu horizontes musicais para o artista com seus ecos tropicalistas e seu mix meio psicodélico de samba, rock e black music. Silvia Machete - que já havia gravado em seu primeiro CD a faixa Gente Aberta, de aura originalmente hippie - foi escolhida para recriar o repertório do álbum em show do projeto Off-Tropicália, apresentado no Rio de Janeiro (RJ) em janeiro de 2009. Foi este espetáculo que Machete reapresentou no carioca Teatro Rival em duas sessões agendadas para 24 e 25 de março de 2009. Contudo, a julgar pela segunda apresentação, quem ficou pelo meio do caminho foi Machete. A cantora revisitou somente seis das 13 faixas do álbum, completando o roteiro com números de seu show anterior, de atmosfera circense que ofusca seu canto.
É pena que Machete não tenha ido fundo no repertório de Carlos, Erasmo. Sua abordagem do álbum é interessante - a julgar pelas seis músicas apresentadas no Rival na parte inicial do show. Sem buscar fidelidade aos arranjos originais, Machete consegue dar colorido próprio ao repertório sem trair a atmosfera indie do disco. 26 Anos de Vida Normal (Marcos e Paulo Sérgio Valle) e Agora Ninguém Chora Mais (Jorge Ben) foram exemplos do êxito da cantora, que erroneamente apresentou o álbum à platéia como o "primeiro disco solo de Erasmo" (foi o sétimo, na verdade). A primeira música foi rebobinada em clima que evocava o samba-rock e o funk que influenciavam as músicas dos irmãos Valle na época. A segunda foi turbinada com vigorosos arranjos vocais que remeteram ao registro cult do Tremendão (a banda era poderosa).
De Noite na Cama, único hit radiofônico do álbum, abriu o roteiro. Do baú deste disco tão bom e ainda tão pouco ouvido, Machete revisitou Ciça, Cecília - música também conhecida como Tema de Ciça em alusão ao fato de ter sido utilizada na trilha sonora da novela A Próxima Atração (Rede Globo, 1971) - e a balada Não te Quero Santa, emendada com Eu Não Sou Nenhuma Santa, música de seu repertório habitual. O link até procedia. Contudo, daí em diante, a cantora esqueceu o objetivo do projeto e fez seu show normal para decepção dos espectadores que estavam ali para ouvir o repertório de Carlos, Erasmo na voz afinada da cantora. Que perdeu a chance de reviver Maria Joana, a música que encerra o álbum do Tremendão, enquanto fazia o tradicional número do bambolê em que finge enrolar baseado. No bis, Machete voltou a cantar músicas de Erasmo, mas escolheu Gatinha Manhosa - balada dengosa da Jovem Guarda que caiu bem na voz macia da cantora - e Ilegal, Imoral ou Engorda, do repertório de Roberto Carlos. Pairou no ar certa decepção pelo fato de a artista ter desvinculado o show de sua proposta original.
Título: Carlos, Erasmo
Artista: Silvia Machete (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 25 de março de 2009
Cotação: * * 1/2
Ainda aturdido com o fim da festa de arromba que acontecia nas jovens tardes dominicais, Erasmo Carlos estava sentado à beira do caminho fonográfico quando André Midani o convidou a trocar a gravadora RGE pela Philips, companhia que então reunia o maior número de estrelas da música brasileira. Lançado em agosto de 1971, o primeiro álbum do Tremendão pela Philips - Carlos, Erasmo - abriu horizontes musicais para o artista com seus ecos tropicalistas e seu mix meio psicodélico de samba, rock e black music. Silvia Machete - que já havia gravado em seu primeiro CD a faixa Gente Aberta, de aura originalmente hippie - foi escolhida para recriar o repertório do álbum em show do projeto Off-Tropicália, apresentado no Rio de Janeiro (RJ) em janeiro de 2009. Foi este espetáculo que Machete reapresentou no carioca Teatro Rival em duas sessões agendadas para 24 e 25 de março de 2009. Contudo, a julgar pela segunda apresentação, quem ficou pelo meio do caminho foi Machete. A cantora revisitou somente seis das 13 faixas do álbum, completando o roteiro com números de seu show anterior, de atmosfera circense que ofusca seu canto.
É pena que Machete não tenha ido fundo no repertório de Carlos, Erasmo. Sua abordagem do álbum é interessante - a julgar pelas seis músicas apresentadas no Rival na parte inicial do show. Sem buscar fidelidade aos arranjos originais, Machete consegue dar colorido próprio ao repertório sem trair a atmosfera indie do disco. 26 Anos de Vida Normal (Marcos e Paulo Sérgio Valle) e Agora Ninguém Chora Mais (Jorge Ben) foram exemplos do êxito da cantora, que erroneamente apresentou o álbum à platéia como o "primeiro disco solo de Erasmo" (foi o sétimo, na verdade). A primeira música foi rebobinada em clima que evocava o samba-rock e o funk que influenciavam as músicas dos irmãos Valle na época. A segunda foi turbinada com vigorosos arranjos vocais que remeteram ao registro cult do Tremendão (a banda era poderosa).
De Noite na Cama, único hit radiofônico do álbum, abriu o roteiro. Do baú deste disco tão bom e ainda tão pouco ouvido, Machete revisitou Ciça, Cecília - música também conhecida como Tema de Ciça em alusão ao fato de ter sido utilizada na trilha sonora da novela A Próxima Atração (Rede Globo, 1971) - e a balada Não te Quero Santa, emendada com Eu Não Sou Nenhuma Santa, música de seu repertório habitual. O link até procedia. Contudo, daí em diante, a cantora esqueceu o objetivo do projeto e fez seu show normal para decepção dos espectadores que estavam ali para ouvir o repertório de Carlos, Erasmo na voz afinada da cantora. Que perdeu a chance de reviver Maria Joana, a música que encerra o álbum do Tremendão, enquanto fazia o tradicional número do bambolê em que finge enrolar baseado. No bis, Machete voltou a cantar músicas de Erasmo, mas escolheu Gatinha Manhosa - balada dengosa da Jovem Guarda que caiu bem na voz macia da cantora - e Ilegal, Imoral ou Engorda, do repertório de Roberto Carlos. Pairou no ar certa decepção pelo fato de a artista ter desvinculado o show de sua proposta original.
8 Comments:
Resenha de Show
Título: Carlos, Erasmo
Artista: Silvia Machete (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 25 de março de 2009
Cotação: * * 1/2
Ainda aturdido com o fim da festa de arromba que acontecia nas jovens tardes dominicais, Erasmo Carlos estava sentado à beira do caminho fonográfico quando André Midani o convidou a trocar a gravadora RGE pela Philips, companhia que então reunia o maior número de estrelas da música brasileira. Lançado em agosto de 1971, o primeiro álbum do Tremendão pela Philips - Carlos, Erasmo - abriu horizontes musicais para o artista com seus ecos tropicalistas e seu mix meio psicodélico de samba, rock e black music. Silvia Machete - que já havia gravado em seu primeiro CD a faixa Gente Aberta, de aura originalmente hippie - foi escolhida para recriar o repertório do álbum em show do projeto Off-Tropicália, apresentado no Rio de Janeiro (RJ) em janeiro de 2009. Foi este espetáculo que Machete reapresentou no carioca Teatro Rival em duas sessões agendadas para 24 e 25 de março de 2009. Contudo, a julgar pela segunda apresentação, quem ficou pelo meio do caminho foi Machete. A cantora revisitou somente seis das 13 faixas do álbum, completando o roteiro com números de seu show anterior, de atmosfera circense que ofusca seu canto.
É pena que Machete não tenha ido fundo no repertório de Carlos, Erasmo. Sua abordagem do álbum é interessante - a julgar pelas seis músicas apresentadas no Rival na parte inicial do show. Sem buscar fidelidade aos arranjos originais, Machete consegue dar colorido próprio ao repertório sem trair a atmosfera indie do disco. 26 Anos de Vida Normal (Marcos e Paulo Sérgio Valle) e Agora Ninguém Chora Mais (Jorge Ben) foram exemplos do êxito da cantora, que erroneamente apresentou o álbum à platéia como o "primeiro disco solo de Erasmo" (foi o sétimo, na verdade). A primeira música foi rebobinada em clima que evocava o samba-rock e o funk que influenciavam as músicas dos irmãos Valle na época. A segunda foi turbinada com vigorosos arranjos vocais que remeteram ao registro cult do Tremendão (a banda era poderosa).
De Noite na Cama, único hit radiofônico do álbum, abriu o roteiro. Do baú deste disco tão bom e ainda tão pouco ouvido, Machete revisitou Ciça, Cecília - música também conhecida como Tema de Ciça em alusão ao fato de ter sido utilizada na trilha sonora da novela A Próxima Atração (Rede Globo, 1971) - e a balada Não te Quero Santa, emendada com Eu Não Sou Nenhuma Santa, música de seu repertório habitual. O link até procedia. Contudo, daí em diante, a cantora esqueceu o objetivo do projeto e fez seu show normal para decepção dos espectadores que estavam ali para ouvir o repertório de Carlos, Erasmo na voz afinada da cantora. Que perdeu a chance de reviver Maria Joana, a música que encerra o álbum do Tremendão, enquanto fazia o tradicional número do bambolê em que finge enrolar baseado. No bis, Machete voltou a cantar músicas de Erasmo, mas escolheu Gatinha Manhosa - balada dengosa da Jovem Guarda que caiu bem na voz macia da cantora - e Ilegal, Imoral ou Engorda, do repertório de Roberto Carlos. Pairou no ar certa decepção pelo fato de a artista ter desvinculado o show de sua proposta original.
Caro Mauro: NOTA DEZ! Nada a acrescentar.
Mauro, fui no show na terça e a Silvia cantou o repertório inteiro do disco, incluindo 'Mundo deserto', 'Sodoma e Gomorra' e 'Masculino, feminino', esta com a participação do Erasmo. Foi um show impecável, que conseguiu reviver o disco de forma inovadora, e a atmosfera circense só conferiu ainda mais graça ao canto da Silvia. Marisa Monte, na platéia, parece ter concordado comigo. Abraços
Marisa Monte na platéia ?
Luxo so !!!
Essa mulher não me convence. Fico com as apenas cnatoras Roberta Sá, Teresa Cristina, Fabiana Cozza, Mariana Aydar, Mônica Salmaso e etcéteras.
Se quizer circo, vou no Tiane mesmo.
Realmente, divulgar um show em homenagem a um disco maravilhoso como esse de Erasmo, e colocar bambolê no meio... É complicado quando um cantor ou cantora tem de se apoiar no uso de outros artifícios (que fogem da música) para segurar a plateia - e/ou chamar a atenção. Não convence musicalmente e, pra mim, tem vida curta.
Abraços,
João Pedro
Quer ver um show em homenagem a Erasmo Carlos de verdade? Vá ver Lafayette & Os Tremendões. Isso sim é showzaço, banda ótima e repertório perfeito, além do Lafayette ser parceiro original do homem.
Assiti o show na terça-feira e concordo com o Gustavo Sampaio. O show foi incrível e o Erasmo Carlos encantou o público. Havia muitos lugares vazios no Teatro Rival.... Além de Marisa Monte na platéia, vale lembrar que a maranhense RITA RIBEIRO também estava presente e foi super simpática com os fãs.
Marco
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