3 de maio de 2009

Elba padroniza balaio com romantismo popular

Resenha de CD
Título: Balaio de Amor
Artista: Elba Ramalho
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Balaio de Amor - o bom CD de Elba Ramalho que a gravadora Biscoito Fino põe esta semana nas lojas - traz a cantora de volta para o aconchego seguro dos xotes, baiões e canções de tom uniformemente romântico. Não é disco em que a intérprete alce alto voo artístico, pois não cabem no balaio as ousadias estilísticas e conceituais do álbum anterior de Elba, Qual o Assunto que Mais lhe Interessa? (2007), CD que não teve a distribuição e a repercussão popular a que fazia jus pela sua beleza. Contudo, é um disco simples e coerente com os 30 anos de trajetória fonográfica da artista, cujo primeiro grande LP, Ave de Prata, saiu em 1979.
A produção - assinada por Elba com o sanfoneiro Cezinha - embala com capricho os temas amorosos de compositores de projeção restrita ao Nordeste. Em boa forma vocal, a cantora usa tons suaves condizentes com o clima de músicas como Fuxico (Flávio Leandro), Um Baião Chamado Saudade (Petrúcio Amorim e Rogério Rangel), Seu Aconchego (Terezinha do Acordeom e Junior Vieira) e Se Tu Quiser (Xico Bezerra). Com sua voz que evoca o timbre de Dominguinhos, Cezinha faz dueto com Elba em inédita canção de Nando Cordel, É Só Você Querer, faixa já em rotação na trilha sonora nacional da novela Caras & Bocas. Destaque do CD, a música figura entre as melhores já gravadas pela cantora. E o próprio Dominguinhos em pessoa marca boa presença com sua voz e sua sanfona em Riso Cristalino, parceria com Climério Ferreira. De letra poética, a música é mais inspirada do que a outra contribuição autoral de Dominguinhos, Ilusão Nada Mais, parceria com o poeta Fausto Nilo, de clima abolerado.
O xote é o ritmo recorrente em Balaio de Amor. A ponto de o álbum ter o defeito de soar linear, sobretudo na segunda metade. O CD cresceria se, para variar seu clima plácido, contasse com alguns temas mais arretados como Não lhe Solto Mais (Antonio Barros e Cecéu), faixa de tom forrozeiro que lembra as gravações mais maliciosas feitas por Elba na década de 80. A música é hit certeiro nos arrasta-pés que animam o Nordeste. Com o mesmo jeito de hit, Me Dá meu Coração se impõe no repertório. A música é da lavra de Accioly Neto, autor de sucessos como Espumas ao Vento. Há uma ou outra composição mais insossa, caso de Recado (Cezinha e Fábio Simões). Contudo, Balaio de Amor é um disco agradável que repõe Elba em sintonia com o gosto do (seu) povo...

12 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Resenha de CD
Título: Balaio de Amor
Artista: Elba Ramalho
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2


Balaio de Amor - o bom CD de Elba Ramalho que a gravadora Biscoito Fino põe esta semana nas lojas - traz a cantora de volta para o aconchego seguro dos xotes, baiões e canções de tom uniformemente romântico. Não é disco em que a intérprete alce alto voo artístico, pois não cabem no balaio as ousadias estilísticas e conceituais do álbum anterior de Elba, Qual o Assunto que Mais lhe Interessa? (2007), CD que não teve a distribuição e a repercussão popular a que fazia jus pela sua beleza. Contudo, é um disco simples e coerente com os 30 anos de trajetória fonográfica da artista, cujo primeiro grande LP, Ave de Prata, saiu em 1979.
A produção - assinada por Elba com o sanfoneiro Cezinha - embala com capricho os temas amorosos de compositores de projeção restrita ao Nordeste. Em boa forma vocal, a cantora usa tons suaves condizentes com o clima de músicas como Fuxico (Flávio Leandro), Um Baião Chamado Saudade (Petrúcio Amorim e Rogério Rangel), Seu Aconchego (Terezinha do Acordeom e Junior Vieira) e Se Tu Quiser (Xico Bezerra). Com sua voz que evoca o timbre de Dominguinhos, Cezinha faz dueto com Elba em inédita canção de Nando Cordel, É Só Você Querer, faixa já em rotação na trilha sonora nacional da novela Caras & Bocas. Destaque do CD, a música figura entre as melhores já gravadas pela cantora. E o próprio Dominguinhos em pessoa marca boa presença com sua voz e sua sanfona em Riso Cristalino, parceria com Climério Ferreira. De letra poética, a música é mais inspirada do que a outra contribuição autoral de Dominguinhos, Ilusão Nada Mais, parceria com o poeta Fausto Nilo, de clima abolerado.
O xote é o ritmo recorrente em Balaio de Amor. A ponto de o álbum ter o defeito de soar linear, sobretudo na segunda metade. O CD cresceria se, para variar seu clima plácido, contasse com alguns temas mais arretados como Não lhe Solto Mais (Antonio Barros e Cecéu), faixa de tom forrozeiro que lembra as gravações mais maliciosas feitas por Elba na década de 80. A música é hit certeiro nos arrasta-pés que animam o Nordeste. Com o mesmo jeito de hit, Me Dá meu Coração se impõe no repertório. A música é da lavra de Accioly Neto, autor de sucessos como Espumas ao Vento. Há uma ou outra composição mais insossa, caso de Recado (Cezinha e Fábio Simões). Contudo, Balaio de Amor é um disco agradável que repõe Elba em sintonia com o gosto do (seu) povo...

3 de maio de 2009 às 20:21  
Anonymous Anônimo said...

Está ótimo. Elba é mutante, se está popular agora, é uma escolha legítima, um reencontro com seu grande público. Sucesso!

3 de maio de 2009 às 21:23  
Anonymous Anônimo said...

Muito forró pro meu gosto.
Elba deveria ter feito um cd com a obra de Chico César (tem forró bom tmb), já que o compositor trânsita por diversos estilos e tem um tom mais moderno assim como o trabalho de Elba.

4 de maio de 2009 às 07:34  
Anonymous Anônimo said...

Gostei muito do cd. Acho que Elba precisava voltar a tocar no radio e tv. Este CD vai dar esta oportunidade.

Eduardo Cáffaro - SP

4 de maio de 2009 às 08:41  
Anonymous Anônimo said...

Apesar do rótulo 'nordestino' quase sempre imposto a esse tipo de trabalho, Elba fez um disco bastante interessante. Mais uma vez concordo contigo Mauro, há um certo excesso de xotes. Confesso que quando ouvi falar no projeto fiquei temeroso, mas Elba me surpreendeu, podem ser ouvidas ai músicas de compositores à margem do eixo sul-sudeste, mas de boa qualidade! Não há a inquietude e a força de "Qual o assunto que mais lhe interessa", mas está um bom disco sim!

4 de maio de 2009 às 09:37  
Anonymous Anônimo said...

É bonzinho, confesso que não era o esperado por seus fãs, para comemorar seus 30 anos de carreira, mais ainda temos promessas de novos lançamentos... É esperar!

4 de maio de 2009 às 09:52  
Anonymous Léo said...

Também preferia um CD mais variado e menos linear. Mas é um trabalho coerente com a trajetória dela. "Não lhe solto mais" também me lembrou a ótima Elba dos anos 80.
Sem dúvidas é um trabalho com capacidade para se tornar popular. Mas espero q a distribuição restrita da Biscoito Fino, e os preços acima da média, não sejam um impedimento muito grande para q isso aconteça.

4 de maio de 2009 às 09:59  
Anonymous Anônimo said...

Elba cantando CHICO seria tudo de bom!!!!

4 de maio de 2009 às 11:05  
Blogger Bruno Cavalcanti said...

Gostei desse Cd... é meio lugar comum na discografia da Elba, mas é um dos bons destaques. Um pouco de xote demais, porém, mesmo em excesso, parece que ela usou a dosagem certa. O disco é muito bom, não se compara à força do antecessor "Qual Assunto que Mais lhe Interessa", mas é bom assim mesmo. Não é uma reinvenção por completo, mas uma reinvenção da Elba passada. É luxuoso.

4 de maio de 2009 às 14:04  
Anonymous Anônimo said...

Elba NÃO inventa, por isso não esperemos surpresas boas ou ruins.
Quem gosta como eu e já ouviu vai aprovar. Quem já vem com o pé atrás vai criticar.
Não tem mistério. Um CD de Elba é um CD de Elba, no máximo com uma novidade aqui outra acolá, mas, repito, não esperem de Elba um "Zii e Zie" porque não vai rolar - para o bem ou para o mal.
Aliás, mexer para que, já que seu "estilo", "fórmula" ou seja lá o nome que se dê já foi aprovado por seu público fiel. Conquistar novos fãs ? Pode ser... Mas poderia perder outros. Vale o risco ?

4 de maio de 2009 às 16:43  
Anonymous Anônimo said...

Elba de volta aos braços de muita gente que lhe ama! Adoro ELBA com ou sem ¨novidades¨! BALAIO DE AMOR já é sucesso!
Nivaldo Oliveira

4 de maio de 2009 às 18:40  
Anonymous Anônimo said...

Mano Freire

Ei esperar por um Ave de Prata e Capim do Vale, é esperar o trem entrar no mar. Foi-se o tempo.

4 de maio de 2009 às 22:54  

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