Rodrigo Bittencourt dá mordida no pop banal
Resenha de CD
Título: Mordida
Artista: Rodrigo
Bittencourt
Gravadora: Nataxa Artes
Cotação: * * * *
Cantor e compositor que já milita há anos na cena indie carioca, Rodrigo Bittencourt já tinha lançado CD (Canção para Ninar Adulto, 2003) cultuado no meio musical. Mas foi somente em 2007 - quando Maria Rita batizou e conceituou seu terceiro disco, Samba Meu, com música de Bittencourt - que o nome do artista começou a ser mais notado fora do universo indie, abrindo caminho para a justa badalação em torno de seu segundo álbum, Mordida, produzido por Nilo Romero. O disco, ótimo, vem embebido em referências poéticas, embaralhadas em letras que denotam urgência pop. "A estrada dessa vida é muito curta e eu não posso deixar de amar", avisa Bittencourt em Ficar Aqui, tema sustentado por leve batida de reggae. E o fato é que se o cantor apenas dá conta do recado, o compositor se revela dos mais interessantes. Mordida não é disco que soa óbvio. A boa surpresa pode ser a batucada que se faz ouvir no meio de Aquele Canalha, parceria de Bittencourt com o poeta Tavinho Paes (de versos devastadores), ou o cover suave de In Bloom (Kurt Cobain) que até se ajusta à sonoridade do álbum. E o fato é que da primeira (o rock Coleção de Amores, cuja letra foi urdida com versos do livro Trilogia do Kaos, de Jorge Mautner) à última de suas 11 faixas (Esmalte, jóia de alto quilate pop), o CD transita longe da incensada estética cool e dá bela mordida no conformismo que enfraquece a nativa música pop desta década. Sim, há um ou outro instante mais trivial, como a canção Solitude e a fria As Pequenas Coisas, parceria de Ana Carolina com o produtor Nilo Romero. Em contrapartida, há delícias como Nego 10 (em que o autor traça o perfil do jogador-título do tema funkeado) e as canções Ipanema Inn e Cinema Americano (música que a cantora Thaís Gulin já apresentava em show e que Rodrigo Bittencourt grava em dueto com a poeta Maria Resende). Lançado ao apagar das luzes de 2008, Mordida tem munição para consolidar o nome de Rodrigo Bittencourt entre os melhores compositores dessa apática década.
Título: Mordida
Artista: Rodrigo
Bittencourt
Gravadora: Nataxa Artes
Cotação: * * * *
Cantor e compositor que já milita há anos na cena indie carioca, Rodrigo Bittencourt já tinha lançado CD (Canção para Ninar Adulto, 2003) cultuado no meio musical. Mas foi somente em 2007 - quando Maria Rita batizou e conceituou seu terceiro disco, Samba Meu, com música de Bittencourt - que o nome do artista começou a ser mais notado fora do universo indie, abrindo caminho para a justa badalação em torno de seu segundo álbum, Mordida, produzido por Nilo Romero. O disco, ótimo, vem embebido em referências poéticas, embaralhadas em letras que denotam urgência pop. "A estrada dessa vida é muito curta e eu não posso deixar de amar", avisa Bittencourt em Ficar Aqui, tema sustentado por leve batida de reggae. E o fato é que se o cantor apenas dá conta do recado, o compositor se revela dos mais interessantes. Mordida não é disco que soa óbvio. A boa surpresa pode ser a batucada que se faz ouvir no meio de Aquele Canalha, parceria de Bittencourt com o poeta Tavinho Paes (de versos devastadores), ou o cover suave de In Bloom (Kurt Cobain) que até se ajusta à sonoridade do álbum. E o fato é que da primeira (o rock Coleção de Amores, cuja letra foi urdida com versos do livro Trilogia do Kaos, de Jorge Mautner) à última de suas 11 faixas (Esmalte, jóia de alto quilate pop), o CD transita longe da incensada estética cool e dá bela mordida no conformismo que enfraquece a nativa música pop desta década. Sim, há um ou outro instante mais trivial, como a canção Solitude e a fria As Pequenas Coisas, parceria de Ana Carolina com o produtor Nilo Romero. Em contrapartida, há delícias como Nego 10 (em que o autor traça o perfil do jogador-título do tema funkeado) e as canções Ipanema Inn e Cinema Americano (música que a cantora Thaís Gulin já apresentava em show e que Rodrigo Bittencourt grava em dueto com a poeta Maria Resende). Lançado ao apagar das luzes de 2008, Mordida tem munição para consolidar o nome de Rodrigo Bittencourt entre os melhores compositores dessa apática década.
7 Comments:
Cantor e compositor que já milita há anos na cena indie carioca, Rodrigo Bittencourt já tinha lançado CD (Canção para Ninar Adulto, 2003) cultuado no meio musical. Mas foi somente em 2007 - quando Maria Rita batizou e conceituou seu terceiro disco, Samba Meu, com música de Bittencourt - que o nome do artista começou a ser mais notado fora do universo indie, abrindo caminho para a justa badalação em torno de seu segundo álbum, Mordida, produzido por Nilo Romero. O disco, ótimo, vem embebido em referências poéticas, embaralhadas em letras que denotam urgência pop. "A estrada dessa vida é muito curta e eu não posso deixar de amar", avisa Bittencourt em Ficar Aqui, tema sustentado por leve batida de reggae. E o fato é que se o cantor apenas dá conta do recado, o compositor se revela dos mais interessantes. Mordida não é disco que soa óbvio. A surpresa pode ser a batucada que entra no meio de Aquele Canalha, parceria de Bittencourt com o poeta Tavinho Paes (de versos devastadores), ou o cover suave de In Bloom (Kurt Cobain) que até se ajusta à sonoridade do álbum. E o fato é que da primeira (o rock Coleção de Amores, cuja letra foi urdida com versos do livro Trilogia do Kaos, de Jorge Mautner) à última de suas 11 faixas (Esmalte, jóia de alto quilate pop), o CD transita longe da incensada estética cool e dá bela mordida no conformismo que enfraquece a música pop desta década. Sim, há um ou outro momento mais trivial, como a canção Solitude e As Pequenas Coisas, parceria de Ana Carolina com o produtor Nilo Romero. Em contrapartida, há delícias como Nego 10 (em que o autor traça o perfil do jogador que dá título ao tema) e as canções Ipanema Inn e Cinema Americano (música que a cantora Thaís Gullin já apresentava em show e que Rodrigo Bittencourt grava em dueto com a poeta Maria Resende). Lançado ao apagar das luzes de 2008, Mordida tem munição para consolidar o nome de Rodrigo Bittencourt entre os melhores compositores dessa apática década.
Esperança... Sinal de que ainda há vida inteligente no futuro da MPB também no quesito "composição". Este rapaz ainda trará muitas alegrias a esta e futuras gerações.
Amigo OLIVEIRA, felizmente a vida inteligente da nova MPB também já está sendo detectada através de trabalhos como os do Rodrigo Maranhão, Edu Krieger, Marcelo Camelo, Fred Martins e alguns outros talentosos compositores. Que o Rodrigo venha com força, pra se integrar a esse grupo.
gente quanto mais gente melhor, mas tbm concordo com a tininha , e discordo do mauro , nao tem nada apatico , talvez vcs estejam por fora das novidades ! apatico sim estao os artistas do mains stream que fazem discos piores a cada dia , gilberto gil fez disco pesismo, lenine fez outro pior, e pedro luis a parede tbm muito fraco ainda por cima de blaser e paletos ,etc....
tem muitaaaa gente boa e infelizmente a musica criativa nao esta apenas no eixo rj e sp , ta no brasil inteiro repleto de talentos e pessoas que precisam de visibilidade , fora o jaba ! e jornalistas jabazeiros !
muito bom quem venham rodrigos e anas e flavios e joanas alem de outros carlos e sofias e alices e etc....
Amém, amiga Tininha. Faço minhas suas palavras.
Abraços.
Tininha, a lista é longa e quase toda certa. O Problema é Marcelo Camelo. NA MINHA OPINIÃO, NÃO ME ENFORQUEM!
Tininha, a lista é longa e quase toda certa. O Problema é Marcelo Camelo. NA MINHA OPINIÃO, NÃO ME ENFORQUEM! [2]
Postar um comentário
<< Home