29 de dezembro de 2006

Retrô 2006 - Aguilera se agigantou no básico...

A pose da capa à maneira de Marilyn Monroe pode até ter sido jogada de marketing, só que esteve em sintonia com o primeiro álbum de Christina Aguilera em quatro anos. Foi uma das (boas) surpresas de 2006. Editado em setembro, Back to Basics - acreditem - é um discaço. Se em Stripped (2002) a artista se atolava na lama da vulgaridade, tentando em vão soar sexy como Madonna, ela ressurgiu luminosa como nunca em álbum duplo que prestou tributo às velhas escolas do soul, do blues, do r & b e até do jazz - com produção que agregou orquestra, coro e quarteto de cordas.

O disco foi duplo porque foram dois trabalhos complementares, mas ligeiramente diferentes. O CD 1 apresentou sonoridade mais contemporânea, ainda que Understand possa figurar em qualquer álbum da fase áurea de Aretha Franklin. Foi a batida do rap que permeou faixas como Back in the Day, Ain't no Other Man (o bom primeiro single) e a envolvente Slow Down Baby. Mas foi um hip hop classudo, envolto em sonoridades grandiosas que evocam os velhos tempos. E somente o gospel Makes me Wanna Pray já foi capaz de converter até os mais incrédulos detratores de Aguilera.

No disco 2, cujo repertório inclui parcerias da artista com Linda Perry, houve a volta propriamente dita e até anunciada no título Back to Basics. Se Mercy on me foi gospel de leve tom jazzístico, Hurt foi balada demolidora. Já a sussurrante Nasty Naughty Boy exalou a sensualidade que Aguilera tanto buscou em vão em CDs anteriores. Candy Man teve suingue à maneira dos anos 30 e 40. Parecia música de outra era, de algum cabaré ou salão da primeira metade do século 20. E foi justamente essa habilidade de Christina Aguilera de conjugar sonoridades e tempos distintos que a fez se agigantar no CD Back to Basics. E, por essa, ninguém esperava...

1 Comments:

Anonymous José said...

pena que ela não manteve o pique depois deste disco

27 de janeiro de 2010 às 20:01  

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