Retrô 2006 - Plebe Rude não rachou concreto
Vinte anos depois de lançar um dos discos emblemáticos do rock brasileiro dos anos 80, O Concreto Já Rachou (1986), a Plebe Rude (foto) voltou à cena fonográfica em setembro de 2006 com seu primeiro álbum de inéditas em 13 anos, R ao Contrário, encartado em edição da revista Outra Coisa. A Plebe retornou ainda rude, mas com sua formação original reduzida à metade. Permaneceram o baixista André X e o perseverante guitarrista e vocalista Philippe Seabra. Clemente (Inocentes) foi incorporado ao grupo como vocalista ao lado do baterista Txotxa (Maskavo).
R ao Contrário exalou honestidade por todos seus poros (ou sulcos, se tivesse sido editado em vinil) e foi convite à reflexão, combatendo o conformismo social nos versos de suas 12 faixas. Foi, em suma, fiel à trajetória de uma banda criada na ideologia punk. Mas - embora a pegada tenha estado firme - o que pesou negativamente na balança foi a irregularidade do repertório. Até houve petardos como a faixa-título. O rock O Que se Faz, à moda dos anos 70, também foi destaque com um impactante arranjo de gaita de foles enquanto Mil Gatos no Telhado se impôs pela batida sorrateira que encurralou o ouvinte como um felino raivoso. Mas a Plebe ficou devendo por conta de sua história (e da expectativa).
A propósito, o último CD de inéditas da Plebe, de 1993, se chamou Mais Raiva do que Medo. E R ao Contrário também destilou raiva pelo sistema e pelo estado geral das coisas. Não foi à toa que terminou com a punkíssima Voto em Branco, única música tirada do baú plebeu, tendo sido composta em 1981. Só que as músicas novas nem sempre acompanharam a virulência das letras, estas em plena forma. Houve momentos menos inspirados - Suficiente por um Dia (ou Dois) e Traçado que Parece o meu, entre outros - em que o CD soou quase arrastado, com beats desacelerados. Mas em outros, como Mero Plebeu, a Plebe continuou seca e rápida no gatilho. Moral da história: R ao Contrário, com todo seu caráter oscilante, teve admiradores fervorosos, mas não rachou concreto.
R ao Contrário exalou honestidade por todos seus poros (ou sulcos, se tivesse sido editado em vinil) e foi convite à reflexão, combatendo o conformismo social nos versos de suas 12 faixas. Foi, em suma, fiel à trajetória de uma banda criada na ideologia punk. Mas - embora a pegada tenha estado firme - o que pesou negativamente na balança foi a irregularidade do repertório. Até houve petardos como a faixa-título. O rock O Que se Faz, à moda dos anos 70, também foi destaque com um impactante arranjo de gaita de foles enquanto Mil Gatos no Telhado se impôs pela batida sorrateira que encurralou o ouvinte como um felino raivoso. Mas a Plebe ficou devendo por conta de sua história (e da expectativa).
A propósito, o último CD de inéditas da Plebe, de 1993, se chamou Mais Raiva do que Medo. E R ao Contrário também destilou raiva pelo sistema e pelo estado geral das coisas. Não foi à toa que terminou com a punkíssima Voto em Branco, única música tirada do baú plebeu, tendo sido composta em 1981. Só que as músicas novas nem sempre acompanharam a virulência das letras, estas em plena forma. Houve momentos menos inspirados - Suficiente por um Dia (ou Dois) e Traçado que Parece o meu, entre outros - em que o CD soou quase arrastado, com beats desacelerados. Mas em outros, como Mero Plebeu, a Plebe continuou seca e rápida no gatilho. Moral da história: R ao Contrário, com todo seu caráter oscilante, teve admiradores fervorosos, mas não rachou concreto.
1 Comments:
o concreto já rachou é disco histórico
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