7 de novembro de 2007

'Dylan' compila Bob em edições simples e tripla

Dylan - a compilação de Bob Dylan que a Sony BMG lança no mercado brasileiro neste mês de novembro - teve o seu repertório selecionado pelos fãs do compositor de Like a Rolling Stone. A coletânea vai chegar ao Brasil numa edição simples, com 18 faixas, porém pode ser encontrada também em luxuosa edição tripla que reúne 51 gravações e libreto de 40 páginas. Eis o repertório dessa edição tripla (as músicas assinaladas com * estão no CD simples):

CD 1
1. Song to Woody
2. Blowin' in the Wind *
3. Masters of War

4. Don't Think Twice, It's All Right
5. A Hard Rain's A-Gonna Fall
6. The Times They Are A-Changin' *
7. All I Realy Want to Do

8. My Back Pages
9. It Ain't me, Babe
10. Subterranean Homesick Blues *
11. Mr. Tambourine Man *
12. Maggie's Farm *
13. Like a Rolling Stone *
14. It's All Over Now, Baby Blue
15. Positively 4th Street *
16. Rainy Day Women #12 & 35 *
17. Just Like a Woman *
18. Most Likely You Go Your Way (And I'll Go Mine)
19. All Along the Watchtower *

CD 2
1. You Ain't Goin' Nowhere
2. Lay, Lady, Lay *
3. If Not for You
4. I Shall Be Released
5. Knockin' on Heaven's Door *
6. On a Night Like This
7. Forever Young *
8. Tangled up in Blue *
9. Simple Twist of Fate
10. Hurricane *
11. Changing of the Guards
12. Gotta Serve Somebody
13. Precious Angel
14. The Groom's Still Waiting at the Altar
15. Jokerman
16. Dark Eyes

CD 3
1. Blind Willie McTell
2. Brownsville Girl
3. Silvio
4. Ring Them Bells
5. Dignity
6. Everything Is Broken
7. Under the Red Sky
8. You're Gonna Quit me
9. Blood in my Eyes
10. Not Dark Yet
11. Things Have Changed *
12. Make You Feel my Love *
13. High Water (For Charley Patton)
14. Po' Boy
15. Someday Baby *
16. When the Deal Goes Down

Diogo quebra expectativa ao se espelhar no pai

Resenha de CD e DVD
Título: Diogo Nogueira ao Vivo
Artista: Diogo Nogueira
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * 1/2

Aos 26 anos, Diogo Nogueira estréia no mercado fonográfico com uma precoce gravação ao vivo. É natural que o rapaz se espelhe no pai, João Nogueira (1941 - 2000). Mas o reflexo da figura de João parece ter sido ardilosamente pensado para alavancar a carreira de Diogo. Nada menos do que sete das 20 músicas do DVD (são 14 no CD) são da lavra nobre de João. Se o dueto virtual em Espelho emociona, pela maestria da letra sob medida para unir gerações e pela emoção que transparece nos olhos de Diogo, a desnecessária inclusão de sucessos do saudoso compositor - como Batendo a Porta - soa como mero oportunismo. Ainda que Nó na Madeira traga o rap de Marcelo D2, bisando a boa intervenção iniciada em outro samba de João, Do Jeito que o Rei Mandou. De todo jeito, Diogo parece um clone do pai - e não um artista com luz própria.

Como mostra na abertura, feita com a trilogia Minha Missão / O Poder da Criação / Súplica, Diogo divide parecido com o pai (um grande mestre na divisão) e não canta mal - embora nunca brilhe realmente como intérprete. Se ainda lhe falta chão para encarar tema mais sinuoso como Violão Vadio, número enobrecido pelo violão de Marcel Powell, Diogo Nogueira já parece mais à vontade na apresentação de sambas de sua própria lavra. O rapaz entoa os versos dolentes de Laço Desfeito com a mesma desenvoltura com que relaciona nomes de bambas como Candeia na letra de Samba pros Poetas, número de tom calangueado, trunfo da safra inédita.

Fora da lavra própria, Diogo se aproxima muito perigosamente do pagode mais sintetizado em Fé em Deus. Em contrapartida, o belo rapaz segura a peteca no ótimo dueto feito com Xande de Pilares na contagiante Cai no Samba. "Eu sou a semente mais pura que papai plantou", sentencia, ao cantar um verso do mediano samba Do Jeito que Sou. É essa fixação - tão natural quanto forçada - na figura ilustre de seu pai que pode atrapalhar a caminhada de Diogo Nogueira na estrada do samba. Sua precoce gravação ao vivo não justifica a expectativa depositada em seu jovem promissor nome.

DVD documenta o legado da modinha em Goiás

Gênero que influiu na formação da canção brasileira, na virada do século 19 para o 20, a modinha ainda resiste em Goiás e serve de referência para a criação de compositores da região. Essa é a original idéia defendida pelo documentário Modinhas de Goiás, que foi dirigido por Juliana Saenger e por Roberto Corrêa a partir de estudo feito por Corrêa - um violeiro e pesquisador - sobre o tema. Curta-metragem de 30 minutos, o filme está sendo editado em DVD dirigido a escolas, instituições culturais e profissionais da música. Cantores e compositores locais participam da produção.

Flávio homenageia Musselwhite em CD ao vivo

Gaitista projetado há 20 anos no grupo Blues Etílicos, Flávio Guimarães apresenta o quinto disco solo - o primeiro ao vivo - pelo selo Delira Blues, braço da gravadora Delira Música. O álbum é tributo ao bluesman Charlie Musselwhite, a quem Flávio acompanhou em 2006 em longa turnê pelo Brasil. O próprio homenageado canta e toca violão na faixa Darkest Hour. Eis as 12 faixas do CD Vivo, editado com tiragem de mil cópias:

1. Wild Wild Woman (Johnny Young)
2. River Hip Mama (Charlie Musselwhite e Jones)
3. Just your Fool (Walter Jacobs)
4. Last Night (Walter Jacobs)
5. Bad Boy (Eddie Taylor)
6. Big Boss Man (Al Smith e Willie Dixon)
7. Bright Lights Big City (Jimmy Reed)
8. It Ain't Right (Walter Jacobs)
9. If I Should Have Bad Luck (Charlie Musselwhite)
10. Blue Stu (Robben Ford)
11. Darkest Hour (Charlie Musselwhite) - com Charlie Musselwhite
12. Madcat's Groove (Flávio Guimarães e Peter Madcat Ruth) - com Peter Madcat

6 de novembro de 2007

Disco de Bethânia e Omara poderá render show

O disco gravado por Maria Bethânia com a cantora cubana Omara Portuondo no Rio de Janeiro, em janeiro deste ano, poderá ter seu lançamento - programado para 2008 pela Biscoito Fino - badalado por show novo, dividido pelas duas intérpretes. Tudo depende da harmonização das agendas das cantoras, mas há mobilização para viabilizá-lo. No CD, gravado com sigilo total, Bethânia (em foto de Beti Niemeyer) e Omara entoam músicas antigas do Brasil e Cuba.

Com bossa, Emílio lança CD à altura de sua voz

Resenha de CD
Título: De um Jeito
Diferente
Artista: Emílio Santiago
Gravadora: Indie Records
Cotação: * * * * 1/2

Emílio Santiago sempre foi um dos maiores cantores do país das cantoras. Mas nem sempre foi reconhecido como tal por conta de discografia que teve sua irregularidade acentuada com a série de CDs Aquarela Brasileira, projeto de covers que elevou as vendas do artista na mesma medida em que diluiu seu status no mercado. Sorte é que, vez por outra, Emílio lança disco à altura de sua voz aveludada, de afinação e de emissão impecáveis. Foi assim em 1995 com Perdido de Amor - lindo tributo ao repertório de Dick Farney (1921 - 1987) - e em 2000 com Bossa Nova, álbum em que se refugiou nos standards do gênero que batizou o disco. É assim em 2007 com este disco sintomaticamente intitulado De um Jeito Diferente, nome da parceria inédita de João Donato e Lysias Ênio que abre um repertório chique que vai soar como novo, pois foi (parcialmente) extraído de pouco ouvidos discos de Mart'nália (Minha Cara, de 1995) e de Marcos Valle (Contrasts, de 2003).

Escorado na produção eficiente do guitarrista Ricardo Silveira, o cantor aborda em tom cool repertório arranjado com balanço que evoca tanto a suavidade da Bossa Nova como o suingue do samba-jazz dos anos 60. Água de Coco - turbinada com um piano Rhodes tocado pelo autor Marcos Valle - é um exemplo da leveza suingada que molda o canto de Emílio no CD, seja entoando sedutoramente música de Rosa Passos (Desilusión), clássico da canção americana (My Foolish Heart) ou standard de Tom Jobim (Dindi, em uma de suas mais belas gravações). Até Nana Caymmi dosou a intensidade de seu canto para entrar no clima suave do disco e fazer comedido dueto com Emílio em Olhos Negros, a balada de Johnny Alf. Já o encontro com Mart'nália em Não me Balança Mais, um tema da própria cantora, é pautado mais por um suingue exibido também nas outras duas músicas da compositora (Contradição e Calma).

Entre as músicas (realmente) inéditas, o destaque absoluto é Um Dia Desses - a parceria de Carlinhos Brown com João Donato que banha a Bahia de Brown com a latinidade característica da música de Donato. Uma delícia! Mesmo inspirada (levando-se em conta o honroso histórico dos autores), mas também interessante, é Até o Fim, primeira histórica parceria de Carlos Lyra com Marcos Valle.

Depois de excelente fase inicial, em que gravou discos de MPB que pouco ou nada venderam, Emílio Santiago cederia às pressões do mercado. Upgrade em sua discografia, De um Jeito Diferente é, de certa forma, uma volta às suas origens. Ainda que em outro tempo e em outra bossa. Trata-se de álbum sofisticado que realça e dignifica o canto límpido de Emílio Santiago. E que assim seja!...

Fundo colhe frutos antigos em seu bom quintal

Resenha de CD / DVD
Título: O Quintal do Samba
Artista: Fundo de Quintal
Gravadora: LGK Music / EMI Music
Cotação: * * *

O melhor quintal do samba carioca deu poucos frutos em 2007. Após excelente disco de inéditas (Pela Hora, 2006), o Fundo de Quintal voltou a se refugiar à sombra das regravações ao vivo, por exigências mercadológicas. Editado em CD e em DVD, com o registro do show feito pelo grupo em 25 de agosto no Canecão (RJ), o Quintal do Samba tem baixo teor de novidade. Mesmo os dois ótimos sambas que serão tidos como inéditos - Boca Miúda e Não Sou de Caô - já foram, a rigor, gravados por Jorginho China em disco de 2005 (China é sambista de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, fundador do grupo Pirraça). No mais, há passeio até certo ponto óbvio por sambas de Candeia (Testamento de Partideiro), Paulinho da Viola (Coração Leviano, No Pagode do Vavá, Devagar Miudinho), Dona Ivone Lara (Tiê), Martinho da Vila (Ex-Amor) - com direito, no final, à paradas nas estações da Bahia e de São Paulo. Enfim, O Quintal do Samba é quase projeto de covers, disfarçado pelo roteiro (razoavelmente) amarrado de Túlio Feliciano, diretor do show. Funciona? Sim, até funciona porque o Fundo ainda exibe a melhor cozinha do samba e porque a gravação é calorosa. O grupo comandou o público na palma da mão. Quase literalmente. E ainda tem a reunião de Zeca Pagodinho e Almir Guineto no partido Mole que nem Manteiga. Mesmo em período de entressafra, os velhos frutos do quintal do samba ainda não perderam o sabor. Apesar do mofo do mercado.

Radiohead vai pôr In Rainbows nas lojas via XL

(Menos de) um mês depois de disponibilizar seu sétimo CD, In Rainbows, para inovador download de preço decidido pelo consumidor, o quinteto britânico Radiohead anunciou parceria com a XL Recordings - a gravadora que lançou The Eraser, disco solo de Thom Yorke, o vocalista da banda - para viabilizar a edição física convencional do álbum, oferecido na rede desde 10 de outubro. Ainda não há previsão para a chegada de In Rainbows nas lojas.

5 de novembro de 2007

Beth se renova ao pisar firme no terreiro baiano

Resenha de CD e DVD
Título: Beth Carvalho Canta o
Samba da Bahia ao Vivo
Artista: Beth Carvalho
Gravadora: Andança / EMI Music
Cotação: * * * *

Referência de boa qualidade no samba carioca, Beth Carvalho pegou a ponte aérea em 1993 para gravar a produção dos bambas de São Paulo. Editado pela Velas, o disco Beth Carvalho Canta o Samba de São Paulo sepultou a frase infeliz de Vinicius de Moraes de que Sampa era o túmulo do samba. Treze anos depois, em agosto de 2006, a artista saiu novamente de seu quintal e foi à Bahia - em tese, o berço do samba - para gravar a produção de compositores baianos em dois shows restrito a convidados. Lançados neste início de novembro, o CD e o DVD Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia ao Vivo renovam o repertório da artista, que vinha degastando sua discografia nos últimos anos com redundantes registros de shows.

Para cantar com ela a maioria das 34 músicas, dispostas no DVD em 30 faixas (o CD reúne 22 músicas em 18 faixas), a intérprete arregimentou estelar time de convidados que abrange cantores (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Danilo Caymmi, Carlinhos Brown), bons compositores de atuação normalmente confinada aos bastidores (Roberto Mendes, Edil Pacheco, Riachão, Nelson Rufino, Walter Queiroz) e o baticum do Olodum, que dá suingue peculiar a dois sucessos mais contemporâneos, Verdade e Samba pras Moças, popularizados no toque informal de Zeca Pagodinho.

A direção do vídeo - a cargo de Lula Buarque de Holanda - nunca justifica a grife hype da Conspiração Filmes. A única contribuição menos trivial do diretor foi entremear os números com imagens em sépia da velha Bahia. Imagens à parte, Beth seduz ao cantar o samba da Bahia. Não tanto quando reverencia Dorival Caymmi (O Samba da Minha Terra, João Valentão e Maracangalha), mas - sobretudo - quando ela recebe emblemáticas cantoras da terra do compositor de Oração de Mãe Menininha, que encerra o show no clima religioso que, afinal, permeia boa parte do samba da Bahia. Daniela Mercury mostra ótima divisão em Chiclete com Banana (Gordurinha e Almira Castilho, 1959). Dona de iluminada presença cênica, Ivete Sangalo exibe bom samba no pé e o habitual carisma, dividindo Brasil Pandeiro (Assis Valente, 1941) com a anfitriã. Já Margareth Menezes não exibe toda sua força em Dindinha Lua e em Filho da Bahia. Neste samba, Beth jamais consegue reeditar a levada contagiante da gravação que projetou nacionalmente Fafá de Belém em 1975. Na seara de Fafá, Beth se sai melhor em Siriê, revivida com o autor Edil Pacheco. Por sua vez, Mariene de Castro se revela graciosa em Raiz, sublime parceria de Roberto Mendes com Jota Velloso que Gal Costa lançou em 1992 e que a própria Mariene já regravara em seu belo primeiro CD, Abre Caminho.

Nem tudo é samba da Bahia. A inclusão de Desde que o Samba É Samba se justifica somente pela autoria ilustre de Caetano Veloso - a despeito de toda a beleza do samba e da presença de Caetano, que une vozes com a anfitriã e com a mana Maria Bethânia - esta com a habitual imponência - em De Manhã, samba de Caetano que Bethânia gravou em 1965. É um número de alto valor histórico. Mas Beth acerta sobretudo quando evoca as tradições do samba de roda ao lado de Gilberto Gil, das baianas do Gantois e do Grupo Nicinha de Samba de Roda. A animada turma revive nove temas tradicionais do gênero que é a grande matriz do samba da Bahia. Com desenvoltura, Gil também participa de Mancada, o samba de seu primeiro álbum (Louvação, 1967) que Beth revive numa das melhores surpresas do repertório - a rigor, muito mais calcado em sucessos do que em temas que definem o caráter do samba baiano.

A presença de compositores clássicos como Riachão - elétrico em Cada Macaco no seu Galho e em Vá Morar com o Diabo - legitima a incursão de Beth Carvalho pelo samba baiano. Fica claro no DVD que as estrelas da terra recebem a artista carioca com verdadeira hospitalidade. A admiração genuína pela obra de Beth transparece nos depoimentos do making of. Já o documentário Quero Ver as Cadeiras Bulir careceu de roteiro mais bem amarrado. Há cenas e depoimentos que procuram explicar a gênese (e as tradições) do samba de roda, mas fica a sensação de que o material colhido não foi aproveitado da melhor maneira possível. Talvez tenha faltado uma narração que costurasse os depoimentos. Ou um fio condutor que tivesse ordenado as cenas de forma mais clara. Ainda assim, o filme valoriza a pisada firme de Beth Carvalho no terreiro baiano.

Solo, Siouxsie monta seu cabaré em 'Mantaray'

Resenha de CD
Título: Mantaray
Artista: Siouxsie
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Aos 50 anos, Siouxsie Sioux - a eterna musa do punk gótico - não perde o bom da história em seu primeiro CD solo. Foi-se a banda The Banshees, mas ficaram a bela voz e a criatividade da cantora. Escorada na antenada produção de Steve Evans e Charlie Jones, que não deixaram a diva soar datada, Siouxsie flerta com o indie rock (em Into a Swan e em About to Happen) e monta seu cabaré ao longo das dez músicas do álbum, apresentadas em pouco mais de 41 minutos. O clima de cabaré aparece sobretudo nas músicas Here Comes That Day e em If It Doesn't Kill You, porém Siouxsie extrapola rótulos em seu bom solo. Sea of Tranquility e Heaven and Alchemy - aliás, belo fecho para o álbum - são composições impregnadas de uma estranheza bela e justificam a audição do CD Mantaray. Siouxsie há muitos anos não soava tão interessante.

Leci canta no segundo disco solo de Sapucahy

Leci Brandão faz participação especial no segundo CD de Leandro Sapucahy (foto) - inicialmente intitulado Morro de Amor pelo Samba. Leci pôs sua voz em samba de Arlindo Cruz. Sapucahy grava músicas de Almir Guineto e de seu amigo Serginho Meriti, o autor das faixas Mano Guta e Fui Bandido. A major Warner Music cogitou a possibilidade de editar o segundo disco de Sapucahy ainda em 2007 - no embalo da projeção alcançada pelo artista como produtor do terceiro CD de Maria Rita, Samba Meu - mas o lançamento deverá ser em 2008. O primeiro álbum de Sapucahy, Cotidiano, foi editado em 2006.

Victor & Leo são aposta sertaneja da Sony BMG

Dupla nova formada por dois irmãos das Geraes, nascidos em Ponte Nova (MG), Victor & Leo são a nova aposta sertaneja da Sony BMG - gravadora que já tem em seu elenco as duplas Zezé Di Camargo & Luciano e Bruno & Marrone. Depois de reeditar o terceiro CD de Victor & Leo, gravado ao vivo e lançado de maneira independente, a major já põe nas lojas mais um registro de show da dupla, hoje já radicada em São Paulo (SP). Ao Vivo em Uberlândia sai simultaneamente nos formatos de CD e DVD (o primeiro de Victor & Leo). O tom caloroso da gravação - na qual a dupla apresenta três inéditas de Victor (Fotos, Tem que Ser Você e Sem Você) - sinaliza que a fila está andando no mundo sertanejo.

4 de novembro de 2007

Caldato põe ordem na Nação em 'Fome de Tudo'

Resenha de CD
Título: Fome de Tudo
Artista: Nação Zumbi
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * *

Fez dez anos em fevereiro que a Nação Zumbi perdeu o seu líder e mentor Chico Science (1966 - 1997) em acidente de carro. Contra todos os prognósticos pessimistas, a Nação não se desarticulou sem Science e atravessou bem a década. Fome de Tudo - o oitavo álbum da banda (incluindo um registro ao vivo, Propagando, também editado em CD), o quinto sem Science e o primeiro na Deckdisc - mantém o grupo bem na foto da cena pop.

Coube a Mario Caldato Jr. - produtor que tem no currículo discos de Marisa Monte, Beastie Boys, Marcelo D2 e Jack Johnson, entre outros nomes - pilotar o CD e organizar as múltiplas referências da Nação sem diluir a força percussiva da banda. E Caldato deu conta do recado, corrigindo erro cometido pelo grupo no anterior CD de estúdio, Futura (2005), em que os tambores de Pupillo, Gilmar Bola 8 e Toca Ogam foram soterrados por guitarras e (excessivos) efeitos psicodélicos. Em Fome de Tudo, os tambores não voltam a ficar em primeiríssimo plano como nos álbuns iniciais da Nação. Contudo, há maior equilíbrio entre guitarras, percussão e aditivos eletrônicos, como já sinalizara Bossa Nostra, boa música que abre o álbum e que foi eleita o primeiro single. Nem todas as outras 11 inéditas estão no mesmo nível. Falta melodia e falta brilho à voz de Jorge Du Peixe. No entanto, no caso da Nação Zumbi, letras e melodias parecem ser mero veículos para a confecção de climas, grooves e levadas. Estas ainda sustentam o som da Nação Zumbi.

A intenção parece ter sido fazer álbum mais claro e mais palatável. Quase pop. Sem abrir mão das referências plurais do grupo. Tanto que o trabalho concilia os metais de Ademir Araújo - o maestro da Orquestra Popular de Recife assina o arranjo de Nascedouro - com o clavinete de Money Mark, tecladista do Beastie Boys, convidado da faixa Assustado. O disco conta ainda com os (discretos) vocais de Céu em Inferno e com a adesão de Junio Barreto - o compositor pernambucano que alcançou (alguma) projeção em 2005 quando Gal Costa e Maria Rita disputaram sua música Santana - em Toda Surdez Será Castigada, faixa de textura psicodélica. Mesmo há dez anos sem Chico Science, a Nação Zumbi continua com seu apetite aberto, disposta a digerir novos sons e tendências. Embora já não mantenha a aura revolucionária dos anos 90, quando conectou os ritmos de sua terra ao bit dos computadores e criou o movimento nacionalmente conhecido como Mangue Beat. E isso já é História.

CD revive o romantismo de Claudette na Odeon

Projetada já nos anos 50 como a Princesinha do Baião, Claudette Soares transitou pela Bossa Nova na década de 60. Mas ao chegar à gravadora Odeon em 1973, pelas mãos de Dick Farney, a cantora já priorizava músicas românticas em seu repertório. É esta fase de Claudette que a coletânea Você - editada pela EMI neste mês de novembro - recupera através de 14 gravações selecionadas pelo pesquisador Thiago Marques Luiz. Detalhe: a compilação tomou emprestado o título Você do primeiro dos cinco álbuns lançados pela artista na Odeon entre 1974 e 1978. A música-título, aliás, é canção de Roberto e Erasmo Carlos. Eis o repertório da coletânea:

1. Você (Roberto e Erasmo Carlos) - 1974
2. Fraqueza (César Costa Filho e Paulo César Pinheiro) - 1974
3. Seu Carinho (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Barros) - 1974
4. Vê (Antônio Adolfo) - 1975
5. O Tempo (Reginaldo Bessa) - 1975
6. Preciso Aprender a Só Ser (Gilberto Gil) - 1974
7. Adeus Maria Fulô (Sivuca e Humberto Teixeira) - 1974
8. Eles Querem Amar (Jorge Ben) - 1975
9. Beijo Sideral (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) - 1975
10. Corpo e Alma (Francis Hime e Ruy Guerra) - 1975
11. Meiga Presença (Paulo Valdez e Otávio) - 1975
12. Vestido de Bolero (Dorival Caymmi) - 1974
13. Sonho e Saudade (Tito Madi) - 1976
14. Você (com Dick Farney)

Selo de Baleiro reedita último disco de Sampaio

Zeca Baleiro continua a recuperar a rara obra de Sérgio Sampaio (1947 - 1994). Depois de inaugurar seu selo Saravá Discos em março de 2006 com a edição de Cruel, o disco que Sampaio gravou em 1994 mas não chegou a lançar, Baleiro vai reeditar no início de 2008 o último dos três LPs do compositor do hit Eu Quero Botar meu Bloco na Rua. Sinceramente (capa à direita) foi lançado de forma independente em 1982, quando o compositor já sofria com o rótulo de maldito. Inédito em CD, o belo álbum foi remasterizado por Baleiro para a primeira e bem-vinda reedição. Eis as 11 músicas de Sinceramente, todas assinadas apenas por Sampaio (a exceção é Cabra-Cega, parceria com Sérgio Natureza):

1. Homem de Trinta
2. Na Captura
3. Tolo Fui Eu
4. Só para o seu Coração
5. Essa Tal de Mentira
6. Meu Filho, Minha Filha
7. Cabra-Cega
8. Sinceramente
9. Nem Assim
10. Doce Melodia
11. Faixa Seis

Antes de editar Sinceramente em CD, Baleiro lança por seu selo - ainda em novembro - Balançou no Congá, tributo ao falecido compositor maranhense Lopes Bogéa, produzido por Zeca Baleiro com as participações de Alcione, Beth Carvalho, Genival Lacerda e Rita Ribeiro, entre outros. Bogéa era sambista e morreu em 2004.

Max Sette oferece 'Párabolas ao Vento' na rede

Integrante da vasta Orquestra Imperial, o cantor, compositor e trompetista Max Sette optou por disponibilizar seu primeiro disco individual - Parábolas ao Vento - para download no seu site oficial. Tudo de graça. Gravado entre 2003 e 2004, com a produção de Sette e de Rubinho Jacobina, o CD teve a ótima música-título composta por Jorge Mautner e Nelson Jacobina para o cantor. E os autores participam da faixa. O repertório inclui a releitura de Panorama Ecológico - belo tema de Roberto e Erasmo Carlos, lançado pelo Tremendão em 1978 - porém é basicamente da lavra de Sette. O artista assina músicas como Gomalina, Fazer Neném e Vacilow. http://www.maxsette.com.br/ é o endereço da página do artista, mas o cover do sucesso de Erasmo Carlos não foi disponibilizado.

3 de novembro de 2007

DVD perpetua a noite de Gilmour com Bowie

Com direito a hits do grupo Pink Floyd, entre eles Time e Wish You Were Here, David Gilmour deu um show de cerca de três horas no Royal Albert Hall, em Londres, em 29 de maio de 2006. Com roteiro centrado no repertório do bom terceiro disco solo do guitarrista, On a Island, o espetáculo - incrementado com a participação de David Bowie em Arnold Layne e em Comfortably Numb - foi perpetuado em DVD duplo que já está sendo lançado no Brasil pela Sony BMG em formato digipack. O DVD Remember That Night - David Gilmour Live at the Royal Albert Hall traz dois clipes, o making of do álbum On a Island e o documentário Breaking Bread, Drinking Wine.

Quatro novas em coletânea parcial de Santana

Quatro gravações inéditas são as iscas para atrair fiéis fãs do guitarrista Carlos Santana para a compra da nova compilação do astro, intitulada Ultimate Santana. A coletânea já está sendo lançada no Brasil pela Sony BMG. Uma das inéditas - Into the Night, faixa em que Santana faz dueto com Chad Kroeger, o vocalista do grupo Nickelback - foi a faixa escolhida para promover a compilação. A seleção abrange de forma parcial a discografia de Santana. As 18 músicas representam apenas os três primeiros álbuns do artista - Santana (1969), Abraxas (1970) e Santana III (1971) - e os trabalhos lançados a partir de seu triunfal retorno ao mercado em 1999, com o álbum Supernatural. A única exceção é Europa, do disco Amigos, de 1976. Daí as quatro inéditas para fisgar fãs que compraram as duas coletâneas anteriores The Best of Santana (1998) e The Essential Santana (2002). Eis o repertório do CD Ultimate Santana, com a relação das músicas (e suas origens):

1. Into the Night - Gravação inédita com Chad Kroeger
2. This Boy's Fire - Gravação inédita com Jennifer Lopez e Baby Bash
3. Smooth - Gravação com Rob Thomas do álbum Supernatural (1999)
4. Maria Maria - Gravação com Product G & B do álbum Supernatural (1999)
5. Oye como Va - Gravação do álbum Abraxas (1970)
6. Black Magic Woman- Gravação do álbum Abraxas (1970)
7. Evil Ways - Gravação do álbum Santana (1969)
8. Corazon Espinado - Gravação com Maná do álbum Supernatural (1999)
9. Europa - Gravação do álbum Amigos (1976)
10. The Game of Love - Gravação inédita com Tina Turner
11. Put your Lights on - Gravação com Everlast do álbum Supernatural (1999)
12. Why Don't You and I - Gravação de single de 2003
13. Everybody's Everything - Gravação do álbum Santana III (1971)
14. Just Feel Better - Gravação com Steven Tyler do álbum All That I Am (2005)
15. Samba Pa Ti - Gravação do álbum Abraxas (1970)
16. No One to Depend on - Gravação do álbum Santana III (1971)
17. The Game of Love - Gravação com Michelle Branch do álbum Shaman (1992)
18. Interplanetary Party - Gravação inédita

CD de Roberta Sá ganha tiragens ascendentes

Firme até o momento no posto de melhor disco brasileiro de 2007, o segundo CD da ótima cantora Roberta Sá, Que Belo Estranho Dia para se Ter Alegria, está vendendo tão bem que suas novas tiragens já estão sendo fabricadas com números sempre ascendentes. A gravadora Universal Music, que distribui o disco, acaba de prensar uma quarta tiragem com mais 10 mil cópias (se a primeira teve três mil cópias, a segunda contabilizou cinco mil e a terceira foi de seis mil cópias). Ao todo, as quatro tiragens totalizam 24 mil exemplares - número bastante expressivo para uma cantora ainda pouco conhecida fora da cena do samba e do eixo Rio-São Paulo...

50 Cent está longe de um massacre em 'Curtis'

Resenha de CD
Título: Curtis
Artista: 50 Cent
Gravadora: G Unit
/ Universal Music
Cotação: * * 1/2

Curtis Jackson é o verdadeiro nome de 50 Cent, rapper bem marrento que tem estado em evidência nos Estados Unidos. Daí o título de seu terceiro álbum, Curtis, que chegou ao mercado norte-americano sem a força comercial dos anteriores Get Rich or Die Tryin' (2003) e The Massacre (2005). O álbum oferece muita produção para pouco conteúdo. Não fosse o estelar time de convidados, Curtis passaria em branco com as batidas pesadas de músicas como My Gun Go Off e Man Down (Censored). Mas há os vocais poderosos de Mary J. Blige em All of me. E há a dobradinha Justin Timberlake / Timbaland em Ayo Technology, de pulsação tão envolvente quanto a de Peep Show, ótima faixa na qual figura Eminem, o responsável pela projeção de 50 Cent na cena hip hop norte-americana. E ainda tem Akon (em I'll Still Kill) e tem Robin Thicke em Follow my Lead, um apelo ao sexo feminino feito com uma das batidas mais leves do álbum. Apesar de toda a produção, 50 Cent vai morrer tentando em vão impressionar em Curtis. No todo, o CD toca mais do mesmo - apesar de o rapper ter esboçado ligeira mudança de fórmula - e está muito longe de um massacre...

2 de novembro de 2007

Camelo pode lançar CD solo de samba em 2008

A informação não é oficial, mas pode ser que - aproveitando o inesperado recesso por tempo indeterminado do quarteto Los Hermanos - Marcelo Camelo já edite em 2008 o seu primeiro disco solo, com repertório mais voltado para o samba. A notícia teria sido veiculada em recente programa da MTV. Faz sentido.

'Podecrer!' revive anos 80 com músicas dos 70

Em cartaz nos cinemas, a partir de sexta-feira, 2 de novembro, Podecrer! é filme gracioso de trama situada em 1981 - ano marcado por uma efervescência na cena pop carioca que acabaria detonando a explosão do rock brasileiro no verão de 1982. Contudo, a trilha do filme, que será editada em CD pela Universal Music, está centrada em músicas dos anos 70. Dado Villa-Lobos assina a música original. Já Roberto Frejat criou o arranjo e os riffs da gravação de Aumenta que Isso Aí É Rock'n'roll - o sucesso de Celso Blues Boy ouvido no filme no registro da fictícia banda que dá nome ao longa-metragem de Arthur Fontes. Eis as músicas da deslocada - porém saborosa - trilha sonora do filme Pode Crer!:

1. Os Alquimistas Estão Chegando - Jorge Ben
2. Eu Amo Você - Tim Maia
3. You Don't Know me - Caetano Veloso
4. Amor - Secos & Molhados
5. Volks, Volkswagen Blues - Gilberto Gil
6. Aumenta que Isso Aí É Rock'n'Roll - Banda Podecrer!
7. Only the Strong Survive - Billy Paul
8. Perigosa - Frenéticas

O argumento de Arthur Fontes para justificar a trilha centrada em sucessos dos anos 70 é o de que o jovem carioca ainda não ouvia rock brasileiro em 1981. De fato, foi a partir do verão de 1982 que a Blitz estourou e legitimou a cena pop nativa, até então cultuada no underground. Mas é fato também que, em 1981, várias músicas de tom mais pop já fizeram sucesso entre a juventude. Entre elas, Lua e Estrela (bela canção de Vinicius Cantuária, popularizada por Caetano Veloso), Deixa Chover (hit de Guilherme Arantes na trilha da novela Baila Comigo), Eu Também Quero Beijar (sucesso na voz de Pepeu Gomes) e Lança Perfume (carro-chefe do álbum que Rita Lee lançou em1980, mas que tocou muito ao longo de 1981). Só que nenhum destes hits entrou na trilha sonora de Podecrer!.

Solo de Knopfler trafega suave por folk e country

Resenha de CD
Título: Kill to Get Crimson
Artista: Mark Knopfler
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *

Em seu quinto CD solo, Mark Knopfler transita suave por folk e country. Munido de sua guitarra elétrica (cujo toque é identificável em poucos acordes) e de sua voz de barítono (ainda em forma), o cantor do Dire Straits apresenta um disco elegante, de arranjos econômicos urdidos com instrumental tradicional. A safra de 12 inéditas canções autorais sustenta o álbum. O grande destaque é True Love Will Never Fade, mas vale prestar atenção também em Heart Full of Holes, The Scaffolder's Wife, Let It All Go e The Fish and the Bird. Já Punish the Monkey parece ter saído de um álbum do Dire Straits. O que não deixa de ser um mérito. Ouça.

Tom Zé ironiza o funk em DVD que sai em 2008

Com ironia, Tom Zé discorre sobre o funk carioca numa entrevista gravada para ser incluída em DVD a ser lançado em 2008 pela gravadora Trama em parceria com o Canal Brasil. "O funk veio para substituir o Papa Bento XVI, Caetano Veloso, Tom Zé e Gilberto Gil. Agora todos já podem se aposentar... O funk carioca nasceu para tomar o lugar da gente", ironiza o velho baiano - antes de fazer análise sarcástica de um refrão típico do batidão que anima os bailes da pesada no Rio de Janeiro. O vídeo já está no YouTube - disponibilizado pela própria gravadora Trama. Puro marketing... Com direito a sutis alfinetadas nos dois colegas tropicalistas de Zé.

1 de novembro de 2007

CD duplo reúne 36 temas da obra solo de Simon

Para sempre associado à dupla que formou nos anos 60 com Art Garfunkel, Paul Simon tem reunidos 36 bons fonogramas de sua (coerente) discografia solo na coletânea dupla The Essential Paul Simon. O CD (capa à direita) foi editado esta semana no Brasil pela Warner Music. A compilação dispõe sem ordem cronológica as 36 gravações, que cobrem o período 1972 - 2006. Faltou um ensaio sobre a trajetória individual de Simon. Contudo, o encarte prima por relacionar a origem e a ficha técnica de todas as músicas. Eis a seleção da (bem-vinda) compilação The Essential Paul Simon:

CD 1
1. Mother and Child Reunion - do álbum Paul Simon (1972)
2. Loves me Like a Rock - de There Goes Rhynin' Simon (1973)
3. Me and Julio Down by the School Yard - de Paul Simon (1972)

4. Duncan - do álbum Paul Simon (1972)
5. Kodachrome - do álbum There Goes Rhynin' Simon (1973)
6. 50 Ways to Leave your Lover - de Still Crazy After All These

Years (1975)
7. Slip Slidin' Away - da coletânea Negotiations and Love Songs
1971 - 1986 (1988)
8. Gone at Last - do álbum Still Crazy After All These Years (1975)
9. Something so Right - de There Goes Rhynin' Simon (1973)

10. Late in the Evening - do álbum One Trick Pony (1980)
11. Hearts and Bones - do álbum Hearts and Bones (1983)
12. Take me to the Mardi Gras - There Goes Rhynin' Simon (1973)
13. That Was your Mother - do álbum Graceland (1986)

14. American Tune - do álbum There Goes Rhynin' Simon (1973)
15. Peace Like a River - do álbum Paul Simon (1972)

16. Stranded in a Limousine - do álbum One Trick Pony (1980)
17. Train in the Distance - do álbum Hearts and Bones (1983)

18. The Late Great Johnny Ace - de Hearts and Bones (1983)
19. Still Crazy After All These Years - do álbum Still Crazy After

All These Years (1975)

CD 2
1. Graceland - do álbum Graceland (1986)

2. Diamonds on the Soles of her Shoes - de Graceland (1986)
3. The Boy in the Bubble - do álbum Graceland (1986)

4. You Can Call me Al - do álbum Graceland (1986)
5. Under African Skies - do álbum Graceland (1986)
6. The Obvious Child - do álbum The Rhythm of the Saints (1990)
7. Born at the Right Time - de The Rhythm of the Saints (1990)
8. The Cool, Cool River - de The Rhythm of the Saints (1990)
9. Spirit Voices - do álbum The Rhythm of the Saints (1990)

10. Adios Hermanos - do álbum Songs from the Capeman (1997)
11. Born in Puerto Rico - do álbum Songs from the Capeman (1997)

12. Quality - do álbum Songs from the Capeman (1997)
13. Darling Lorraine - do álbum You're the One (2000)

14. Hurricane Eye - do álbum You're the One (2000)
15. Father and Daughter - do álbum Surprise (2006)
16. Outrageous - do álbum Surprise (2006)
17. Wartime Prayers - do álbum Surprise (2006)

Selma inaugura selo com disco duplo religioso

Ainda fiel ao estilo sacro adotado em seu último disco, Sagrado, Selma Reis (em foto de André Wanderley) inaugura seu próprio selo, Tessitura Musical Brasileira, com a gravação e o lançamento do disco duplo Maria Mãe de Jesus, em que narra a vida da mãe de Cristo. A intérprete abre selo no momento em que comemora 20 anos de carreira fonográfica. Seu primeiro belo LP foi o independente Selma Reis, editado em 1987 e (ainda) inédito no formato de CD.

Precisão pauta dueto de Salmaso com Mehmari

Resenha de show
Título: Voz e Piano
Artista: Mônica Salmaso e André Mehmari
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 31 de outubro de 2007
Em cartaz até 1º de novembro de 2007
Cotação: * * * *

Em cartaz já desde 2001, o recital de voz, piano (e percussão) feito por Mônica Salmaso com André Mehmari voltou ao Rio de Janeiro esta semana para duas apresentações no Teatro Rival. E o que se viu e ouviu no palco reformado do Rival foi uma cantora de fartos recursos vocais em total interação com um exímio pianista. Aliás, Salmaso se porta em cena como um músico. Voz e Piano é show pautado pela economia e pela precisão. Desde o primeiro número - Camisa Amarela, de Ary Barroso - até o curtíssimo bis dado com Canoeiro (Dorival Caymmi). Não há excessos. Nada sobra. E nada falta. Nem na voz cálida da cantora. Nem no toque minimalista do piano de Mehmari. O músico arma a cama para a cantora deitar e rolar. E poucas cantoras no Brasil têm voz e técnica para encarar recital de voz e piano. Salmaso tem. E tem também cumplicidade com Mehmari, denunciada nos olhares trocados em Senhorinha (Guinga e Paulo César Pinheiro), pérola gravada no CD Voadeira.

A propósito, o roteiro exibe pouca novidade para quem conhece a discografia de Salmaso. Uma surpresa é Tonada de Luna Llena, de Simón Díaz, compositor apresentado em cena pela cantora como "o Dorival Caymmi da Venezuela". Se Mehmari permanece o tempo todo no piano, com direito a solo em O Futebol (Chico Buarque), a intérprete se alterna no suave pandeiro e na frigideira, bem usada em números como Doce na Feira, samba de Jair do Cavaquinho e Altair Costa. Falando em samba, Pra que Discutir com Madame? (Janet Almeida) ganha contorno quase sinfônico, com passagens instrumentais. De forma bastante similar, Insensatez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) tem acentuada sua inspiração erudita. Entre tema de domínio público (Bate Canela, já gravado por Salmaso em seu álbum Trampolim), um Chico Buarque quase desconhecido (Sinhazinha, da trilha do filme Para Viver um Grande Amor) e um Caetano Veloso mais popular (Desde que o Samba É Samba, em tom sussurrante), a cantora e o pianista ainda apresentam um tema afro de Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro - o Saruê, com versos multilingües, enfrentados com segurança pela intérprete - e o preciso Baião de Quatro Toques, de José Miguel Wisnik. Enfim, um repertório irretocável que realça o pleno entendimento entre Mônica Salmaso e André Mehmari. Menos, às vezes, é bem mais...

Notas Musicais festeja seu primeiro aniversário

Com este post, já o de número 1.547, Notas Musicais festeja feliz seu primeiro aniversário. Criado em 1º de novembro de 2006, este blog entra hoje em seu segundo ano de vida com o orgulho de já ter se tornado (boa) referência para artistas, jornalistas e empresários. Sem falar - claro - nos profissionais da indústria fonográfica e nos consumidores de CDs e DVDs. É hora de agradecer aos leitores que comentam as notícias e resenhas. E aos que somente as lêem. Aos que se incubem voluntariamente de divulgar o endereço do blog. Aos que apontam erros de informação. Aos que fornecem discos e informação. Enfim, a todos que estão fazendo valer muito a pena o esforço de manter atualizado, de domingo a domingo, este espaço virtual. Viva a música! Parabéns para vocês, nesta data querida...