Com pouco fôlego, Chuck Berry se vale do mito
Resenha de Show
Título: Chuck Berry Tour
Artista: Chuck Berry (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 12 de maio de 2010
Cotação: * * 1/2
Título: Chuck Berry Tour
Artista: Chuck Berry (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 12 de maio de 2010
Cotação: * * 1/2
Um dos pais do rock, Chuck Berry faz jus ao status de lenda. Talvez por isso mesmo, o seminal cantor, compositor e guitarrista norte-americano tenha se escorado em sua figura já mitológica no show irregular que fez na casa Vivo Rio (RJ) na noite de 12 de maio de 2010. Mesmo tocando mal sua Gibson, guitarra que vez por outra ele transformava num instrumento de percussão, Berry contagiou a maior parte do público, que pouco se importou com o fato de estar vendo uma espécie de clone do artista. Que já entrou em cena mal-humorado, impedindo os fotógrafos de registrar sua performance carioca. Contudo, aos poucos, Berry foi se soltando. E o show, que começou com pontualidade britânica, terminou em clima festivo, com mulheres sendo convidadas pelo astro já octagenário a subir ao palco para enfeitar a caótica jam que encerrou o show. "É bom estar de volta", disse Berry, aos 83 anos, um pouco antes de recorrer ao seu habitual truque para povoar o palco com figuras femininas. Para quem nunca viu o mito em cena, caso deste crítico, a sensação é de testemunhar um acontecimento histórico. Afinal, mesmo acomodado, quase burocrático, Berry desfia um rosário de pérolas como Rock and Roll Music, Roll Over Beethoven e Johnny B. Goode - esta com seu refrão acompanhado em coro no que foi o momento mais entusiástico da noite. Se a voz já exibe pouco fôlego, o som baixo do microfone - sobretudo no início - acentuou a perda da potência vocal do mestre. Entre rock e blues, como I Need You Baby, Berry rebobinou clássicos como Sweet Little Rock’n’Roller e My Ding-A-Ling. É fato que o show poderia ter sido bem melhor se o mito não tivesse ligado o piloto automático. Mesmo assim, teve seu valor por ser de Chuck Berry.
1 Comments:
Mauro, é a primeira vez que eu vejo você se referir a si mesmo num texto.
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