Íntima, Adriana Maciel engrandece dez canções
Resenha de CD
Título: Dez Canções
Artista: Adriana Maciel
Gravadora: Navitrola
/ EMI Music
Cotação: * * * *
Quatro anos depois de lançar grande disco (Poeira Leve, 2004) que merecia ter obtido repercussão maior no Brasil, Adriana Maciel volta a surpreender positivamente com um dos CDs mais sedutores de 2008. Dez Canções procura - e consegue - realçar o essencial: as boas dez canções que lhe dão título. Com delicadas molduras sonoras, bem urdidas pelos produtores Chico Neves e Bernardo Bosísio, a cantora põe seu canto íntimo - e é íntimo por opção, pois ela expôs sua potência vocal logo ao ser projetada nos anos 90 no coro de peça dirigida por Moacyr Góes - a serviço de músicas que, ouvidas em seqüência, montam painel de uma paradoxal densidade poética. Compositor recorrente na discografia de Maciel, Vitor Ramil se impõe na seleção de autores de Dez Canções. Sozinho, Ramil assina duas belas baladas - Cadê Você? e Perto do Coração Selvagem - e revela verve mais irônica em Cão (Like a Dog). Com Luciano Mello, Ramil é também o autor de Fórmica Blue, tema de estranheza destoante do universo despojado do álbum. A propósito, em sintonia com a suavidade das interpretações da cantora, os arranjos seguem uma linha minimalista com instrumentos certeiros. Que podem ser tanto a guitarra terna de Christiaan Oyens - que adorna Tardes Vazias, angustiada canção de George Israel e Cris Braun - como a harpa de Cristina Braga, trunfo na construção da atmosfera envolvente da faixa Sertão, parceria de Moreno Veloso com Caetano Veloso que ganha seu mais bonito registro. Ou ainda o melotron tocado pelo produtor Chico Neves em Vida em Marte, a versão de Life on Mars (David Bowie) feita por Seu Jorge para a trilha de filme. A gravação de Adriana supera a de Jorge por ressaltar a beleza escondida no registro banal do versionista. Merece menção ainda a inserção de Copo Vazio, um dos temas mais filosóficos da lavra de Gilberto Gil nos anos 70. Enfim, Adriana Maciel apresenta mais outro belo disco, grandioso em sua simplicidade. Tomara que Dez Canções dê à cantora a projeção que ela há muito merece. É dez!!
Título: Dez Canções
Artista: Adriana Maciel
Gravadora: Navitrola
/ EMI Music
Cotação: * * * *
Quatro anos depois de lançar grande disco (Poeira Leve, 2004) que merecia ter obtido repercussão maior no Brasil, Adriana Maciel volta a surpreender positivamente com um dos CDs mais sedutores de 2008. Dez Canções procura - e consegue - realçar o essencial: as boas dez canções que lhe dão título. Com delicadas molduras sonoras, bem urdidas pelos produtores Chico Neves e Bernardo Bosísio, a cantora põe seu canto íntimo - e é íntimo por opção, pois ela expôs sua potência vocal logo ao ser projetada nos anos 90 no coro de peça dirigida por Moacyr Góes - a serviço de músicas que, ouvidas em seqüência, montam painel de uma paradoxal densidade poética. Compositor recorrente na discografia de Maciel, Vitor Ramil se impõe na seleção de autores de Dez Canções. Sozinho, Ramil assina duas belas baladas - Cadê Você? e Perto do Coração Selvagem - e revela verve mais irônica em Cão (Like a Dog). Com Luciano Mello, Ramil é também o autor de Fórmica Blue, tema de estranheza destoante do universo despojado do álbum. A propósito, em sintonia com a suavidade das interpretações da cantora, os arranjos seguem uma linha minimalista com instrumentos certeiros. Que podem ser tanto a guitarra terna de Christiaan Oyens - que adorna Tardes Vazias, angustiada canção de George Israel e Cris Braun - como a harpa de Cristina Braga, trunfo na construção da atmosfera envolvente da faixa Sertão, parceria de Moreno Veloso com Caetano Veloso que ganha seu mais bonito registro. Ou ainda o melotron tocado pelo produtor Chico Neves em Vida em Marte, a versão de Life on Mars (David Bowie) feita por Seu Jorge para a trilha de filme. A gravação de Adriana supera a de Jorge por ressaltar a beleza escondida no registro banal do versionista. Merece menção ainda a inserção de Copo Vazio, um dos temas mais filosóficos da lavra de Gilberto Gil nos anos 70. Enfim, Adriana Maciel apresenta mais outro belo disco, grandioso em sua simplicidade. Tomara que Dez Canções dê à cantora a projeção que ela há muito merece. É dez!!
7 Comments:
Quatro anos depois de lançar grande disco (Poeira Leve, 2004) que merecia ter obtido repercussão maior no Brasil, Adriana Maciel volta a surpreender positivamente com um dos CDs mais sedutores de 2008. Dez Canções procura - e consegue - realçar o essencial: as boas dez canções que lhe dão título. Com delicadas molduras sonoras, urdidas pelos produtores Chico Neves e Bernardo Bosísio, a cantora põe seu canto íntimo - e não por falta de volume, pois ela expôs sua potência vocal logo ao ser projetada nos anos 90 no coro de peça dirigida por Moacyr Góes - a serviço de músicas que, ouvidas em seqüência, montam painel de uma paradoxal densidade poética. Compositor recorrente na discografia de Maciel, Vitor Ramil se impõe na seleção de autores de Dez Canções. Sozinho, Ramil assina duas belas baladas - Cadê Você? e Perto do Coração Selvagem - e revela verve mais irônica em Cão (Like a Dog). Com Luciano Mello, Ramil é também o autor de Fórmica Blue, tema de estranheza destoante do universo despojado do álbum. A propósito, em sintonia com a suavidade das interpretações da cantora, os arranjos seguem uma linha minimalista com instrumentos certeiros. Que podem ser tanto a guitarra terna de Christiaan Oyens - que adorna Tardes Vazias, angustiada canção de George Israel e Cris Braun - como a harpa de Cristina Braga, trunfo na construção da atmosfera envolvente da faixa Sertão, parceria de Moreno Veloso com Caetano Veloso que ganha seu mais bonito registro. Ou ainda o melotron tocado pelo produtor Chico Neves em Vida em Marte, a versão de Life on Mars (David Bowie) feita por Seu Jorge para a trilha de filme. A gravação de Adriana supera a de Jorge por ressaltar a beleza escondida no registro banal do versionista. Merece menção ainda a inserção de Copo Vazio, um dos temas mais filosóficos da lavra de Gilberto Gil nos anos 70. Enfim, Adriana Maciel apresenta mais outro belo disco, grandioso em sua simplicidade. Tomara que Dez Canções dê à cantora a projeção que ela há muito merece. É dez!!
Se tem Vitor Ramil na parada, não tem erro!
Adriana é uma cantora com bom gosto e uma dedicação bonita. Estou impaciente por ouvir o cd.
Kees
Gosto muito do trabalho da Adriana. A propósito as gravações de "A televisão" (Chico Buarque) e Coisas de você (Vitor Ramil) em discos anteriores são muito boas. Sucesso pra essa guria.
Adriana é uma ótima cantora que, sem dúvida, merecia mais projeção. Poeira Leve é lindo.
Pois é. Vai tocar aonde? Como o público vai conhecer o trabalho? Será que vão tirar o pagode mauriçola e as Ivetes da programação para tocar este CD? Pelo menos uma trilha de novela já ajudaria.
Não sei, não sei, tem algo de adolescente no timbre dela. uma manha que gosto um pouco, desgosto um pouco..
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