Bom filme documenta o reinado alegre de Celia
Resenha de filme
Título: Celia, a Rainha
(Celia, The Queen
- EUA, 2008)
Direção: Joe Cardona
e Mario de Verona
Cotação: * * * 1/2
Em exibição no Festival
do Rio 2008:
Mostra Midnight Songs
Domingo, 28 de setembro:
* Estação Vivo Gávea,
às 15h50m e às 22h20m.
Domingo, 5 de outubro:
* Estação Barra Point 1,
às 18h.
"Azúcar!", brada Celia Cruz (1923 - 2003), evocando seu grito de guerra na primeira imagem do documentário Celia, a Rainha. Lançado nos Estados Unidos neste ano de 2008, o filme está em exibição no Brasil dentro da mostra Midnight Songs, do Festival do Rio 2008. Mesmo não escapando da armadilha de expor visão idealizada da cantora cubana, o documentário é interessante e reconstitui os principais passos da trajetória da rainha da salsa. Entre depoimentos de fãs comuns e entrevistas com artistas como David Byrne e Quincy Jones, o filme mostra como o legado de Celia Cruz se expandiu pelo mundo, chegando a países distantes da cultura latina como o Japão. Das primeiras gravações com a banda La Sonora Mantancera (feitas em 1951) aos álbuns feitos com o grupo The Fania All-Stars, Celia foi ganhando terreno com sua voz vivaz e seu aguçado senso rítmico. Sem expor a intimidade da rainha, o documentário relata brevemente a bela história de amor que uniu Celia a Pedro Knight (1921 - 2007) entre preciosas imagens de arquivo que flagram a artista em cena - caso do número de televisão em que a cantora entoa, em espanhol, Usted Abusó, música tida como salsa no mercado hispânico, mas que, na verdade, trata-se da brasileiríssima canção Você Abusou, gravada pelo duo Antonio Carlos & Jocafi em 1971.
Em seu reinado pontuado pela alegria, Celia Cruz nunca escondeu a mágoa de jamais ter podido voltar a Cuba - o país natal que deixou em julho de 1960 para fugir do regime totalitarista implantando por Fidel Castro - mesmo depois de ter exportado a música de sua terra para os quatro cantos do mundo. Inicialmente acolhida no México, Celia encontraria abrigo mais duradouro em Nova York (EUA). Foi quando viveu momentos importantes na carreira ao gravar com o percussionista Tito Puente e ao se ligar musicalmente a Johnny Pacheco, o líder do grupo Fania All-Stars. Com o grupo, a propósito, Celia é vista no filme em ação no Zaire, África, cantando Guantanamera em apresentação de 1974. Show!
O documentário mostra como a morte da rainha, em 16 de julho de 2003, deixou inconsoláveis súditos de origens tão diversas. Parece persistir no transformista que encarna Celia no cabaré Azúcar!, na Flórida (EUA), a mesma devoção que transparece no depoimento emocionado do estilista Narciso Rodriguez, criador de alguns vestidos usados pela diva cubana em eventos e premiações importantes. É essa admiração resistente - alardeada com sinceridade perceptível nos depoimentos de nomes como Gloria Estefan e o rapper Wyclef Jean - que faz de Celia, a Rainha um documento valioso da perenidade da obra da artista. Sem falar na alegria genuína que explode na tela quando Celia Cruz está em cena, afirmando a felicidade de seu reinado. Azúcar, Celia!
Título: Celia, a Rainha
(Celia, The Queen
- EUA, 2008)
Direção: Joe Cardona
e Mario de Verona
Cotação: * * * 1/2
Em exibição no Festival
do Rio 2008:
Mostra Midnight Songs
Domingo, 28 de setembro:
* Estação Vivo Gávea,
às 15h50m e às 22h20m.
Domingo, 5 de outubro:
* Estação Barra Point 1,
às 18h.
"Azúcar!", brada Celia Cruz (1923 - 2003), evocando seu grito de guerra na primeira imagem do documentário Celia, a Rainha. Lançado nos Estados Unidos neste ano de 2008, o filme está em exibição no Brasil dentro da mostra Midnight Songs, do Festival do Rio 2008. Mesmo não escapando da armadilha de expor visão idealizada da cantora cubana, o documentário é interessante e reconstitui os principais passos da trajetória da rainha da salsa. Entre depoimentos de fãs comuns e entrevistas com artistas como David Byrne e Quincy Jones, o filme mostra como o legado de Celia Cruz se expandiu pelo mundo, chegando a países distantes da cultura latina como o Japão. Das primeiras gravações com a banda La Sonora Mantancera (feitas em 1951) aos álbuns feitos com o grupo The Fania All-Stars, Celia foi ganhando terreno com sua voz vivaz e seu aguçado senso rítmico. Sem expor a intimidade da rainha, o documentário relata brevemente a bela história de amor que uniu Celia a Pedro Knight (1921 - 2007) entre preciosas imagens de arquivo que flagram a artista em cena - caso do número de televisão em que a cantora entoa, em espanhol, Usted Abusó, música tida como salsa no mercado hispânico, mas que, na verdade, trata-se da brasileiríssima canção Você Abusou, gravada pelo duo Antonio Carlos & Jocafi em 1971.
Em seu reinado pontuado pela alegria, Celia Cruz nunca escondeu a mágoa de jamais ter podido voltar a Cuba - o país natal que deixou em julho de 1960 para fugir do regime totalitarista implantando por Fidel Castro - mesmo depois de ter exportado a música de sua terra para os quatro cantos do mundo. Inicialmente acolhida no México, Celia encontraria abrigo mais duradouro em Nova York (EUA). Foi quando viveu momentos importantes na carreira ao gravar com o percussionista Tito Puente e ao se ligar musicalmente a Johnny Pacheco, o líder do grupo Fania All-Stars. Com o grupo, a propósito, Celia é vista no filme em ação no Zaire, África, cantando Guantanamera em apresentação de 1974. Show!
O documentário mostra como a morte da rainha, em 16 de julho de 2003, deixou inconsoláveis súditos de origens tão diversas. Parece persistir no transformista que encarna Celia no cabaré Azúcar!, na Flórida (EUA), a mesma devoção que transparece no depoimento emocionado do estilista Narciso Rodriguez, criador de alguns vestidos usados pela diva cubana em eventos e premiações importantes. É essa admiração resistente - alardeada com sinceridade perceptível nos depoimentos de nomes como Gloria Estefan e o rapper Wyclef Jean - que faz de Celia, a Rainha um documento valioso da perenidade da obra da artista. Sem falar na alegria genuína que explode na tela quando Celia Cruz está em cena, afirmando a felicidade de seu reinado. Azúcar, Celia!
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Azúcar!", brada Celia Cruz (1923 - 2003), evocando seu grito de guerra na primeira imagem do documentário Celia, a Rainha. Lançado nos Estados Unidos neste ano de 2008, o filme está em exibição no Brasil dentro da mostra Midnight Songs, do Festival do Rio 2008. Mesmo não escapando da armadilha de expor visão idealizada da cantora cubana, o documentário é interessante e reconstitui os principais passos da trajetória da rainha da salsa. Entre depoimentos de fãs comuns e entrevistas com artistas como David Byrne e Quincy Jones, o filme mostra como o legado de Celia Cruz se expandiu pelo mundo, chegando a países distantes da cultura latina como o Japão. Das primeiras gravações com a banda La Sonora Mantancera (feitas em 1951) aos álbuns feitos com o grupo The Fania All-Stars, Celia foi ganhando terreno com sua voz vivaz e seu aguçado senso rítmico. Sem expor a intimidade da rainha, o documentário relata brevemente a bela história de amor que uniu Celia a Pedro Knight (1921 - 2007) entre preciosas imagens de arquivo que flagram a artista em cena - caso do número de televisão em que a cantora entoa, em espanhol, Usted Abusó, música tida como salsa no mercado hispânico, mas que, na verdade, trata-se da brasileiríssima canção Você Abusou, gravada pelo duo Antonio Carlos & Jocafi em 1971.
Em seu reinado pontuado pela alegria, Celia Cruz nunca escondeu a mágoa de jamais ter podido voltar a Cuba - o país natal que deixou em julho de 1960 para fugir do regime totalitarista implantando por Fidel Castro - mesmo depois de ter exportado a música de sua terra para os quatro cantos do mundo. Inicialmente acolhida no México, Celia encontraria abrigo mais duradouro em Nova York (EUA). Foi quando viveu momentos importantes na carreira ao gravar com o percussionista Tito Puente e ao se ligar musicalmente a Johnny Pacheco, o líder do grupo Fania All-Stars. Com o grupo, a propósito, Celia é vista no filme em ação no Zaire, África, cantando Guantanamera em apresentação de 1974. Show!
O documentário mostra como a morte da rainha, em 16 de julho de 2003, deixou inconsoláveis súditos de origens tão diversas. Parece persistir no transformista que encarna Celia no cabaré Azúcar!, na Flórida (EUA), a mesma devoção que transparece no depoimento emocionado do estilista Narciso Rodriguez, criador de alguns vestidos usados pela diva cubana em eventos e premiações importantes. É essa admiração resistente - alardeada com sinceridade perceptível nos depoimentos de nomes como Gloria Estefan e o rapper Wyclef Jean - que faz de Celia, a Rainha um documento valioso da perenidade da obra da artista. Sem falar naa alegria genuína que transparece na tela quando Celia Cruz está em cena, afirmando a felicidade de seu reinado. Azúcar!
Célia era uma rainha. E no caso dela, infelizmente, não cabe a máxima " rainha morta, rainha posta ".
Pena que o Brasil ainda se mostra surdo a boa música latina. Célia faz muita falta no mundo da música, e tal qual Marcedes Sosa, sempre apreciou a MPB.
Seu último album chama-se LA NIEGRA TIENE TUMBAO, é ótimo, ganhou vários Grammys mas passou batido por aqui ...
Festival do Rio 2008: Mostra Midnight Songs
Pena eu não " estar " carioca ...
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