7 de novembro de 2007

Diogo quebra expectativa ao se espelhar no pai

Resenha de CD e DVD
Título: Diogo Nogueira ao Vivo
Artista: Diogo Nogueira
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * 1/2

Aos 26 anos, Diogo Nogueira estréia no mercado fonográfico com uma precoce gravação ao vivo. É natural que o rapaz se espelhe no pai, João Nogueira (1941 - 2000). Mas o reflexo da figura de João parece ter sido ardilosamente pensado para alavancar a carreira de Diogo. Nada menos do que sete das 20 músicas do DVD (são 14 no CD) são da lavra nobre de João. Se o dueto virtual em Espelho emociona, pela maestria da letra sob medida para unir gerações e pela emoção que transparece nos olhos de Diogo, a desnecessária inclusão de sucessos do saudoso compositor - como Batendo a Porta - soa como mero oportunismo. Ainda que Nó na Madeira traga o rap de Marcelo D2, bisando a boa intervenção iniciada em outro samba de João, Do Jeito que o Rei Mandou. De todo jeito, Diogo parece um clone do pai - e não um artista com luz própria.

Como mostra na abertura, feita com a trilogia Minha Missão / O Poder da Criação / Súplica, Diogo divide parecido com o pai (um grande mestre na divisão) e não canta mal - embora nunca brilhe realmente como intérprete. Se ainda lhe falta chão para encarar tema mais sinuoso como Violão Vadio, número enobrecido pelo violão de Marcel Powell, Diogo Nogueira já parece mais à vontade na apresentação de sambas de sua própria lavra. O rapaz entoa os versos dolentes de Laço Desfeito com a mesma desenvoltura com que relaciona nomes de bambas como Candeia na letra de Samba pros Poetas, número de tom calangueado, trunfo da safra inédita.

Fora da lavra própria, Diogo se aproxima muito perigosamente do pagode mais sintetizado em Fé em Deus. Em contrapartida, o belo rapaz segura a peteca no ótimo dueto feito com Xande de Pilares na contagiante Cai no Samba. "Eu sou a semente mais pura que papai plantou", sentencia, ao cantar um verso do mediano samba Do Jeito que Sou. É essa fixação - tão natural quanto forçada - na figura ilustre de seu pai que pode atrapalhar a caminhada de Diogo Nogueira na estrada do samba. Sua precoce gravação ao vivo não justifica a expectativa depositada em seu jovem promissor nome.

22 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Cotação: * * 1/2 ? É muito Mauro, esse aí é só a capa pois o resto é puro FAKE!
Belo por Belo fico com Max Sette e seus lábios carnudissimos !

7 de novembro de 2007 às 09:08  
Anonymous Anônimo said...

Que declaração é esse Mauro ?

' Em contrapartida, o belo rapaz segura a peteca ' ...

Sei não hein Mauro .;..

7 de novembro de 2007 às 09:10  
Anonymous Anônimo said...

E nem belo é Mauro, não force

7 de novembro de 2007 às 09:16  
Anonymous Anônimo said...

Vi na Hebe e achei muito fraquinho e concordo com o anônimo das 9:08.
Max Sette tem uns lábios que entorpecem

7 de novembro de 2007 às 09:26  
Anonymous Anônimo said...

Não chegou por aqui o cd/dvd do Diogo, mas sinceramente só pelos clássicos do João já vale! E Espelho deve ser emocionante em dueto póstumo com o seu pai. Essa música Espelho e também o Além do Espelho me emocionam muito até porque também já perdi meu pai, minha maior referência.
E na boa, se o Mauro atribuiu duas estrelas e meia para a Alcione, um medalhão da MPB, o Diogo não deve se chatear pois talento ele tem. Aliás Mauro, o Diogo repetiu o mesmo feito do ano passado e sagrou-se bicampeão (um feito que o seu pai nunca conseguiu n Portela) como compositor do samba-enredo da Portela para o carnaval de 2008. Belíssimo samba-enredo (em composição com o grande Ary do Cavaco e parceiros)! Junto com Imperatriz, Beija-Flor, Unidos da Tijuca e Mocidade, os melhores da safra de sambas-enredo. Abração,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

7 de novembro de 2007 às 10:11  
Anonymous Anônimo said...

belo sim.
muito belo.
e também talentoso.
não deveria ter feito um precoce álbum ao vivo e deveia ter fugido do repertório do pai, mesmo que inicialmente.
mas ainda há tempo.
sucesso Diogo.
e Mauro, gosto muito blog.
minha referência musical atualmente.
abraço

7 de novembro de 2007 às 10:46  
Anonymous Anônimo said...

Marcelo,

Eu estive na gravação do DVD e, sinceramente, foi constrangedor. O Diogo tentando cantar inclusive nos tons do pai, que são muito altos para ele, copiando notinha por notinha os arranjos originais das músicas gravadas pelo pai....

Qual o propósito disso? Só pode ser imposição da gravadora. Quando ele cantou as músicas próprias, o show melhorou muito. Sinal de que esse é o caminho dele.

Mas realmente foi emocionante o dueto póstumo com o pai na belíssima "Espelho".

Desejo muito sucesso pra ele, pois ele é gente boa à beça. Mas acho que ele precisa urgentemente buscar um caminho próprio.

abração,
Denilson

7 de novembro de 2007 às 11:07  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, clone do pai?! Como clone do pai ?! Ponha os óculos, por gentileza.

7 de novembro de 2007 às 11:15  
Anonymous Anônimo said...

Oportunismo é regravar sucesso de outros cantores, dos quais nem amigo é !
Que bom poder ouvir novamente as canções de João Nogueira, um grande compositor.
Mauro, vc quer que ele imite quem, Zeca Pagodinho ?
O erro foi apenas ter feito o trabalho ao vivo.

7 de novembro de 2007 às 13:29  
Anonymous Anônimo said...

Marcelo Barbosa, não força - Alcione medalhão da MPB, só se for enferrujado, nem samba ela canta mais, só balada brega-melosa-sem graça e etc.

7 de novembro de 2007 às 13:50  
Anonymous Anônimo said...

Olha o desrespeito com a Marron. Tudo bem que ela perdeu o critério, mas ela é uma das maiores....

7 de novembro de 2007 às 14:52  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com o que o Marcelo disse. Espelho é realmente uma canção lidíssima e emocionante. Ainda não vi o dvd nem ouvi o cd, mas espero que, se realmente ficar devendo, ele consiga achar seu caminho nos próximos que virão. Desejo sucesso ao jovem e belo rapaz.

7 de novembro de 2007 às 16:19  
Blogger André Mans said...

esse cara tem talento

7 de novembro de 2007 às 17:15  
Anonymous Anônimo said...

"Se ainda lhe falta chão para encarar tema mais sinuoso como Violão Vadio, número enobrecido pelo violão de Marcel Powell"

Assisti Diogo em tributo ao Baden cantando esta música e é realmente constrangedor. Não acho que Diogo cante bem, embora tenha ótima voz e seja, realmente, muito bonito. Do jeito que é nossa indústria musical, onde basta ser bonito para vender, rapidinho ele vende 100 mil cópias.

7 de novembro de 2007 às 20:57  
Anonymous Anônimo said...

Alcione é um medalhão da MPB sim, quantas artistas da geração dela, possui um carreira de tanto sucesso, gravando um Cd por ano, vendendo igual a pão quente por trabalho, se dando ao luxo de gravar o que quiser e de ter no seu repertório tanto músicas de João do Vale, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Dolores Duran, Vander Lee, Martinho da Vila, Cartola, Fátima Guedes, Rosa Passos, João Nogueira e ao mesmo tempo tornar sucesso e dar dignidade a músicas de Chico Roque, Altay Veloso, Paulinho Resende e cia.

7 de novembro de 2007 às 21:02  
Anonymous Anônimo said...

Ouvi algumas faixas, vi quando ele cantou no programa da Hebe além de alguns videos no You Tube e me decepcionei legal ....

João, lógico, faz falta mas Diogo não se saiu bem em seu primeiro cd, não acertou em regravar os hits do pai e tem interpretações medianas!

Mas eu espero que consiga atingir seus alvos.

Um abraço tocaio
Diogo Santos
caxias.diogo@bol.com.br

8 de novembro de 2007 às 01:12  
Anonymous Anônimo said...

É uma roubada sem fim p/o moço, bem fez uma cantora que eu adoro e que não caiu nessa de ficar regravando os sucessos da Mãe cantora.Se fosse seguir os desejos da mídia,cartolas da music e os fãs orfãos,estaria hj no esquecimento.Taí o Altermarzinho Dutra,o Simoninha,a Cláudia Teles e outros cantore(a)s para comprovar que essa fórmula não dá certo.Pode dar certo p/as gravadoras por um certo tempo, mas para o artista....

8 de novembro de 2007 às 16:34  
Anonymous Anônimo said...

Juliana disse...

Só vi o Diogo cantar uma vez, numa participação no show do Galocantô na Lapa no ano passado, e gostei muito. Apesar de não ter ouvido ainda, me parece um erro começar sua carreira fonográfica com um disco ao vivo e já com cara de coisa velha. Tomara que ele encontre sua própria "voz", sem precisar negar a influência do pai, pois isto é impossível.

Algo curioso: é muito comum filhos de músicos famosos fazerem referências constantes aos pais em seus trabalhos, regravarem hits dos pais, cantarem ou tocarem no estilo dos pais, fazerem discos e shows com os pais (no caso deles estarem vivos). Desde os Caymmi (Nana principalmente), até os Jobim - que vivem da obra do Tom - até Pedro Mariano, Jair Oliveira, Luciana Mello, os filhos do Simonal, as duas filhas da Joyce, os filhos do Djavan, Diogo Nogueira, Davi Moraes, os filhos do Baden Powell, etc. A única artista que não faz isso é justamente a mais criticada por ser "filha": Maria Rita. Vai entender...

8 de novembro de 2007 às 17:35  
Anonymous Anônimo said...

Nana está prisioneira do repertório do pai há anos, ninguém aguenta mais. Será um pedido de desculpas? A diferença de Maria Rita para os demais, e é isso que irrita aos críticos, é que parecendo ou não com a Elis, coisa que eu nem percebo tanto, ela tem um grande talento, coisa que os outros filhos de peixe, até mesmo o Pedro Mariano, não possuem.

8 de novembro de 2007 às 20:34  
Anonymous Anônimo said...

Bem, se ele fracassar na carreira artística e ficar numa situação difícil, terá sempre a opção de encontrar abrigo lá em casa, com casa, comida e roupa lavada e muito mais. E pode cantar mal o dia inteiro, que também não me importo!

9 de novembro de 2007 às 22:09  
Anonymous Anônimo said...

Concordo em gênero, número e grau com o Post acima. Se nada der certo, Dioguinho, lá em casa viu?

21 de novembro de 2007 às 13:07  
Anonymous Anônimo said...

Como? Entao nao se pode ser bonito? Isso é problema no caso de Carla Perez, Xande... Mas Diogo é bonito e bom!

Essas criticas devem vir do segundo colocado do carnaval esse ano...

Abriremos uma concorrencia entao... Diogo la em casa...

10 de julho de 2008 às 02:23  

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