24 de novembro de 2008

Ao vivo, Duran se abriga no túnel do seu tempo

Resenha de Show
Título: Red Carpet Massacre Tour
Artista: Duran Duran
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 23 de novembro de 2008
Foto: Mauro Ferreira
Cotação: * * *

Por mais que tenha tentado (em vão) se reposicionar na cena pop, convocando Timbaland e Justin Timberlake para colaborar em seu último (fraco) álbum, Red Carpet Massacre (2007), o Duran Duran sempre vai ter a cara dos anos 80. Com seu tecnopop de aura new romantic, o grupo britânico marcou presença na década em que a MTV dava as cartas no jogo fonográfico com uma série de hits que permanecem na memória afetiva de quem viveu aquele tempo. Como ficou comprovado mais uma vez na noite de domingo, 23 de novembro de 2008, na volta do grupo aos palcos cariocas - vinte anos depois de sua apresentação, em 1988, no (lendário) festival Hollywood Rock - em show na casa Vivo Rio.
O visual já não é o mesmo. Assim como a formação da banda. Contudo, nela permanecem o vocalista Simon Le Bon, o baterista Roger Taylor, o tecladista Nick Rhodes e o baixista John Taylor. Elétrico, tentando esbanjar simpatia com frases-clichês como "Nós Amamos Vocês", Le Bon chegou ao ponto de aparecer no bis vestido com a camisa do Flamengo para, enrolado na Bandeira do Brasil, encerrar o show com a infalível Rio - marco da fase de maior popularidade do Duran - depois de improvisar alguns versos de Papa Was a Rolling Stone. Funcionou, mas, a rigor, a temperatura do show oscilou bastante, ficando morna sempre que o Duran tocava o irregular repertório do álbum Red Carpet Massacre - do qual somente a balada Falling Down é digna de registro - e, claro, subindo quando a banda se abrigava no túnel de seu tempo áureo, revivendo hits como Notorious, The Reflex e Wild Boys - todos turbinados com o coro da platéia nostálgica. Ainda assim, alguns sucessos antigos - em especial, A View to a Kill - foram tocados sem a pulsação da gravação original. Em contrapartida, a balada Save a Prayer - com Le Bon ao violão - ganhou a forma de oração, num belo momento de comunhão entre artista e platéia. Fora do repertório dos anos 80, somente as baladas Ordinary World e Come Undone - ambas do álbum de 1993 que representou o último suspiro do Duran nas paradas - conseguiram animar a platéia. Contudo, mesmo com o efeito gangorra do roteiro, o grupo britânico aplacou a saudade do público ao entrar no providencial túnel do seu tempo e - justiça seja feita - soube reembalar os velhos sucessos com novas e contemporâneas levadas que realçaram sua competência técnica.

6 Comments:

Blogger Vladimir said...

Mauro, infelizmente não consegui assistir aos shows do Duran Duran em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas, pelo pouco que vi no You Tube e com os muitos posts no Orkut, não consegui encontrar alguma, ou quase nenhuma, relação ao que li, vi e ouvi com a sua resenha.
Concordo que o Duran Duran não tenha inovado muito pós anos 80, mas, na minha opinião, "Red Massacre Carpet" é muito bom e inova sim em ritmo e sonoridade.
De qualquer forma, opiniões são opiniões. E como este espaço é livre para se opinar sobre música e gostos musicais, não é de se estranhar que volta e meia discorde de algumas de suas opiniões.

Aproveitando, o parabenizo por este espaço e por teres feito esta resenha sobre os shows do Duran Duran, uma banda que continua na ativa há tantos anos e que continua cativando uma legião de fãs pelo mundo afora!!

24 de novembro de 2008 às 22:41  
Anonymous Anônimo said...

Prezado Mauro:
O Roger Taylor continua na banda e na bateria e mandando muito bem.
Eu assisti o show do dia 22 em SP e não houve oscilação de temperatura da platéia com as músicas do Red Carpet Massacre.
Todos continuaram na maior animação.
Eu mesma cantei todas e senti falta de Box ful of honey.
Felizmente ou infelizmente, todas as bandas tem que tocar seus sucessos nos shows.
O review do Globo foi mais animador para nós duranies, desatacando este trecho:
"*vale lembrar que a platéia não se compunha só de fãs old skool, mas tbm de muita gente que escuta ecos do DD em músicas de hoje, como gente da noite, das festas, e da moda, é claro, pois o DD sempre teve um quê fashion... " http://oglobo.globo.com/blogs/riofanzine/#142362

24 de novembro de 2008 às 23:37  
Anonymous Anônimo said...

Boa tarde Mauro.
Sem querer ser infame ou mal educada, mas vou ter que fazer o seguinte comentário:
No início do seu blog você diz que é especializado em música. Mas não mencionou o Roger Taylor, que é membro da banda e estava no show. Esta informação consta até da Wikipedia em português, pra não ter que gastar o inglês: http://pt.wikipedia.org/wiki/Duran_Duran
A divulgação da banda pela mídia anda péssima há muito tempo, e hoje em dia parece que rádio só toca o que há de pior...
O Police veio pro Brasil há algum tempo, e salvo engano, não gravou mais nada desde a década de 80. Você chegou a fazer algum comentário a este respeito?
Ando meio desanimada com a imprensa musical.
Desculpe se fui meio chata.

25 de novembro de 2008 às 13:33  
Blogger Christina Frenzel said...

Oi, Mauro!
Há tempos venho aqui, em geral gosto muito das suas resenhas, mas esta do Duran duran, cá entre nós, nada a ver.

Estive no show do Hollywood Rock e também no Vivo Rio, e, cara, não entendí o que você quis dizer por 'túnel do tempo'... Todas as músicas das antigas vieram repaginadas, com batidas mais dance, mais modernas, prontas para encarar a pista de dança; as músicas dos dois albuns mais novos não emplacaram no Brasil, mas fizeram sucesso na Europa; a banda pode se dar ao luxo de tocar porque quer, e não porque precisa agradar aos críticos.
Da formação original apenas o Andy Taylor não faz mais parte da banda, os outros 4, tão aí, firmes, fortes, lindos (ha, não resistí) e como o mesmo gás dos anos 80, como você mesmo gosta de frisar.
Tem certeza que você foi ao show?
Abraços.

25 de novembro de 2008 às 15:19  
Anonymous Anônimo said...

criticar o que foi moda e seguir a atual... Não sei onde li , mas pego o embalo e vou logo falando, o que seria de nós sem os eternos revival e festas anos 60, anos 70 , anos 80 , anos 90...O que inovou Rolling Stones nos útimos 15 anos?Do que vive Robert Plant?Micael ...o novo nome do michael...faz o que da vida... Fico feliz de existir Duran Duran e trinta anos fazendo revival e dos bons.

25 de novembro de 2008 às 15:30  
Anonymous Anônimo said...

SINCERAMENTE VOCÊ VIU OUTRO SHOW!! TODAS AS MÚSICAS FORAM EFUSIVAMENTE CANTADAS E O VOCALISTA SIMON LE BON ESTÁ CANTANDO COMO NUNCA!!! SENSACIONAL!!

25 de novembro de 2008 às 17:07  

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