15 de março de 2008

Tim continua único dez anos após sua morte...

Faz exatos dez anos neste sábado, 15 de março de 2008, que Tim Maia saiu de cena. Não fosse pelo fato de já terem vazado recentemente na internet gravações que seriam de um suposto terceiro bom volume do cult disco Racional, o silêncio em torno da data seria quase total. E injusto, pois, uma década após sua morte, Sebastião Rodrigues Maia permanece inimitável, insubstituível, único. É triste que a maioria de seus discos não esteja em catálogo. Sobretudo os dos anos 70, época em que o Síndico traduziu com maestria o soul e o funk norte-americanos para o idioma da música brasileira. A partir da década de 80, o vírus da música brega contaminaria, em parte, a música de Tim, que - vale lembrar - foi o intérprete de Me Dê Motivo (1983), um clássico do cancioneiro dor-de-corno que seria o primeiro dos muitos sucessos da dupla Michael Sullivan e Paulo Massadas, donatários da parada popular naqueles anos em que a MPB se retraiu face à explosão do rock nacional. Brega à parte, o cantor - que brigou com toda a indústria fonográfica - não tem sua obra tratada por essa indústria com o respeito devido. Por ora, estão previstas somente a reedição do CD Tim Maia Interpreta Clássicos da Bossa Nova (1990), pela Sony BMG, e o lançamento de (mais) uma coletânea inspirada na deliciosa biografia do artista escrita por Nelson Motta (Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia, 2006). Já a reedição do Racional Vol. 2 e o lançamento formal do terceiro volume ainda estão incertos. É pouco para um nome de tamanha dimensão na música brasileira. Mas o fato mais relevante é que, dez anos depois daquele triste domingo de 15 de março de 1998, os sucessos do cantor continuam na boca do povo. Todo mundo sabe cantá-los. Esse é o maior retorno que poderia ser dado ao imortal Tim Maia.

18 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ótimo texto Mauro Ferreiro
Tim é o rei !
Te agradeço muito.


Vladimir Machado

15 de março de 2008 às 15:09  
Anonymous Anônimo said...

O que tem o Mauro contra a dupla Michael Sullivan e Paulo Massadas ?

15 de março de 2008 às 15:30  
Anonymous Anônimo said...

Mauro o ano do falecimento saiu como 2008. Triste domingo de 15 de março de 1998, certo?

15 de março de 2008 às 16:05  
Anonymous Anônimo said...

Realmente, o Tim Maia que vale a pena é o dos anos 70.
Vale muitoooooooo a pena!
Tomara que saiam em cd, caprichados, os Racionais Vol.2 e Vol.3

Jose Henrique

15 de março de 2008 às 17:30  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, por favor, poderia me indicar onde encontrar na internet as faixas do que seria o "Racional Vol.3"?

15 de março de 2008 às 20:25  
Anonymous Anônimo said...

Gosto de Tim Maia cantando 'Arrastão' e 'Primavera' (a do Carlos Lyra, embora a do Cassiano é que tenha se tornado marca registrada). Sua participação nos songbooks do Almir Chediak bem que podia ser compilada.

15 de março de 2008 às 21:15  
Anonymous Anônimo said...

Salve, Tim!
òtimo artista, apesar da controversa personalidade, minuciada recentemente no ótimo livro do N. Mota.

15 de março de 2008 às 21:19  
Anonymous Anônimo said...

Caso o filho de Dona Maria Imaculada (talvez a única pessoa no mundo que conseguia domar o indomável Tim) estivesse vivo, certamente estaria reclamando do fato das novas gerações não saberem muito sobre o "Tim Maia do Brasil"...

Ah, sim: sem querer ignorar o caráter seminal das obras do início dos anos 70, gostaria de dar menção honrosa, aqui, a "Tim Maia Disco Club" (1978). Discaço, com acepipes como "Sossego", "Acende o Farol" e a instrumental "Vitória Régia Estou Contigo e Não Abro".

Felipe dos Santos Souza

15 de março de 2008 às 22:38  
Anonymous Anônimo said...

Triste domingo mesmo, me lembro muito bem do dia em que perdemos o nosso grande síndico que tão bem fez às nossas vidas com o seu vozeirão incrível.

16 de março de 2008 às 00:11  
Anonymous Anônimo said...

Muito boa lembrança, Felipe.
TIM MAIA DISCO CLUBE é mesmo um discaço, mas, gostaria de lembrar que 1978 também faz parte dos anos 70. :>)

Tim Maia dos anos 70 = Genial
Tim Maia dos anos 80 = Regular
TIm Maia dos anos 90 = Fraco

Mas é isso mesmo, ninguém pode ser genial por décadas.
Ser genial em uma década já é um grandeeeeeee feito.
Tem que se pegar um filé mion de cada artista.

Jose Henrique

16 de março de 2008 às 15:36  
Anonymous Anônimo said...

Genio!

Bruno.

16 de março de 2008 às 19:57  
Anonymous Anônimo said...

É um dos artitas que mais sinto falta ! Logo após sua morte, dois cantores que curto muito, Marisa Monte e Pedro Mariano,regravaram suas músicas. Com Marisa, " O que me importa " ficou demais, assim como " Preciso ser amado " com o filho de Elis.


A mídia quase não falou sobre esses 10 anos. Um pena mesmo. Ano passado, o ALTAS HORAS do Serginho Groissman fez um especial que, dizem, sairá em cd e dvd. Onde artistas baianos cantaram hits do síndico.


Vamos nós valorizar a soul music nacional, dando o valor merecido a Jorge Benjor, Sandra de Sá, Claudio Zoli, Liciana Mello, Zé Ricardo, Berimbrown, etc ...

17 de março de 2008 às 09:08  
Anonymous Anônimo said...

Artistas baianos(de axé) cantando os hits de Tim.
Meu Deus! Tim Maia não merecia isso.

Jose Henrique

17 de março de 2008 às 13:53  
Anonymous Anônimo said...

Artistas baianos(de axé) cantando os hits de Tim.
Meu Deus! Tim Maia não merecia isso.(2)

Vi no You Tube e achei deplorável algumas interpretações

18 de março de 2008 às 10:34  
Anonymous Anônimo said...

Sandra de Sá fica na cola de Tim até quando saia do balanço black e vai pras baladas, pois gravou vááárias da dupla Sullivan & Massadas. Mesmo assim gosto dela !

Mauro, a que pé anda o novo cd dela ?

18 de março de 2008 às 10:41  
Anonymous Anônimo said...

Vamos nós valorizar a soul music nacional, dando o valor merecido a Jorge Benjor, Sandra de Sá, Claudio Zoli, Liciana Mello, Zé Ricardo, Berimbrown, etc ... (2)

Paula Lima devia beber da fonte de Tim !Ia fazer bem pra ela !!

18 de março de 2008 às 10:46  
Anonymous Anônimo said...

Como acontece com todos os compositores, a dupla Sullivan & Massadas tem coisas boas e ruins. Há um certo exagero nas críticas a eles ao meu ver. 'Amor perfeito' e ' Um dia de domingo' são belissimas.

Tenho que concordar com o que foi escrito sobre Paula Lima, mas ela voltou a trilhar um bom caminho nesse último album

19 de março de 2008 às 15:26  
Anonymous Anônimo said...

Vadinho, entrei em contato com a Nega Produções, da Sandra de Sá, para obter mais informações sobre seu novo cd mas não consegui obter muitas novidades e você ?

Abraços, Diogo

20 de março de 2008 às 09:32  

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