Baltar cresce quando pisa em 'terreiro' brejeiro
Resenha de CD
Título: Mariana Baltar
Artista: Mariana Baltar
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2
Grata revelação de 2006 ao lançar seu primeiro álbum (Uma Dama Também Quer se Divertir, Zambo Discos), Mariana Baltar confirma qualidades - em especial, a leveza e a brejeirice - em seu segundo disco, editado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de março de 2010. Mariana Baltar - o álbum produzido por Josimar Carneiro - transita bem entre o terreiro e o sertão. O terreiro já é evocado em Tia Eulália na Xiba (Claudio Jorges e Nei Lopes), o jongo que abre o disco em registro exemplar, pontuado pela mesma vivacidade com que Baltar revive o samba Uva de Caminhão (Assis Valente) e o choro Teco-Teco (Pereira da Costa e Milton Villela), sucesso de Ademilde Fonseca (em 1950) e de Gal Costa (em 1975). Aliás, Tia Eulália na Xiba, Uva de Caminhão e Teco-Teco - todas com abordagens tão boas ou ainda melhores do que as gravações anteriores - são os grandes destaques do álbum justamente porque são veículos perfeitos para a cantora mostrar a brejeirice de sua voz leve e sempre afinada. Já a terra nordestina é repisada por Baltar - filha de pernambucano que residiu em Recife (PE) por alguns anos - em Sertão do Vale, bom baião em que os compositores Zé Paulo Becker e Mauro Aguiar saúdam a obra do compositor maranhense João do Vale (1934 - 1996). Há também cheiro de terra em Maldita Cancela, toada de Délcio Carvalho e Osório Peixoto, descoberta por Baltar em disco do cantor Lucio Sanfilipo. De tonalidade rural, o belo tema é o grande achado de repertório que nunca patina no óbvio (tendo sido bem arranjado).
Entre o terreiro e o sertão, há temas urdidos no tempo lírico da delicadeza, como Canções de Menina, parceria de Thiago Amud com Pedro Moraes. A propósito, se há um problema no disco, é a aposta excessiva no repertório dos compositores novatos Edu Kneip e Thiago Amud, autores (sozinhos, em dupla ou com outros parceiros) de quatro das doze faixas. A questão é que músicas como a valsa Tudo à Toa (Edu Kneip e Mauro Aguiar), Quando a Esquina Bifurca - tema que Thiago Amud louva a Urca, bairro carioca onde nasceu e vive o compositor (e no qual Baltar também morou) - e Sonâmbulo (parceria de Kneip com Amud) são calmas demais e, alocadas próximas uma da outra no repertório, jogam o CD para baixo. Contudo, Mariana Baltar, o disco, retoma seu pique no fim, com Tanto Samba (parceria de Paulo César Pinheiro com seu filho, Julião Pinheiro) e com Jongo do Irmão Café (Wilson Moreira e Nei Lopes). O jongo fecha o álbum em grande estilo, fazendo link com Tia Eulália na Xiba e mostrando que nada parece ser gratuito na obra desta cantora carioca cheia de ginga e personalidade. A caprichada arte visual de Luis Monteiro - que incrementa o encarte com belas fotos de Carol de Hollanda que remetem ao evento folclórico Nego Fugido, tradição de Acupe, cidade do Recôncavo Baiano - exemplifica o apuro deste seguro segundo disco de Mariana Baltar. A dama leva a diversão a sério...
Título: Mariana Baltar
Artista: Mariana Baltar
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2
Grata revelação de 2006 ao lançar seu primeiro álbum (Uma Dama Também Quer se Divertir, Zambo Discos), Mariana Baltar confirma qualidades - em especial, a leveza e a brejeirice - em seu segundo disco, editado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de março de 2010. Mariana Baltar - o álbum produzido por Josimar Carneiro - transita bem entre o terreiro e o sertão. O terreiro já é evocado em Tia Eulália na Xiba (Claudio Jorges e Nei Lopes), o jongo que abre o disco em registro exemplar, pontuado pela mesma vivacidade com que Baltar revive o samba Uva de Caminhão (Assis Valente) e o choro Teco-Teco (Pereira da Costa e Milton Villela), sucesso de Ademilde Fonseca (em 1950) e de Gal Costa (em 1975). Aliás, Tia Eulália na Xiba, Uva de Caminhão e Teco-Teco - todas com abordagens tão boas ou ainda melhores do que as gravações anteriores - são os grandes destaques do álbum justamente porque são veículos perfeitos para a cantora mostrar a brejeirice de sua voz leve e sempre afinada. Já a terra nordestina é repisada por Baltar - filha de pernambucano que residiu em Recife (PE) por alguns anos - em Sertão do Vale, bom baião em que os compositores Zé Paulo Becker e Mauro Aguiar saúdam a obra do compositor maranhense João do Vale (1934 - 1996). Há também cheiro de terra em Maldita Cancela, toada de Délcio Carvalho e Osório Peixoto, descoberta por Baltar em disco do cantor Lucio Sanfilipo. De tonalidade rural, o belo tema é o grande achado de repertório que nunca patina no óbvio (tendo sido bem arranjado).
Entre o terreiro e o sertão, há temas urdidos no tempo lírico da delicadeza, como Canções de Menina, parceria de Thiago Amud com Pedro Moraes. A propósito, se há um problema no disco, é a aposta excessiva no repertório dos compositores novatos Edu Kneip e Thiago Amud, autores (sozinhos, em dupla ou com outros parceiros) de quatro das doze faixas. A questão é que músicas como a valsa Tudo à Toa (Edu Kneip e Mauro Aguiar), Quando a Esquina Bifurca - tema que Thiago Amud louva a Urca, bairro carioca onde nasceu e vive o compositor (e no qual Baltar também morou) - e Sonâmbulo (parceria de Kneip com Amud) são calmas demais e, alocadas próximas uma da outra no repertório, jogam o CD para baixo. Contudo, Mariana Baltar, o disco, retoma seu pique no fim, com Tanto Samba (parceria de Paulo César Pinheiro com seu filho, Julião Pinheiro) e com Jongo do Irmão Café (Wilson Moreira e Nei Lopes). O jongo fecha o álbum em grande estilo, fazendo link com Tia Eulália na Xiba e mostrando que nada parece ser gratuito na obra desta cantora carioca cheia de ginga e personalidade. A caprichada arte visual de Luis Monteiro - que incrementa o encarte com belas fotos de Carol de Hollanda que remetem ao evento folclórico Nego Fugido, tradição de Acupe, cidade do Recôncavo Baiano - exemplifica o apuro deste seguro segundo disco de Mariana Baltar. A dama leva a diversão a sério...
29 Comments:
Grata revelação de 2006 ao lançar seu primeiro álbum (Uma Dama Também Quer se Divertir, Zambo Discos), Mariana Baltar confirma qualidades - em especial, a leveza e a brejeirice - em seu segundo disco, editado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de março de 2010. Mariana Baltar - o álbum produzido por Josimar Carneiro - transita bem entre o terreiro e o sertão. O terreiro já é evocado em Tia Eulália na Xiba (Claudio Jorges e Nei Lopes), o jongo que abre o disco em registro exemplar, pontuado pela mesma vivacidade com que Baltar revive o samba Uva de Caminhão (Assis Valente) e o choro Teco-Teco (Pereira da Costa e Milton Villela), sucesso de Ademilde Fonseca (em 1950) e de Gal Costa (em 1975). Aliás, Tia Eulália na Xiba, Uva de Caminhão e Teco-Teco - todas com abordagens tão boas ou ainda melhores do que as gravações anteriores - são os grandes destaques do álbum justamente porque são veículos perfeitos para a cantora mostrar a brejeirice de sua voz leve e sempre afinada. Já a terra nordestina é repisada por Baltar - filha de pernambucano que residiu em Recife (PE) por alguns anos - em Sertão do Vale, bom baião em que os compositores Zé Paulo Becker e Mauro Aguiar saúdam a obra do compositor maranhense João do Vale (1934 - 1996). Há também cheiro de terra em Maldita Cancela, toada de Délcio Carvalho e Osório Peixoto, descoberta por Baltar em disco do cantor Lucio Sanfilipo. De tonalidade rural, o belo tema é o grande achado de repertório que nunca patina no óbvio (tendo sido bem arranjado).
Entre o terreiro e o sertão, há temas urdidos no tempo lírico da delicadeza, como Canções de Menina, parceria de Thiago Amud com Pedro Moraes. A propósito, se há um problema no disco, é a aposta excessiva no repertório dos compositores novatos Edu Kneip e Thiago Amud, autores (sozinhos, em dupla ou com outros parceiros) de quatro das doze faixas. A questão é que músicas como a valsa Tudo à Toa (Edu Kneip e Mauro Aguiar), Quando a Esquina Bifurca - tema que Thiago Amud louva a Urca, bairro carioca onde nasceu e vive o compositor (e no qual Baltar também morou) - e Sonâmbulo (parceria de Kneip com Amud) são calmas demais e, alocadas próximas uma da outra no repertório, jogam o CD para baixo. Contudo, Mariana Baltar, o disco, retoma seu pique no fim, com Tanto Samba (parceria de Paulo César Pinheiro com seu filho, Julião Pinheiro) e com Jongo do Irmão Café (Wilson Moreira e Nei Lopes). O jongo fecha o álbum em grande estilo, fazendo link com Tia Eulália na Xiba e mostrando que nada parece ser gratuito na obra desta cantora carioca cheia de ginga e personalidade. A caprichada arte visual de Luis Monteiro - que incrementa o encarte com belas fotos de Carol de Hollanda que remetem ao evento folclórico Nego Fugido, tradição de Acupe, cidade do Recôncavo Baiano - exemplifica o apuro deste seguro segundo disco de Mariana Baltar. A dama leva a diversão a sério...
Bom, lendo a sinopse a mim por enquanto não seduziu. O primeiro disco é excelente e as únicas coisas que me chamaram atenção de início são as regravações de duas músicas do repertório de Roberto Ribeiro (Jongo do irmão café e Tia Eulália na xiba).
Espero estar errado e pelo visto o samba está começando a ficar em baixa na mente dessa gente de pouca expressão e pouca preocupação em resgatar ou buscar outros rumos dentro do ritmo (nem me refiro a Mariana que tem uma bela voz e mostrou muita personalidade na estréia discográfica). Abs e sorte,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Amo o "Uma dama também quer..." mas fiquei um pouco decepcionada com esse CD.
Mariana canta muito bem e, sem dúvida, tem personalidade e critério mas, com exceção das primeiras e últimas faixas, o disco é bem chato...
Super pena!
Oi, Marcelo
Desculpe discordar de você. Eu adoro samba, mas sou contra a "ditadura do samba", termo criado por mim. Principalmente no momento mercadológico atual em que já virou obrigação se gravar samba, sejam artistas novatos, sejam artistas consagrados, principalmente se forem regravações de sambas manjadérrimos.
Discordando do Mauro também, sou contra também a "ditatura da diversão", termo também criado por mim, segundo a qual o artista tem que entreter seus ouvintes, cantando sempre músicas que "joguem para cima".
Enfim, qual o problema em não se cantar samba e em se cantar músicas lentas?
Acho que o artista tem que ousar, sempre.
abração,
Denilson
Sem problemas, meu caro! Estamos aqui para debater. Mas me incomoda bastante o gravar pelo simples ato de gravar...
Vou gravar samba porque é o que está na crista, é o que as gravadoras estão apostando; e na maioria dos casos nem sequer tem alguma identificação com o ritmo, sei lá, soa falso.
Como diria Candeia: "Pra cantar samba se precisa muito mais. Samba é lamento, é sofrimento, é fuga dos meus ais."
Abração,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Adoro M. Baltar, seu primeiro disco e show são maravilhosos de brejeirice e leveza- seu show tem uma delicadeza e antologia que remete ao Rio antigo sem ser saudosista, tudo de acordo com um roteiro perfeito , uma presença cênica única( como Mariana sabe dançar gafieira) e um show de músicos.
Isso foi tudo que ví, tõ curioso por esse novo disco que ainda não ouvi e nem ví o show , que já estreou por aqui no posto 8. Acho que vou gostar , pois MB sabe muito dosar essa coisa de samba pra cima e temas menos afetados , como valsas. Acho M. , com sua bela voz pode cantar o quiser, e eu vou gostar, comprarei e ouvirei com prazer.
Beijos!!!!!!!!!!
Meu caro Marcelo,
É exatamente isso que penso. Se é algo verdadeiro e sincero, quero mais é que mais artistas cantem e gravem muitos sambas.
Mas infelizmente a falsidade é o que vem imperando, na minha opinião.
"Sambista não tem valor
Nesta terra de doutor
E seu doutor
O meu pai tinha razão
Vejo um samba ser vendido
E o sambista esquecido,
O seu verdadeiro autor" (uma letra tão antiga, mas tão atual...)
abração,
Denilson
Pessoal,
Convido todos vocês para assitirem o show de lançamento da Mariana Baltar no teatro Rival no dia 16/03( terça-feira).
Um abraço,
Marcella Linhares
Oi, gente,
Lançar um novo trabalho é sempre um desafio, pelo menos pra mim, e a ansiedade de ouvir opiniões e ler críticas e comentários é grande.
Acredito que o CD seja uma espécie de carteira de identidade do artista. "Uma dama também quer se divertir" foi minha primeira carteira. De lá pra cá, meu "retrato de artista" sofreu transformações. E que bom que a gente possa se reinventar...
O samba terá sempre um lugar de honra no meu trabalho por conta de toda a minha trajetória, mas quero ter a possibilidade de passear pelo universo da música popular brasileira.
Respeito toda e qualquer crítica e sei que muitas pessoas podem ficar surpresas com a diversidade do repertório do novo CD, por exemplo. Já que resolvi "ousar", preciso estar pronta pro que der e vier!
E agora posso deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquila porque - independentemente das críticas (positivas ou não) - tenho extremo orgulho do meu novo "filhote", que leva meu nome, porque a assinatura é legítima. Essa é a minha carteira de identidade de 2010.
Mauro, obrigada pelo espaço democrático que seu blog nos proporciona.
Boa noite a todos,
Mariana Baltar
Parabéns, Mariana, pela iniciativa de responder tão lucida e educadamente aos comentários desse post.
abração,
Denilson Santos
Mariana elegante no cantar e no escrever. Muito digna.
Quanto aos que "não ouviram e não gostaram" sugiro abrirem um pouco as janelas, portas, olhos, cabeça e coração. Já tá virando razinzisse (se é que existe o vocábulo) reclamar de algo que não se conhece somente a partir do que leu. Personalidade Já!
Parabéns Mariana Baltar.
se ninguém ousa, tudo fica na mesmice.
Aqui estou eu de novo, de antenas voltadas para o futuro, sem deixar de reverenciar o passado.
Uma das minhas metas ao gravar o Cd era justamente a de incluir canções inéditas no repertório e me lancei nesse desafio. Concordo com a turma que investe na ousadia. E ousar não significa necessariamente estar cercada de aparatos eletrônicos, por exemplo (nada contra, mas essa não é a minha praia). Há quem ouse a partir de uma formação tradicional, usando apenas instrumentos acústicos. Acredito profundamente na qualidade da "caneta" dos arranjadores do CD.
Para quem não ouviu, tem samba, choro, baião, jongo, valsa, canção... E apesar da diversidade de gêneros, acredito que a sonoridade elaborada para o CD cria uma "liga" e dá unidade ao trabalho.
E vamo-que-vamo!
Boa noite,
Mariana Baltar
Mauro,
Não me referi a Mariana, até porque elogiei o primeiro disco. Só comentei a tendência dos que entram no mercado com o rótulo, a meu ver equivocado, de novas sambistas.
Não vou nem me dar ao trabalho de responder ao Sr. acima sobre a questão de ser ou não ranzinza.
Li e tirei as minhas conclusões, qual é o problema? Como EU particularmente gosto MUITO de samba, confesso que não me animei e muito menos me empolguei para comprar o novo cd. Perto do primeiro, o tipo de repertório não me seduz. Respeitem a opinião alheia.
Tenho e gosto muito do primeiro, porém o segundo dependerá dessas regravações para EU fazer a aquisição. Quanto ao comentário da Mariana ter sido elegante, confesso que não me surpreendeu, até porque não foi dito nada demais. Abs,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Mariana,
Que bom saber que vc é leitora do blog e pode, de alguma forma, dialogar com pessoas que admiram seu trabalho. "Um dama tbm quer..." é um ótimo cd, indiquei a várias pessoas. Vc fez a melhor leitura de um samba super-regravado que é "Pressentimento", por momentos como este q vc nos proporcionou é que acredito que se deve sim revisitar clássicos. Ainda não ouvi o novo, mas com certeza comprarei e ouvirei. Não sabia de sua origem meio-nordestina-pernambucana. Fica a expectativa de vc gravar um frevinho para nós, então...!!!
Sucesso!!!
Já escutei algumas faixas deste novo trabalho da Mariana e, amei tudo que ouvi.Arranjos lindos e sua voz doce e afinada é uma delícia para ouvir.Gosto muito do primeiro trabalho dela e além de maravilhosa cantora, a Mariana também dança divinamente, entao no palco é muito bom de ver e ouvir.Só posso desejar que o cd venda bastante e que muitas outras pessoas possam opinar.
Oi, Lurian,
Sou realmente leitora do blog do Mauro e quando li os primeiros comentários tive vontade de escrever e não pensei duas vezes!
Quanto ao samba, ele tem e sempre terá um lugar de honra na minha vida não só pelo gosto musical mas por tudo que vivi na dança. Foram dezenas de coreografias ao som de choros e muitos anos frequentando gafieiras e bailes do subúrbio carioca. Ai, deu uma saudade...
Fico muito lisonjeada com o elogio à gravação de "Pressentimento". E quanto às raízes nordestinas muito fortes (o sobrenome Baltar é de lá), tô doida pra gravar uns frevos! Fica pra próxima...
Wilma, acabo de preparar uma coreografia para o show do Rival. Dessa vez vou dançar sozinha ao som de "Aguenta, seu Fulgêncio" (Jacob do Bandolim). Aliás, toda a movimentação do show tem sido muito trabalhada. Isso faz parte da minha vida, não tem jeito... Comecei a dançar aos 3 anos de idade e confesso que tenho ficado horas a fio cantando e dançando na frente do espelho exatamente como fazia como era pequena. Tem dado resultado e eu tenho me divertido um bocado! Assim alivio um pouco a tensão de lançar o novo trabalho.
Um bom dia a todos,
Mariana Baltar
Todas querem ser Clara Nunes....
Coitadinhas!
Deixa eu tentar entender, Uma dama quer se divertir então foi a primeira carteira de identidade,mas só agora a assinatura é legítima?
Prezado Anônimo,
Minha assinatura sempre foi legítima. Ocorre que em "Uma dama também quer se divertir" havia uma temática que envolvia gafieira, Praça Tiradentes e etc e resolvi pescar uma frase de "Samba da zona" (Joyce) para dar nome ao CD.
Já em "Mariana Baltar", a temática sou eu mesma. É o meu retrato como artista hoje.
Mudando de assunto...
Sobre "querer ser Clara Nunes", também sinto muita pena de toda e qualquer cantora que insista nessa tentativa porque isso é absolutamente impossível.
Salve Clara Nunes! Que ela seja uma inspiração (isso sim) pra todos nós.
Mariana Baltar
Oi, pessoal.
aproveito para deixar o registro aqui de um admirador de Mariana Baltar. Acompanho a cantora desde suas noites de estreia no Centro Cultural Carioca, com a casa ainda vazia - que foi se enchendo graças ao talento que escorria daquele palco e ao boca-a-boca. O CCC ficou pequeno para a moça. Não havia mais espaço nas últimas noites para ouvir Mariana. Quando a cantora lançou seu primeiro cd, houve certa apreensão: mais uma cantora da lapa? como ela se sairia em estúdio? ousaria no repertório e nos arranjos? Pois bem, Uma Dama Também quer se Divertir é um belíssimo disco, mas que fica na zona de conforto. Adoro o trabalho da Mariana e vejo que agora, com o álbum que leva seu nome, a moça realmente está querendo se divertir. Investiu num repertório que foge do óbvio. Se arrisca. Se expõe. E, obviamente, se mostra mais bonita. Abrir seu cd para esses compositores novos é um gesto de muita generosidade, além de corajoso. E, ainda não vi ninguém falar sobre os arranjos. sobre as conversas das cordas com a percussão. sobre os timbres encontrados. sobre as soluções apontadas pelo Josimar Carneiro. Prestando atenção somente nas melodias, acabamos ficando um pouco obtusos e nos esquecemos de todo o resto que constrói uma canção.
Mariana imprime sua marca com todo vigor que a MPB merece. Assina coerentemente seu segundo trabalho e nos dá pistas do rumo que irá tomar. Continuarei seguindo seus passos e sua voz, como que encantado pelo flautista de Hamelin.
PS: aqui vai apenas uma correção, Mauro. A direção de arte é assinada pela Karla Pê e pelo Cisko Diz. O Luiz monteiro é o designer. Ao menos é isso que diz o belo encarte.
Mas cabem no Centro Cultural Carioca,se muito,300 pessoas ...
bem, anônimo, não me referia ao espaço físico. abs
Será que eu também entendi errado o que o anônimo das 19:10 escreveu Paulo ?
" Acompanho a cantora desde suas noites de estreia no Centro Cultural Carioca, com a casa ainda vazia - que foi se enchendo graças ao talento que escorria daquele palco e ao boca-a-boca. O CCC ficou pequeno para a moça. Não havia mais espaço nas últimas noites para ouvir Mariana. "
Aliás, o CCC é uma charme mas quando lota fica insuportável de tão desconfortante!
Bem...
Eu acompanho de longe a carreira da Mariana Baltar e sempre a associei ao samba e à Lapa carioca, o que me parecia ser mais do mesmo.
Fico feliz de a ver ousando e trilhando outros caminhos musicais, emprestando sua bela voz a novos compositores, como os fantásticos Edu Kneip e Thiago Amud.
Tomara que o disco tenha o reconhecimento e o sucesso que ela merece, fazendo com que outras casas de espetáculo e outros públicos abram suas portas para a receber.
abração,
Denilson Santos
Mariana vc é ótima.
O resto é intriga da oposição! E ponto!
Este comentário foi removido pelo autor.
Alô, muito boa tarde Senhoras e Senhores comentaristas deste glorioso blog.
Não quero entrar na polêmica da "Ditadura do Samba", embora concorde com quem diz que ela existe.
O que quero dizer é que, só quem trabalha com arte (sem aspas), e procura colocar a sua verdade no trabalho que faz, é que sabe da luta e dos sacrifícios necessários para seguir nessa profissão.
Tive o prazer de conhecer e trabalhar com essa cantora (e pessoa) incrível que é Mariana Baltar e virei profundo admirador de tudo que ela produz.
O fato é que Mariana está fazendo o mais difícil para uma cantora em sua posição: está deixando de lado as facilidades de ter a verdade do samba em suas veias e está indo atrás das outras verdades que também fazem parte de sua arte. Isso é ser muito corajosa. Isso é ser, acima de tudo, muito artista.
Salve Mariana Baltar
Um beijo carinhoso a todos
Edu Kneip
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