5 de novembro de 2009

Lenine é o destaque da bela noite 'Rita Leestica'

Resenha de Show
Evento: Accenture Performances 2009
Título: Rita Lee Como Você Nunca Ouviu
Artistas: Ed Motta, Herbert Vianna, Lenine, Marina de
la Riva, Paula Toller e Silvia Machete
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 4 de novembro de 2009
Fotos: Divulgação / Ricardo Nunes
Cotação: * * * *
De fato, ninguém nunca ouviu a (bela) música de Rita Lee da forma orquestral como ela foi abordada no show idealizado por Nelson Motta para a edição 2009 do projeto Accenture Performances. Não foi à toa que a toda hora os seis cantores solistas fizeram reverências em cena à big-band conduzida por Felipe Pinaud. Estreado em São Paulo (SP) em 28 de outubro, o show Rita Lee Como Você Nunca Ouviu destacou Lenine na apresentação carioca, realizada na casa Vivo Rio na noite de 4 de novembro. Já no primeiro de seus quatro fortes números, Ando Meio Desligado (1970), o cantor brilhou ao esboçar clima meio aéreo sem perda da pressão que norteou seu set, completado com Mutante (1981), Ovelha Negra (1975) - em que Davi Moraes reproduziu o solo de guitarra da emblemática gravação original da balada - e o rock Agora Só Falta Você (1975). Na sequência, no encerramento do tributo, Lenine atuou como espécie de líder dos dois números coletivos do final, Lança Perfume e Chega Mais, hábeis ao evocar o clima carnavalesco do rock de Rita. Empolgado, ele foi o maior destaque da noite Rita Leestica, como se referiu ao vibrante show.
Nada faria supor um show tão vibrante - como foi a apresentação carioca do tributo Rita Lee Como Você Nunca Ouviu - no momento em que Nelson Motta apareceu no palco da casa Vivo Rio para dizer um punhado de frases-feitas sobre a importância da artista na cena pop brasileira. Na sequência, Motta chamou ao palco a primeira solista, Silvia Machete, cuja veia circense não aflorou como poderia em números como Banho de Espuma (1981) e Nem Luxo Nem Lixo (1980). Machete atuou com a correção de uma crooner, tendo alcançado seu melhor momento logo no seu número inicial, Sucesso, Aqui Vou Eu (Build Up) - rara primeira música do primeiro disco solo de Rita, editado em 1970 - quando já ficou claro que a roupagem orquestral da big-band encorpou a música de Rita sem engessá-la ou atenuar sua leveza (Pinaud a recriou sem diluir a pegada dos arranjos originais). Em seguida, Marina de la Riva usou a descendência cubana para realçar a latinidade de Bandido Corazón (1976) - o tema que Rita cedeu para o segundo disco solo de Ney Matogrosso - e se confirmou boa cantora ao reviver tanto uma balada (Menino Bonito, de 1974) como um rock, Luz del Fuego (1975), extraído do álbum Fruto Proibido, obra-prima da fase mais roqueira da discografia de Rita. Além da boa técnica vocal, Riva tem bela presença em cena...
Depois de Riva, Paula Toller - uma das legítimas sucessoras de Rita na dinastia feminina do pop nacional - entrou em cena e ressaltou que a obra da Ovelha Negra iluminou sua vida desde quando, adolescente, juntou trocados com uma amiga para comprar Atrás do Porto Tem uma Cidade (1974), o primeiro álbum gravado por Rita com o grupo Tutti Frutti. Toller cantou Mania de Você (1979) sem realçar o clima sensual da balada, sustentou a pulsação do blues Cartão Postal (1975), caiu comunicativa no suingue latino de Baila Comigo (1980) e cresceu ao reviver Esse Tal de Rock'n'Roll (1975). Na sequência, Ed Motta se revelou o intéprete mais preguiçoso do elenco por ter cantado três músicas - Fora da Lei (1997), Caso Sério (1980) e Colombina (2000) - que já fazem parte de seu repertório. Empolgado com a big-band, Ed explorou nuances das músicas e induziu a plateia a entrar no clima carnavalesco de Colombina sem atenuar a sensação de que seu bloco foi o único momento déjà-vu do tributo. Faltou ao bom set de Ed o ineditismo que sobrou no bloco pauleira de Herbert Vianna que, munido de sua guitarra feroz, deu peso aos rocks Jardins da Babilônia (1978) e Papai me Empresta o Carro (1979), entremeados por balada, Desculpe o Auê (1983), que evidenciou a afinação irregular da voz do cantor. Mas isso foi detalhe num show vibrante que alcançaria seu ápice com a iluminada participação de Lenine, compositor que já se mostra intérprete grandioso como os arranjos que reembalaram o pop de Rita como você nunca ouviu!!

7 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

De fato, ninguém nunca ouviu a (bela) música de Rita Lee da forma orquestral como ela foi abordada no show idealizado por Nelson Motta para a edição 2009 do projeto Accenture Performances. Não foi à toa que a toda hora os seis cantores solistas fizeram reverências em cena à big-band conduzida por Felipe Pinaud. Estreado em São Paulo (SP) em 28 de outubro, o show Rita Lee Como Você Nunca Ouviu destacou Lenine na apresentação carioca, realizada na casa Vivo Rio (RJ) na noite de 4 de outubro. Já no primeiro de seus quatro números, Ando Meio Desligado (1970), o cantor brilhou ao esboçar clima meio aéreo sem perda da pressão que norteou seu set, completado com Mutante (1981), Ovelha Negra (1975) - em que Davi Moraes reproduziu o solo de guitarra da emblemática gravação original da balada - e o rock Agora Só Falta Você (1975). Na sequência, no encerramento do tributo, Lenine atuou como espécie de líder dos dois números coletivos do final, Lança Perfume e Chega Mais, hábeis ao evocar o clima carnavalesco do rock de Rita. Empolgado, ele foi o maior destaque da noite Rita Leestica, como se referiu ao vibrante show.
Nada faria supor um show tão vibrante - como foi a apresentação carioca do tributo Rita Lee Como Você Nunca Ouviu - no momento em que Nelson Motta apareceu no palco da casa Vivo Rio para dizer um punhado de frases-feitas sobre a importância da artista na cena pop brasileira. Na sequência, Motta chamou ao palco a primeira solista, Silvia Machete, cuja veia circense não aflorou como poderia em números como Banho de Espuma (1981) e Nem Luxo Nem Lixo (1980). Machete atuou com a correção de uma crooner, tendo alcançado seu melhor momento logo no seu número inicial, Sucesso, Aqui Vou Eu (Build Up) - primeira música do primeiro disco solo de Rita, editado em 1970 - quando já ficou claro que a roupagem orquestral da big-band encorpou a música de Rita sem engessá-la ou atenuar sua leveza (Pinaud a recriou sem diluir a pegada dos arranjos originais). Em seguida, Marina de la Riva usou a descendência cubana para realçar a latinidade de Bandido Corazón (1976) - o tema que Rita cedeu para o segundo disco solo de Ney Matogrosso - e se confirmou boa cantora ao reviver tanto uma balada (Menino Bonito, de 1974) como um rock, Luz del Fuego (1975), extraído do álbum Fruto Proibido, obra-prima da fase mais roqueira da discografia de Rita. Além da boa técnica vocal, Riva tem bela presença em cena...
Depois de Riva, Paula Toller - uma das legítimas sucessoras de Rita na dinastia feminina do pop nacional - entrou em cena e ressaltou que a obra da Ovelha Negra iluminou sua vida desde quando, adolescente, juntou trocados com uma amiga para comprar Atrás do Porto Tem uma Cidade (1974), o primeiro LP gravado por Rita com o grupo Tutti Frutti. Toller cantou Mania de Você (1979) sem realçar o clima sensual da balada, sustentou a pulsação do blues Cartão Postal (1975), caiu comunicativa no suingue latino de Baila Comigo (1980) e cresceu ao reviver Esse Tal de Rock'n'Roll (1975). Na sequência, Ed Motta se revelou o intéprete mais preguiçoso do elenco por ter cantado três músicas - Fora da Lei (1997), Caso Sério (1980) e Colombina (2000) - que já fazem parte de seu repertório. Empolgado com a big-band, Ed explorou nuances das músicas e induziu a plateia a entrar no clima carnavalesco de Colombina sem atenuar a sensação de que seu bloco foi o único momento déjà-vu do tributo. Faltou ao bom set de Ed o ineditismo que sobrou no bloco pauleira de Herbert Vianna que, munido de sua guitarra, deu peso aos rocks Jardins da Babilônia (1978) e Papai me Empresta o Carro (1979), entremeados por balada, Desculpe o Auê (1983), que evidenciou a afinação irregular da voz do cantor. Mas isso foi detalhe num show vibrante que alcançaria seu ápice com a iluminada participação de Lenine, compositor que já se mostra intérprete grandioso como os arranjos que reembalaram o pop de Rita como você nunca ouviu!!

5 de novembro de 2009 às 13:51  
Blogger Célio Albuquerque said...

Este comentário foi removido pelo autor.

5 de novembro de 2009 às 15:00  
Anonymous Luciano Almeida Filho said...

Oi Mauro...
só lembrando que a música Ovelha Negra integra o repertório do disco Fruto Proibido, de 1975. E não Atrás do porto tem uma cidade.

5 de novembro de 2009 às 15:36  
Anonymous Anônimo said...

Essa Silvia e essa Riva são apenas dois e BONS exemplos da mesmice e rame rame que nos assola a MPB nos últimos anos. Ed Motta é um super músico, não entendi a preguiça em cantar o seu repertório... Herbert esta cada dia cantando pior , Paulinha é uma graça e ao contrário, canta cada dia melhor. Lenine, eu particularmente, não gosto, mas pelo jeito, deu conta do recado. Dizem q o show em São Paulo foi super frio , parece q no Rio deu uma melhorada!! Ainda bem, Rita merece...

5 de novembro de 2009 às 16:12  
Anonymous Anônimo said...

Bom, apesar de gostar mto do Lenine, acho que ele errou partes das letra de algumas músicas, e assim prejudicou a performance.
O Ed Motta realmente não fez jus ao nome do projeto, pq as músicas de Rita Lee q ele cantou já foram mto ouvidas daquela forma por ele mesmo.
Já a Paula Toller... é maravilhosamente linda e talentosa!

5 de novembro de 2009 às 19:32  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, desculpa, mas não consigo ver coisa que não é bacana e ficar com minha boca fechada. Eu fui ver a Marina de la Riva ao vivo e ela não canta nada. Desafina que é uma beleza. Sai, até, fora do tom. Me levantei e fui embora. É demais pra mim... Olha galera a Marina de la Riva catando o Hino Nacional, no Teatro Nacional,com a Orquestra Baquiana Jovem, nos 200 anos Banco do Brasil. É uma tristeza. Tudo desafinado e com uma técnica de menina de grupo. Eu quando vi na internet não acreditei. É ridículo. Vejam que horror o link: http://www.youtube.com/watch?v=hkzr_U_tzqM
Está lá registrado. Olha que coisa mais feia. A minha filha canta melhor o Hino. Cantar assim com orquestra é um pouco demais... Não estou falando mal de La Riva. Está lá no You Tube. É constrangedor!

5 de novembro de 2009 às 22:34  
Anonymous Anônimo said...

esse blog é interativo com o leitor. fui ver a marina de la riva cantar o hino como sugeriu o anônimo acima e é realmente ruim.
ainda bem que não está o hino inteiro. o que eu escutei é comprometedor para uma cantora tão badalada pelo nelson motta. estudar canto é ótimo, sempre. principalmente para profissionais do ramo.

6 de novembro de 2009 às 09:49  

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