Burnett faz Jakob brilhar (à sombra de Dylan...)
Resenha de CD
Título: Women + Country
Artista: Jakob Dylan
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2
Título: Women + Country
Artista: Jakob Dylan
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2
Impossível ouvir Women + Country sem associar Jakob Dylan ao seu pai, um tal de Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como Bob Dylan. Até porque Jakob transita neste segundo disco solo por universo musical similar ao do pai. Contudo, há brilho em suas incursões pelo country, pelo folk e (eventualmente) pelo blues. Mérito de T Bone Burnett, o produtor que formata bem a boa safra de inéditas do sucessor de Seeing Things (2008) em atmosfera facilmente reconhecível pelos consumidores dos álbuns de Bob. Além de ter intimidade com tais gêneros, Burnett já trabalhou com Jakob, tendo pilotado um dos álbuns da banda, Wallflowers, com a qual o artista debutou no mercado fonográfico no início dos anos 90 (a banda resistiu até 2006). Embora a voz de Jakob soe menos fanhosa do que a de seu pai, ela não deixa de remeter quase instantaneamente ao canto de Bob. Seja como for, há inspiração e beleza no repertório, cujo maior destaque é a balada Nothing But the Whole Wide World. A imersão no mundo country salta aos ouvidos na arquitetura instrumental construída para temas como They've Trapped us Boys. Gêneros à parte, várias faixas são adornadas pelos vocais de Neko Case e Kelly Hogan entre sopros e cordas. Cerejas num bolo que não procura enfeitar os Estados Unidos. Como Bob Dylan (só que - claro - sem a maestria do pai), Jakob diagnostica em suas letras o estado de seu país. E tal diagnóstico aponta morte e sofrimento - como ele relata em versos de temas como Everybody's Hurting e Holy Rollers for Love. "Que rumo estamos tomando?", questiona no verso inicial de Standing Eight Count, o tema que encerra um álbum cheio de méritos, ainda que muitos hão de continuar identificando Jakob como mero clone de Bob porque, sim, a sombra deste paira, de forma inevitável, sobre as 11 músicas deste Women + Country.
2 Comments:
Impossível ouvir Women + Country sem associar Jakob Dylan ao seu pai, um tal de Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como Bob Dylan. Até porque Jakob transita neste segundo disco solo por universo musical similar ao do pai. Contudo, há brilho em suas incursões pelo country, pelo folk e (eventualmente) pelo blues. Mérito de T Bone Burnett, o produtor que formata bem a boa safra de inéditas do sucessor de Seeing Things (2008) em atmosfera facilmente reconhecível pelos consumidores dos álbuns de Bob. Além de ter intimidade com tais gêneros, Burnett já trabalhou com Jakob, tendo pilotado um dos álbuns da banda, Wallflowers, com a qual o artista debutou no mercado fonográfico no início dos anos 90 (a banda resistiu até 2006). Embora a voz de Jakob soe menos fanhosa do que a de seu pai, ela não deixa de remeter quase instantaneamente ao canto de Bob. Seja como for, há inspiração e beleza no repertório, cujo maior destaque é a balada Nothing But the Whole Wide World. A imersão no mundo country salta aos ouvidos na arquitetura instrumental construída para temas como They've Trapped us Boys. Gêneros à parte, várias faixas são adornadas pelos vocais de Neko Case e Kelly Hogan entre sopros e cordas. Cerejas num bolo que não procura enfeitar os Estados Unidos. Como Bob Dylan (só que - claro - sem a maestria do pai), Jakob diagnostica em suas letras o estado de seu país. E tal diagnóstico aponta morte e sofrimento - como ele relata em versos de temas como Everybody's Hurting e Holy Rollers for Love. "Que rumo estamos tomando?", questiona no verso inicial de Standing Eight Count, o tema que encerra um álbum cheio de méritos, ainda que muitos hão de continuar identificando Jakob como mero clone de Bob porque, sim, a sombra deste paira, de forma inevitável, sobre as 11 músicas deste Women + Country.
Não entendo as gravadoras brasileiras (ou finjo que não entendo).
Porque o disco anterior, 1° solo, do Jacob - Seeing Things (2008) - foi ignorado pela Sony brasileira?
Baseado em que eles classificam que aquele cd, deste artista, não deve sair no Brasil, mas este segundo solo sim?
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