18 de outubro de 2008

Brönner foca Rio com bossa e olhar estrangeiro

Resenha de CD
Título: Rio
Artista: Till Brönner
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * 1/2

Pouco conhecido no Brasil, o trompetista e cantor alemão Till Brönner é uma estrela do jazz na Europa que flerta com o pop. Rio é seu 11º álbum e está focado na Bossa Nova, por conta dos 50 anos do gênero nascido em solo carioca. Elegantes, os arranjos reembalam a MPB sob a ótica estrangeira de Brönner, cujo toque do trompete é tão suave quanto sua voz, ouvida em músicas como Só Danço Samba (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes). Jobim (1927 - 1994), a propósito, predomina em repertório que inclui Bonita, Lígia, Ela É Carioca (com o vocal de Sérgio Mendes), Amor em Paz (na versão em inglês, Once I Loved, adornada com o vocal cool de Aimme Mann) e Sim ou Não. Contudo, Rio somente consegue escapar do lugar comum quando filtra sob a estética da bossa cinqüentenária músicas nunca associadas ao gênero. Caso de O Que Será (À Flor da Pele), a obra-prima de Chico Buarque que vira sambinha bossa-novista com o vocal titubeante de Vanessa da Mata. Também estranha no ninho do pop jazz, Annie Lennox põe sua voz a serviço de Mistérios (Joyce e Maurício Maestro) num dueto desajustado com Milton Nascimento, que reaparece no CD em outro dueto, feito com Luciana Souza em Evening (Tarde). Totalmente à vontade, Luciana Souza bisa seu rigor estilístico em Aquelas Coisas Todas (Toninho Horta) com a mesma propriedade com que Melody Gardot, cantora em ascensão na cena do pop jazz, entoa em inglês os versos de Alta Noite, a bela música de Arnaldo Antunes, gravada por ele no CD Nomes (1993) em dueto com Marisa Monte. Boa surpresa de um álbum que vai encontrar admiradores mais fervorosos no circuito estrangeiro de pop jazz...

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Pouco conhecido no Brasil, o trompetista e cantor alemão Till Brönner é uma estrela do jazz na Europa que flerta com o pop. Rio é seu 11º álbum e está focado na Bossa Nova, por conta dos 50 anos do gênero nascido em solo carioca. Elegantes, os arranjos reembalam a MPB sob a ótica estrangeira de Brönner, cujo toque do trompete é tão suave quanto sua voz, ouvida em músicas como Só Danço Samba (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes). Jobim (1927 - 1994), a propósito, predomina em repertório que inclui Bonita, Lígia, Ela É Carioca (com o vocal de Sérgio Mendes), Amor em Paz (na versão em inglês, Once I Loved, adornada com o vocal cool de Aimme Mann) e Sim ou Não. Contudo, Rio somente consegue escapar do lugar comum quando filtra sob a estética da bossa cinqüentenária músicas nunca associadas ao gênero. Caso de O Que Será (À Flor da Pele), a obra-prima de Chico Buarque que vira sambinha bossa-novista com o vocal titubeante de Vanessa da Mata. Também estranha no ninho do pop jazz, Annie Lennox põe sua voz a serviço de Mistérios (Joyce e Maurício Maestro) num dueto desajustado com Milton Nascimento, que reaparece no CD em outro dueto, feito com Luciana Souza em Evening (Tarde). Totalmente à vontade, Luciana Souza bisa seu rigor estilístico em Aquelas Coisas Todas (Toninho Horta) com a mesma propriedade com que Melody Gardot, cantora em ascensão na cena do pop jazz, entoa em inglês os versos de Alta Noite, a bela música de Arnaldo Antunes, gravada por ele no CD Nomes (1993) em dueto com Marisa Monte. Boa surpresa de um álbum que vai encontrar admiradores mais fervorosos no circuito estrangeiro de pop jazz...

18 de outubro de 2008 às 09:46  
Anonymous Anônimo said...

Por incrível que pareça, gostei da gravação da Vanessa da Mata para "O Que Será".

Digo isso porque não costumo gostar dela cantando.

Valeu, Mauro, porque ouvi essa música no rádio, mas não sabia em que disco a encontraria.

abração,
Denilson

20 de outubro de 2008 às 09:22  

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