Machete se equilibra no trapézio do ecletismo
Resenha de ShowTítulo: Bomb of Love
- Música Safada para Corações Românticos
Artista: Silvia Machete
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 30 de outubro de 2008
Cotação: * * * 1/2
Foto: Mauro Ferreira
Prestes a lançar o CD e DVD Eu Não Sou Nenhuma Santa pela gravadora EMI Music, Silvia Machete está encerrando a série de shows calcados em seu primeiro independente disco, Bomb of Love - Música Safada para Corações Românticos, editado em 2006. Cultuada na cena indie carioca por conta do caráter performático de suas interpretações, Machete sobe literalmente no trapézio e consegue se equilibrar no ecletismo de um roteiro que vai de Roberto e Erasmo Carlos (Gente Aberta, bem-sacado lado B) a Sérgio Sampaio (Foi Ela), passando por Guns N' Roses (Sweet Child of Mine). A propósito, o tema de Axl Rose e Slash foi rebobinado em dueto com o talentoso Momo na apresentação única agendada pela cantora no Teatro Rival e feita na noite de quinta-feira, 30 de outubro - com direito a uma peruca azul posta na cabeça de Momo e a um ventilador manuseado pela intérprete.
É sintomático, aliás, que o roteiro inclua Girls Just Want to Have Fun, o sucesso de Cyndi Lauper. No palco, Machete é uma cantora que parece querer somente diversão. E, sim, ela diverte com seus bambolês e com as performances acrobáticas. Contudo, Machete consegue entreter sua platéia não somente pelo fato de lançar mão de truques circenses, mas por se mostrar uma cantora afinada e de universo bem original. Ao subir no trapézio, a propósito, a cantora entoa lá do alto 2 Hot 2 Be Romantic, parceria sua com Nick Jones que soa como um clássico da canção americana da primeira metade do século 20. Quando canta Curare (Bororó) cheia de dengo, bem acompanhada pelo violão de Edu Krieger, Machete se mostra apta a vôos musicais mais altos - ainda que ela soe especialmente talhada para um repertório que se preste mais a um tom jocoso e sensual. Nessa linha, Eu Não Tenho Namorado - pérola juvenil do repertório de Celly Campello (1942 - 2003) - é um achado e ganha registro gracioso da artista. Comunicativa, Silvia Machete tem sobrenome que rima com chacrete - como a própria, perspicaz, ressalta em cena - e mostra que sabe comandar o seu auditório ao vivo e em cores quentes e sensuais como o vermelho que adorna o cenário kitsch. Nem era preciso recorrer a tantos convidados. Machete, por si, garante a atenção do público.
posted by Mauro Ferreira at 10:28
11 Comments:
Prestes a lançar o CD e DVD Eu Não Sou Nenhuma Santa pela gravadora EMI Music, Silvia Machete está encerrando a série de shows calcados em seu primeiro independente disco, Bomb of Love - Música Safada para Corações Românticos, lançado em 2006. Cultuada na cena indie carioca por conta do caráter performático de suas interpretações, Machete sobe literalmente no trapézio e consegue se equilibrar no ecletismo de um roteiro que vai de Roberto e Erasmo Carlos (Gente Aberta, bem-sacado lado B) a Sérgio Sampaio (Foi Ela), passando por Guns N' Roses (Sweet Child of Mine). A propósito, o tema de Axl Rose e Slash foi rebobinado em dueto com o talentoso Momo na apresentação única agendada pela cantora no Teatro Rival e feita na noite de quinta-feira, 30 de outubro - com direito a uma peruca azul posta na cabeça de Momo e a um ventilador manuseado pela intérprete.
É sintomático, aliás, que o roteiro inclua Girls Just Want to Have Fun, o sucesso de Cyndi Lauper. No palco, Machete é uma cantora que parece querer somente diversão. E ela diverte com seus bambolês e suas performances acrobáticas. Contudo, Machete consegue entreter sua platéia não somente pelo fato de lançar mão de truques circenses, mas por se mostrar uma cantora afinada e de universo bem original. Ao subir no trapézio, a propósito, a cantora entoa lá do alto 2 Hot 2 Be Romantic, parceria sua com Nick Jones que soa como um clássico da canção americana da primeira metade do século 20. Quando canta Curare (Bororó) cheia de dengo, bem acompanhada pelo violão de Edu Krieger, Machete se mostra apta a vôos musicais mais altos - ainda que ela soe especialmente talhada para um repertório que se preste mais a um tom jocoso e sensual. Nessa linha, Eu Não Tenho Namorado - pérola juvenil do repertório de Celly Campelo (1942 - 2003) - é um achado e ganha registro gracioso da artista. Comunicativa, Silvia Machete tem sobrenome que rima com chacrete - como a própria, perspicaz, ressalta em cena - e mostra que sabe comandar o seu auditório ao vivo e em cores quentes e sensuais como o vermelho que adorna o cenário kitsch. Nem era preciso recorrer a tantos convidados. Machete, por si, garante a atenção do público.
Por uma questão de honestidade, deixo claro que tive que deixar o show de Machete antes do fim por ter agendado para a mesma noite minha ida à estréia de Diana Krall no Rio de Janeiro - show cuja resenha será postada daqui a pouco. Portanto, a cotação e os comentários da apresentação de Machete se referem obvia e exclusivamente aos números que eu vi.
Sei não... nunca vi, mas desconfio que tenha performance DEMAIS.
Essa é louca de pedra. Mas tem assinatura. Pode durar um ou dois verões ou ser eterna, mas que canta bem (honestamente, dentro do que se espera de uma intérprete popular) e tem talento tem.
Que toque no rádio, na novela, que tenha exposição.
Uma louca de talento. Ótimo, mesmo que tenhamos alguns senões (tem horas que ela é over).
Mauro do Céu, jamais ouvi falar nesta criaturinha...e olha que não habito Quixeramubim. Moro em SP e frequento.
Me liguei!!!
Para quem não conhece a performance da louca, vale colocar o nomezinho dela no youtube que tem uns vídeos lá. Coisas legais, outras nem tanto. Mas, a louca de pedra tem estilo. E, nesses tempos de cópias e originais opacos é uma opção.
Ela ja foi no Jo e tudo. E, se nao estou enganado, ficou mais de um bloco.
A conheci no SOM BRASIL - ERASMO CARLOS.Gostei, é bem interessante !
Ela é a melhor performer desta geração. O show é bem divertido e inteligente. Gosto muito.
Como sempre, é o circo de novo.
Eu prefiro cantores que não precisam de artifícios como dançarinos, telões, fogos de artifícios, trapézios e afins...
Uma coisa é garantir a atenção do público, a outra é construir uma obra consistente e duradoura.
Conheci o trabalho dela e não me convenceu.
abração,
Denilson
Performance no palco, com auxílios externos não quer dizer, necessariamente falta de talento como cantor e bicho de palco.
Ney Matogrosso é o melhor exemplo disso.
Até acho ela meio maluca, over em algumas situações, mas não merece nenhum carimbo definitivo agora.
O fato é que ela é uma cantora que se destaca hoje do universo das cantoras novas (ou desconhecidas da maioria). Assina. Podemos não gostar da caligrafia, que por vezes é letra redonda por outra garranchos, mas que a letra não confunde com a de outras moças não confunde.
Oi Denilson, vi o seu comentário acima, legal. Eu não sei porque te escrevo mas cá estou! Só queria te dizer que já fiz muitos shows sem fazer "performance" alguma, cantando somente. E não ache que isso é pouco pra mim. Tive a atenção e o carinho do público como em qualquer outro show. Faço o que faço porque trabalhei com isso durante muito tempo, cabe no meu repertório e é natural pra mim. Além de ser um exelente diferencial.Te desejo muita música boa e quando puder venha me ver!
S
Mauro, vc pode mandar isso pro Denilson?
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