20 de janeiro de 2010

Calixto cresce em cena com sua presença vivaz

Resenha de Show
Título: Aline Calixto
Artista: Aline Calixto (em fotos de Mauro Ferreira)
Participações especiais: Renegado e Wilson Moreira
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 19 de janeiro de 2010
Cotação: * * * 1/2
"Que coreografia!!!", exclamou, feliz e espontâneo, o bamba Wilson Moreira tão logo entrou no palco do Teatro Rival, convocado por Aline Calixto, a dona do show. O elogio do compositor não foi mera rasgação de seda diante da anfitriã. Com ótima presença cênica, a cantora cresce no palco com seu gingado e sua voz vivaz, valorizando o repertório inédito de seu primeiro CD, lançado em 2009 pela Warner Music. Ao vivo, sambas como Rainha das Águas (Douglas Couto e Rodrigo Santiago) ganham luminosidade. Luz forte que emanou também da presença majestosa de Wilson Moreira, que fez reluzir pérolas do pagode como Quintal do Céu (parceria de Moreira com Jorge Aragão) e Banho de Felicidade (parceria do compositor com Adalto Magalha). Na sequência, já em dueto com Aline, Moreira entrou no ritmo do partido mais alto (marcado com as palmas da platéia) em Formiga Miúda, fechando sua participação - a pedido do público - com um quarto número, Uma Só Voz (Edu Krieger), não previsto no roteiro. Também não prevista, a participação do rapper mineiro Renegado - de quem Calixto cantara o samba Faz o Seguinte - valorizou ainda mais a apresentação dessa cantora nascida no Rio de Janeiro (RJ), mas criada em Minas Gerais. Meu Canto - em que Renegado e Calixto alternaram a batida do rap com a cadência do samba - foi um dos números mais empolgantes do show. Renegado teve desenvoltura.
Escorada numa afiada banda mineira, como caracterizou Wilson Moreira, Calixto foi crescendo em cena à medida que o show avançou. No início, sambas como Tudo que Sou (Toninho Geraes e Toninho Nascimento) e Enfeitiçado (Affonsinho) sinalizaram uma apresentação apenas correta, mas essa impressão foi se diluindo aos poucos. Entre o toque baiano do ijexá (Oxossi, de Roque Ferreira) e a nobre pegada melódica dos bambas cariocas (Retrato da Desilusão, de Monarco e Mauro Diniz), Calixto transita na ponte Rio-Bahia sem esquecer de passar pela trilha mineira. Promessado (Noriel Vilela) e Samba de Dois-Dois (Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro), por exemplo, são temperados pela banda com pitadas rurais que evocam o som das Geraes. Por mais que faça incursões meramente regulares pelos repertórios de Chico Buarque (A Volta do Malandro) e Martinho da Vila (Quem É do Mar Não Enjoa), Calixto em cena se revela intérprete promissora. A vivacidade com que encara o ritmo veloz de Cara de Jiló (parceria da artista com Juliano Buteco) atesta segurança. Mesmo sem ter um timbre especialmente original, ela segura a atenção do público. Nem tanto no disco, mas, sobretudo, no seu (bom) show.

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

"Que coreografia!!!", exclamou, feliz e espontâneo, o bamba Wilson Moreira tão logo entrou no palco do Teatro Rival, convocado por Aline Calixto, a dona do show. O elogio do compositor não foi mera rasgação de seda diante da anfitriã. Com ótima presença cênica, a cantora cresce no palco com seu gingado e sua voz vivaz, valorizando o repertório inédito de seu primeiro CD, lançado em 2009 pela Warner Music. Ao vivo, sambas como Rainha das Águas (Douglas Couto e Rodrigo Santiago) ganham luminosidade. Luz forte que emanou também da presença majestosa de Wilson Moreira, que fez reluzir pérolas do pagode como Quintal do Céu (parceria de Moreira com Jorge Aragão) e Banho de Felicidade (parceria do compositor com Adalto Magalha). Na sequência, já em dueto com Aline, Moreira entrou no ritmo do partido mais alto (marcado com as palmas da platéia) em Formiga Miúda, fechando sua participação - a pedido do público - com um quarto número, Uma Só Voz (Edu Krieger), não previsto no roteiro. Também não prevista, a participação do rapper mineiro Renegado - de quem Calixto cantara o samba Faz o Seguinte - valorizou ainda mais a apresentação dessa cantora nascida no Rio de Janeiro (RJ), mas criada em Minas Gerais. Meu Canto - em que Renegado e Calixto alternaram a batida do rap com a cadência do samba - foi um dos números mais empolgantes do show. Renegado teve desenvoltura.
Escorada numa afiada banda mineira, como caracterizou Wilson Moreira, Calixto foi crescendo em cena à medida que o show avançou. No início, sambas como Tudo que Sou (Toninho Geraes e Toninho Nascimento) e Enfeitiçado (Affonsinho) sinalizaram uma apresentação apenas correta, mas essa impressão foi se diluindo aos poucos. Entre o toque baiano do ijexá (Oxossi, de Roque Ferreira) e a nobre pegada melódica dos bambas cariocas (Retrato da Desilusão, de Monarco e Mauro Diniz), Calixto transita na ponte Rio-Bahia sem esquecer de passar pela trilha mineira. Promessado (Noriel Vilela) e Samba de Dois-Dois (Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro), por exemplo, são temperados pela banda com pitadas rurais que evocam o som das Geraes. Por mais que faça incursões meramente regulares pelos repertórios de Chico Buarque (A Volta do Malandro) e Martinho da Vila (Quem É do Mar Não Enjoa), Calixto em cena se revela intérprete promissora. A vivacidade com que encara o ritmo veloz de Cara de Jiló (parceria da artista com Juliano Buteco) atesta segurança. Mesmo sem ter um timbre especialmente original, ela segura a atenção do público. Nem tanto no disco, mas, sobretudo, no seu (bom) show.

20 de janeiro de 2010 às 15:48  
Anonymous Anônimo said...

Salve , Salve , Salve !!!!!!!!!!!!

Que bom ver nossa boa música brasileira em evidência na VOZ das novas cantoras. Todo o sucesso pra Aline , nossa BOA música merece.

21 de janeiro de 2010 às 14:31  

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