11 de novembro de 2009

Dudu embala cancioneiro autoral com elegância

Resenha de CD
Título: Dudu Falcão
Artista: Dudu Falcão
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * 1/2

Não é à toa que o primeiro CD de Dudu Falcão, batizado com seu nome e lançado neste mês de novembro de 2009 pela Som Livre, recebe o aval de ninguém menos do que Nana Caymmi em texto reproduzido na contracapa interna. Foi a cantora que lançou o compositor pernambucano (radicado no Rio de Janeiro desde meados da década de 80) no mercado fonográfico, há exatos 20 anos, quando incluiu duas músicas de Dudu, Deixa Eu Cantar e Era Tudo Verdade, em seu álbum Nana (1989). Duas décadas depois, Dudu já é nome recorrente nas fichas técnicas de discos de cantores como Jorge Vercillo, Ana Carolina, Lenine e Luiza Possi. Dono de obra elástica, que pode tanto soar refinada como contentar os anseios populares de executivos marqueteiros de gravadoras, o autor de Coisas que Eu Sei - hit na voz de Danni Carlos em 2007 - embala com elegância 14 temas de seu já vasto cancioneiro autoral no álbum Dudu Falcão, produzido por Max Viana ao lado do cantor estreante. Obra que se engrandece com Samba Pequeno, tema de ambiência bossa-novista que afaga o Rio que acolheu o artista. Com direito ao piano de Daniel Jobim, captado no lendário número 107 da rua carioca Nascimento e Silva, onde Elizeth Cardoso (1920 - 1990) aprendeu as canções do amor demais com Tom Jobim (1927 - 1994). A propósito, Falcão parece buscar certa atmosfera jobiniana em faixas como A Musa que me Quer Assim, em contraste com a levada pop da canção Coisas que Eu Sei, rebobinada com apropriada simplicidade e a guitarra precisa de Max Viana, parceiro do compositor em Canções de Rei, outro destaque do repertório. Entre regravações de belas baladas compostas com Lenine (Paciência, O Silêncio das Estrelas e Crença - esta com vocais guturais do parceiro, amigo e conterrâneo), Dudu entoa bolero com um leve toque de tango (Quando Eu Falo de Você) e balada que confirma sua veia pop (Diz, com participação da cantora e compositora italiana Chiara Civello). Ele não é um cantor nato, mas, mesmo sem brilhar como intérprete, sua voz flui com naturalidade e o entendimento que somente os criadores têm a respeito de suas criaturas. Vale ouvir!!

5 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Não é à toa que o primeiro CD de Dudu Falcão, batizado com seu nome e lançado neste mês de novembro de 2009 pela Som Livre, recebe o aval de ninguém menos do que Nana Caymmi em texto reproduzido na contracapa interna. Foi a cantora que lançou o compositor pernambucano (radicado no Rio de Janeiro desde meados da década de 80) no mercado fonográfico, há exatos 20 anos, quando incluiu duas músicas de Dudu, Deixa Eu Cantar e Era Tudo Verdade, em seu álbum Nana (1989). Duas décadas depois, Dudu já é nome recorrente nas fichas técnicas de discos de cantores como Jorge Vercillo, Ana Carolina, Lenine e Luiza Possi. Dono de obra elástica, que pode tanto soar refinada como contentar os anseios populares de executivos marqueteiros de gravadoras, o autor de Coisas que Eu Sei - hit na voz de Danni Carlos em 2007 - embala com elegância 14 temas de seu já vasto cancioneiro autoral no álbum Dudu Falcão, produzido por Max Viana ao lado do cantor estreante. Obra que se engrandece com Samba Pequeno, tema de ambiência bossa-novista que afaga o Rio que acolheu o artista. Com direito ao piano de Daniel Jobim, captado no lendário número 107 da rua carioca Nascimento e Silva, onde Elizeth Cardoso (1920 - 1990) aprendeu as canções do amor demais com Tom Jobim (1927 - 1994). A propósito, Falcão parece buscar certa atmosfera jobiniana em faixas como A Musa que me Quer Assim, em contraste com a levada pop da canção Coisas que Eu Sei, rebobinada com apropriada simplicidade e a guitarra precisa de Max Viana, parceiro do compositor em Canções de Rei, outro destaque do repertório. Entre regravações de baladas compostas com Lenine (Paciência, O Silêncio das Estrelas e Crença - esta com vocais guturais do parceiro, amigo e conterrâneo), Dudu entoa bolero com um leve toque de tango (Quando Eu Falo de Você) e balada que confirma sua veia pop (Diz, com participação da cantora e compositora italiana Chiara Civello). Ele não é um cantor nato, mas, mesmo sem brilhar como intérprete, sua voz flui com naturalidade e o entendimento que somente os criadores têm a respeito de suas criaturas. Vale ouvir!!

11 de novembro de 2009 às 17:06  
Anonymous Anônimo said...

Se fosse baiano seria considerado um gênio."Era tudo verdade" com a Nana é de arrepiar.

12 de novembro de 2009 às 10:45  
Anonymous Anônimo said...

Foi-se a época que baianos eram considerados gênios.
Aliás, boa época.
Mas esse aí, nem com a máfia do dendê mereceria a alcunha de gênio.

13 de novembro de 2009 às 04:11  
Blogger Unknown said...

Oi Mauro tudo bem?

Amo música e as composições do Dudu Falcão.Amei seu merecido artigo aqui sobre ele, muito, mas muito bom, nada superficial.

Como faço para falar com vc por e-mail?
obrigada

9 de setembro de 2010 às 00:30  
Blogger Unknown said...

Mauro você tem um e-mail para o qual eu possa te escrever?

Obrigada!

Angel
Bahia

10 de setembro de 2010 às 00:07  

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