Jussara dá apropriado mergulho em Brasil 'cool'
Resenha de CD
Título: Entre o Amor e o Mar
Artista: Jussara Silveira
Gravadora: Maianga
Cotação: * * * *
Apenas sete meses depois de lançar Nobreza, disco assinado com o violonista Luiz Brasil que trouxe o registro de estúdio de show apresentado pela dupla, Jussara Silveira está de volta ao mercado fonográfico com álbum de inéditas. Entre o Amor e o Mar é o quinto CD da cantora e chega às lojas dez anos depois da gravação do primeiro trabalho da artista - o que apresentou sua elogiada interpretação para A Dama do Cassino, a bela música de Caetano Veloso que Ney Matogrosso lançara em disco - obscuro - de 1988.
O CD Entre o Amor e o Mar mantém Jussara na linha cool que caracteriza sua discografia. O álbum transita em atmosfera diversa dos dois belos trabalhos sobre as águas recém-lançados por Maria Bethânia. Mas há inevitáveis paralelos traçados pelo uso comum de referências de Guimarães Rosa - cuja poética inspirou a letra de Só, a parceria de Guilherme Wisnik e Vadim Nikitin que abre o CD - e das levadas da música do Recôncavo Baiano, evocada na Chula Cortada, delícia de Roque Ferreira. Sem prejuízos para Jussara...
O ponto de partida foi a faixa-título, Entre o Amor e o Mar, inédita de Ná Ozzetti com Luiz Tatit. A despeito de ter nascido no sertão mineiro e de carregar a herança musical da Bahia a ponto de ser comumente apresentada como uma cantora da terra de Dorival Caymmi, de quem regrava Morena do Mar, Jussara atualmente vem reforçando elo com a turma de compositores associada à vanguarda paulista. Não por acaso, o repertório agrupa temas do saudoso Itamar Assumpção (Oferenda, arranjada por Domenico Lancelotti em parceria com Maurício Pachecho) e do antenado Péricles Cavalcanti (a delicada canção O Nosso Amor É Maior). 10!
Entre música que sinaliza a retomada da inspiração por Adriana Calcanhotto (Meu Coração Só, de textura cinzenta) e um samba gravado com o grupo carioca Choro na Feira (Só pra Ver Onde Dá), Jussara Silveira (em foto de Marcos Issa) introduz sua irmã Christine Silveira na animada Gangorra de Dois e, no todo, reforça sua personalíssima assinatura musical neste ótimo disco que não merece ser engolido pelo mar de justos elogios feitos aos recentes trabalhos de Maria Bethânia. Cada cantora em sua própria praia...
Título: Entre o Amor e o Mar
Artista: Jussara Silveira
Gravadora: Maianga
Cotação: * * * *
Apenas sete meses depois de lançar Nobreza, disco assinado com o violonista Luiz Brasil que trouxe o registro de estúdio de show apresentado pela dupla, Jussara Silveira está de volta ao mercado fonográfico com álbum de inéditas. Entre o Amor e o Mar é o quinto CD da cantora e chega às lojas dez anos depois da gravação do primeiro trabalho da artista - o que apresentou sua elogiada interpretação para A Dama do Cassino, a bela música de Caetano Veloso que Ney Matogrosso lançara em disco - obscuro - de 1988.
O CD Entre o Amor e o Mar mantém Jussara na linha cool que caracteriza sua discografia. O álbum transita em atmosfera diversa dos dois belos trabalhos sobre as águas recém-lançados por Maria Bethânia. Mas há inevitáveis paralelos traçados pelo uso comum de referências de Guimarães Rosa - cuja poética inspirou a letra de Só, a parceria de Guilherme Wisnik e Vadim Nikitin que abre o CD - e das levadas da música do Recôncavo Baiano, evocada na Chula Cortada, delícia de Roque Ferreira. Sem prejuízos para Jussara...
O ponto de partida foi a faixa-título, Entre o Amor e o Mar, inédita de Ná Ozzetti com Luiz Tatit. A despeito de ter nascido no sertão mineiro e de carregar a herança musical da Bahia a ponto de ser comumente apresentada como uma cantora da terra de Dorival Caymmi, de quem regrava Morena do Mar, Jussara atualmente vem reforçando elo com a turma de compositores associada à vanguarda paulista. Não por acaso, o repertório agrupa temas do saudoso Itamar Assumpção (Oferenda, arranjada por Domenico Lancelotti em parceria com Maurício Pachecho) e do antenado Péricles Cavalcanti (a delicada canção O Nosso Amor É Maior). 10!
Entre música que sinaliza a retomada da inspiração por Adriana Calcanhotto (Meu Coração Só, de textura cinzenta) e um samba gravado com o grupo carioca Choro na Feira (Só pra Ver Onde Dá), Jussara Silveira (em foto de Marcos Issa) introduz sua irmã Christine Silveira na animada Gangorra de Dois e, no todo, reforça sua personalíssima assinatura musical neste ótimo disco que não merece ser engolido pelo mar de justos elogios feitos aos recentes trabalhos de Maria Bethânia. Cada cantora em sua própria praia...
20 Comments:
Se a resenha é sobre o disco de Jussara não tem cabimento de ficar falando em Bethânia.
Não sou exatamente fã, mas acompanho Jussara. Tenho ouvido muito (e gostado das gravações) CARA LIMPA e QUEM HÁ DE DIZER. Mas ouvi Baião de Quatro Toques ao vivo com a Mônica Salmaso e Toninho Ferraguti e gostei mais dessa versão, até porque ando meio viciado na Mônica. Vou ouvir esse disco da Jussara para ver o que acho. Quanto aos discos da Bethânia, não tive de ouvir direito, mas há coisas bem legais e outras nem tanto. Posso adiantar que não gostei, por exemplo, de História pro sinhozinho com ela. A música é pra cima e ela ralentou demais. Há momentos em que os textos são bem mais baixos que as músicas e a gente precisar aumentar o volume. Também continuo implicando com algumas regravações de seu próprio repertório, como O Tempo e o Rio. Sei da importância de ROSA DOS VENTOS mas talvez esteja excessiva tantas referências explícitas a este espetáculo, o que tem ocorrido sucessivamente há pelo menos dez anos desde Imitação da Vida.
Para completar com Jussara, A Dama do Cassino é realmente imbatível com ela. Espero que este disco esteja ainda melhor que o NOBREZA.
Flávio
Mauro tenho de concordar com o Marcos , o canto de Jussara
é infinitamente mais audivel que as interpretações ora " over " ora dramatica de Bethânia . Seus cds tem um capricho visto apenas nos grandes nomes da mpb e esse repertório nada tem a ver com os " museus " dos da irmã de Caetano . Vou até ser precipitado , pois não ouvi o cd de Jussara ainda , mas os de Bethânia você colocou ( ***** ) e os da Jussara com todos os elogios ( *** ) . Porquê ??
Desculpe Mauro , são 4 e não 3 !
JUSSARA E BETHANIA SAO MARAVILHOSAS!! PONTO!!
O repertório tá impecável e a voz de Jussara é porreta . Quero ouvir . E já que o colunista não se manca e insiste em citar Maria Bethânia em quase todos os postes também vou provocar ... esse cd me pareceu mais interessante
Adriana Calcanhotto e Ná Ozzetti na voz de Jussara ??? Vem coisa boa por aí !
Aos que questionam as estrelas, eu costumo conceituar um disco em perspectiva com a obra do artista em questão. Três estrelas significam bom e traduzem a impressão positiva em relação ao disco. Mas, particularmente, considero o repertório de Nobreza ligeiramente mais superior e coeso. Se dei quatro estrelas para nobreza, acho justo que esse leve três.
Quanto à citação de Bethânia, acho impossível não fazê-la, já que são duas cantoras identificadas com a Bahia que lançam - no mesmo mês - discos temáticos sobre o mar.
Jussara é uma das melhores cantoras brasileiras da atualidade. Pena que a própria mídia insista em enaltecer os eternos baluartes, sem dar espaço a talentos com Jussara.
Apesar do sotaque da Bahia , Jussara nada tem a ver com Bethânia . Sua linha segue mais a de Gal inclusive .
Não ouvi nem os Bethânia , nem o " Nobreza " muito menos esse novo de Jussara , mas farei assim que puder . Inedita de Calcanhotto e de Ná Ozzetti aí fica imperdivel !
Galera, não há dúvida que Jussara é uma cantora honesta mas sua distância da Maria Bethânia é de muitos oceanos. Comparação inclusive desnecessária porquê uma artista do porte da caçula de Canô, é uma por século.
Mais um CD da Jussara que vou conferir. E sua interpretação para A Dona do Cassino, lá atrás, é realmente deliciosa. Leve, fresca, cheia de charme, como sugere a canção.
Em águas vicinais, Jussara conduz com muita elegância sua caravela.
Bethânia navega em águas tranquilas e em mares bravios. Viajo com as duas, com o maior prazer.
Jussara tem porte. Não é excepcional mas canta gostoso e tem um repertório acima da média. Fico sempre curioso em ouvi-la.
Jussara tem coragem de mostrar um repertório novo, com compositores que fogem do óbvio...uma cantora talentosa, inteligente que vem traçando uma linda trajetória na música brasileira.
Bethânia tem 40 anos de estrada , é uma grande interprete e tudo mais ... mas Jussara é melhor do que ela . Isso é fato !
Até parece que o Mauro irá falara que o album de Jussara é melhor que o de Maria Bethânia ...
Jussara não é melhor que Bethânia . É muito melhor !
E papai noel existe, coelhinho de páscoa faz slept, slept, o lobo mau comeu a vovozinha e o bush é o messias prometido.
Ficamos assim, então.
jussara tá longe de ter o brilho de pop star de marisa monte.
Olá Mauro . cadê a foto da capa do cd de Jussara Silveira ???
Bethãnia tem voz e história,quem é mesmo essa jussara?
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