25 de março de 2009

Feliz, Liza entretém Rio com voz, vigor e humor

Resenha de Show
Título: Liza
Artista: Liza Minnelli (em foto de Ricardo Nunes / divulgação)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 24 de março de 2009
Cotação: * * * *

Visivelmente feliz por estar de volta ao Rio de Janeiro, cidade várias vezes saudada por ela em cena como seu "lugar preferido no mundo", Liza Minnelli mostrou ao público que encheu a casa Vivo Rio na noite de terça-feira, 24 de março de 2009, que ainda é mestra na arte de entreter uma platéia com seu teatro musicado. Intensa, cheia de energia e vitalidade, a artista arriscou até versão em português da marchinha Trevo de Quatro Folhas antes de fechar o segundo ato de seu espetáculo com (presumivelmente) apoteótica recordação do Theme from New York, New York. Dez!
Aos 63 anos, recém-completados no último dia 12 de março, Liza renasceu das cinzas após vencer problemas de saúde que quase a tiraram dos palcos. O espetáculo que a trouxe de volta ao Brasil é o que estreou em dezembro de 2008 na Broadway. Com a voz ainda volumosa, mas sem a emissão límpida de tempos idos, a entertainer norte-americana salpica no roteiro uma ou outra novidade entre seus standards. Com o mesmo entusiasmo com que rebobina Maybe This Time e, claro, o tema principal do filme Cabaret (estrategicamente posicionado ao fim do primeiro ato), a atriz e cantora reverencia a música de Charles Aznavour com número, What Makes a Man a Man, que evoca o universo sonoro das antigas canções francesas. No bis, na contramão do esfuziante tom do espetáculo, ela apresenta um Cole Porter mais íntimo, Ev'ry Time We Say Goodbye, ao lado de seu bom pianista John Rodgers, destaque na orquestra de 12 músicos que acompanha a estrela em cena e executa bem alguns arranjos à moda sinatreana.
A real felicidade demonstrada por estar em cena - aplaudida por público fiel - parece ser o combustível que move Liza nesta volta aos palcos, conduzida pelo também fiel coreógrafo Ron Lewis. Apesar de se movimentar em cena de forma elétrica, ela já não tem a flexibilidade e o fôlego de antes, mas tem consciência de seus limites e tira até partido dessas limitações físicas impostas pelo tempo. Com o mesmo bom humor que põe em Liza with Z, número de tom quase histriônico, a atriz e cantora faz piada com o fato de a cadeira - a quem se dirige jocosamente como honey - que sempre entrou em cena no segundo ato de seus shows atualmente ser requisitada já no primeiro ato. É cena! Também! Pois Liza Minnelli, além de cantora, é sobretudo atriz. Tanto que encena diálogos do musical Chicago (criado por Bob Fosse, o diretor de Cabaret) antes de cantar My Own Best Friend, bom tema da montagem teatral estreada em 1975 que - lamenta Liza em cena - foi excluído do filme produzido em 2002. Enfim, Liza Minnelli ainda é Liza Minnelli. Ela deu no Rio show de amor à arte e à vida...

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Liza é diva, não envelhece nunca

25 de março de 2009 às 23:21  
Anonymous Anônimo said...

ela faz sempre o mesmo show porque se sabe que é diva

25 de março de 2009 às 23:24  
Anonymous adriano said...

não sou fã dela,apesar de gostar muito de cantoras de jazz...só acho bastante repetitivo o mesmo repertório antigo de standards de jazz.. gosto mais do jazz + atual como faz Caeceilie Norby, Cassandra Wilson, Carol Welsman q compõe e incluem tb os standards..

31 de março de 2009 às 22:36  
Anonymous Anônimo said...

Liza pode TUDO!!! Está acima do bem e do mal. Assim como as nossas Bethânias da vida.

1 de abril de 2009 às 00:37  

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