Com segurança, Cláudia Cunha entra na roda...
Resenha de CD
Título: Responde à Roda
Artista: Cláudia Cunha
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2
É no toque da capoeira que Cláudia Cunha entra na roda do mercado fonográfico. Tema de Rodolfo Stroeter que presta tributo ao som do berimbau, Din Don abre o primeiro disco dessa artista paraense radicada na Bahia. Na sequência, a cantora se revela promissora compositora ao assinar com Rafael Dumont o Baião Dividido, que desemboca num galope quando o acordeom de Toninho Ferragutti acelera o ritmo. Responde à Roda, o CD, deixa ótima impressão de Cláudia Cunha, cantora afinada que mostra segurança ao desencavar as raízes africanas da música brasileira em faixas fortes como Aioká (Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo) e Ganga-Zumbi (Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro). Extraído de Áfrico, CD de Sérgio Santos, este tema conta com o violão, a voz e o arranjo de Santos, apropriado produtor do disco de estreia de Cláudia. A aliança com Santos dá a pista do caminho tradicional percorrido pela intérprete neste álbum que fala muito das águas em faixas como a canção Mar do Norte, sublinhada pelo violoncelo de Fernanda Monteiro. Entre sambas de Zé Renato com Joyce (Pra Você Gostar de mim, cantado em dueto com Renato) e de Roberto Mendes com Hermínio Bello de Carvalho (Seu Moço, cantado em dueto com Mendes), Cláudia Cunha apresenta inédita de Sérgio Santos com Paulo César Pinheiro (Putirum) e joga luz sobre composição pouco ouvida de Tom Zé, Quando Eu Era sem Ninguém, tema cheio de brasilidade e suingue (realçado pelo sax de Nailor Proveta), lançado pelo autor no álbum Todos os Olhos (1973). Ao fim, a intérprete sai da roda em um clima camerístico, entoando - emoldurada pelo piano de André Mehmari - canção de Egberto Gismonti letrada com poesia por Geraldo Carneiro, Auto-Retrato. Enfim, uma boa estreia que sinaliza que Cláudia Cunha vai ter um lugar ao sol no país das cantoras, com sua MPB tradicional.
Título: Responde à Roda
Artista: Cláudia Cunha
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2
É no toque da capoeira que Cláudia Cunha entra na roda do mercado fonográfico. Tema de Rodolfo Stroeter que presta tributo ao som do berimbau, Din Don abre o primeiro disco dessa artista paraense radicada na Bahia. Na sequência, a cantora se revela promissora compositora ao assinar com Rafael Dumont o Baião Dividido, que desemboca num galope quando o acordeom de Toninho Ferragutti acelera o ritmo. Responde à Roda, o CD, deixa ótima impressão de Cláudia Cunha, cantora afinada que mostra segurança ao desencavar as raízes africanas da música brasileira em faixas fortes como Aioká (Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo) e Ganga-Zumbi (Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro). Extraído de Áfrico, CD de Sérgio Santos, este tema conta com o violão, a voz e o arranjo de Santos, apropriado produtor do disco de estreia de Cláudia. A aliança com Santos dá a pista do caminho tradicional percorrido pela intérprete neste álbum que fala muito das águas em faixas como a canção Mar do Norte, sublinhada pelo violoncelo de Fernanda Monteiro. Entre sambas de Zé Renato com Joyce (Pra Você Gostar de mim, cantado em dueto com Renato) e de Roberto Mendes com Hermínio Bello de Carvalho (Seu Moço, cantado em dueto com Mendes), Cláudia Cunha apresenta inédita de Sérgio Santos com Paulo César Pinheiro (Putirum) e joga luz sobre composição pouco ouvida de Tom Zé, Quando Eu Era sem Ninguém, tema cheio de brasilidade e suingue (realçado pelo sax de Nailor Proveta), lançado pelo autor no álbum Todos os Olhos (1973). Ao fim, a intérprete sai da roda em um clima camerístico, entoando - emoldurada pelo piano de André Mehmari - canção de Egberto Gismonti letrada com poesia por Geraldo Carneiro, Auto-Retrato. Enfim, uma boa estreia que sinaliza que Cláudia Cunha vai ter um lugar ao sol no país das cantoras, com sua MPB tradicional.
8 Comments:
É no toque da capoeira que Cláudia Cunha entra na roda do mercado fonográfico. Tema de Rodolfo Stroeter que presta tributo ao som do berimbau, Din Don abre o primeiro disco dessa artista paraense radicada na Bahia. Na sequência, a cantora se revela promissora compositora ao assinar com Rafael Dumont o Baião Dividido, que desemboca num galope quando o acordeom de Toninho Ferragutti acelera o ritmo. Responde à Roda, o CD, deixa ótima impressão de Cláudia Cunha, cantora afinada que mostra segurança ao desencavar as raízes africanas da música brasileira em faixas fortes como Aioká (Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo) e Ganga-Zumbi (Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro). Extraído de Áfrico, CD de Sérgio Santos, este tema conta com o violão, a voz e o arranjo de Santos, apropriado produtor do disco de estreia de Cláudia. A aliança com Santos dá a pista do caminho tradicional percorrido pela intérprete neste álbum que fala muito das águas em faixas como a canção Mar do Norte, sublinhada pelo violoncelo de Fernanda Monteiro. Entre sambas de Zé Renato com Joyce (Pra Você Gostar de mim, cantado em dueto com Renato) e de Roberto Mendes com Hermínio Bello de Carvalho (Seu Moço, cantado em dueto com Mendes), Cláudia Cunha apresenta inédita de Sérgio Santos com Paulo César Pinheiro (Putirum) e joga luz sobre composição pouco ouvida de Tom Zé, Quando Eu Era sem Ninguém, tema cheio de brasilidade e suingue (realçado pelo sax de Nailor Proveta), lançado pelo autor no álbum Todos os Olhos (1973). Ao fim, a intérprete sai da roda em um clima camerístico, entoando - emoldurada pelo piano de André Mehmari - canção de Egberto Gismonti letrada com poesia por Geraldo Carneiro, Auto-Retrato. Enfim, uma boa estreia que sinaliza que Cláudia Cunha vai ter um lugar ao sol no país das cantoras, com sua MPB tradicional.
A melhor cantora saída da cena musical baiana para o mercado fonográfico nacional.
Para ler uma entrevista com a cantora: http://geracaosupernova.blogspot.com/2009/01/cludia-cunha-responde-rua.html
Mauro,fiquei curioso!
Com uma boa crítica dessa ela começou bem!
Vou comprar! E ponto!
Interesadíssimo !!!
Quero ouvir a nova voz que vem do Pará !!!
Matheus Monção
Também fiqueio curioso, vamos conferir pois se a saída não for pelo Tom Jobim, há de ser pela música regional.
A música brasileira vai bem!
Não precisa de saída, nem por Tom Jobim, nem pela música regional, nem pelos modernismos verdadeiros ou fabricados.
Os nichos de mercado existem, mas não devemos legitimá-los. Desde a Tropicália que falar em "MPB Tradicional" não faz sentido, principalmente se ela não é feita em oposição a outros gêneros musicais ou estilos de interpretação.
Não existe o bom gosto e o mal gosto. O que existe é o gosto que aceitamos e o gosto que não aceitamos. E como diria a Adriana Calcanhoto: "eu não gosto do bom gosto..."
Também não acredito em rotular a música em tradicional e moderna ou o que seja. Principalmente se o rótulo de tradicional se associa com algo ultrapassado. Não sei se foi essa a intenção do Mauro, mas de qualquer forma, essa distinção para mim é sem sentido. Conheço e gosto muito do disco da Cláudia Cunha, e gostei da crítica do Mauro. Mas porque o tal "caminho tradicional"? As músicas Ganga Zumbi, ou Ayoká, o que tem de tradicional? Ayoká foi composta a anos, mas poderia ser feita na década que vem. É atemporal. E o desconcertante sax de Nailor Proveta em Quando Eu Era Sem Ninguém? Porque esse caminho é lido como tradicional? Musicalmente ele é moderníssimo, se é para usar da mesma oposição que é comum ser feita. Acho que conceitos como concepção, elaboração, proposta, detalhe, deveriam banir de vez as gavetinhas.
o cd é lindo e Cláudia Cunha é muito talentosa!
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