3 de janeiro de 2009

Rodrigo Bittencourt dá mordida no pop banal

Resenha de CD
Título: Mordida
Artista: Rodrigo
Bittencourt
Gravadora: Nataxa Artes
Cotação: * * * *

Cantor e compositor que já milita há anos na cena indie carioca, Rodrigo Bittencourt já tinha lançado CD (Canção para Ninar Adulto, 2003) cultuado no meio musical. Mas foi somente em 2007 - quando Maria Rita batizou e conceituou seu terceiro disco, Samba Meu, com música de Bittencourt - que o nome do artista começou a ser mais notado fora do universo indie, abrindo caminho para a justa badalação em torno de seu segundo álbum, Mordida, produzido por Nilo Romero. O disco, ótimo, vem embebido em referências poéticas, embaralhadas em letras que denotam urgência pop. "A estrada dessa vida é muito curta e eu não posso deixar de amar", avisa Bittencourt em Ficar Aqui, tema sustentado por leve batida de reggae. E o fato é que se o cantor apenas dá conta do recado, o compositor se revela dos mais interessantes. Mordida não é disco que soa óbvio. A boa surpresa pode ser a batucada que se faz ouvir no meio de Aquele Canalha, parceria de Bittencourt com o poeta Tavinho Paes (de versos devastadores), ou o cover suave de In Bloom (Kurt Cobain) que até se ajusta à sonoridade do álbum. E o fato é que da primeira (o rock Coleção de Amores, cuja letra foi urdida com versos do livro Trilogia do Kaos, de Jorge Mautner) à última de suas 11 faixas (Esmalte, jóia de alto quilate pop), o CD transita longe da incensada estética cool e dá bela mordida no conformismo que enfraquece a nativa música pop desta década. Sim, há um ou outro instante mais trivial, como a canção Solitude e a fria As Pequenas Coisas, parceria de Ana Carolina com o produtor Nilo Romero. Em contrapartida, há delícias como Nego 10 (em que o autor traça o perfil do jogador-título do tema funkeado) e as canções Ipanema Inn e Cinema Americano (música que a cantora Thaís Gulin já apresentava em show e que Rodrigo Bittencourt grava em dueto com a poeta Maria Resende). Lançado ao apagar das luzes de 2008, Mordida tem munição para consolidar o nome de Rodrigo Bittencourt entre os melhores compositores dessa apática década.

7 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Cantor e compositor que já milita há anos na cena indie carioca, Rodrigo Bittencourt já tinha lançado CD (Canção para Ninar Adulto, 2003) cultuado no meio musical. Mas foi somente em 2007 - quando Maria Rita batizou e conceituou seu terceiro disco, Samba Meu, com música de Bittencourt - que o nome do artista começou a ser mais notado fora do universo indie, abrindo caminho para a justa badalação em torno de seu segundo álbum, Mordida, produzido por Nilo Romero. O disco, ótimo, vem embebido em referências poéticas, embaralhadas em letras que denotam urgência pop. "A estrada dessa vida é muito curta e eu não posso deixar de amar", avisa Bittencourt em Ficar Aqui, tema sustentado por leve batida de reggae. E o fato é que se o cantor apenas dá conta do recado, o compositor se revela dos mais interessantes. Mordida não é disco que soa óbvio. A surpresa pode ser a batucada que entra no meio de Aquele Canalha, parceria de Bittencourt com o poeta Tavinho Paes (de versos devastadores), ou o cover suave de In Bloom (Kurt Cobain) que até se ajusta à sonoridade do álbum. E o fato é que da primeira (o rock Coleção de Amores, cuja letra foi urdida com versos do livro Trilogia do Kaos, de Jorge Mautner) à última de suas 11 faixas (Esmalte, jóia de alto quilate pop), o CD transita longe da incensada estética cool e dá bela mordida no conformismo que enfraquece a música pop desta década. Sim, há um ou outro momento mais trivial, como a canção Solitude e As Pequenas Coisas, parceria de Ana Carolina com o produtor Nilo Romero. Em contrapartida, há delícias como Nego 10 (em que o autor traça o perfil do jogador que dá título ao tema) e as canções Ipanema Inn e Cinema Americano (música que a cantora Thaís Gullin já apresentava em show e que Rodrigo Bittencourt grava em dueto com a poeta Maria Resende). Lançado ao apagar das luzes de 2008, Mordida tem munição para consolidar o nome de Rodrigo Bittencourt entre os melhores compositores dessa apática década.

3 de janeiro de 2009 às 10:57  
Anonymous Anônimo said...

Esperança... Sinal de que ainda há vida inteligente no futuro da MPB também no quesito "composição". Este rapaz ainda trará muitas alegrias a esta e futuras gerações.

4 de janeiro de 2009 às 11:49  
Anonymous Anônimo said...

Amigo OLIVEIRA, felizmente a vida inteligente da nova MPB também já está sendo detectada através de trabalhos como os do Rodrigo Maranhão, Edu Krieger, Marcelo Camelo, Fred Martins e alguns outros talentosos compositores. Que o Rodrigo venha com força, pra se integrar a esse grupo.

4 de janeiro de 2009 às 13:10  
Anonymous Anônimo said...

gente quanto mais gente melhor, mas tbm concordo com a tininha , e discordo do mauro , nao tem nada apatico , talvez vcs estejam por fora das novidades ! apatico sim estao os artistas do mains stream que fazem discos piores a cada dia , gilberto gil fez disco pesismo, lenine fez outro pior, e pedro luis a parede tbm muito fraco ainda por cima de blaser e paletos ,etc....

tem muitaaaa gente boa e infelizmente a musica criativa nao esta apenas no eixo rj e sp , ta no brasil inteiro repleto de talentos e pessoas que precisam de visibilidade , fora o jaba ! e jornalistas jabazeiros !

muito bom quem venham rodrigos e anas e flavios e joanas alem de outros carlos e sofias e alices e etc....

4 de janeiro de 2009 às 14:29  
Anonymous Anônimo said...

Amém, amiga Tininha. Faço minhas suas palavras.
Abraços.

4 de janeiro de 2009 às 14:29  
Anonymous Anônimo said...

Tininha, a lista é longa e quase toda certa. O Problema é Marcelo Camelo. NA MINHA OPINIÃO, NÃO ME ENFORQUEM!

4 de janeiro de 2009 às 15:06  
Blogger Flávia C. said...

Tininha, a lista é longa e quase toda certa. O Problema é Marcelo Camelo. NA MINHA OPINIÃO, NÃO ME ENFORQUEM! [2]

6 de janeiro de 2009 às 10:31  

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