23 de novembro de 2008

Bublé (se) excede no charme em show vibrante

Resenha de Show
Título: Call me Irresponsible
Artista: Michael Bublé (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 22 de novembro de 2008
Cotação: * * * *

Quando saiu do palco da casa carioca Vivo Rio, logo depois de dispensar o microfone para entoar no gogó e a capella trecho da balada Song for You, Michael Bublé nem conseguiu despertar toda a atenção do público para sua potência vocal. A platéia abastada - que pagou até R$ 900 para assistir na noite de sábado, 22 de novembro de 2008, à única excelente apresentação da Call me Irresponsible Tour no Rio de Janeiro - até estava eletrizada. Mas não exatamente pela bela voz do cantor canadense, um discípulo pop de Frank Sinatra (1915 - 1998). Naquela altura, Bublé tinha extasiado seu público sobretudo pelo charme, pela simpatia e pelo jogo de sedução que estabeleceu com a platéia desde que entrou em cena para cantar I'm Your Man, tema do compositor Leonard Cohen. Tanto que fãs mais atiradas invadiram o palco - como se estivessem num show de Fábio Jr. - para agarrar o artista em cena.
Por mais que seja um cantor de recursos, e ele figura entre os melhores de sua geração, Michael Bublé se comporta no palco como um entertainer. No show carioca, ele chegou a (se) exceder no charme e na graça. A ponto de praticamente se atirar no meio do público após abusar da sensualidade ao cantar Me and Mrs. Jones e Fever. "Eu sou a Amy Winehouse do jazz", brincou Bublé, momentos antes de reger o coro da platéia numa improvisada citação de Rehab, o maior hit da cantora britânica. Foi apenas o primeiro excesso de um show que, volta e meia, adquiria caráter performático. Bublé tirou sarro dos músicos (ao apresentar a majestosa big-band que o acompanhava em cena), imitou os requebros sensuais de Elvis Presley (1935 - 1977) ao improvisar That's All Right Mama e brincou com o universo gay ao reviver Y.M.C.A. - sucesso do grupo Village People - em outro gracejo que não fazia parte do roteiro formal (ou talvez faça desde a estréia...).
Nem era preciso fazer tanta piada. Quando levou a música a sério, Bublé mostrou que sabe deixar seu público inebriado ao cantar músicas próprias (como as baladas Home e Lost) e alheias (Feeling Good, Call me Irresponsible, I've Got the World on a String, The Way You Look Tonight). O astro canadense torna pop o que é jazz e, na contramão, dá eventual toque jazzístico ao que é pop num roteiro palatável que é apresentado sob a elegante moldura de esplendoroso desenho de luz. Toda a atmosfera contribui para tornar inebriante o show de Bublé. Números já naturalmente sedutores como Save the Last Dance for me e A Crazy Little Thing Called Love (do repertório de Freddie Mercury) ficam irresistíveis pela aura de simpatia construída por Michael Bublé em cena. Belo!

5 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Quando saiu do palco da casa carioca Vivo Rio, depois de dispensar o microfone para entoar no gogó e a capella trecho da balada Song for You, Michael Bublé nem conseguiu despertar toda a atenção do público para sua potência vocal. A platéia abastada - que pagou até R$ 900 para ver na noite de sábado, 22 de novembro de 2008, a única excelente apresentação da Call me Irresponsible Tour no Rio de Janeiro - até estava eletrizada. Mas não exatamente pela bela voz do cantor canadense, um discípulo pop de Frank Sinatra (1915 - 1998). Naquela altura, Bublé tinha extasiado seu público sobretudo pelo charme, pela simpatia e pelo jogo de sedução que estabeleceu com o público desde que entrou em cena para cantar I'm Your Man, tema do compositor Leonard Cohen. Tanto que fãs mais atiradas invadiram o palco - como se estivessem em show de Fábio Jr. - para agarrar o cantor em cena.
Por mais que seja um cantor de recursos, e ele figura entre os melhores de sua geração, Michael Bublé se comporta no palco como um entertainer. No show carioca, ele chegou a (se) exceder no charme e na graça. A ponto de praticamente se atirar no meio da platéia após abusar da sensualidade ao cantar Me and Mrs. Jones e Fever. "Eu sou a Amy Winehouse do jazz", brincou Bublé, momentos antes de reger o coro da platéia numa improvisada citação de Rehab, o maior hit da cantora britânica. Foi apenas o primeiro excesso de um show que, volta e meia, adquiria caráter performático. Bublé tirou sarro dos músicos (ao apresentar a majestosa big-band que o acompanhava em cena), imitou os requebros sensuais de Elvis Presley (1935 - 1977) ao improvisar That's All Right Mama e brincou com o universo gay ao reviver Y.M.C.A. - sucesso do grupo Village People - em outro gracejo que não fazia parte do roteiro formal (ou talvez faça desde a estréia...).
Nem era preciso fazer tanta piada. Quando levou a música a sério, Bublé mostrou que sabe deixar seu público inebriado ao cantar músicas próprias (como as baladas Home e Lost) e alheias (Feeling Good, Call me Irresponsible, I've Got the World on a String, The Way You Look Tonight). O astro canadense torna pop o que é jazz e, na contramão, dá eventual toque jazzístico ao que é pop num roteiro palatável que é apresentado sob a elegante moldura de esplendoroso desenho de luz. Toda a atmosfera contribui para tornar inebriante o show de Bublé. Números já naturalmente sedutores como Save the Last Dance for me e A Crazy Little Thing Called Love (do repertório de Freddie Mercury) ficam irresistíveis pela aura de simpatia construída por Michael Bublé em cena. Belo!

23 de novembro de 2008 às 12:57  
Anonymous Anônimo said...

Esperava mais de bublé !

23 de novembro de 2008 às 13:31  
Anonymous Anônimo said...

O Show foi ótimo, mas não precisava toda hora ficar fazendo gracinhas gays... parece preconceito ou o oposto...
Ó único porém eram aquelas adolescentes enlouqucidas, aos gritos e com as detestáveis digitais!! Parecia, às vezes, que estávamos no Cassino do Chacrinha!!!

23 de novembro de 2008 às 18:30  
Anonymous Anônimo said...

esse sabe e gosta de cantar. o seu dvd é excelente, porém, o preço é salgado.

24 de novembro de 2008 às 16:01  
Blogger Jorge Reis said...

Bublé é o que há, não vi excessos, quem já acompanhava seu trabalho atraves das mídias de dvd não viu exagero algum.
Quisera nós tivessemos um arroubo qualquer e deixássemos de vez em quando o banquinho e o violão em casa, e fisessemos um show no senbtido amplo, total e irrestrito da palavra, se é que me entendem...
Tomara que ele enclua o Brazil definitivamente em suas viagens...
Eu adoro, aquilo é que é música...

24 de novembro de 2008 às 19:46  

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