RoRo canta suas 'musas' sem alterar repertório
Resenha de show
Título: Mulheres, Eternas Musas
Artista: Ângela RoRo
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 6 de março de 2008
Cotação: * * 1/2
"Tributo às mulheres.... Eu não faço outra coisa desde que nasci...", ironizou Ângela RoRo, gaiata, ao falar sobre o conceito do novo show que apresenta no Teatro Rival até sábado, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A direção do Rival encomendou a RoRo show em homenagem à data. Esperta, RoRo incluiu no roteiro uma e outra novidade em sua voz- entre elas, Risque (Ary Barroso), em tributo a Nora Ney, e uma versão a capella de Com Açúcar, com Afeto (Chico Buarque), referência a Nara Leão - e misturou com músicas que já vinha cantando e que ficaram conhecidas em vozes de mulheres como Nina Simone (Ne me Quitte Pas) e Maysa (Demais). Completando o repertório, pôs quatro músicas de seu último CD de inéditas, Compasso (2006). É o caso do bolero Arranca Essa Flor, tributo a Omara Portuondo.
Como de hábito, a artista cantou acompanhada pelo fiel Ricardo McCord, que brilha mais quando assume o piano - como em Dindi e como em Gota d'Água, sucessos de Sylvia Telles e Bibi Ferreira - do que quando tira triviais sons sintetizados de seu teclado Roland X7. Como de hábito também, há muito falatório entre um número e outro. RoRo intercala histórias das musas que homenageia com passagens vividas com um suposto namorado de origem romena. Seu público já está acostumado com os seus causos. E, justiça seja feita, a artista tem humor inteligente - mesmo quando expõe sua vída íntima como se o palco do Rival fosse a sua casa (talvez seja).
Nem sempre a associação de repertório escolhido com as cantoras homenageadas faz algum sentido. Elizeth Cardoso, por exemplo, é reverenciada com Eu Sei que Vou te Amar, música que Elizeth, de fato, gravou, mas que nunca é associada ao canto da Divina. Ainda que o conceito do show se revele frouxo, o canto de RoRo sempre garante bons momentos. Aos 58 anos, assumidos em cena, RoRo conserva boa forma vocal. Embora por vezes até cante sem o rigor estilístico que seria adequado a uma intérprete de força incomum. Afinal, mesmo que não fosse a compositora sensível que sempre foi, ela poderia ter feito carreira como (grande) cantora. Canto à parte, RoRo parece encarnar em cena uma personagem... E é essa persona que cativa sempre seu público. Mesmo quando canta pela enésima vez temas como Fogueira, Kamikaze e Joana Francesa. É que, na real, a maior musa de Ângela RoRo parece ser ela mesma.
Título: Mulheres, Eternas Musas
Artista: Ângela RoRo
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 6 de março de 2008
Cotação: * * 1/2
"Tributo às mulheres.... Eu não faço outra coisa desde que nasci...", ironizou Ângela RoRo, gaiata, ao falar sobre o conceito do novo show que apresenta no Teatro Rival até sábado, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A direção do Rival encomendou a RoRo show em homenagem à data. Esperta, RoRo incluiu no roteiro uma e outra novidade em sua voz- entre elas, Risque (Ary Barroso), em tributo a Nora Ney, e uma versão a capella de Com Açúcar, com Afeto (Chico Buarque), referência a Nara Leão - e misturou com músicas que já vinha cantando e que ficaram conhecidas em vozes de mulheres como Nina Simone (Ne me Quitte Pas) e Maysa (Demais). Completando o repertório, pôs quatro músicas de seu último CD de inéditas, Compasso (2006). É o caso do bolero Arranca Essa Flor, tributo a Omara Portuondo.
Como de hábito, a artista cantou acompanhada pelo fiel Ricardo McCord, que brilha mais quando assume o piano - como em Dindi e como em Gota d'Água, sucessos de Sylvia Telles e Bibi Ferreira - do que quando tira triviais sons sintetizados de seu teclado Roland X7. Como de hábito também, há muito falatório entre um número e outro. RoRo intercala histórias das musas que homenageia com passagens vividas com um suposto namorado de origem romena. Seu público já está acostumado com os seus causos. E, justiça seja feita, a artista tem humor inteligente - mesmo quando expõe sua vída íntima como se o palco do Rival fosse a sua casa (talvez seja).
Nem sempre a associação de repertório escolhido com as cantoras homenageadas faz algum sentido. Elizeth Cardoso, por exemplo, é reverenciada com Eu Sei que Vou te Amar, música que Elizeth, de fato, gravou, mas que nunca é associada ao canto da Divina. Ainda que o conceito do show se revele frouxo, o canto de RoRo sempre garante bons momentos. Aos 58 anos, assumidos em cena, RoRo conserva boa forma vocal. Embora por vezes até cante sem o rigor estilístico que seria adequado a uma intérprete de força incomum. Afinal, mesmo que não fosse a compositora sensível que sempre foi, ela poderia ter feito carreira como (grande) cantora. Canto à parte, RoRo parece encarnar em cena uma personagem... E é essa persona que cativa sempre seu público. Mesmo quando canta pela enésima vez temas como Fogueira, Kamikaze e Joana Francesa. É que, na real, a maior musa de Ângela RoRo parece ser ela mesma.
8 Comments:
Angela é maravilhosa, mas os seus shows são sempre os mesmos a anos... Tava mais q na hora dela fazer alguma coisa que surpreendesse o seu público, além de cantar algumas inéditas! No palco ela é realmente um personagem...na rua...dá até medo de ir falar com ela - ela tem uma cara de poucos amigos quando caminha no calçadão de Copacabana!!!
Eu me canso um pouco nos shows da Angela Ro Ro. Ela fala mais do que a nêga-do-leite.
Ah, Mauro, com tantos elogios pelo menos um *** era de se esperar.
Abraço o/
Emanuel Andrade disse..
Ângela Roro é nosso patrimônio, é a cantora de verdade, fala o que pensa, canta o que sente. Não se vende ás gravadoras e nem às rádios da picaretagem. Nem canta abobrinhas.
"Eu não faço outra coisa desde que nasci"
ahahhahahhaaa
É mesmo uma figuraça.
Jose Henrique
Maravilhosa RoRÔ. Cheia de força.
Maurinho, uma sugestao: em vez de 'uma intérprete de incomum força', que tal 'uma intérprete de força incomum'... além de mais coloquial, fica mais bacaninha.
Desculpe, estou palpitando pq amo teu blog, gosto dos teus comentários e da maneira como vc escreve mas vc incorre, com frequência, neste tipo de 'equívoco' (palavra sua).
Rorô é maravilhosa, mas se a idéia é prestar um tributo à mulher, ela tinha uma mão cheia pra se renovar, incluindo músicas da Chiquinha Gonzaga. Revendo a belíssima gravação que ela própria fez para "Nenhum lugar" da Sueli Costa,que há muito ela não canta... Mostrar algo da autoria da Maysa ou Dolores Duran, de suas contemporâneas: Rita Lee, Joyce e Fátima Guedes... mas ela prefere se repetir no mesmo...
É maravilhosa, mas desperdiça a ocasião para se renovar, e a sensação da maior parte do roteiro é déjà-vu.
Depois de todos esses anos é um absurdo pessoas que vão ao show de Ro Ro e esperar que ela não fale mais do que cante...
Poderia mesmo ter colocado outras composições novas em seu repertório para lá de batido, adoro nenhum lugar, e tambem as composições de Fatima Guedes, mas...
Acho que ela está entrando para o time da Nana que mostra uma exaustão a prova de bala, tomara que não seja adotada pelo José Milton...
Quanto ao egocentrismo se fosse ela tambem seria fã de mim mesmo.
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