Donna volta a ser 'rainha' quando recorre a hits
Título: Stamp Your Feet Tour
Artista: Donna Summer (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Citibank Hall (RJ)
Data: 9 de novembro de 2009
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz no Credicard Hall, em São Paulo (SP), em 10 e 12 de novembro de 2009. Ingressos (ainda) disponíveis
Ao aparecer no palco do Citibank Hall, após sua banda e bailarinos terem preparado o clima para sua entrada triunfal, Donna Summer cantou de imediato música de seu recente álbum Crayons (2008): The Queen Is Back, cujo título já traduzia o pensamento e o sentimento de felicidade que moviam o público que encheu a grandiosa casa do Rio de Janeiro (RJ) numa noite de segunda-feira, 9 de novembro de 2009. Sim, a rainha vitalícia da disco music estava de volta aos palcos nacionais com a Stamp Your Feet Tour, que chega nesta terça-feira a São Paulo (SP) para dois shows na casa Credicard Hall. Na sequência, uma Love to Love You Baby quase broxante - com gemidos que fingiram orgasmo num simulacro do registro original de 1975 que fundou o reinado de Donna na era das discotecas - fez supor um show requentado. Mas eis que, a partir de I Feel Love (o tema de batizada sintetizada que, lançado em 1977, ainda soa moderno na era eletrônica), a rainha começou de fato a voltar à cena, fazendo o público levantar das - inapropriadas!! - cadeiras dispostas na pista do Citibank Hall.
Com a voz em boa forma para seus 61 anos, Donna Summer retornou ao mercado fonográfico em 2008 com álbum de inéditas (o primeiro de estúdio em 17 anos), Crayons, em que recusou o saudosismo e buscou produtores contemporâneos para se inserir na atual cena dance. Justiça seja feita: as batidas da faixa-título e de Stamp your Feet não fazem feio nas pistas. Mas o show deixou claro que Donna volta a reinar somente quando recorre aos hits das discotecas, com a banda tentando reproduzir com alguma eficiência as levadas sintetizadas pelo produtor Giorgio Moroder, compositor italiano que foi fundamental para a construção do reino da cantora nos embalos noturnos dos anos 70. São estes sucessos - Could It Be Magic, No More Tears (Enough Is Enough) e On the Radio, entre eles - que fizeram o show soar mágico para os súditos da artista enquanto, para espectadores distanciados (e parecia haver nenhum no Citibank Hall), a cantora poderia dar a impressão (real) de ser uma diva destronada tentando evocar seu passado de glória. A simpatia de Donna também ajudou a forjar a magia, fazendo o público fingir que não percebeu que Sand on my Feet (balada introduzida por violão) é apenas mediana e que I'm a Fire contrariou seu título e esfriou o show. Ou ainda que Drivin' Down Brazil é tentativa caótica de evocar o suingue nacional. Fora do universo da disco music, o único momento realmente especial foi Smile, a sublime canção de Charles Chaplin (1889 - 1977), interpretada por uma Donna aparentemente de fato muito emocionada por lembrar do Rei do Pop Michael Jackson (1958 - 2009). Contudo, esperta, a rainha soube oferecer a seus súditos o que eles queriam: os hits irresistíveis da era das discotecas. Bad Girl, Hot Stuff e Mac Arthur Park - revivida no formado de suíte que engloba os temas One of a Kind e Heaven Knows - deram o ar da graça no roteiro e garantiram a satisfação do público. Ao sair de cena no bis, dado com a previsível Last Dance, Donna Summer continuou entronizada nas mentes e nos corações de seus súditos.
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Ao aparecer no palco do Citibank Hall, após sua banda e bailarinos terem preparado o clima para sua entrada triunfal, Donna Summer cantou de imediato música de seu recente álbum Crayons (2008): The Queen Is Back, cujo título já traduzia o pensamento e o sentimento de felicidade que moviam o público que encheu a grandiosa casa do Rio de Janeiro (RJ) numa noite de segunda-feira, 9 de novembro de 2009. Sim, a rainha vitalícia da disco music estava de volta aos palcos nacionais com a Stamp Your Feet Tour, que chega nesta terça-feira a São Paulo (SP) para dois shows na casa Credicard Hall. Na sequência, uma Love to Love You Baby quase broxante - com gemidos que fingiram orgasmo num simulacro do registro original de 1975 que fundou o reinado de Donna na era das discotecas - fez supor um show requentado. Mas eis que, a partir de I Feel Love (o tema de batizada sintetizada que, lançado em 1977, ainda soa moderno na era eletrônica), a rainha começou de fato a voltar à cena, fazendo o público levantar das - inapropriadas!! - cadeiras dispostas na pista do Citibank Hall.
Com a voz em boa forma para seus 61 anos, Donna Summer retornou ao mercado fonográfico em 2008 com álbum de inéditas (o primeiro de estúdio em 17 anos), Crayons, em que recusou o saudosismo e buscou produtores contemporâneos para se inserir na atual cena dance. Justiça seja feita: as batidas da faixa-título e de Stamp your Feet não fazem feio nas pistas. Mas o show deixou claro que Donna volta a reinar somente quando recorre aos hits das discotecas, com a banda tentando reproduzir com alguma eficiência as levadas sintetizadas pelo produtor Giorgio Moroder, compositor italiano que foi fundamental para a construção do reino da cantora nos embalos noturnos dos anos 70. São estes sucessos - Could It Be Magic, No More Tears (Enough Is Enough) e On the Radio, entre eles - que fizeram o show soar mágico para os súditos da artista enquanto, para espectadores distanciados (e parecia haver nenhum no Citibank Hall), a cantora poderia dar a impressão (real) de ser uma diva destronada tentando evocar seu passado de glória. A simpatia de Donna também ajudou a forjar a magia, fazendo o público fingir que não percebeu que Sand on my Feet (balada introduzida por violão) é apenas mediana e que I'm a Fire contrariou seu título e esfriou o show. Ou ainda que Drivin' Down Brazil é tentativa caótica de evocar o suingue nacional. Fora do universo da disco music, o único momento realmente especial foi Smile, a sublime canção de Charles Chaplin (1889 - 1977), interpretada por uma Donna aparentemente de fato muito emocionada por lembrar do Rei do Pop Michael Jackson (1958 - 2009). Contudo, esperta, a rainha soube oferecer a seus súditos o que eles queriam: os hits irresistíveis da era das discotecas. Bad Girl, Hot Stuff e Mac Arthur Park - revivida no formado de suíte que engloba os temas One of a Kind e Heaven Knows - deram o ar da graça no roteiro e garantiram a satisfação do público. Ao sair de cena no bis, dado com a previsível Last Dance, Donna Summer continuou entronizada nas mentes e nos corações de seus súditos.
Sei não, mas o mal dessas cantoras internacionais quando estão no ostracismo inventam de vir cantar no Brasil. Agora sim. Duvido quando estivesse no auge se a América do Sul estaria incluída nos seus roteiros.
Exatamente, 9h52. Um dia ainda veremos Barbra Streisand no Rincão Gaúcho.
Dirce... you wish!
I wish and I foresee os sapatos de Babs voando em direção ao público. Whooooosh!
Em respeito ao 30 anos em que acompanho a carreira da Donna decidi... não ver este novo (?) show. As novas músicas, do CD Crayons, realmene não decolam. São um pop óbvio, com letras beirando o tatibitati, visivelmente voltado para o público adolescente (estilo Rihanna), que não "comprou" essa proposta. Os hits clássicos são, claro, irresistíveis e são o que de fato levaram as pessoas a desembolsar gordos R$ 500,00 pelas melhores poltronas.
Mas o que fez a Donna Summer ser a única criação realmente duradoura da disco music foram seus discos inovadores dos anos 70, guiados pelos gênios Giorgio Moroder - Pete Bellotte.
A voz e o carisma ainda estão com ela. Só espero que numa possível nova produção, a Donna tenha a sabedoria de respeitar seu próprio legado (e público).
No aguardo.
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