12 de abril de 2008

Jagger dirige Scorsese em filme sobre Stones?

Resenha de documentário
Título: The Rolling Stones
- Shine a Light
Direção: Martin Scorsese
Cotação: * * * *
Em exibição nos cinemas

Nas seqüências iniciais de Shine a Light, o excelente documentário em que Martin Scorsese tenta desvendar a magia dos Rolling Stones depois de ter esmiuçado as raízes do blues e de ter focado o mitológico Bob Dylan em No Direction Home, fica claro que há uma tentativa de Mick Jagger de não passar o comando do show para Scorsese. Em cenas que tangem o humor hilário, Scorsese se insere diabolicamente como personagem da narrativa e se mostra atordoado sem informações mínimas sobre o show que, em tese, iria dirigir. A ponto de tomar conhecimento da música que abriria o roteiro, Jumpin' Jack Flash, no mesmo momento que o público que lotou o Beacon Theatre, em Nova York, em 1º de novembro de 2006, para assistir à apresentação captada pelas câmeras de Scorsese. Ao se inserir no próprio filme para revelar os meandros complicados de uma superprodução que envolve astros da grandeza dos Stones, é como se Scorsese optasse por revelar para o espectador que, em que pesem tantas dissimulações, é ele quem dirige o próprio filme.
Abertas as cortinas, o filme se transforma quase no registro de um (grande) show e, a partir daí, quem dirige a cena de fato e de direito é Scorsese com suas câmeras que retratam os Stones no palco sem a maquiagem que adorna as gravações controladas pela produção do quarteto. Entremeados com trechos de entrevistas concedidas pela banda nos anos 60 e 70, quando a banda nem sonhava com a longevidade conquistada no universo do rock por mais de 40 anos, os números do show revelam que a luz do grupo ainda brilha - e muito. Seja no pop (Just my Imagination), no country (Faraway Eyes) ou em seu rock embebido em blues e em r & b (Brown Sugar, Paint It Black, Sympathy for the Devil e Star me Up, o hit de 1981 que é a música mais recente de um roteiro calcado nos clássicos da banda). Envelheceram os Stones, e isso atestam as imagens antigas, mas não o seu som, sempre cativante.
Três convidados de universos distintos abrilhantam a festa. Jack White (do duo White Stripes) manda bem em Loving Cup. Christina Aguilera acompanha o pique de Jagger em Live with me. Mas a luz mais forte é do bluesman Buddy Guy, que toca sua guitarra emblemática e solta seu vozeirão ancestral em Champagne & Reefer. Para quem não tem paciência de ver um show dos Stones no cinema, os três números estão incluídos no álbum duplo que a gravadora Universal acaba de lançar no Brasil com a trilha de Shine a Light. E, quando rola a festa da música, já pouco importa se foi Scorsese que dirigiu Jagger ou vice-versa.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

pra ver show no cinema, prefiro ficar em casa vendo dvd

12 de abril de 2008 às 11:59  
Anonymous Anônimo said...

Melhor beto...
pra ver Stones prefiro ouvir toda a discografia... q é 100%
O que vale do show dos Stones é a produção...

Bruno.

12 de abril de 2008 às 13:47  
Anonymous Anônimo said...

maravilhoso
Claro q discordo do repertório !
q raiva do Jagger ! Chegaremos perto ? O Beacon tb é uma atração.God saved the Stones !

14 de abril de 2008 às 07:47  

Postar um comentário

<< Home