Yamandú e Valter irmanam cordas no belo 'YV'
Resenha de CD
Título: YV
Artistas: Yamandú
Costa & Walter Silva
Gravadora: MP,B
/ Universal Musical
Cotação: * * * * *
Em 2004, no aniversário de Marcello Gonçalves, exímio violonista do Trio Madeira Brasil, dois ases do violão de 7 cordas - Yamandú Costa e Valter Silva, que se conheciam naquela ocasião - roubaram a cena ao se irmanarem em set informal que concentrou as atenções dos convidados da festa. Encantado com o encontro que descreveu como mágico, Gonçalves decidiu assumir o papel de produtor para reproduzir tal irmandade num disco de estúdio. Seis anos depois daquela reunião seminal, o CD - YV - chega ao mercado pelo selo Maior Prazer, Brasil (MP,B), com distribuição da Universal Music. E o resultado é irretocável. Yamandú e Valter terçam em harmonia as 14 cordas de seus violões ao transitar por seleto repertório colhido no mundo do samba e do choro. Tal seleção não evita os clássicos - casos de Mistura e Manda (Nelson Alves) e Rosa Morena (Dorival Caymmi) - ao mesmo tempo em que permite que Yamandú e Valter ponham sua técnica precisa a serviço de temas menos batidos como Os Cinco Companheiros (Pixinguinha), abordado com lirismo emotivo que não empana o rigor estilístico dos dois violonistas. Lirismo que transparece também em Caprichos do Destino (Pedro Caetano e Claudionor Cruz) e em Tua Imagem (Canhoto da Paraíba). Ao lado de Valter, violonista projetado ainda na era do rádio, Yamandú toca com menor dose de frenesi - o que contribui muito para a perfeição do resultado final. O terno clima seresteiro que pontua Uma Noite no Sumaré (Esmeraldino Salles e Orlando Silveira), entre outros temas, atesta o raro entrosamento de Valter com Yamandú. E a maestria de ambos no manejo individual das sete cordas de seus violões. Juntos, Yamandú e Valter - que já contabilizam 30 e 70 anos de vida, respectivamente - aproximam gerações enquanto reverenciam outros ases do violão como Dilermando Reis (1916 - 1977), autor de dois (Tempo de Criança e Magoado) dos 13 temas deste irretocável YV. O bordado tecido pelas cordas de Yamandú Costa e Valter Silva nessas melodias - com toques alternados de delicadeza e brejeirice - é coisa fina. YV é um dos discos de 2010.
Título: YV
Artistas: Yamandú
Costa & Walter Silva
Gravadora: MP,B
/ Universal Musical
Cotação: * * * * *
Em 2004, no aniversário de Marcello Gonçalves, exímio violonista do Trio Madeira Brasil, dois ases do violão de 7 cordas - Yamandú Costa e Valter Silva, que se conheciam naquela ocasião - roubaram a cena ao se irmanarem em set informal que concentrou as atenções dos convidados da festa. Encantado com o encontro que descreveu como mágico, Gonçalves decidiu assumir o papel de produtor para reproduzir tal irmandade num disco de estúdio. Seis anos depois daquela reunião seminal, o CD - YV - chega ao mercado pelo selo Maior Prazer, Brasil (MP,B), com distribuição da Universal Music. E o resultado é irretocável. Yamandú e Valter terçam em harmonia as 14 cordas de seus violões ao transitar por seleto repertório colhido no mundo do samba e do choro. Tal seleção não evita os clássicos - casos de Mistura e Manda (Nelson Alves) e Rosa Morena (Dorival Caymmi) - ao mesmo tempo em que permite que Yamandú e Valter ponham sua técnica precisa a serviço de temas menos batidos como Os Cinco Companheiros (Pixinguinha), abordado com lirismo emotivo que não empana o rigor estilístico dos dois violonistas. Lirismo que transparece também em Caprichos do Destino (Pedro Caetano e Claudionor Cruz) e em Tua Imagem (Canhoto da Paraíba). Ao lado de Valter, violonista projetado ainda na era do rádio, Yamandú toca com menor dose de frenesi - o que contribui muito para a perfeição do resultado final. O terno clima seresteiro que pontua Uma Noite no Sumaré (Esmeraldino Salles e Orlando Silveira), entre outros temas, atesta o raro entrosamento de Valter com Yamandú. E a maestria de ambos no manejo individual das sete cordas de seus violões. Juntos, Yamandú e Valter - que já contabilizam 30 e 70 anos de vida, respectivamente - aproximam gerações enquanto reverenciam outros ases do violão como Dilermando Reis (1916 - 1977), autor de dois (Tempo de Criança e Magoado) dos 13 temas deste irretocável YV. O bordado tecido pelas cordas de Yamandú Costa e Valter Silva nessas melodias - com toques alternados de delicadeza e brejeirice - é coisa fina. YV é um dos discos de 2010.
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Em 2004, no aniversário de Marcello Gonçalves, exímio violonista do Trio Madeira Brasil, dois ases do violão de 7 cordas - Yamandú Costa e Valter Silva, que se conheciam naquela ocasião - roubaram a cena ao se irmanarem em set informal que concentrou as atenções dos convidados da festa. Encantado com o encontro que descreveu como mágico, Gonçalves decidiu assumir o papel de produtor para reproduzir tal irmandade num disco de estúdio. Seis anos depois daquela reunião seminal, o CD - YV - chega ao mercado pelo selo Maior Prazer, Brasil (MP,B), com distribuição da Universal Music. E o resultado é irretocável. Yamandú e Valter terçam em harmonia as 14 cordas de seus violões ao transitar por seleto repertório colhido no mundo do samba e do choro. Tal seleção não evita os clássicos - casos de Mistura e Manda (Nelson Alves) e Rosa Morena (Dorival Caymmi) - ao mesmo tempo em que permite que Yamandú e Valter ponham sua técnica precisa a serviço de temas menos batidos como Os Cinco Companheiros (Pixinguinha), abordado com lirismo emotivo que não empana o rigor estilístico dos dois violonistas. Lirismo que transparece também em Caprichos do Destino (Pedro Caetano e Claudionor Cruz) e em Tua Imagem (Canhoto da Paraíba). Ao lado de Valter, violonista projetado ainda na era do rádio, Yamandú toca com menor dose de frenesi - o que contribui muito para a perfeição do resultado final. O terno clima seresteiro que pontua Uma Noite no Sumaré (Esmeraldino Salles e Orlando Silveira), entre outros temas, atesta o raro entrosamento de Valter com Yamandú. E a maestria de ambos no manejo individual das sete cordas de seus violões. Juntos, Yamandú e Valter - que já contabilizam 30 e 70 anos de vida, respectivamente - aproximam gerações enquanto reverenciam outros ases do violão como Dilermando Reis (1916 - 1977), autor de dois (Tempo de Criança e Magoado) dos 13 temas deste irretocável YV. O bordado tecido pelas cordas de Yamandú Costa e Valter Silva nessas melodias - com toques alternados de delicadeza e brejeirice - é coisa fina. YV é um dos discos de 2010.
Muito bom o disco. Vale a pena ver também o encontro de Yamandu com Guto Wirtti: o disco deve sair no fim deste ano, mas uma prévia deste repertório pode ser vista em www.youtube.com/doblechapafilmes
abraços!
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