Juntos, os quatro ases da bossa soam renovados
Resenha de CD
Título: Os Bossa Nova
Artista: Carlos Lyra, João Donato, Marcos Valle e
Roberto Menescal
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2
Dentre os projetos idealizados para festejar os 50 anos que a Bossa Nova completou em 2008, um dos mais interessantes é Os Bossa Nova, álbum que a Biscoito Fino acaba de pôr nas lojas com a reunião - até então inédita em disco - de quatro ases da bossa cinqüentenária. Carlos Lyra, Marcos Valle e Roberto Menescal foram três dos principais fornecedores de clássicos da fase inicial do movimento, sendo suplantados somente pelo soberano Tom Jobim (1927 - 1994). João Donato foi a ovelha desgarrada do moderno rebanho, mas ninguém duvida de que sua bossa já era nova na década de 50. Juntos pela primeira vez num disco inteiro, os quatro craques da bossa soam renovados pelo (feliz) encontro.
Idealizado pelo produtor José Milton e gravado entre agosto e outubro de 2008, o CD Os Bossa Nova não é projeto de caráter retrospectivo. Os já exauridos clássicos de cada compositor foram evitados. A rigor, os quatro cantam ou tocam juntos somente em duas das 14 faixas - Bossa Entre Amigos (Roberto Menescal e Marcos Valle) e Samba do Carioca, composto por Lyra com Vinicius de Moraes (1913 -1980) em 1963 para o musical Pobre Menina Rica - mas o interesse do disco se sustenta pelo troca-troca de repertório e pelo revezamento entre os mestres. Se Menescal se une a Lyra para reviver o Balansamba que compôs com Ronaldo Bôscoli (1927 - 1994), Marcos Valle entoa Até Quem Sabe, parceria de Donato com seu irmão Lysias Ênio. Há também temas instrumentais como Sextante (da safra inédita de Lyra), Entardecendo (parceria de Valle com Menescal) e A Cara do Rio (de Menescal com Donato) - com destaque para os dois primeiros. São nestes temas que fica mais evidente o refinamento harmônico do disco, para o qual contribuem os ótimos músicos convidados - entre eles, o trompetista Jessé Sadoc, o baixista Jorge Helder e o baterista Paulo Braga, hábeis na sustentação da leveza das bossas.
Há fino entrosamento entre os quatro ases. O que joga contra Os Bossa Nova são dois fatos incontestáveis. O primeiro é que nenhuma música nova ou mesmo mais antiga - caso de Ciúme, composta por Lyra em 1954 - chega sequer a roçar a beleza dos clássicos da bossa. O segundo é que nenhum dos quatro ases prima exatamente pelo virtuosismo vocal. Lyra e Valle até se viram bem no microfone. Já Menescal nunca foi mesmo talhado para o canto, como comprova o registro de Vagamente, parceria dele com Bôscoli que deu título ao primeiro LP de Wanda Sá. Mas é justo reconhecer que o dueto de Menescal com João Donato (outro desafinado) em Teresa da Praia é gracioso. No geral, o álbum deixa a (boa) impressão de que a festa da bossa não tem fim. Aliás, os sintomáticos versos que encerram o disco ("Vamos já pensando numa próxima vez / Pois a nossa bossa entre amigos / Ninguém vai separar", de Bossa entre Amigos) sinalizam que vai ser sempre tempo de celebrar a modernidade atemporal da bossa.
Título: Os Bossa Nova
Artista: Carlos Lyra, João Donato, Marcos Valle e
Roberto Menescal
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2
Dentre os projetos idealizados para festejar os 50 anos que a Bossa Nova completou em 2008, um dos mais interessantes é Os Bossa Nova, álbum que a Biscoito Fino acaba de pôr nas lojas com a reunião - até então inédita em disco - de quatro ases da bossa cinqüentenária. Carlos Lyra, Marcos Valle e Roberto Menescal foram três dos principais fornecedores de clássicos da fase inicial do movimento, sendo suplantados somente pelo soberano Tom Jobim (1927 - 1994). João Donato foi a ovelha desgarrada do moderno rebanho, mas ninguém duvida de que sua bossa já era nova na década de 50. Juntos pela primeira vez num disco inteiro, os quatro craques da bossa soam renovados pelo (feliz) encontro.
Idealizado pelo produtor José Milton e gravado entre agosto e outubro de 2008, o CD Os Bossa Nova não é projeto de caráter retrospectivo. Os já exauridos clássicos de cada compositor foram evitados. A rigor, os quatro cantam ou tocam juntos somente em duas das 14 faixas - Bossa Entre Amigos (Roberto Menescal e Marcos Valle) e Samba do Carioca, composto por Lyra com Vinicius de Moraes (1913 -1980) em 1963 para o musical Pobre Menina Rica - mas o interesse do disco se sustenta pelo troca-troca de repertório e pelo revezamento entre os mestres. Se Menescal se une a Lyra para reviver o Balansamba que compôs com Ronaldo Bôscoli (1927 - 1994), Marcos Valle entoa Até Quem Sabe, parceria de Donato com seu irmão Lysias Ênio. Há também temas instrumentais como Sextante (da safra inédita de Lyra), Entardecendo (parceria de Valle com Menescal) e A Cara do Rio (de Menescal com Donato) - com destaque para os dois primeiros. São nestes temas que fica mais evidente o refinamento harmônico do disco, para o qual contribuem os ótimos músicos convidados - entre eles, o trompetista Jessé Sadoc, o baixista Jorge Helder e o baterista Paulo Braga, hábeis na sustentação da leveza das bossas.
Há fino entrosamento entre os quatro ases. O que joga contra Os Bossa Nova são dois fatos incontestáveis. O primeiro é que nenhuma música nova ou mesmo mais antiga - caso de Ciúme, composta por Lyra em 1954 - chega sequer a roçar a beleza dos clássicos da bossa. O segundo é que nenhum dos quatro ases prima exatamente pelo virtuosismo vocal. Lyra e Valle até se viram bem no microfone. Já Menescal nunca foi mesmo talhado para o canto, como comprova o registro de Vagamente, parceria dele com Bôscoli que deu título ao primeiro LP de Wanda Sá. Mas é justo reconhecer que o dueto de Menescal com João Donato (outro desafinado) em Teresa da Praia é gracioso. No geral, o álbum deixa a (boa) impressão de que a festa da bossa não tem fim. Aliás, os sintomáticos versos que encerram o disco ("Vamos já pensando numa próxima vez / Pois a nossa bossa entre amigos / Ninguém vai separar", de Bossa entre Amigos) sinalizam que vai ser sempre tempo de celebrar a modernidade atemporal da bossa.
44 Comments:
Dentre os projetos idealizados para festejar os 50 anos que a Bossa Nova completou em 2008, um dos mais interessantes é Os Bossa Nova, álbum que a Biscoito Fino acaba de pôr nas lojas com a reunião - de fato inédita em disco - de quatro ases da bossa cinqüentenária. Carlos Lyra, Marcos Valle e Roberto Menescal foram três dos principais fornecedores de clássicos da fase inicial do movimento, sendo suplantados somente pelo soberano Tom Jobim (1927 - 1994). João Donato foi a ovelha desgarrada do moderno rebanho, mas ninguém duvida de que sua bossa já era nova na década de 50. Juntos pela primeira vez num disco inteiro, os quatro craques da bossa soam renovados pelo (feliz) encontro.
Idealizado pelo produtor José Milton e gravado entre agosto e outubro de 2008, Os Bossa Nova não é CD de caráter retrospectivo. Os já exauridos clássicos de cada compositor foram evitados. A rigor, os quatro cantam ou tocam juntos somente em duas das 14 faixas - Bossa Entre Amigos (Roberto Menescal e Marcos Valle) e Samba do Carioca, composto por Lyra com Vinicius de Moraes (1913 -1980) em 1963 para o musical Pobre Menina Rica - mas o interesse do disco se sustenta pelo troca-troca de repertório e pelo revezamento entre os mestres. Se Menescal se une a Lyra para reviver o Balansamba que compôs com Ronaldo Bôscoli (1927 - 1994), Marcos Valle entoa Até Quem Sabe, parceria de Donato com seu irmão Lysias Ênio. Há também temas instrumentais como Sextante (da safra inédita de Lyra), Entardecendo (parceria de Valle com Menescal) e A Cara do Rio (de Menescal com Donato) - com destaque para os dois primeiros. São nestes temas que fica mais evidente o refinamento harmônico do disco, para o qual contribuem os ótimos músicos convidados - entre eles, o trompetista Jessé Sadoc, o baixista Jorge Helder e o baterista Paulo Braga, hábeis na sustentação da leveza das bossas.
Há fino entrosamento entre os quatro ases. O que joga contra Os Bossa Nova são dois fatos incontestáveis. O primeiro é que nenhuma música nova ou mesmo mais antiga - caso de Ciúme, composta por Lyra em 1954 - chega sequer a roçar a beleza dos clássicos da bossa. O segundo é que nenhum dos quatro ases prima exatamente pelo virtuosismo vocal. Lyra e Valle até se viram bem no microfone. Já Menescal nunca foi mesmo talhado para o canto, como comprova o registro de Vagamente, parceria dele com Bôscoli que deu título ao primeiro LP de Wanda Sá. Mas é justo reconhecer que o dueto de Menescal com João Donato (outro desafinado) em Teresa da Praia é gracioso. No geral, o álbum deixa a (boa) impressão de que a festa da bossa não tem fim. Aliás, os sintomáticos versos que encerram o disco ("Vamos já pensando numa próxima vez / Pois a nossa bossa entre amigos / Ninguém vai separar", de Bossa entre Amigos) sinalizam que vai ser sempre tempo de celebrar a modernidade atemporal da bossa.
UM PRIMOR!
Quatro gênios juntos não poderia ser diferente. E antes que critiquem - até já sei - não são cantores, são... MESTRES!
Uma das virtudes da Bossa-Nova foi "permitir" que Mestres como estes gravassem suas obras e não apenas a ouvissem em gargantas "profissionais".
Vozes tímidas para músicas EXUBERANTES!
A Biscoito não erra...
Oliveira,
Sou um dos anônimos que discordam de você em vários pontos da visão popular da Bossa Nova. Mas isso ficou em 2008.
O disco é isso. Eles não são cantores, sabem disso. E por isso fazem tudo com prazer, com frescor. Menescal e Donato cantando é realmente o máximo. Sexagenários e septagenários com talento e frescor de garotões.
Um primor.
Até na música: ouçam as vozes da experiência. Com estes quatro aí é até covardia.
Qualquer comentário, bom ou ruim, elogiando ou não, é perda de tempo.
Tempo que só fez bem a eles e provou a eternidade de seus talentos.
Oliveira tem razão, pode-se até não gostar do gênero "X" ou "Y", mas a Biscoito Fino é um "céu-de-brigadeiro" para novas e eternas estrelas. Por lá chove pouco e quando chove é garoa.
"Garotões" com muito a ensinar e a aprender também. Esses quatro aí tem talento e humildade para isso.
Valeu, anônimo, e continue discordando quando achar que deve (discordar por discordar é bobagem), afinal, assim é que tem graça, senão voltemos à Ditadura ou, pelo menos, visitemos algum quartel por aí...
Abraços e um feliz 2009.
Antonio: você não vale, és meu "ouvido gêmeo" (olha o "Orlandinho"...)
Abraços também e outro feliz 2009.
Penso como esse disco seria muito mais bonito com cantores de verdade interpretando as canções. Realmente e decisivamente, o grande problema da Bossa-Nova foi que com ela todo mundo virou cantor.
Caro Anônimo de Janeiro 04, 2009 10:54 PM,
Todo mundo virou cantor, né? Mas o que é um bom cantor na verdade ?
Nelson Cavaquinho, Dylan e muitos outros não chegam nem perto do que poderia ser um cantor. O encontro dos bossa nova é isso, um encontro. Ali o encontro de 50 anos não desafina. E se fossem cantores ? Seria um disco igual a outros. Aí é que mora o talento de José Milton, de quem eu não tenho grandes simpatias, é fato. Mas, o cara acertou.
Concordo, por isso que músicas de Nelson cavaquinho ficam muito melhores com as Beth carvalhos, Nora Neys, Elis Reginas da vida.
Dylan eu acho chato cantado por ele ou por outro, então nem falo nada.
Infelizmente os grandes cantores da Bossa-Nova quase todos já morreram, com exceção de João Gilberto. Mas que uma Nara leão, uma sílvia telles ou um Dick farney daria brilho especial à essas canções inéditas, daria.
Achei um ótimo disco, com esses quatro ases fazendo ótimas parcerias. Realmente essas canções inéditas dão um frescor a bossa nova. Creio que só o José Milton poderia fazer uma parceria destar, admiro muito o trabalho dele. Creio que ele é muito pouco valorizado tendo em vista os projetos que idealizou.
Os Bossa Nova é um disco do gênero tipo exportação.
Abraços a todos.
Eduardo Silva
Elis e Beth cantando Nelson é ótimo. Mas, ele cantando tem seu valor, mesmo que documental. E fica interessante. Os quatro cantam bem melhor que ele, é fato. E, comao já foi dito estão ali para celebrar e não para dizer que são bons cantores. Duvido que Menescal goste de cantar. Mas o encontro vale.
As vezes cantar bem não é só afinação ou timbre. As vezes é uma certa personalidade, e nisso Nelson Cavaquinho é imbatível. Nada contra suas interpretes, mas ninguém dá as suas composições a dimensão e a intensidade que ele as dá. E isso tem um valor muito maior do que documental.
São Mestres: mais respeito!
Cantores de verdade...
Devo refletir sobre isso ?
NÃO! Eu fico com os 4 "de mentira" mesmo que fizeram um belo disco.
Como já foi dito aqui, fico com as quatro vozes tímidas interpretando grandes músicas. Melhor que "cantores de verdade" cantando "música de mentira".
É cada uma.
Mesmo se não fossem mestres. Merecem respeito pela trajetória e pelo descompromisso em fazer algo prazeiroso. Gente, Teresa da Praia com dois dos menos cantores da Bossa, depois de ter Lucio Alves e Dick Farney, é coragem e descompromisso. É bossa nova, e é muito natural.
A Bossa vive além de João Gilberto e de seus outros dois pilares. Que bom !
Tereza da Praia aqui dá de mil na Tereza da Praia de Roberto e Caetano.
Autenticidade ao invés de oportunidade - ou oportunismo.
Prezado Antonio e os dois anônimos anteriores: quem armou a jogada, deu o passe e marcou o golaço no ângulo.
Parabéns para todos.
Gente pensando antes de escrever dá nisso. Viva Jorge Amado. Fora Paulo Coelho ( o escritor, não o parceiro de Raulzito).
Valei-me, Sylvia Telles!
"A Biscoito não erra..."
A Biscoito só erra na hora de escolher a embalagem e botar preço nos trabalhos que lança.
Falar em BF. Por que os discos Biscoito são sempre TÃO CAROS ? Boa parte deles com apoios e patrocínios que ajudam a minimizar os custos.
A BF é mara, mas é marrenta também. Os discos na embalagem escolhida ficam mais caros, mas porque tão mais caros ?
Que alguém da BF se manifeste. Por todos. Ou se calem no procedimento das gravadores no século passado : é bom, é caro, tem gente que compra e a gente continua lucrando mais.
"O QUE É BOM NÃO TEM PREÇO".
Eu falo por mim, claro. Concordo que os preços da "Biscoito" são acima da média do mercado.
Seria o preço da qualidade e do investimento no que - à primeira vista - tem público seleto ? Pode ser ?
De qualquer forma, nas promoções das Lojas Americanas à R$ 9,99 tem cada "pérola"...
Oliveira,
Não queremos nem a 9,90 disco novo. Isso é bom e válido para disco feito em grande escala, o que não é o caso da BF. Mas, um preço médio mais doce, até 20 reais. Caro para os padrões "pbres", mas 20 por um bom disco vale. Mas pagar 28,90 em média, no próprio site, é muito caro. E, isso, como já foi dito, em muitos produtos reeditados e com benefícios de patronínios (A BF tem esse mérito, que não repassa para o consumidor na devida proporção).
Tem ótimos discos a 9,90 na LA, como novo do Chico César, uma aula de música popular.
Mas, disco barato da Biscoito só tem duas possibilidades : usado ou trilha de filme que não vingou.
Era bom a biscoito olhar melhor para o consumidor que consome. O que furta continuará furtando, o que não compra não vai comprar.
Preços justos, só isso. O resto a equipe sabe escolher.
Na real, o que me incomoda nem é o preço, porque eu não me incomodo de pagar o quanto for por aquilo que aprecio. Mas aquelas embalagens digipak tornam qualquer preço abusivo. Detesto aquele treco!
Invejo voces por pagarem qualquer preço. Eu só pago qualquer preço para ter saúde e comida na mesa. Mesmo assim evito planos caríssimos e comida de elite.
Gente, o poeta disse : biscoito fino para a massa. Po, mas esse preço nem de polvilho dá pra comprar, que fará biscoito fino.
Independente de quem tem ou não razão com relação ao preço, um fato é incontestável: a BISCOITO foi a salvação da MPB na última década - não foi à toa que Chico e Bethânia migraram para lá.
Apostaram e lançaram discos de novos ou "desconhecidos" talentos (Sérgio Santos, Mônica Salmaso, Renato Braz...) que só sairiam via bolso destes talentos, relançaram muita coisa boa do catálogo da "Som Preso" (discos de Francis, de Olivia Byington e da patroa Hime) e também apostaram nos antigos e valiosos talentos de nossa MPB (Sérgio Ricardo, Os 4 Bossa Nova...).
Aliás, "As Três Meninas" com Teresa Cristina, Jussara Silveira e Rita Ribeiro juntas e o novo de Olivia Byington ("Perto"), além do encontro de Toquinho e MPB 4 e de Paulinho Moska com vários talentos de nossa MPB só atestam que em 2009a Biscoito vai continuar SEM ERRAR.
Oliveira só não concordo em dar o crédito de salvação da mpb para a Biscoito. Ela, por ser uma potência entre independentes, pode ser a que mais ajudou. Mas, muita, muita gente mesmo faz coisas legais que não são biscoito fino. São coisas deliciosas e instigantes. O próprio Mauro é testemunha e narrador dessa história, da qualidade além da BF.
Quem disser que música popular brasileira está sem folego não entende nada de garimpo, de música e despreendimento.
Basta uma navegada em sites como mpb.com, myspace e ler blogs como o do Mauro e saber que tem muita coisa boa para se ouvir, para ver.
Talento nunca nos faltou. O que falta as vezes, na maioria das vezes, são os canais certos.
É triste voce ler que a partir de hoje a música tal estará nas rádios. Isso é que é sacanagem.
Quem já tentou profissional ou amadorísticamente colocar uma música que gosta, que não está na progrmação, tocar sabe o que é dificuldade.
Rádios como USP, MEC e Roquette Pinto são as poucas em que isso de fato acontece nos grandes centros. Nessas rádios toca o que tem que tocar, não o que "pediram" para tocar.
É preciso fazer um movimento em favor das rádios que tocam o que toca o ouvinte, seja ele de bom gosto ou de gosto nem tão bom. Mas, um movimento em favor de rádios que tocam o que de fato os ouvintes pedem.
Minha primeira sugestão são as rádios Mec, Nacional e Roquette Pinto, que de fato são democráticas em sua programação e os programadores ouvem o que lhes chega e colocam no ar o que lhes toca o ouvido e o coração, não apenas o bolso.
Vamos nos unir. A música agradece.
Quem gosta do "seu" artista não espera ele na rádio. Vai atrás dele.
O André 2 - que anda sumido - comentou que do Rio de Janeiro contactou Paulinho Pedra Azul em BH via celular (como ele achou o celular do cara eu não sei - e gostaria) e conversando com ele descobriu onde e como comprar seu último CD.
Sou fã de Paulinho também e nem sabia que havia este último CD.
ISSO É GOSTAR DO SEU ARTISTA E O ARTISTA AGRADECE.
Paulinho Pedra Azul vive de música desde 1980, nasceu no Vale do Jequitinhonha, região das mais pobres do Brasil, e SOBREVIVEU graças aos "Andrés 2". Tem quase 20 discos lançados, é um baita artista e, tirando Minas Gerais onde só perde para Milton Nascimento, duvido que 30% dos ouvidos radiofônicos e televisivos conheçam. QUE BOM QUE ELE NÃO PRECISA.
EU QUERO O CD, COM CAPA, LETRA, FICHA-TÉCNICA, NÃO QUERO ACHAR UMA MÚSICA AQUI, OUVIR OUTRA ALI. COLECIONADOR FAZ MAIS DO QUE OUVIR... É COISA DE MALUCO MESMO.
E A BISCOITO FINO PROPORCIONA ESSE CD FÍSICO NO MERCADO. SE É CARO ?
REPITO: COLECIONADOR E FÃ PAGA!
Dá-lhe Oliveira!
Mauro, abre o olho, esse cara tem lábia. A gente pode até não concordar mas pára para ler. O cara é bom.
Oliveira ou André 2: qual o último CD do Paulinho Pedra Azul ?
O último que saiu que eu saiba e tenho foi o "25 Anos" - de 2006.
No "site" da CD Point, onde costumo achar, não vi outro mais novo não.
HELP!
Tá ficando chato esse negócio.
É só eu escrever alguma coisa que ou me descem o sarrafo ou me endeusam - 8 ou 80 ?
Pessoal, eu apenos defendo meus pontos de vista e minhas opiniões como muitos aqui também fazem muito bem - até quando é para falar bobagem (para alguns eu só faço isso).
Eu escrevo bem sim, admito e me orgulho disso, desde minhas notas 10 em redação (porque me formei engenheiro nem eu sei, deveria ter estudado "humanas"), mas o anônimo ao qual respondi mandou muito bem também; eu só não concordo com tudo que ele disse e, quando não concordo, respondo; isso é debate, bate-papo ou como queiram chamar.
QUANTO A PAULINHO PEDRA AZUL O CD CITADO É "LAVANDO A ALMA" LANÇADO NO FINZINHO DE 2008. NÃO ACHEI EM LUGAR NENHUM. ENTREI EM CONTATO VIA E-MAIL COM O "SITE" DA "CD POINT" JÁ CITADO ONDE REALMENTE SE ACHA MUITA COISA "DIFÍCIL" E O DONO, O SR. ERNESTO MARRA, RESPONDEU QUE O MESMO SÓ ESTAVA SENDO VENDIDO EM SHOWS, NÃO FOI COLOCADO NO MERCADO.
Como o André 2 fez não sei E GOSTARIA DE SABER TAMBÉM, mas faz tempo que ele não aparece por aqui.
Desculpe se não pude ajudar e corroboro com relação ao CD: "HELP!"
OLIVEIRA,
EU SOU FÃ DO DENILSON.
E ESSA HISTÓRIA DE CORRER ATRÁS É LEGAL, MAS DEMOCRACIA É DAR ACESSO A UM NÚMERO MAIOR DE PESSOAS.
O RÁDIO É O RÁDIO E COM ELA OS PROPRIOS ARTISTAS PODEM PROPAGAR ONDE ENCONTRAR E AS PROPRIAS RADIOS PODEM DAR ESSE AUXILIO COM DICAS, MESMO QUE POR EMAIL.
SEMPRE GOSTEI DE MÚSICA E NUNCA COMPREI UM CD PIRATA E SÓ BAIXEI MUSICA LEGALMENTE. MAS NÃO ACHO QUE O QUE É BOM TEM QUE SER MUITO CARO. ISSO NO FUNDO É ELITISMO. E NÃO É ISSO QUE QUEREMOS.
BOA MÚSICA PARA QUEM SABE ONDE ENCONTRAR E PARA QUEM NEM SABE QUE ELA EXISTE.
QUEM JÁ OUIVU BEBOSSA, ZE LUIZ MAZZIOTTI, CAROL SABOYA, MU CARVALHO E DOCES CARIOCAS SABE QUE HÁ VIDA, HÁ MUSICA ALÉM DO CONVENCIONAL E TODOS PODEM E DEVEM TER DIREITO AO ACESSO, CONHECER E O RÁDIO, COM SUA DIVERSIDADE PODE E DEVE AJUDAR.
POR ISSO, MESMO CONCORDANDO COM VÁRIOS PONTOS E DISCORDANDO DE OUTROS TANTOS, ACHO QUE QUEM GOSTA DE MÚSICA OUVE ATÉ EM ELEVADOR, NA CENTRAL, NO METRO.... NO PLAYER E NO TOCA DISCO.
CARIOCA DA PIEDADE
Concordo, Carioca da Piedade, mas como já falei aqui outras vezes uma coisa é "ouvir" música como "pano de fundo" - nada contra, muito pelo contrário (a música deveria estar presente em todos os atos de nossa vida) - e outra é OUVIR música concentrado exclusivamente nela - como eu prefiro.
Com a "música de fundo" não notamos - e nem temos oportunidade - de perceber um escorregão ou um belo acorde aqui ou ali. Já a "música-concentração" permite ao ouvinte perceber cada detalhe bom ou ruim da mesma - uma avaliação tipo a de Mauro Ferreira, de um crítico... como já disse: COISA DE COLECIONADOR - OU DE PROFISSIONAL - QUE, NA MAIORIA DAS VEZES, É EXIGENTE COM O SEU ARTISTA - OU SEU "AVALIADO", MESMO SENDO FÃ DE CARTEIRINHA.
Eu jamais disse aqui que boa música tem de ser cara, não me entendam mal. Quisera eu poder conversar sobre boa música com qualquer um, do "diretor" ao "faxineiro". Eu apenas não me iludo mais. São mais de 30 anos comprando CDs (tenho em torno de 5.000) e nas áureas épocas do LP raramente se ouvia um grande artista de nossa MPB (Geraldinho Azevedo, por exemplo) tocando em qualquer mídia antes das 24:00h. Por que ? Porque à época a Indústria já tinha descoberto os artistas "do momento" que com uma única música (na maioria das vezes ruim) vendiam um milhão de cópias do disco inteiro EM MENOS DE 3 MESES. Esse artista "do momento" precisava atingir "a massa" e a "máquina de cultura" deste país sempre impôs a esta "massa" esta música do artista "do momento" via "jabá" em horário nobre das rádios AM e FM, trilha-sonora das novelas da Globo e outras mídias mais imediatistas.
Se "A Massa" tivesse como ter acesso aos VERDADEIROS ARTISTAS E MÚSICAS deste país muitos que se dizem artistas hoje teriam outra profissão, aliás, muitos deles já tem.
Eu apenos não acredito nessa boa vontade e paciência da "indústria".
Foi preciso a "pirataria" e os "MP3" da vida para que hoje possamos ter acesso à obra inteira de Clara Nunes, Ney Matogrosso, Chico, Bethânia, Gal, Gil, Caetano e outros grandes menos concorridos.
Você consegue acreditar que nossa pré-falida indústria relançaria tais obras se ainda garantisse seus milhões com o lançamento de uma única porcaria "do momento ?"
Você consegue acreditar que poderia ouvir Renato Braz cantando "Beatriz" em uma novela da Globo ou no Domingão do Faustão ?
Se sim, invejo sua esperança. Eu não tenho mais não, já compro a "obra-prima" na "pré-venda" mesmo (encomendo) e nem me interesso se está tocando aqui ou ali, contanto que esteja tocando no meu "Player".
Abraços e torçamos para que "a massa" deste grande país musical possa um dia conhecer (via rádio, TV e outros) e dar o merecido valor aos seus verdadeiros talentos.
PS: É CLARO QUE SEMPRE HAVERÁ - MESMO CONHECENDO E TENDO ACESSO - AQUELE QUE PREFERE DANIEL A RENATO TEIXEIRA; AGNALDO RAYOL A ÉMÍLIO SANTIAGO; ROSANA À MARIA BETHÂNIA... MAS SERÃO MENORIA, O CONTRÁRIO DE HOJE "GRAÇAS" À MÍDIA E SEU "JABÁ".
Abraços e repito: SE SOU UM ELITISTA, NÃO SOU ELITISTA PORQUE QUERO, A INDÚSTRIA FEZ DE MIM UM ELITISTA.
"Pqp"... Oliveira, que fazes da vida ?
Se não és produtor musical, empresário de gravadora ou mesmo artista, esta "indústria" que você tanto critica não sabe o que está perdendo.
És o "Che Guevara" da BOA MPB.
"Pqp".
Essa reclamação de preço é coisa de pobre. Quem não tem cão, caça com gato. Vai ouvir rádio, vai ver novela, que as trilhas em geral são muito boas. Ou vai ver show na praia.
Arte de qualidade só pode ser cara. É um produto requintado, envolve pessoas que investiram tempo e recursos em suas carreiras, envolve tecnologia de ponta, envolve pagamento de direitos autorais, divulgação, aluguel de estúdios e teatros, músicos de ponta.
Entendam: arte de qualidade não é popular porque o povo não entende nada e nem está interessado.
Dirce,
Mesmo discordando do Oliveira em vários pontos, tenho que admitir que ele é democrata e argumenta.
O seu argumento sinceramente é pobre demais, elista demais. Nâo sou pobre, mas acho que tudo tem que ter um preço justo. Nem caro, nem barato, mas justo. Tudo tem custo, eu sei. Do iluminador ao faxineira, do engenheiro de som ao empresário. Mas é preciso ter menos sede. Por essas e outras que o mercado descambou para a pirataria.
Como já devo ter dito, nunca comprei um cd pirata e recuso qualquer cd ou dvd comprado em camelo.
Mas, o caso é o justo. Ouço rádio, vejo novela, vejo show na praia. Mas também compro cd, dvd e vou a shows em teatro e casas da Lapa.
O caso é que pagar o justo não é coisa de pobre, é coisa de quem quer justiça. O que pelo jeito não é o caso de certas pessoas que preferem ser elite, pelo gosto e pelo prazer de sentir-se melhor que os outros.
Vai Dirce ser feliz. Mas, continuo preferindo trocar farpas e afagos com Oliveira e Denilson, gente que defende argumentos.
Carioca da Piedade
É, anônimo, em se tratando de música eu "endureço mas não perco a ternura jamais". Como não endurecer para criticar as Ivetes Sangalos que nos empurram ouvido adentro e como não perder a ternura ouvindo, por exemplo, "Atrás da Porta" com Elis Regina ?
E como, ainda, mesmo nos meus quase 40 anos, admiro - tenho até o famoso pôster - Che Guevara... agradeço.
PS: comigo no meio musical a boa música estaria garantida mas as pré-falidas indústrias da música já teriam falido há muito tempo: sou radical, não tenho "jogo de cintura", ou eu amo ou odeio, sem meio termo.
Abraços.
Dirce, vais me desculpar mas concordo com o Carioca da Piedade: música boa não TEM que ser cara. Se é, foram anos de atos equivocados que a levaram a isso.
Fico feliz em pode pagar, mas fico triste em ter de "apresentar" uma boa música a quem não teve acesso a ela e noto a felicidade desse ouvinte. Já tive vários exemplos do que acabo de citar porque adoro divulgar os "desconhecidos" talentos para novos e atentos ouvidos - eu sou a MINHA RÁDIO. Música boa ou ruim pode agradar ouvidos "pobres" ou "ricos". Eu já testemunhei ouvido "pobre" se deliciar com "Jardim da Fantasia" de Paulinho Pedra Azul, como já testemunhei ouvido "rico" se deliciar com "e vai rolar a festa, vai rolar... o povo do gueto mandou avisar..."
Gosto não tem preconceito de raça, credo, política ou... BOLSO!
Fala bobagem, não.
Carioca da Piedade, o preço justo de qualquer manifestação artística de grande qualidade é alto no mundo inteiro, a não ser que o poder público e o mecenato privado entrem gastando muito.
E mesmo assim, vai ver quanto custa um ingresso de show, concerto, teatro ou cinema em países onde a cultura conta com pesados subsídios estatais e onde os conglomerados têm tradição de patrocínio. O ingresso mais barato (estudante) de um bom concerto na Concertgebow de Amsterdam sai por cerca de duzentos reais. Isso é caro até para um estudante holandês. Mas eles vão lá e esperam até o último minuto por uma desistência, uma oportunidade de última hora, a sala vive lotada e o mesmo programa é repetido em até 5 dias diferentes.
Quem não pode (são muitos), ouve na rádio estatal ou na TV pública. Isso vale para Alemanha, França, etc.
A arte no Brasil é cara porque o produto é de luxo e, para pasmo/revolta dos desabonados, a demanda supera a oferta.
A pirataria tem pouco a ver com preço. Tem mais a ver com a pilantragem de quem compra e de quem vende. Os magazines têm boas ofertas e há lojas de discos usados nas grandes cidades.
O brasileiro está mal acostumado. Reclama para pagar até 5 reais num museu (mas fica alegremente pendurado na conta do celular no fim do mês. A trocadora do meu ônibus vive pendurada no telefone).
Esse Oliveira não é mole. Adivinha quem é ? Eu mesmo, Oliveira, seu "ouvido-gêmio" (gostei). ASSINO EMBAIXO.
PS: JÁ VI QUE ARRUMOU OUTRO RODRIGO MAIA POR AÍ... DAQUI A POUCO TODO O PSDB E O DEM VÃO ESTAR TE ENFORCANDO; MAS TU GOSTAS...
Abraços.
Dirce,
Segue com tua grana e compra tua felicidade, teus argumentos e teus discos.
O justo pode ser caro, mas não abusivo.
Se és elite, que seja.
Deus a abençoe, porque eu não tenho essa magnitude.
Vou em paz, com meus cds, alguns caros outros não. Mas, sempre atrás do justo.
Preço bom não é barato ou caro, é o que todos ganham e a exploração é mínima.
Se tens para pagar, pague.
Sorria. Seja feliz.
Carioca da Piedade
Ponto final nesse assunto que tenho que trabalhar, não estou com a vida ganha.
huauhuhauha soh de ler estes comentarios , aprndo um monte d eoisas....huahuahuahua o povo aqui eh mara e marrento! Nao perdoa mesmo!
"Os bossa nova" saiu como eu esperava. Um disco relax, de quatro mestres que não tem mais nada para provar a ninguém, e com algumas músicas inéditas que, infelizmente, quem não comprar o disco não vai ouvir nunca.Quanto à Teresa da Praia, concordo que nesse disco soou mais descontraído e verdadeiro, ao contrário do dueto entre Roberto e Caetano, que soou um tanto burocrático, para cumprir contrato.
É Oliveira, outra cabeça pensante.
Há esperança. Veleu, Roberto.
Eu não escrevo aqui para elogiar ou brigar com blogueiros. Quanto ao disco e seus intérpretes: UMA BELEZA. VALE DESAFINAR, VALE CANTAR MÚSICA DE UMA NOTA SÓ, VALE COMPRAR SÓ POR CAUSA DE VOCÊ, QUER DIZER, DELES. SÃO GÊNIOS, TEM BAGAGEM PARA MUITA VIAGEM AINDA E A PROPOSTA DA GRAVADORA NÃO É O PRÊMIO TIM DE MELHOR INTÉRPRETE, LOGO... PRÊMIO TIM PARA O CONJUNTO DA OBRA.
Valeu ?
Valeu meu xará. É o Quarteto-Fantástico da Bossa, da MPB ou do que quiserem chamar.
Quem fotografou/planejou essa "capa" deveria ter o registro profissional cassado. Estraga e, de certo modo, até compromete o prazer da audição posto que a imagem fica na mente. Até o chiuaua do meu vizinho faria melhor. E o pior é que ainda pagaram ao sujeito para fazer isso. O mundo, realmente, está de cabeça para baixo. César Vilela, acuda-os!
KL
P.S.: os quatro bossanova, mesmo quando estão em silêncio, cantam muito melhor do que 99% dos "cantores" que fazem sucesso hoje.
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