19 de outubro de 2008

Trilha de 'Querido Amigos' perde força em disco

Resenha de CD
Título: Queridos Amigos
Artista: Vários
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * 1/2

Ao pilotar a adaptação para a TV Globo do livro Aos meus Amigos, da escritora Maria Adelaide Amaral, os diretores Denise Saraceni e Carlos Araújo usaram a música - em especial, a MPB dos anos 70 - para criar a atmosfera emocional adequada ao retrato da geração que tentara mudar o mundo e naquele momento - 1989, ano em que se passava a trama - fazia seu inventário existencial em clima de ressaca emocional. Ao longo dos 29 capítulos da memorável série escrita por Adelaide Amaral, os telespectadores ouviram muitas gravações de Elis Regina (1945 -1982) e de Milton Nascimento, entre outras vozes que, nos anos 60, formataram a MPB dominante na década de 70. Se tivesse preservado no disco as intenções e emoções perceptíveis na TV, a trilha sonora de Queridos Amigos seria item de colecionador. Contudo, o CD editado pela gravadora Som Livre neste mês de outubro de 2008 - com oito meses de atraso! - dilui a força da trilha da série e soa como mera coletânea selecionada pelo diretor musical da Rede Globo, Mariozinho Rocha. A ponto de nem incluir o tema de abertura da série (Nada Será Como Antes, em regravação de Milton Nascimento) na seleção aleatória de 14 músicas. Assim um fonograma tropicalista de Gilberto Gil (Domingo no Parque) se mistura com um hit da Blitz (Você Não Soube me Amar) da mesma forma que um registro da Gal Costa menos engajada dos anos 80 (Meu Bem, Meu Mal) é ouvido ao lado de gravação pop de Rita Lee (Mania de Você), de samba seminal de Djavan (Flor de Lis) e de momento juvenil dos Paralamas do Sucesso (Vital e sua Moto). Sim, há Elis (com O Bêbado e a Equilibrista), Milton (Canção de América, no imbatível registro de 1979 feito com o grupo vocal Boca Livre), Ivan Lins (Somos Todos Iguais Esta Noite). Somente não há o sentido que dava à música papel fundamental na história. Prefira o DVD que condensa a série em quatro discos. Em CD, fora do contexto original, a trilha amiga soa menos querida, ainda que, isoladamente, a maioria das 14 gravações seja emblemática. Pena!

4 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Ao pilotar a adaptação para a TV Globo do livro Aos meus Queridos Amigos, de Maria Adelaide Amaral, os diretores Denise Saraceni e Carlos Araújo usaram a música - em especial, a MPB dos anos 70 - para criar a atmosfera emocional adequada ao retrato da geração que tentara mudar o mundo e naquele momento - 1989, ano em que se passava a trama - fazia seu inventário existencial em clima de ressaca emocional. Ao longo dos 29 capítulos da memorável série escrita por Adelaide Amaral, os telespectadores ouviram muitas gravações de Elis Regina (1945 -1982) e de Milton Nascimento, entre outras vozes que, nos anos 60, formataram a MPB dominante na década de 70. Se tivesse preservado no disco as intenções e emoções perceptíveis na TV, a trilha sonora de Queridos Amigos seria item de colecionador. Contudo, o CD editado pela gravadora Som Livre neste mês de outubro de 2008 - com oito meses de atraso! - dilui a força da trilha da série e soa como mera coletânea selecionada pelo diretor musical da Rede Globo, Mariozinho Rocha. A ponto de nem incluir o tema de abertura da série (Nada Será Como Antes, em regravação de Milton Nascimento) na seleção aleatória de 14 músicas. Assim um fonograma tropicalista de Gilberto Gil (Domingo no Parque) se mistura com um hit da Blitz (Você Não Soube me Amar) da mesma forma que um registro da Gal Costa menos engajada dos anos 80 (Meu Bem, Meu Mal) é ouvido ao lado de gravação pop de Rita Lee (Mania de Você), de samba seminal de Djavan (Flor de Lis) e de momento juvenil dos Paralamas do Sucesso (Vital e sua Moto). Sim, há Elis (O Bêbado e a Equilibrista), Milton (Canção de América, no imbatível registro original feito com o grupo vocal Boca Livre), Ivan Lins (Somos Todos Iguais Esta Noite). Somente não há o sentido que dava à música papel fundamental na história. Prefira o DVD que condensa a série em quatro discos. Em CD, fora do contexto original, a trilha amiga soa menos querida, ainda que, isoladamente, a maioria das 14 gravações seja emblemática. Pena!

19 de outubro de 2008 às 18:23  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, o nome do livro de Maria Adelaide que foi adaptado para a minisséire é Aos Meus Amigos.

Abraço.

19 de outubro de 2008 às 19:33  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, você tava de mau humor? Essa trilha é um primor!! Saiu atrasado mas tá valendo!!

20 de outubro de 2008 às 22:40  
Blogger Flavio said...

Um saco de gatos, realmente. Mas a gravação imbatível de canção da américa é a primeira, com letra em inglês, chamada então de Unencounter, um "neologismo". Só a voz e o violão do Milton com o violão (se não me engano) de Nelson Angelo e a percussão de Naná Vasconcelos, está no Journey to dawn. De se ouvir de joelhos...

22 de outubro de 2008 às 01:21  

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