A aquarela de Ary ganha tons pastéis no teatro
Resenha de Musical
Título: Aquarelas do Ary
Realização: Núcleo Informal de Teatro
Autor: Marcos França
Direção: Joana Lebreiro
Local: Sala Baden Powell (RJ)
Cotação: * * 1/2
Em cartaz aos sábados e domingos, às 19h.
Até 30 de novembro de 2008.
Depois de levar à cena as vidas e as obras de Antonio Maria (A Noite É uma Criança) e Mário Lago (Ai, que Saudade do Lago), o grupo carioca Núcleo Informal de Teatro abre em Aquarelas de Ary a cortina do passado para desvendar parte do cancioneiro de mais um multifacetado compositor da música brasileira. O foco repousa em Ary Barroso (1903 - 1964), mineiro de Ubá, a cidade que o ilustre habitante retratou em flashes generosos numa das 22 músicas que moldam o roteiro do musical em cartaz durante o mês de novembro de 2008 na Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro (RJ). Multicolorida pela própria natureza voraz do artista, compositor profícuo que se desdobrou nas funções de locutor esportivo e apresentador de programas de calouros, a aquarela ganha tons pastéis neste espetáculo de teatro.
A biografia agitada de Ary Barroso é recontada em cena através de texto de caráter essencialmente narrativo. Rala, a dramaturgia se fragmenta em algumas cenas que reproduzem diálogos e histórias que ajudam a esboçar pálido retrato da personalidade hilária e contraditória do compositor. Aliás, as reproduções de quadros do programa Calouros em Desfile soam especialmente graciosas, ainda que se tornem repetitivas ao longo das duas horas de espetáculo. Do trio de intérpretes formado por Alexandre Dantas, Claudia Ventura e Marcos França, a atriz tem a voz de maiores possibilidades, bem exploradas no tom histriônico de Eu Dei e na abordagem mais emocional de Ocultei, samba-canção da linhagem nobre de Folha Morta e Pra Machucar meu Coração. Era luxo só!
Mestre na criação de sambas-canções que nunca foram pintados com as tintas fortes que por vezes borra o gênero, Ary Barroso foi compositor que transitou com rara inspiração por ritmos como marcha (Dá Nela, composta em 1929 e lançada com sucesso no Carnaval de 1930), samba (Faceira), marcha-rancho (Rancho das Namoradas, número feito pelos atores no meio da platéia) e, sobretudo, o samba-exaltação. Com incansável disposição para enaltecer o povo e as belezas naturais de um Brasil que ajudou a propagar no exterior, Ary criou obras-primas como Na Baixa do Sapateiro, Isto Aqui o que É e, claro, Aquarela do Brasil, o clássico de 1939 que ganharia o mundo. Todas estas músicas são revividas em tons pastéis no espetáculo. Ao criar um universo cênico particular em Aquarelas de Ary, o Núcleo Informal de Teatro seduz o principal público-alvo da produção - as senhoras da chamada terceira idade, saudosas de seu tempo e de sua música - e lembra que Ary Barroso pintou as cores de um Brasil moreno. Não por acaso, Brasil Moreno é o título do desconhecido samba que encerra o musical, fechando feliz a cortina do passado.
Título: Aquarelas do Ary
Realização: Núcleo Informal de Teatro
Autor: Marcos França
Direção: Joana Lebreiro
Local: Sala Baden Powell (RJ)
Cotação: * * 1/2
Em cartaz aos sábados e domingos, às 19h.
Até 30 de novembro de 2008.
Depois de levar à cena as vidas e as obras de Antonio Maria (A Noite É uma Criança) e Mário Lago (Ai, que Saudade do Lago), o grupo carioca Núcleo Informal de Teatro abre em Aquarelas de Ary a cortina do passado para desvendar parte do cancioneiro de mais um multifacetado compositor da música brasileira. O foco repousa em Ary Barroso (1903 - 1964), mineiro de Ubá, a cidade que o ilustre habitante retratou em flashes generosos numa das 22 músicas que moldam o roteiro do musical em cartaz durante o mês de novembro de 2008 na Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro (RJ). Multicolorida pela própria natureza voraz do artista, compositor profícuo que se desdobrou nas funções de locutor esportivo e apresentador de programas de calouros, a aquarela ganha tons pastéis neste espetáculo de teatro.
A biografia agitada de Ary Barroso é recontada em cena através de texto de caráter essencialmente narrativo. Rala, a dramaturgia se fragmenta em algumas cenas que reproduzem diálogos e histórias que ajudam a esboçar pálido retrato da personalidade hilária e contraditória do compositor. Aliás, as reproduções de quadros do programa Calouros em Desfile soam especialmente graciosas, ainda que se tornem repetitivas ao longo das duas horas de espetáculo. Do trio de intérpretes formado por Alexandre Dantas, Claudia Ventura e Marcos França, a atriz tem a voz de maiores possibilidades, bem exploradas no tom histriônico de Eu Dei e na abordagem mais emocional de Ocultei, samba-canção da linhagem nobre de Folha Morta e Pra Machucar meu Coração. Era luxo só!
Mestre na criação de sambas-canções que nunca foram pintados com as tintas fortes que por vezes borra o gênero, Ary Barroso foi compositor que transitou com rara inspiração por ritmos como marcha (Dá Nela, composta em 1929 e lançada com sucesso no Carnaval de 1930), samba (Faceira), marcha-rancho (Rancho das Namoradas, número feito pelos atores no meio da platéia) e, sobretudo, o samba-exaltação. Com incansável disposição para enaltecer o povo e as belezas naturais de um Brasil que ajudou a propagar no exterior, Ary criou obras-primas como Na Baixa do Sapateiro, Isto Aqui o que É e, claro, Aquarela do Brasil, o clássico de 1939 que ganharia o mundo. Todas estas músicas são revividas em tons pastéis no espetáculo. Ao criar um universo cênico particular em Aquarelas de Ary, o Núcleo Informal de Teatro seduz o principal público-alvo da produção - as senhoras da chamada terceira idade, saudosas de seu tempo e de sua música - e lembra que Ary Barroso pintou as cores de um Brasil moreno. Não por acaso, Brasil Moreno é o título do desconhecido samba que encerra o musical, fechando feliz a cortina do passado.
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Depois de levar à cena as vidas e as obras de Antonio Maria (A Noite É uma Criança) e Mário Lago (Ai, que Saudade do Lago), o grupo carioca Núcleo Informal de Teatro abre em Aquarelas de Ary a cortina do passado para desvendar parte do cancioneiro de mais um multifacetado compositor da música brasileira. O foco repousa em Ary Barroso (1903 - 1964), mineiro de Ubá, a cidade que o ilustre habitante retratou em flashes generosos numa das 22 músicas que moldam o roteiro do musical em cartaz durante o mês de novembro de 2008 na Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro (RJ). Multicolorida pela própria natureza voraz do artista, compositor profícuo que se desdobrou nas funções de locutor esportivo e apresentador de programas de calouros, a aquarela ganha tons pastéis neste espetáculo de teatro.
A biografia agitada de Ary Barroso é recontada em cena através de texto de caráter essencialmente narrativo. Rala, a dramaturgia se fragmenta em algumas cenas que reproduzem diálogos e histórias que ajudam a esboçar pálido retrato da personalidade hilária e contraditória do compositor. Aliás, as reproduções de quadros do programa Calouros em Desfile soam especialmente graciosas, ainda que se tornem repetitivas ao longo das duas horas de espetáculo. Do trio de intérpretes formado por Alexandre Dantas, Claudia Ventura e Marcos França, a atriz tem a voz de maiores possibilidades, bem exploradas no tom histriônico de Eu Dei e na abordagem mais emocional de Ocultei, samba-canção da linhagem nobre de Folha Morta e Pra Machucar meu Coração. Era luxo só!
Mestre na criação de sambas-canções que nunca foram pintados com as tintas fortes que por vezes borra o gênero, Ary Barroso foi compositor que transitou com rara inspiração por ritmos como marcha (Dá Nela, composta em 1929 e lançada com sucesso no Carnaval de 1930), samba (Faceira), marcha-rancho (Rancho das Namoradas, número feito pelos atores no meio da platéia) e, sobretudo, o samba-exaltação. Com incansável disposição para enaltecer o povo e as belezas naturais de um Brasil que ajudou a propagar no exterior, Ary criou obras-primas como Na Baixa do Sapateiro, Isto Aqui o que É e, claro, Aquarela do Brasil, o clássico de 1939 que ganharia o mundo. Todas estas músicas são revividas em tons pastéis no espetáculo. Ao criar um universo cênico particular em Aquarelas de Ary, o Núcleo Informal de Teatro seduz o principal público-alvo da produção - as senhoras da chamada terceira idade, saudosas de seu tempo e de sua música - e lembra que Ary Barroso pintou as cores de um Brasil moreno. Não por acaso, Brasil Moreno é o título do desconhecido samba que encerra o musical, fechando feliz a cortina do passado.
Muito Boa a Peça,
os Artistas Crescem no Palco a Claudia então nem se fala, como canta e samba.
Minha familia é de Ubá, e me ficou a impressão que a cidade não ainda não prestou a devida homenagem ao Ary Barroso, homenagem esta que a peça faz de forma Magnifica, parabens a todos os envolvidos musicos, produtores etc...
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