Retrô 2006 - Cidade Negra pegou a onda errada
Não é à toa que Toni Garrido já idealiza 0 seu primeiro disco solo para 2007. Em 2006, o Cidade Negra pegou onda muito errada. O grupo foi seduzido pela gravadora Sony BMG a surfar na praia de Armandinho, o cantor e compositor do Sul que alcançou projeção nacional com seu reggae ensolarado. Bastou ouvir O Paraíso Tem um Tempo Bom - faixa de estúdio estrategicamente escolhida para puxar o segundo projeto ao vivo do quarteto fluminense, Direto, editado em outubro em CD e em DVD com gravação de bom show feito na Fundição Progresso (RJ) - para comprovar que o Cidade Negra tentava clonar o estilo do intérprete de Desenho de Deus, um dos (poucos) grandes sucessos do ano. Foi constrangedor...
Ao misturar reggae com surf music, o Cidade Negra se afogou em praia que nunca foi a sua. Outra música feita em estúdio, O Tempo Tá Passando, de batida pop próxima do ska, sinalizou a falta de rumo de uma banda que acenara com salutar volta às raízes do reggae em seu último CD, Perto de Deus, trabalho de bom nível.
Direto foi turbinado com 10 inéditas que poderiam ter formatado álbum de estúdio se a indústria fonográfica não ansiasse por DVDs e por CDs ao vivo. Aliás, algumas novidades - como Camuflagem, flerte com a pulsação do rap - foram exclusivas do DVD. Foi o caso também de Ninguém Merece, samba hawaiano de Lulu Santos ao qual o Cidade adicionou sua batida de reggae em registro dividido com o autor, que já tinha fornecido ao grupo seu último grande hit, Sábado à Noite, rebobinado em Direto com a adesão de Lulu.
Sim, o DVD exibiu requinte na imagem. O diretor Oscar Rodrigues Alves conseguiu captar a fervura do palco e a da platéia - quando ela existiu. E a temperatura foi naturalmente bem mais quente em sucessos como À Sombra da Maldade. Só que Direto não foi um greatest hits do Cidade Negra. A acentuada irregularidade da safra de inéditas autorais registradas ao vivo - Hoje, Bamba, O Vacilão, B. Boys (investida no universo hip hop dos skatistas) e Você que Não Acredita (power balada pop) - deixou transparecer uma justa falta de confiança da gravadora no taco do quarteto. A ponto de o produtor Liminha ter metido seu dedo na composição das faixas feitas em estúdio - com exceção de Negro Rei, afro pop gravado pelo grupo especialmente para a trilha da novela Sinhá Moça.
A despeito de ofuscar os músicos da banda, a presença explosiva e carismática do vocalista Toni Garrido foi garantia de popularidade para o quarteto - ao mesmo tempo em que o afastou da ideologia roots esboçada nos dois primeiros discos. Mas o mar fonográfico não esteve para peixe e Direto ainda não obteve um satisfatório resultado comercial, deixando incerto o futuro do Cidade Negra na Sony BMG. E o mais provável é a não-renovação de contrato...
Ao misturar reggae com surf music, o Cidade Negra se afogou em praia que nunca foi a sua. Outra música feita em estúdio, O Tempo Tá Passando, de batida pop próxima do ska, sinalizou a falta de rumo de uma banda que acenara com salutar volta às raízes do reggae em seu último CD, Perto de Deus, trabalho de bom nível.
Direto foi turbinado com 10 inéditas que poderiam ter formatado álbum de estúdio se a indústria fonográfica não ansiasse por DVDs e por CDs ao vivo. Aliás, algumas novidades - como Camuflagem, flerte com a pulsação do rap - foram exclusivas do DVD. Foi o caso também de Ninguém Merece, samba hawaiano de Lulu Santos ao qual o Cidade adicionou sua batida de reggae em registro dividido com o autor, que já tinha fornecido ao grupo seu último grande hit, Sábado à Noite, rebobinado em Direto com a adesão de Lulu.
Sim, o DVD exibiu requinte na imagem. O diretor Oscar Rodrigues Alves conseguiu captar a fervura do palco e a da platéia - quando ela existiu. E a temperatura foi naturalmente bem mais quente em sucessos como À Sombra da Maldade. Só que Direto não foi um greatest hits do Cidade Negra. A acentuada irregularidade da safra de inéditas autorais registradas ao vivo - Hoje, Bamba, O Vacilão, B. Boys (investida no universo hip hop dos skatistas) e Você que Não Acredita (power balada pop) - deixou transparecer uma justa falta de confiança da gravadora no taco do quarteto. A ponto de o produtor Liminha ter metido seu dedo na composição das faixas feitas em estúdio - com exceção de Negro Rei, afro pop gravado pelo grupo especialmente para a trilha da novela Sinhá Moça.
A despeito de ofuscar os músicos da banda, a presença explosiva e carismática do vocalista Toni Garrido foi garantia de popularidade para o quarteto - ao mesmo tempo em que o afastou da ideologia roots esboçada nos dois primeiros discos. Mas o mar fonográfico não esteve para peixe e Direto ainda não obteve um satisfatório resultado comercial, deixando incerto o futuro do Cidade Negra na Sony BMG. E o mais provável é a não-renovação de contrato...
1 Comments:
o armandinho está com disco novo
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