30 de setembro de 2008

DVD preserva a leveza do samba de Maria Rita

Resenha de DVD
Título: Samba Meu
Artista: Maria Rita
Gravadora: Warner
Music
Cotação: * * * *

Na emocionante (e hoje já histórica) entrevista que deu a Daniel Filho para o especial Mulher 80, Elis Regina (1945-1982) disse, com olhos marejados, que desejava que a filha Maria Rita, então com dois anos, soubesse levar a vida com leveza. Elis nunca foi uma pessoa leve. E Rita, ao se lançar como cantora, parecia que ia pelo mesmo caminho. Ao estrear seu primeiro grande show em 2003, a cantora exibiu no palco um ar senhoril que não combinava com os 26 anos que tinha na época. Rita chegou à cena como a segura cantora que, de fato, ela já era. Mas foi preciso cortar o cordão umbilical, afrouxado no controvertido álbum Segundo (2005) e rompido no CD Samba Meu, cujo show chega ao DVD posto nas lojas neste mês de setembro de 2008 pela Warner Music, com o registro ao vivo captado em 10 de junho na casa Vivo Rio (RJ), com direção de Hugo Prata. Samba Meu, o show, flagra Maria Rita jovem como nunca aos 30 anos - agora ela já tem 31 - e com a leveza desejada por sua mãe naquele pungente depoimento. Sem firulas, a filmagem preserva a jovialidade do samba de Maria Rita, que soou mais contagiante no palco do que no (bom) álbum homônimo de 2007. O roteiro perpetuado no vídeo é, em essência, o mesmo da estréia do show, ocorrida aos primeiros minutos de 1º de dezembro de 2007, numa Fundição Progresso (RJ) lotada (é pena que sem Veja Bem, meu Bem, então revivida em belo arranjo que incorporava ao fim o ronco de uma cuíca). E o que se vê é uma cantora com pleno domínio da voz, do corpo - o gestual da artista parece indissociável de seu canto - e do público, majoritariamente jovem como ela. Rita entendeu o recado de Elis.

14 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Pôxa Mauro pensei que não ia rolar resenha desse DVD !!

Me amarro em todos os albuns de Maria Rita. Prefiro o SEGUNDO e achei esse SAMBA MEU meio limpo. Claro,algumas faixas desse DVD não são sambas e o " cover " de NÃO DEIXE O SAMBA MORRER é (totalmenete )dispensável.

Maria Rita,como você já disse é a cantora mais segura a surgir no Brasil depois de Marisa Monte e é sem dúvida, a melhor de sua geração.




Juizo e muito sucesso a Maria Rita
Votos de Diogo Santos
caxias.diogo@bol.com.br

30 de setembro de 2008 às 10:57  
Blogger Ju Oliveira said...

valeu pela resenha Mauro. esperei um pouco pra comprar pelo preço, mas acabei não resistindo. fiquei feliz porque, como você disse, o dvd reproduz muito bem a experiência de ver esse show ao vivo (a alegria, beleza, leveza) sem firulas. Gostaria apenas que "Não deixe o samba morrer" tivesse feito parte da íntegra do show e não colocado como extra, e que "Veja bem meu bem", que fazia parte do roteiro no início da turnê, tivesse sido registrada no dvd. A canção foi apresentada nessa turnê com um arranjo muito especial que merecia registro.

30 de setembro de 2008 às 11:06  
Blogger Pedro Progresso said...

Comprei.
Acho que é o seguinte: o show foi ótimo, eu assisti ao vivo e concordo com o Mauro.
No dvd funcionou mais pelo regitro sonoro (arranjos, voz, banda e concepção) do que pela Maria Rita em cena mesmo (nada demais também, ela tá bonita e bem de palco - leve!). Mas o que irrita profundamente é a péssima edição e a fotografia desse dvd, um dos piores que eu já vi, chega a irritar a mudança constante de câmeras - horrível costura.
Os dois primeiros (e especialmente o primeiro) tiveram um cuidado excelente nessa área. E esse deixou MUITO a desejar.
Ainda bem que eu já sabia que ia ligar o dvd, deixar tocando e fazer outras coisas.

30 de setembro de 2008 às 12:43  
Anonymous Anônimo said...

Gosto mais da primeira fase de Maria Rita. Essa agora é muito pão com ovo, muita barriga de fora, muito sambinha de gosto duvidoso... Espero q ela venha com um novo trabalho mais "sério" ano que vem.

30 de setembro de 2008 às 13:28  
Anonymous Anônimo said...

ainda não tive o prazer o dvd,mas ouvi o audio dele e,como sempre, a Maria Rita arrasa ao vivo.Gosto muito dos 3 cds((O Segundo é meu favorito-a produção minamalista e impecável do Lenine(diga-se passagem,ela sempre escolhe os produtores certos;talentosos e que conseguem o som que ela busca pro disco),o repertório quase todo conteporêneo e de muita qualidade-Moska,Drexler,Rodrigo Maranhão,Edu Krieger,Marcelo Camele)).

Ela tem muito talento e merce que a impressa deixe de pegar no pé dela(muito por culpa de coisas feita pela gravadora e não pela MR) e reconher a grande cantora e artista que ela é.

30 de setembro de 2008 às 13:59  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, só uma correção.

Elis deu, realmente, algumas entrevistas para Marília Gabriela, principalmente no "Jornal Hoje" e no "TV Mulher", na TV Globo.

Mas a entrevista que eternizou a emoção quando da referência a Maria Rita foi para o especial "Mulher 80".

Sobre a mãe do Antônio, só digo uma coisa: ela parece, finalmente, ter achado um modo de cantar, um ninho musical para chamar de seu. Ainda bem!

Felipe dos Santos Souza

30 de setembro de 2008 às 14:16  
Anonymous Anônimo said...

mauro,

mais uma vez, vc mostra que acompanha - ou conhece, a trajetória dos resenhados.
sou suspeita para falar da mr. a minha ligação com a família vem do século passado e para mim, não sei se é melhor cantora ou interprete -o que seja, mas é a que mais me emociona desta geração. não esqueço a sua participação no "som brasil" cantando noel. para cada música um modo diferente de interpretar a canção. acredito que só as grandes cantoras/interpretes conseguem, no meu caso, transmitir essa emoção. como ela mesma disse quando se referiu à fabiana cozza, parece que ela canta c/ o útero!
quanto à resenha do dvd, sem dúvida o mais leve da sua carreira, algumas observações:
1. sairam santa chuva/veja bem meu bem,e entraram trajetória/pagú (a primeira gravada no disco do camelo e a segunda no do ney. talvez em atenção aos dois, ela tenha parado de cantá-las nos shows. será ?).
2. diferente de vc, gosto muito do "segundo". é o que tem "muito pouco", "sem aviso", "ciranda do mundo", "caminho das águas", "casa pré-fabricada", sem esquecer da grandeza de ter reunido no mesmo trabalho, moska, fred martins, edu krieger, rodrigo maranhão, marcelo camelo, o que, imagino, ajudou na divulgação do trabalho deles junto a um público maior (mérito do lenine e da mr na escolha do repertório).
3. não sei aonde mr chegará. ela é inquieta, sem preconceitos musicais - participou em 2007 do cd/dvd do rapper "gog" de brasília, mas gostaria muito que ela gravasse uns rocks dos anos 80, ou ainda outros rítmos regionais brasileiros - baião, frevo, ciranda, samba de novo,etc, ou como ela falou quando do lançamento do samba meu, um repertório de compositoras.

estava ansiosa esperando a sua resenha. e, mais uma vez. vc não me decepcionou.

ciça
brasília

30 de setembro de 2008 às 15:04  
Anonymous Anônimo said...

Diogo,

Eu também achei que a gravação de "Não Deixe o Samba Morrer" totalmente dispensável. A gravação da Alcione ainda é insuperável, até hoje.

No mais, acho a Maria Rita uma cantora ainda em formação, buscando a sua cara. Como o Mauro escreveu, ela veio com um peso muito grande nas costas.

Talento ela tem, sem dúvida. Mas ainda não me contagiou com seu estilo não. Mas é questão de gosto.

Desejo muita sorte para ela.

abração,
Denilson

30 de setembro de 2008 às 18:25  
Blogger Unknown said...

Maria Rita e Roberta Sá são sem dúvida alguma as melhores cantoras de sua geração...

30 de setembro de 2008 às 21:36  
Anonymous Anônimo said...

Eu gosto muito da Maria Rita. Quando saiu esse cd de samba eu gostei, mas hoje o acho bem enjoado, prefiro a cantora dos dois primeiros.

PS: No especial de Noel, ela acabou com as músicas do poeta da vila. Acabou no mau sentido, claro.

Jose Henrique

2 de outubro de 2008 às 00:50  
Anonymous Anônimo said...

José Henrique,

Concordo com você em relação ao cd de sambas e ao especial do Noel.

Me sinto mais aliviado em saber que não sou só eu que senti isso.

abração,
Denilson

2 de outubro de 2008 às 09:17  
Anonymous Anônimo said...

Edição picotada não da! Quando o diretor quer salvar tudo na edição ja viu.Pena. O show é bem lindo, mas o Prata ficou na prata.

3 de outubro de 2008 às 05:34  
Anonymous Anônimo said...

Maria Rita,como você já disse é a cantora mais segura a surgir no Brasil depois de Marisa Monte e é sem dúvida, a melhor de sua geração. (2)

3 de outubro de 2008 às 09:39  
Anonymous Anônimo said...

Maria Rita é muito superior a Marisa Monte. Em voz, em palco, em repertório... Enfim...tem gente que gosta daquele clima blase da Monte, eu não!!

3 de outubro de 2008 às 10:56  

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